localdocrime
terça-feira, fevereiro 22, 2005
  PASSATEMPO “rápidas… com pontuação”

prova nº. 4

Cinco dos maiores atletas de alta competição da Europa corriam os últimos metros de uma maratona em fila indiana, na pista de atletismo de um importante estádio de um país africano, em representação de cinco diferentes países. Quando o vencedor cortou a meta, o inglês e o português estavam separados por quatro metros; a distância entre o alemão e o francês era de três metros; a diferença entre o espanhol e o inglês era de quatro metros; a distância que separava o francês do espanhol era de sete metros; e entre o inglês e o francês havia uma diferença de três metros. O espanhol não foi o primeiro a cortar a meta.
Qual era ordem dos atletas quando o primeiro cortou a meta?


Como vê, isto agora está mais complicado. Mas não é nada que um bom “detective”, de espírito aguçado, observador e atento… não resolva a contento.

Vá com calma e responda depressa e bem, através do e-mail ssantos@tnsj.pt. Depressa, porque a rapidez vale pontos; Bem, porque as melhores respostas valem ainda mais pontos.

Atenção: Não perca pontos agora, por que na última prova a coisa pode ser muito mais complicada.  
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
  Não esqueça:
Amanhã, dia 22 de Fevereiro, por volta das 20.00 horas, será publicada a prova nº.4 do Passatempo “rápidas… com pontuação”.
Participe!!!


PASSATEMPO DE ESCRITA POLICIAL

Depois de uma breve ausência, Madame Eclética volta a submeter a sufrágio mais um texto para o "Pão de Canela". É dela a única proposta para o décimo quarto capítulo do nosso romance de escrita colectiva.

Os internautas que queiram exercer o seu voto, podem fazê-lo através do endereço electrónico ssantos@tnsj.pt, até às vinte e quatro horas do dia 27 de Fevereiro de 2005, impreterivelmente, bastando, para o efeito, que escrevam:

Voto na Proposta nº. 1 – original de Madame Eclética

(Recordamos, entretanto, que os primeiros treze capítulos do romance Pão de Canela podem ser consultados também em http://www.danielfalcao.net, onde estão disponíveis em PDF)

Aqui fica o texto proposto:


PASSATEMPO DE ESCRITA POLICIAL
Pão de Canela (título provisório)
Décimo Quarto Capítulo
Proposta nº. 1 – original de Madame Eclética


Madalena aconchega as mãos sobre o ventre e fixa os olhos longe, de janela aberta sobre o Sena. Olha o rio como se este fosse o fio do horizonte e nele pudesse ler a tempestade que aí vem por dentro dela. Sente arrepios fortes e intensos. Não de frio, mas de um súbito e desconfortável calor. Nada que se pareça com os afrontamentos de que padece habitualmente nos períodos críticos de cada mês. A cabeça lateja de dor intermitente. Não é bem a enxaqueca que normalmente acompanha os desajustes hormonais de fêmea em tempo de mudança de ciclo. É algo superior e forte que a domina pelo medo, que a torna agressiva, cruel, desumana. Esfrega uma mão na outra e suspira. Suspiros profundos vindos das suas entranhas mas quase sem ar. De repente, abre-se dentro dela uma enorme cratera de fogo, de raiva e de morte. Aquilo pode evoluir de uma forma lenta ou aparecer abruptamente. Ela conhece todos os sintomas, porque já viveu tudo aquilo vezes sem conta. As vozes não tardarão a surgir, no princípio quase imperceptíveis e depois de forma bem audível, coladas aos seus ouvidos e vindas de dentro da própria cabeça. As imagens vêm primeiro, opacas, nebulosas, até se tornarem lívidas, transparentes e depois quase reais.

Madalena estica o pescoço, jugulares dilatadas, maxilares tensos… Vê surgir de um imenso nevoeiro denso e frio a figura de António da Mula, o pai que não pôde escolher e o amante que lhe foi imposto. Ele vem ébrio como dantes, como sempre. Tropeça em tudo quanto está entre ele e ela. Não há nada que se oponha entre os dois que ele não ultrapasse, não importa como porque o fim justifica os meios. Ao chegar descarrega sobre ela todo o seu peso. Liberta cheiro a vinho azedo e a tabaco de onça por todos os poros. Despeja gargalhadas alarves nos seus ouvidos, repete sucessivos palavrões sem nexo, esfrega por ela todo o corpo opulento e sujo. Madalena paralisa. Há nos seus olhos um misto de dor, de pena e de pânico. Ao longe, muito ao longe, vê a sua sofrida mãe, chorando de raiva e de impotência. Em redor, uma multidão de gente, homens e mulheres, pessoas da terra, mortas e vivas, boas e más. Umas têm caras piedosas e humanas; outras têm caras feias de pecado, de luxúria e de desejo mórbido gerado por ideias libidinosas. Surge então a voz, as vozes, em turbilhão por dentro da sua própria cabeça. Não, Madalena não quer ouvir. Tapa os ouvidos com as duas mãos. Corre para a cama e esconde a cabeça por debaixo das almofadas, deitada sob o édredon de macio algodão, por dentro dos lençóis de cambraia quente e fina. Mas é inevitável. Ela não pode deixar de ouvir: “Mata! Mata! Mata!”

