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segunda-feira, dezembro 19, 2016
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - futuras iniciativas CONCURSO DE CONTOS “UM CASO POLICIAL EM GAIA” REGULAMENTO 1. O concurso é aberto a todos, sem condicionalismos de idade. 2. É vedada a participação de membros do júri ou seus familiares, podendo cada concorrente apresentar mais do que um original, desde que o faça utilizando pseudónimos diferentes. Os pseudónimos utilizados, bem com os textos, não poderão por qualquer forma levar à identificação do concorrente. 3. Os trabalhos, na modalidade de conto policial, em língua portuguesa, deverão ser apresentados impressos em páginas de formato A4. 4. Os contos terão como tema UM CASO POLICIAL EM GAIA e deverão ter obrigatoriamente um mínimo 4 páginas (não havendo limite máximo de páginas). 5. Cada trabalho, com o respetivo autor identificado apenas por um pseudónimo, deverá ser enviado por correio até ao último dia do mês de abril de 2017, num sobrescrito dentro do qual também deverá ser metido outro sobrescrito bem fechado, identificado por fora com o mesmo pseudónimo e contendo um papel onde se identifique o título do conto, o pseudónimo e a verdadeira identificação e o endereço do concorrente, número de telefone ou endereço de e-mail. 6. A abertura dos sobrescritos contendo a identificação dos concorrentes premiados, só será efetuada após as decisões do júri. 7. Os trabalhos, nos moldes atrás descritos, deverão ser enviados para o seguinte endereço postal: AUDIÊNCIA GP / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores. 8. O júri será constituído por três personalidades de reconhecido mérito, a designar pelo orientador da secção O Desafio dos Enigmas. 9. Das decisões do júri não haverá recurso, ficando-lhe a competência de determinar, dependendo da quantidade e da qualidade dos trabalhos, se deverão ou não ser atribuídos os prémios, no limite previsto de seis taças e seis menções honrosas, distribuídos por três classificações: a primeira, para todos os contos a concurso; a segunda, para aqueles que nunca tenham publicado qualquer conto; e, a terceira, destinada exclusivamente aos mais jovens. 10. Os nomes dos premiados serão anunciados até final de junho na secção O Desafio dos Enigmas do jornal AUDIÊNCIA Grande Porto. 11. Ao orientador da secção O Desafio dos Enigmas reserva-se o direito, dentro de um prazo de um ano após o anúncio dos vencedores, de promover a publicação de qualquer dos trabalhos concorrentes, sem pagamento de direitos autorais; 12. Os casos omissos serão resolvidos pelo orientador da secção O Desafio do Enigmas, não havendo recurso das decisões tomadas. “UM CASO POLICIAL EM GAIA” Este Concurso de Contos tem como única obrigação temática o local da ação dos trabalhos, que deverão ocorrer em Gaia, concelho do norte situado a sul da cidade do Porto, muito procurado por turistas nacionais e estrangeiros pelas suas magníficas praias que se estendem ao longo de 18 quilómetros, pelas seculares Caves de Vinho do Porto e pela Reserva Natural Local do Estuário do Douro, entre muitas outras grandes atrações, de que salientamos o majestático Mosteiro da Serra do Pilar e o seu Centro Histórico. Para que os potenciais concorrentes não se inibam de deitar às mãos à escrita dos seus contos por não estarem identificados com aquelas paragens, aqui ficam algumas dicas que poderão ajudar a escolher o cenário das suas respetivas narrativas e, quem sabe, estimular a realização de uma visita de reconhecimento. O ponto de partida pode ser o magnífico Mosteiro da Serra do Pilar, com uma vista deslumbrante sobre o Douro, a cidade do Porto e o vizinho Jardim do Morro, local de embarque do teleférico que desce até ao Centro Histórico de Gaia, onde estão localizadas as Caves de Vinho do Porto. No miolo do Centro Histórico, está localizada a Igreja de Santa Marinha, construída no século XV