No quarto ao lado, ao fundo do corredor, junto ao hall da porta de entrada, dorme Antoine. Monique acabou de sair, acompanhada por um dos gorilas que guardam dia e noite os seus senhores. O outro, o homem que na noite anterior ficara à porta do restaurante russo a comandar “as tropas assassinas”, está sentado num dos maples da sala de estar, de “phones” nas orelhas, ligado à música que o sistema “hi-fi” debita para dentro dos seus duros e insensíveis ouvidos. Madalena acerca-se da cozinha, ao de leve, em bicos de pés, qual bailarina dançando em sapatilhas de pontas. Um facalhão enorme vem parar às suas mãos. O coração bate mais forte e descompassado. Todo o seu corpo estremece de ansiedade, raiva, fúria. Um inexplicável sabor a sangue acede à sua boca. Agre e doce, quente e refrescante, saboroso e repugnante. Tudo é disforme e antagónico em todos os seus sentidos. Madalena caminha como se fosse um autómato, em direcção ao quarto onde dorme o homem da casa. Franqueada a porta, ela esboça um sorriso estranho em olhos esbugalhados, sob o comando de forças que não gere nem domina, e levanta a mão que segura com firmeza e determinação a faca da morte. De súbito, a campainha da porta rebenta estridente silvo.

Antoine acorda sobressaltado. Ao ver Madalena no seu quarto, de pé, hirta, quase encostada à cabeceira da cama, de mãos escondidas atrás das costas, de olhos em alvo, pergunta o que se passa. Antes que ela tenha tempo para pensar numa resposta salvadora da situação imprevista que enfrenta a medo e sem outros recursos de defesa que não seja a faca com que foi armada para matar, a campainha volta a ressoar. Irritado, Antoine grita pelo gorila. Segundos depois o segurança aparece no quarto do patrão e diz-lhe que está lá em baixo, na porta da rua, um português que quer falar com Madalena. Antoine olha para a costureirinha com malícia, em sinal de que não esquecerá aquela intrigante visita matinal ao seu quarto de dormir. Volta-se então para o empregado e ordena-lhe que faça subir o português e que este espere na sala. Mas, muita atenção, nada de precipitações – aconselha o dono da casa. Madalena volta submissa para o seu quarto, em passo acelerado. O gorila resmunga entre dentes mas cumpre a ordem do patrão. Antoine levanta-se e prepara-se para receber o inesperado visitante.

A portuguesa não encontra explicação para a faca que tem na mão nem para a visita anunciada. Quem será? Um homem, ainda por cima!... Arruma a faca a um canto do quarto, dá um pequeno jeito no seu cabelo desgrenhado e sorri para o espelho. Quem lá está reflectido é novamente a “verdadeira” Madalena, a jovem terna e humana que os destinos da vida levaram para atalhos perigosos e becos apertados e sem saída, quando os caminhos que ela quer trilhar são estradas, avenidas, alamedas largas e floridas, com árvores frondosas de frutos doces e frescos. Mas a semente de que nasceu não deixou que assim fosse! Em vez de gerar flor, deu urtigas e azedas. Em vez de gerar sorrisos de criança, deu lágrimas de mulher formada antes do fim de curso de uma gestação desejável e normal. É certo que a vida não é um jardim aberto, sereno e tranquilo, mas a de Madalena foi sempre uma floresta selvagem repleta de lobos e de inúmeros animais predadores famintos, sempre à cata de presas confiantes e incautas que atravessam as matas sem a segurança da bússola do amparo dos seus criadores.

Antoine empurra ao de leve a porta do quarto de Madalena, sorri descarado e malicioso, pisca-lhe o olho e diz que espera por ela na sala, onde já os aguarda a inesperada lusa visita masculina. Breves momentos depois, a costureirinha sai ao encontro do conterrâneo. O português está sentado de costas em amena cavaqueira com o dono da casa. A silhueta não lhe é de todo estranha. Cabelo castanho ralo e claríssimo, tronco forte e largo, gestos de braços e mãos contidos mas firmes, voz calma e cava… A voz, meu Deus, a voz!... Ela conhece aquela voz, aquele corpo. Mas, não, não pode ser. Madalena não consegue admitir o que o seu coração parece crer e desejar. A voz que ela ouve ecoa no mais fundo do seu “todo” de mulher, alma, sentidos… entranhas! Sente que o chão se abre sob os seus pés. De súbito, “dono” da voz que fala o “linguajar” de Camões volta-se e Madalena não resiste ao choque. Ela desfalece nos braços do português. Antoine e o segurança correm em socorro da costureirinha, mas ela já resguardada e segurança nos braços de… António Rosa! O solicitador deita-a no sofá com o cuidado que se dispensa à mais fina e delicada matéria, acariciando as suas faces pálidas e frias. Antoine está intrigado e o gorila exclama: “parece que viu um fantasma!” 
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
  PASSATEMPO DE ESCRITA POLICIAL

O “Pão de Canela” aproxima-se do fim. Em Maio conheceremos o seu desfecho, com a votação do Décimo Sétimo Capítulo. Porém, e até lá, temos que vencer nada menos nada mais do que seis etapas. A primeira, a próxima (texto relativo ao décimo quarto capítulo), tem como fim de prazo para envio de propostas o dia 20 de Fevereiro (dia de eleições legislativas, não esqueçam! – o voto é fundamental em democracia) e a respectiva votação decorrerá entre 21 e 27 de Fevereiro.

Portanto, já sabem, o Inspector Boavida fica à espera da vossa participação, na qualidade de concorrentes e/ou eleitores, no email ssantos@tnsj.pt.

Entretanto, delicie-se com esta pérola:

Solução de DIC ROLAND ao enigma SMALUCO NA PRISÃO, de Inspector Boavida, que constituiu a prova nº. 2 do Campeonato Nacional/Taça de Portugal do Público-Policiário


I – RECORDANDO O PASSADO...

Smaluco merece abraços
Pelo que li nos jornais
A respeito dos seus passos
Nos arredores de Cascais.

Falando a sós, entre dentes,
Murmurei: “Não te admires
Com as visitas frequentes
À casa-prisão de Tires.

É gesto nobre, altruísta,
Sem dele colher usura;
É vitória sem conquista,
É a dor sem amargura.

Essa paixão por Natália
É como fogo sem lume;
É como a vistosa dália
Tão bela... mas sem perfume...”


II – TIRES, UM MURO DE LAMENTAÇÕES

E foi em Tires, por sinal,
Que este correcto ex-polícia
Soube de um crime fatal
Que há dois anos foi notícia.

Quem o narra? Um tal Ricardo
Industrial e gestor,
Além de ser felizardo
Quando se fala de amor.

Felizardo... Salvo seja!
Que o Amor não é imune
A ódios, traição, inveja
De quem mata e fica impune...

Uma tragédia o arrasa
E o persegue a vida inteira:
A mulher foi morta em casa
Com tiros de caçadeira!

E Ricardo é convincente
Ao recordar o Passado;
Voz magoada, olhar pungente,
Nó na garganta... – Coitado!

Como é penoso escutá-lo
Na descrição dolorosa
Da surpresa e do abalo
Que sofreu, ao ver a esposa!

Os lindos olhos abertos
Num espasmo descomposto,
Só pelo sangue encobertos
Em golfadas, sobre o rosto!

Momentos cuja lembrança
‘Inda lhe causa arrepios
(Ah! Se não fora a cobrança
Dos calotes fugidios...)

Foram só eles – dizia
Ricardo, tremendo a voz –
Que o levaram, nesse dia,
A Madrid e a Badajoz.

Chegou, por fim, já noite alta,
Alertado por Filipe.
À Polícia pouco falta
Que o mistério se dissipe.


III – INVESTIGAÇÃO RELÂMPAGO

Junto à vítima, um botão
Do casaco de Anabela,
E uns cabelos que são,
P’la ígnea cor, também dela.

Há pegadas (forma chique)
De sapatos elegantes,
Comprados numa “boutique”
Algumas semanas antes.


E – surpresa das surpresas! –
As buscas efectuadas
Descobrem nas redondezas
Os sapatos das pegadas!

Perto deles, a espingarda
E umas luvas mofinas;
Tudo a recato e à guarda
De um barracão em ruínas.

A espingarda atinge o alvo,
A luva protege o dedo...
O criminoso está salvo
Pois não tem de que ter medo.

Foi esse o erro mesquinho
De quem cometeu o crime;
As pistas dão o caminho
(Ai de quem as subestime!)

O botão mais o cabelo
E os sapatos encontrados
Serviram de férreo selo
Na decisão dos jurados.

E foi assim que a senhora
Elegante, bem vestida,
Foi levada à “Boa Hora”
E para Tires transferida.


IV – AS DÚVIDAS DE SMALUCO

Mas quem é – por caridade... –
Essa Anabela Monteiro?
É a que tem, na verdade,
Ricardo por companheiro!

Relação de vários anos
De amoroso entendimento,
Mas que gerou sérios danos
Num cansado casamento.

Smaluco ouviu a história
Com ouvidos de perito
E quis guardar na memória
Mais pormenores do conflito.

A caçadeira – um achado
Junto às luvas cor de cera –
Era do Moita, espantado
Pois há muito que a perdera.

Quanto ao caseiro, não há,
Depois das sondagens feitas,
Uma razão, boa ou má,
Que leve a quaisquer suspeitas.

E Filipe? O primo ocioso
Que adora férias e mar,
Se fosse ele o criminoso
Por que havia de voltar?...


V – AS CERTEZAS DE SMALUCO

Smaluco agora pensa
Na prisioneira infeliz;
E pouco a pouco se adensa
Outra versão de raiz.

Para quê, um agasalho
Em clima acolhedor?
E os cabelos no soalho?
E o botão acusador?

É tempo de sol e fruta;
O frio não atormenta,
E não há sinais de luta
Onde o crime foi tormenta.

Se Anabela é alfacinha
E ali vive o ano inteiro,
Onde encontrou, tão asinha,
Arma e luvas do caseiro?...

Um casaco de “toilette”
(De raposa ou astracan)
Não é o que mais compete
A esta cena malsã.

E menos se sanciona
Tanto luxo (ou será febre?...)
Quando, a seguir, se abandona
O calçado num casebre!...

“Pode ser, mas não me cheira...”
– diz Smaluco – “ Ideia falsa,
Que Anabela seja freira
E Carmelita descalça!...”

E não era! Que, em rigor,
Andava (que desvario!...)
De monoquíni, em Alvor,
A proteger-se do frio!


VI – AS DEDUÇÕES DE SMALUCO

Tudo visto e ponderado,
Ricardo é um descarado
O velho inspector sorriu...
E no que disse, mentiu.

Se chegou ao fim da noite
Como, choroso, lhe disse,
Quem haverá que se afoite
A crer em tanta tolice?

Tanto tempo decorrido
Após o falecimento,
Já não têm mais sentido
Expressões de sofrimento.

O sangue (é mais do que certo),
Escureceu e coalhou;
Os olhos, alguém decerto
Humanamente os cerrou.