e restaurada em 1745, por Nicolau Nasoni, onde sobressai, no seu interior, o altar em talha dourada, com pinturas do século XVIII. Mais junto ao Cais de Gaia situa-se o Convento Corpus Christi, fundado em 1345, onde estão sepultadas D. Leonor de Alvim, esposa do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, e sua avó, D. Maria Mendes Aboim, falecida em 1355 e fundadora do convento. Neste monumento encontra-se também a arca tumular de Álvaro Anes de Cernache, primeiro senhor de Gaia, que foi alferes da bandeira da Ala dos Namorados na Batalha de Aljubarrota. A partir do Cais, nasce um passadiço que permite alcançar todas as praias de mar, a pé ou de bicicleta, passando pela ancestral e pitoresca zona piscatória da Afurada, a que se segue a jovem Marina Douro, com cais para centenas de embarcações de recreio e servida por diversos espaços de lazer e lojas comerciais. A pouco mais de quinhentos metros, surge a Reserva Natural Local do Estuário do Douro, que concentra, ao longo do ciclo anual, um elevado número de aves, desde guarda-rios, vários tipos de gaivotas, corvos-marinhos, garças-reais, maçaricos-das-rochas, tarambolas, seixoeiras, piscos-de-peito-azul, papa-ratos e rolas-do-mar, entre muitas outras espécies. Continuando o caminho ao longo da marginal, são duas as paragens quase obrigatórias para quem visita Gaia: a Capela do Senhor da Pedra, construída, em 1686, sobre um rochedo junto do mar, dedicada nas suas origens a um culto pagão, de caráter naturalista, dos povos pré-cristãos, tendo sido posteriormente convertido ao cristianismo; e a Estação Litoral da Aguda, localizada numa das mais pequenas aldeias piscatória na costa atlântica, que comporta um Museu das Pescas, um Aquário que exibe a fauna e a flora aquáticas locais e um Departamento de Educação e Investigação. Mas não se ficam por aqui os lugares de interesse de Gaia, que são inúmeros e de grande beleza, como são disso exemplo a Casa Barbot, um exemplar único de Arte Nova, onde funcionam os serviços municipais da cultura, ou o Mosteiro de Grijó, momento inaugurado em 1574, cuja capela-mor possui um cadeiral de madeira e um retábulo-mor de talha, da autoria de Mestre António Vidal, com a representação da Transfiguração de Cristo do pintor Pedro Alexandrino, grandes artistas oitocentistas. A terminar esta breve viagem pelo terceiro maior concelho do país, podemos destacar ainda o Mosteiro de Pedroso, fundado entre os séculos X e XI, monumento que terá acolhido o frei Pedro Julião, mais conhecido por Pedro Hispano, que viria a ser o Papa João XXI; o Parque Biológico, um equipamento de educação ambiental com um percurso de descoberta da natureza e animais para visitar; ou o Zoo Santo Inácio, que se diz ser o maior e mais verde parque zoológico do norte do país, cuja preocupação central passa pela sensibilização da proteção da vida selvagem e bem-estar dos animais.  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 16 de dezembro de 2016 COM AS SOLUÇÕES EM DIA, FALTA APURAR O VENCEDOR Vamos hoje colocar em dia as soluções dos desafios que constituíram o primeiro passatempo da nossa secção, deixando em suspenso para a próxima edição o anúncio do seu vencedor. Perante as duas últimas soluções “oficiais” agora apresentadas, os leitores-detetives que ocupavam os lugares cimeiros da classificação geral quando eram cumpridas nove provas aumentarão as suas expectativas de vitória ou… sentirão diminuídas as possibilidades desse sucesso, em função das suas próprias soluções. Porém, num caso ou noutro, tudo pode acontecer face às soluções enviadas pelos seus opositores. Uma solução correta pode não ser suficiente para bater a concorrência, já que os pontos devidos às melhores e às mais originais soluções podem fazer toda a diferença na definição da classificação final. Na linha da frente, dois concorrentes, separados por apenas sete pontos quando eram decorridas nove provas, partilhavam