E quanto aos falsos vestígios
Deixados para iludir,
São autênticos prodígios
De ineficácia a mentir!

É tão grande e tão inédito
O contra-senso das pistas,
Que ninguém lhes dará crédito
Mesmo não sendo juristas.

Ninguém... – perdão: esqueci-me
Dos jovens prometedores
Que a Pê Jota não suprime
Do seu quadro de inspectores... –

Porque, com tais disparates,
Esse jovem par de aselhas
Ou recolhia a penates
Ou jazia atrás das grelhas!


VII – AS CONCLUSÕES DE SMALUCO

Apesar de, na reforma,
Ter perdido a estaleca,
Smaluco não se conforma
E grita, irado: “Co’a breca!”

“Como é possível tamanha
Sequência de erros crassos
Que deram vitória à Manha
Contra a Lei, feita em pedaços?”

“Quem matou – é garantido –
Foi Ricardo, o milionário,
Bom gestor e mau marido
E melhor celibatário...”

“Só ele pode saber
Que o caseiro anda na estrada
Para trazer a mulher
Há seis dias internada.”

“E a caçadeira, que o Moita
Perdera sem remissão,
Há muito que ela pernoita...
Na despensa do patrão!”

Para quê? É quase ofensa
Responder, porque a resposta
Só não a vê quem não pensa
Ou quem de pensar não gosta...

Smaluco, por sua vez,
Pensa com calma bastante
Mas age com rapidez
E argúcia impressionante.

Dele se faz um retrato:
Pomba e Águia em condomínio;
Pomba na fala e no trato,
E Águia no raciocínio...

Na sua mente aquilina
A Verdade refulgiu!
E a tendência columbina
De envergonhada, fugiu...


VIII – POST SCRIPTUM

Tudo parece estar dito
Acerca desta desgraça,
Mas não; por que algo esquisito
Em nossas mentes perpassa.

Ricardo, em Tires, em conversa,
Com surpresa defendeu
Uma tese controversa
Que Smaluco não ‘squeceu.

Anabela é visitada
Pela razão que resume:
Ela matou, desvairada
Por amor e por ciúme!!!

E diz por fim, como em prece
Ou Acto de Contrição:
“Toda a pessoa merece
Muita piedade e perdão!”

Está certo? – Alguém pergunta.
E a resposta: – É arbitrário
Mas correcto, se a defunta
Faz do herdeiro milionário…

Se Anabela conheceu
As provas que a condenaram,
Como é que não percebeu
Quais as mãos que as prepararam?

É certo que o sacrifício
É de alguns anos penosos;
Mas são os ossos do ofício
Para “honestos” criminosos...

Conivência bem coberta?
Hipocrisia de um só,
Que, de um golpe se liberta
Da mulher e da “liró”?...

Tanto quanto se deduz
Deste romance homicida,
O problema é de truz!

Que o resolva o Boavida!



Para melhor compreensão e entendimento desta Solução de Dic Roland, passamos a transcrever o respectivo Enigma a que se reporta:



SMALUCO NA PRISÃO,
de Inspector Boavida (ex-Smaluco - Lisboa)

Nas últimas três semanas, desde que Natália Vaz aguarda julgamento em prisão preventiva por alegado crime de homicídio, Smaluco já passou mais tempo nos corredores de uma Cadeia do que durante toda a sua vida de trinta anos como detective da Policia Judiciária. É raro o dia que ele não rume a Tires para visitar e consolar a sua ex-namorada e mulher da sua vida, de quem andava “perdido” há mais de uma década.
Numa dessas visitas, Smaluco conheceu Ricardo Gomes, um respeitadíssimo industrial de calçado, possuidor de uma enorme fortuna herdada por sua mulher, que era detentora de um património imobiliário de valor incalculável, não só em Portugal como em diversas cidades europeias, e que viria a ser alegadamente assassinada por uma amante do seu próprio marido.
Anabela Monteiro, assim se chama a amante de Ricardo Gomes, cumpre pena de prisão há já dois anos no Estabelecimento Prisional de Tires e continua a reclamar a sua inocência. Diz ela que, no seu caso, a justiça portuguesa cometeu talvez um dos maiores e mais grosseiros erros da sua história. Mas a verdade é que foi dado como provado em tribunal que Anabela assassinou a mulher do seu amante, a sangue frio e sem quaisquer contemplações.
Segundo Ricardo Gomes, o corpo de sua mulher foi encontrado no Hall da sua residência de férias, no litoral do Baixo Alentejo, atingida com um tiro à queima-roupa que lhe desfez quase por completo o lado esquerdo da cabeça. Ricardo diz que ainda hoje sente arrepios de horror quando se lembra dos seus olhos muito abertos, num misto de surpresa e terror, e do sangue correndo abundantemente pelo rosto.
A Polícia Judiciária não teve dúvidas quanto à autoria do crime. Junto ao cadáver foi encontrado um botão de um casaco de peles de Anabela, alguns fios do seu cabelo cor de fogo e pegadas deixadas por uns sapatos que ela havia comprado semanas antes e que foram descobertos num velho e abandonado barracão situado nas imediações da casa onde ocorreu o homicídio.
A arma do crime, uma velha caçadeira de canos serrados, que o seu proprietário, Antunes Moita - o caseiro que vive num anexo da casa de férias do casal Gomes, que ele já cuida há mais de vinte anos - afirmou ter perdido numa remota noite de caça nos montes alentejanos, foi também encontrada no barracão junto a um par de luvas de lavrador, ressequidas de tanta falta de uso, e que foram supostamente utilizadas para não deixar impressões digitais na espingarda.
Foi Antunes Moita que descobriu o corpo da vítima quando entrou em casa por volta das dez horas da manhã para telefonar a um dos primos do casal Gomes – Filipe Gomes, que ali tinha estado hospedado no fim-de-semana anterior e que ficara de voltar naquele domingo para passar mais um dia nas belíssimas praias da costa alentejana, mas ainda não dera quaisquer sinais de vida.
Ao encontrar o corpo da sua patroa, já cadáver, Antunes teve o cuidado de não mexer rigorosamente em nada a não ser no telefone para ligar à Polícia Judiciária, no preciso momento em que entrava em casa o primo da vítima, que ficou paralisado ao confrontar-se com aquele quadro macabro. Refeito do choque, Filipe telefonou então para Ricardo Gomes que sabia encontrar-se por terras de Espanha para proceder a algumas cobranças de dívidas “mal-paradas” e que tencionava voltar apenas no dia seguinte.
A mulher do caseiro, uma senhora muito doente, que passou quase toda a semana no hospital da região, onde foi internada após mais um dos seus habituais problemas respiratórios, e que tivera alta apenas na véspera, ao fim da tarde, por insistência do marido junto do corpo clínico, foi a terceira pessoa a ver o corpo da vítima antes da chegada das autoridades policiais.
A Polícia Judiciária destacou para o local do crime dois dos seus mais jovens e prometedores efectivos, que chegaram cerca de duas horas depois do telefonema do caseiro e foram céleres nas investigações. Andaram pelas redondezas, ouviram o caseiro e a mulher deste, interrogaram Filipe, e em todas as conversas que fizeram mostraram grande interesse em saber pormenores sobre a vida conjugal dos donos da casa.
Os caseiros não tinham dúvidas: “Os senhores eram muito unidos, davam-se muito bem e raramente tinham quezílias entre eles. Ultimamente, porém, as zangas eram constantes por causa dos ciúmes da patroa, que veio a saber da existência de outra mulher na vida do marido”. Filipe Gomes corroborou as afirmações dos caseiros e foi ainda mais longe: “A amante do meu primo tornou a vida dele num autêntico inferno e há muito que a situação era insustentável para todos”.
Ricardo Gomes chegou ao fim da noite a casa e tinha à sua espera um dos agentes da PJ, com uma pergunta apenas: “onde está a sua amante Anabela?”. Ricardo diz que a julgava em Lisboa, no apartamento que ambos partilhavam há já alguns anos, mas ela acabaria por ser encontrada no Algarve, no dia seguinte, num hotel onde dera entrada três dias antes.
As provas eram demasiado evidentes para que Anabela Monteiro escapasse à prisão e a Justiça determinou que ela ficasse encarcerada durante doze anos. Ricardo diz que a visita com a frequência possível, entre os muitos afazeres da sua muito preenchida e agitada vida profissional, porque sabe que ela praticou aquele acto tresloucado, que continua a dizer não ter cometido, por amor e ciúmes. E, diz Ricardo Gomes, ”todas as pessoas merecem piedade e perdão”.
Smaluco abraçou, comovido, o seu ocasional companheiro visitante de cárcere, despediu-se dele com um sentido “até breve” e afastou-se cabisbaixo em direcção à porta de saída da penitenciária, sem ter percebido se Anabela Monteiro está ou não inocente… Por favor, digam-lhe quem matou a mulher de Ricardo Gomes e como foi chegaram a essa conclusão. 
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
  PASSATEMPO DE ESCRITA POLICIAL

Aproveite o Carnaval e “dê a volta à vida de Madalena e Companhia”: escreva o próximo capítulo de Pão de Canela!!!

A partir do dia 10 de Fevereiro (quinta-feira), já pode enviar a sua proposta de texto para o Décimo Quarto Capítulo do nosso romance de escrita colectiva. O prazo termina às 24.00 horas do dia 20 de Fevereiro.

(recorda-se que os primeiros treze capítulos deste romance podem consultados em www.danielfalcao.net), onde estão disponíveis em PDF)

Entretanto, divirta-se com mais três episódios do “Folhetim da Nelinha” (estória paralela ao “Pão de Canela”), assinados por A.Raposo.


EPISÓDIO “UM MAIS”

NELINHA NÃO ME MATES QUE EU SOU O TEU PAI
(até este malvado título foi roubado ao Camilo Castelo Branco por falta de títulos no nosso titulador)

- proposta para um tremendo episódio... - se eventualmente fosse escrito - de um emocionante e autêntico drama de faca e alguidar.

(para jovens, adolescentes e adultos, de comprovada robustez física, mental e moral, como sabemos ser o caso do nosso prezado leitor. peço desculpa se me enganei).