o favoritismo. Agora, cumpridos os últimos quatro desafios, tudo pode acontecer. VAMPIROS DE PRATA (SOLUÇÃO DO AUTOR, JARTUR) Os “Vampiros de Prata” não tiveram quaisquer culpas na tragédia ocorrida, e só o Cabo Félix é responsável por aquilo que aconteceu. Ele mentiu, nas suas declarações, pois se os aparelhos eram supersónicos, e vinham na velocidade máxima – por conseguinte superior à do som – o Cabo não poderia ter ouvido o ruído dos jatos a tempo de se atirar para o solo e avisar o Sargento, pois o som só chegaria depois dos aparelhos. Além disso, se o avião tivesse tocado no militar, este não cairia quase verticalmente da alta pedreira, mas seria projetado a grande distância, não se imobilizando, portanto, junto à base da elevação. Além disso, se as coisas se tivessem passado assim, o Cabo também teria sofrido consequências. E, como é óbvio, seria demasiado arriscado para os pilotos, voarem, ainda que momentaneamente, a tão curta distância do solo. Assim, considere-se que não houve, realmente, culpabilidade da parte dos aviadores. Em virtude das mentiras formuladas pelo depoente, o mais provável é ter o Cabo assassinado o seu superior, após a passagem dos jatos, lançando-o então para o abismo. BILL, O PESCADOR (SOLUÇÃO DO AUTOR, PENA COVA) Bill nada viu porque nada podia ver (é cego!). Ele estava sentado de frente para o rio e o tiro atingiu-o no peito (a bala veio da direção da outra margem do rio). A bala foi disparada de uma distância não superior a cinquenta metros e a margem esquerda do rio fica a centenas de metros (o criminoso disparou de dentro do rio). Cerca de quinze minutos depois do tiro, população local e veraneantes apareceram na praia e nada viram (o criminoso saiu do rio como entrou: a nadar; e desapareceu pelo mesmo sítio por onde veio: pela margem esquerda, encoberto pela densa vegetação). O magnata americano é um daqueles cegos que costumam dizer, com um misto de orgulho e de raiva contida, que “veem mais do que muitos não-invisuais”. Detesta “solenemente” que o tratem como inválido e há quase três semanas que fazia aquele caminho da vila para o rio, sempre só e apenas à hora em que toda a gente se resguardava estrategicamente do sol escaldante, dentro de casa ou nas sombras mais frescas daquelas paragens. Ao princípio, fazia-o quase às apalpadelas, pé ante pé, mas, alguns dias depois, já caminhava até lá sem grandes dificuldades, para gozar as delícias do Sol que ele adora sentir, forte e agressivo, no seu rosto (a um invisual, o Sol tórrido “tosta” a pele mas não “queima” ou perturba a vista), enquanto aguardava, em silêncio quase absoluto, que o peixe (abundante naquelas águas, o que desperta o apetite de todo e qualquer amante da pesca) mordesse o isco. Bill era um homem de rotinas e de rituais. E foi isso que quase o perdeu. Ele tinha ido para aquele local longínquo para fugir do stress da sua agitada vida de empresário, com interesses em vários países e nos mais diversos setores de atividade. Ao escolher aquele lugar, para além de poder dedicar-se calmamente ao seu passatempo favorito, ele estava também convicto de que poderia dispensar os seus homens da segurança e viver finalmente algumas semanas em paz, como qualquer vulgar cidadão. Enganou-se! Alguém o perseguiu e estudou pormenorizadamente os seus passos até se certificar de que estava em condições de cumprir a sua “missão” assassina com sucesso e sem ser descoberto. Chegada a hora, mergulhou nas águas do rio até a uma distância que permitisse ter “pé” (num rio com leito muito aberto, mesmo de águas profundas, as margens têm “pé” até larga distância) e deixasse o americano ao alcance da sua carabina. O tiro partiu. Bill caiu para o lado (o atirador não estava numa posição absolutamente frontal ao alvo). Quando se recompôs do susto, o magnata-pescador teve presença de espírito e sentido de humor suficientes para exclamar: “Vi a morte à minha frente e safei-me!”