Segue-se a substância, propriamente dita:

Estamos a ficar tesos (no bom sentido literário e epistolar) de temas a desenvolver.
Esta é uma verdade, dolorosa, que devemos agarrar com a única mão que nos sobeja, já que a outra está ocupada com outras actividades de que por agora não interessa explanar.
A baixa condição moral que forma a nossa medula literária, confessamos, é vítima de muitos estilhaços de literaturas de baixa qualidade. Somos vítimas do sistema e procuramos também contribuir para vitimizá-lo. Isto é uma confissão. Confesso.
Porém, vamos lutar, até ao fim, para que a eventual qualidade literária não se afunde nos oceanos da nossa decrepitude nem que esbraceje no vácuo do desconhecimento.
É nos escolhos da vida (a vida é feita de abrolhos e é preciso abrir bem os olhos) que ganhamos ânimo e tesão (aqui também empregue no bom sentido epistolar e não no sentido lúbrico que saltita nos olhos de quem me lê, calculo.) para continuarmos a saga da Nelinha. As suas desventuras. As suas agruras. As suas amarguras. Temos que deixar de legado à humanidade e aos vindouros (por este andar, duvido) o conhecimento – empírico é certo – da vida da Nelinha. É mester.
Tal como o timoneiro Santana, de “contra ventos e marés” cuja barca anda à deriva e a apanhar com os ventos e as tempestades que gerou, no seu próprio ventre – leia-se intestino – esperamos levar o nosso barco a bom porto se bem que esfaqueado, apunhalado e esmigalhado, “pisoteado” pelo peso dos acontecimentos e a ignominia dos mais chegados. Ajudem-nos; dêem-nos o calor da vossa presença, através da leitura da nossa obra. (Estamos a preparar um grande romance histórico sobre a Dulcineia Nelinha e o seu cavalo Rocinante, brevemente à venda em todas as estrebarias, perdão livrarias) Bem haja leitor amigo pelo tempo que perde na leitura destas linhas. Se utilizássemos mais sinónimos e metáforas, entraríamos talvez na corrida ao Nobel da Literatura.
Mas não nos move a ignominia, a vaidade ou qualquer outra tenção.
Somos modestos, pobres, mas lavadinhos. Ninguém apontará com o dedo de Pôncio Monteiro, perdão Pilatos no nosso coração de português-suave.
Vem isto tudo a propósito (virá?) da nossa conhecida amiga Nelinha, que recentemente foi vista a passear o seu desdém pelo conhecido policiarista Dic Rolland (por favor, com dois eles), o que levou estoutro a exalar a sua propalada, divulgada, aconselhada e mui conhecida veia poética, picando mais uma vez o infeliz João de Deus, (a quem pedimos desculpa, ao João e a Deus) através de um soneto das suas “ Criptinas” também presente nas suas “Folhas Soltas” e que é mais ou menos como a seguir se conta:


Soneto de Dic dedicado a Nelinha

A Nelinha, não a tenho visto
Fugiu da minha vista, não sei dela
Sendo minha tenção casar com ela
Ou será só tensão que tenho nisto?

Ela é boa mulher – valha-me Cristo
Alta, morena, grandes olhos... bela!
Mas, o seu amor por mim não se revela
Cartas, mais cartas e não passa disto.

Primeiro, pensei que tinha outro parceiro
PP de IX, Tempicos, por vingança?
Pessoas na verdade sem valor

A quem ela não deu menor esperança
Comigo ao menos, tinha o seu dinheiro
Que a mim já não me dá o pé pr´a dança...

Lisboa,
Clínica de Psiquiatria do Hospital de Rillhafolles.
Aos não sei quantos de
Tantos de dois mil e perdi-me.

Será que tive outra recaída
Ou é o síndroma gripal?


EPISÓDIO “DOIS MAIS”

NELINHA ENTROU NA POLITICA

Meus caros amigos. O assunto é sério.
Recebi com alguma admiração e, um forte sabor a deleite desnatado, a notícia que a nossa tão querida Nelinha estava a formar – um partido político.
Como devem calcular fiquei abusardido (1).
Apressei-me a ofertar-lhe os meus antigos conhecimentos de marketing político.
Os seus amigos PP de IX e Dic, qualquer deles com formação em Harvard e na Sorbonne, respectivamente, seriam também de grande ajuda. Sei que gostariam de ajudar um partido do zero para o infinito, já que os actuais vão em sentido inverso.
A Nelinha, se bem que não pareça, fez igualmente um Curso
Superior em Paris.
Chez Madame Artur. Uma escola politécnica .
Tirou a especialidade:” Ponts et Chaussés” com doutoramento em “Trottoirs”.
Cada um dá o que pode. E a Nelinha pode. Olá se pode!
Estou convencido que o curso que ela tirou também tem sido a escola dos nossos mais ilustres políticos da nossa tão mal tratada terra.
Eu estou a preparar-lhe o projecto de programa de governo, que me apresso a dar-vos conhecimento:

..........................................

Directório político da Dra. Nelinha
Projecto de programa político da autoria do distinto suciólogo e
Antropitecólogo Tempicos, em sete simples pontos :

1. Afastar toda a actual população do País (com cartas de chamadas falsas, vindas do Brasil em nome do Rip Kirby, por exemplo) e recomeçar de novo com pessoal importado e devidamente formatizado, subdividido pelos quatro sexos (2) e por uma única e exclusiva classe etária: mais de vinte anos e menos de quarenta. Tudo gente para trabalhar e fazer filhos nos intervalos. Não queremos cá “ginjas”. Nota: todo o pessoal descontaria para a Caixa!
2. Quem quisesse poderia livremente votar, desde que votasse no partido da Nelinha.
3. A Nelinha seria coroada como a Rainha D. Nelinha Pia de W.C-1ª (do antigo reyno de Portugal Y Al-garb)
4. O partido seria monarquico-republicano, como qualquer cego poderá ver.
5. Dic Rolland seria nomeado “Cavaleiro” numa cerimónia no castelo de S. Jorge, com entradas pagas, bifanas para o clero e coiratos para o povo à discrição. Ficaria responsável pelas letras do Hino Nacional, do País que passaria a chamar-se Nelinhândia. A música seria do Fado “Embuçado”.
6. PP de IX, atendendo ao seu ouvido de surdo para a música seria nomeado 1º charameleiro do reyno com direito de pernada nas poucas moças virgens (se apanhar uma é uma sorte!) da região do vale do Tejo.
7. Por último Tempicos seria nomeado adminstrador-reformado da Caixa e cobraria o dizimo de cada tusto entrado, para os seus alfinetes de peito, em forma de bretzel.
8. Seria proibido tudo o resto.
Este programa poderá ainda ser muito melhorado pelo que ficamos a aguardar as contribuições (recebemos cheques) dos ilustres colaboradores.

Lisboa, Janeiro de 2005.
Paço Real da Rainha Nelinha
O seu Pagem de serviço
Tempicos.

(1) Abusardido- Neologismo empregue pela 1ªvez, é uma estreia , caramba!
(2) sexos: masculino, feminino, nésbico e o sexo appeal.


EPISÓDIO “TRÊS MAIS”

VIVA A RAINHA
Viva a rainha da Nelilândia
Viva a Nelinha

Sua alteza real, D. Nelinha Pia de W.C., rainha da República da Nelilândia vem, em nome de Deus, da sua realíssima majestade, afirmar adrede a sua firme intenção de dar ao seu reino o programa político que o país precisava, e que sempre, aliás, foi prometido, mas não mais que isso, por miríades de pseudopolíticos. Finalmente vê a luz da aurora.
Passamos a enumerar as medidas decididas e que imediatamente entram em vigor em todo o país-reino (incluindo a ilha do Alberto João, as Berlengas e os Farilhões).

1. D. Nelinha dará o exemplo aos seus súbditos, para se manterem saudáveis.
1.1. Haverá uma única refeição diária, na casa real e em todo o reino-país.
1.2. A refeição chamar-se-á almojantar (ou 2 em 1) com isso obtém-se um benefício imediato de 50% na balança de pagamentos. Baixa o colesterol e por tabela as doenças coronárias – GGGS .
2. O Governo de sua majestade será um “outsorsing” – todos os ministros a recibo verde e a prazo de seis meses. Far-se-á um contrato com a Ucrânia para fornecimento de ministros, secretários etc. Com isso poupamos milhares de euros. Milhentas chatices e invejas e horas de telejornal.
2.1.Todas as despesas dos ministérios serão controladas por uma panóplia de investigadores do Tribunal de Contas. Gasto o orçamento, não se poderá gastar nem mais um chavo! Quem o fizer, corta-se-lhe a mão. Já não repete!
3. Certas ocupações pouco ou nada produtivas, serão abolidas (padres, políticos, advogados, ladrões assumidos ou pederastas e prostitutos de todos os sexos) e os seus elementos serão reunidos numa grande propriedade do Alentejo para uma cura. Apascentarão gado e tocarão flauta de bisel durante um ano. Farão em seguida um estágio num cais do reino, na estiva, para treino de bíceps e preparação física para um trabalho braçal adequado. Ninguém mais viverá da exploração do trabalho de outrém. A máxima: quem não trabuca, não manduca, será, escrito em latim na bandeira do reino-república.
4. Não haverá mais férias, feriados, baixas e pontes. O trabalho é sempre obrigatório e só poderá ser interrompido por morte súbita ou decreto-real.
4.1. Quem prevaricar será expulso do reino-república por toda a vida, mesmo que sobreviva para além da morte, o que duvidamos.
5. Prevendo-se o enriquecimento rápido e continuado do país, será enviado a G.Bush uma parcela da renda para que este continue a expandir a democracia a toque de canhão, por todo o mundo, fazendo a guerra para conseguir a paz.
6. O fiel amigo, companheiro e amante de D. Nelinha, será armado cavaleiro e ser-lhe-ão entregues as mercês reais, diversos ginetes de Alter. Uma armadura em fibra de carbono e uma lança com raios laser acoplados, a última palavra da parafernália militar da arma de cavalaria.
6.1. O cavaleiro mencionado em 6. é o conhecido poeta hinólogo, quadreiro e soneteiro Dic Rolland. um autêntico e ilustre descendente de Cid o campeador pelo lado dos avós paternos e Branca de Neve pelo lado dos maternos, conseguindo assim reunir NELE as qualidades dos verdadeiros lutadores ancestrais “antropitecus erectus a cavalus”. Este ilustre dará posteriormente à estampa – visto, revisto e aumentado os livros de D. Duarte: A ARTE DE CAVALGAR EM TODA A SELA, e o LEAL CONSELHERO, obras-primas dos reis que foram deste reino, aqui à atrasado.
6.2. Será ainda nomeado (é só tachos...) Ministro das Obras Feitas, Caça às Bruxas, Abetardas e Jogos de Amor e de Amigo.
7. Todo o país irá juntar caricas de cervejas para se conseguir metal suficiente para a construção de uma estátua – tipo estátua D. José no T. do Paço – onde aparecerá vestido e aperaltado, com a lança em riste, no seu cavalo, o Grande Dic Rolland (uma espécie de Marquês de Pombal, mas para melhor). Na pedra base da estátua, cinzelado no mármore um soneto, perdurará por todos os tempos:

Soneto da rainha Nelinha ao seu fiel cavaleiro Rolland

Sonhei, caro Rolland, que em fofo leito
Nos meus, teus belos braços abraçava
Que teu farto cabelo te afagava
Que te quebravas forte no meu peito

E que tirada a roupa, o nó desfeito
Por todo o lindo corpo me apalpavas
E entre as coxas alvas me deixavas
As marcas do amor feito com jeito

Enfim, a coisa que o decoro cala
Contigo, penso, julgo que fazias
E gozei um prazer que não se iguala

Mas tudo o que pensei... a noite exala
Foi tudo em pensamento... e que faria
Com tua lança frouxa e doentia ?...

Aos cinco de Fevereiro do ano da graça
Neliana de 2005
Paço Real

Tempicos de Alcofurado
Escrivão do Reyno
Na reforma.
 
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
  PASSATEMPO “rápidas… com pontuação”

Solução da prova nº. 3 - As flores de canteiro escondidas pelo velho jardineiro grego no texto são 9 (nove). A saber:

O jardineiro AILEMAC (invertido), velho grego exilado em Portugal, autêntico esCRAVO dos canteiros do jardim público onde presta serviço, enlouqueceu de saudades da família e de paixão pelas flores que cuida com desvelo há mais de vinte anos. No seu deLÍRIO, resolveu descalçar as luvas e as sanDÁLIAs da sua labuta diária, coçando raivosamente os seus pés desnudados, e prostrou-se em cima de um dos bancos do jardim, gritando: “a minha vida aMARGA RI DAqueles que se dobram facilmente perante as dificuldades”. E, como vive cismando que lhe querem roubar as flores, gritou a plenos pulmões: “as flores do meu jardim são minhas e ninguém delas me apartará”. Para que não houvesse dúvidas sobre a sua disposição, vociferou: “venha o mais valentão e atrevido, e dele farei mil pedaços”. Colérico, reforçou a ameaça: “de certeza que nenhum homem ou aniMAL ME QUER ver furioso porque sabe do mal que sou capaz”. Firme, concluiu: “e é escusado virem com falinhas mansas ou especulações sobre o caso porque eu PAPO ILAções ao pequeno-almoço, com sumo de laranja”. Quando já estava quase vencido pelo sono, teve medo que lhe roubassem as suas “meninas” e escondeu algumas delas nesta pROSA, porque assim, segundo ele, não há quem VIOLE TAnta beleza criada pelas suas próprias mãos. Quantas são as flores escondidas e onde estão elas?

Devido às características e a uma certa “complexidade” da Prova, o Inspector Boavida e o seu alter-ego Smaluco decidiram previamente considerar como correctas todas as propostas de Solução que identificassem pelo menos oito flores. Refira-se, apenas por curiosidade, que somente sete concorrentes foram totalistas! – das restantes soluções consideradas “correctas”, apenas seis referiam 8 flores e (quase) todas as outras identificavam com rigor 7 flores.

Face aos resultados apurados, a classificação geral do passatempo “rápidas… com pontuação” é agora comandada por Dic Roland (62 pontos), logo seguido por Zé-Viseu (61 pontos) e Mister H (58 pontos).

Vejamos, então, os resultados completos da prova nº. 3 e a actual Classificação Geral:

Participantes mais rápidos na 3ª.Prova (com solução considerada certa)
Vilnosa – 15 pontos
Dic Roland – 10 pontos
Sinid Agiev – 8 pontos
Madame Eclética – 7 pontos
Eduardo Oliveira – 5 pontos
Ma(r)ta Hari – 5 pontos
Danielux – 5 pontos
Alce Branco – 5 pontos
Rip Kirby – 5 pontos
Paulo – 5 pontos
Karl Marques – 5 pontos
Mister H – 5 pontos
Zé-Viseu – 5 pontos

Participantes com solução errada
Tai-Pan – 1 ponto
Arnes – 1 ponto
A.Raposo – 1 ponto
Daniel Falcão – 1 ponto
Dr. Gismondo – 1 ponto

Participantes com “as quatro melhores soluções”
Karl Marques – 30 pontos
Zé-Viseu – 20 pontos
Danielux – 15 pontos
Alce Branco – 10 pontos

Classificação Geral (soma de pontos) após a segunda prova
1º. Dic Roland – 27 + 25 + 10 = 62 pontos
2º. Zé-Viseu – 1 + 35 + 25 = 61 pontos
3º. Mister H – 38 + 15 + 5 = 58 pontos
4º. Karl Marques – 15 + 5 + 35= 55 pontos
5º. Daniel Falcão – 20 + 25 + 1 = 46 pontos
6º. Vilnosa – 5 + 15 + 15 = 35 pontos
7º. Danielux – 1 + 5 + 20 = 26 pontos
8º. Rip Kirby – 15 + 5 + 5 = 25 pontos
9º. Alce Branco – 1 + 5 + 15 = 21 pontos
10º. Eduardo Oliveira – 10 + 5 + 5 = 20 pontos
11º. Ma(r)ta Hari – 5 + 7 + 5 = 17 pontos
12º. Madame Eclética – 5 + 5 + 7 = 17 pontos
13º. Sinid Agiev – 0 + 8 + 8 = 16 pontos
14º. Paulo – 5 + 1 + 5 = 11 pontos
15º. Inspector Huga Booga – 5 + 5 + 0 = 10 pontos
16º. A.Raposo – 1 + 5 + 1 = 7 pontos
17º. Hortonólito – 5 + 1 + 0 = 6 pontos
18º. Dr.Gismondo – 1 + 1 + 1 = 3 pontos
19º. Abrótea – 1 + 1 + 0 = 2 pontos
20º. Tai-Pan – 0 + 1 + 1 = 2 pontos
21º. Arnes – 0 + 0 + 1 = 1 ponto

 
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