... QUEM TERÁ VENCIDO O NOSSO PRIMEIRO PASSATEMPO? E os nossos leitores que participaram nestas duas provas, também se safaram? A ver vamos, como “diria o cego”… Agora é tempo de fazer contas às pontuações obtidas pelos concorrentes nestes desafios e somar às restantes, a fim de apurar o grande vencedor. Mas… só saberemos isso no próximo ano. Por agora, enquanto vos mantemos em suspenso sobre o assunto, aqui ficam os nossos votos de um FELIZ NATAL e um EXCELENTE ANO NOVO!  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 1 de dezembro de 2016 APROXIMA-SE UM NOVO ANO, PREPARAM-SE NOVOS PASSATEMPOS Mais um ano que se aproxima do fim, mais passatempos que germinam na cabeça do orientador desta secção. A escrita de contos policiais é o próximo desafio que se colocará à criatividade dos nossos leitores, que terão também que se debater mensalmente com a decifração de problemas policiários (oito no total), assinados por alguns dos mais consagrados autores nacionais, com publicação agendada para a partir do início do mês de fevereiro de 2017. Entretanto, enquanto se aguardam mais novidades sobre o que o próximo ano nos reserva, a leitora Ma(r)ta Hari, jovem enfermeira natural de Lisboa, atualmente em serviço num hospital público do norte, praticante entusiasta de geocaching e amante de desportos mentais, revela nesta edição a solução do seu primeiro problema policiário. Por sua vez, A. Cláudio, um veteraníssimo ribatejano de Almeirim que nos idos de 1945 era empregado numa livraria local frequentada por estudantes e que, já adulto, se formou com distinção em História, dá a conhecer a solução de um dos inúmeros enigmas policiários que foi fazendo ao longo das últimas décadas, até se ter afastado completamente, e aos poucos, destas lides… AS FLORES ESCONDIDAS (SOLUÇÃO DA AUTORA) As flores de canteiro escondidas pelo velho jardineiro grego no texto são 9 (nove). A saber: “O jardineiro AILEMAC (invertido), velho grego exilado em Portugal, autêntico esCRAVO dos canteiros do jardim público onde presta serviço, enlouqueceu de saudades da família e de paixão pelas flores que cuida com desvelo há mais de vinte anos. No seu deLÍRIO, resolveu descalçar as luvas e as sanDÁLIAs da sua labuta diária, coçando raivosamente os seus pés desnudados, e prostrou-se em cima de um dos bancos do jardim, gritando: “a minha vida aMARGA RI DAqueles que se dobram facilmente perante as dificuldades”. E, como vive cismando que lhe querem roubar as flores, gritou a plenos pulmões: “as flores do meu jardim são minhas e ninguém delas me apartará”. Para que não houvesse dúvidas sobre a sua disposição, vociferou: “venha o mais valentão e atrevido, e dele farei mil pedaços”. Colérico, reforçou a ameaça: “de certeza que nenhum homem ou aniMAL ME QUER ver furioso porque sabe do mal que sou capaz”. Firme, concluiu: “e é escusado virem com falinhas mansas ou especulações sobre o caso porque eu PAPO ILAções ao pequeno-almoço, com sumo de laranja”. Quando já estava quase vencido pelo sono, teve medo que lhe roubassem as suas “meninas” e escondeu algumas delas nesta pROSA, porque assim, segundo ele, não há quem VIOLE TAnta beleza criada pelas suas próprias mãos”. MORTO! (SOLUÇÃO DO AUTOR, A. CLÁUDIO) 1. Passeio/Mau tempo. Stanley declarou que, na véspera, fora dar um passeio com o tio, na mata, quando, de súbito, este se sentiu mal. “Esqueceu-se” que, no dia anterior, “chovera ininterruptamente”, não propiciando tal passeio a um idoso, doente… que apareceu morto, deitado de bruços sobre a cama, vestido com a roupa que teria levado a esse passeio, mas sem qualquer vestígio de chuva ou de terra/lama… 2. Bolso rasgado. Segundo o mesmo, no regresso, o casaco do tio ficou preso num dos ramos do canteiro, rasgando-se. De facto, o investigador encontrou-o nesse local. Mas… seco, evidenciando que não estava lá desde o chuvoso dia anterior, tendo sido posto neste “dia formoso e prometedor”. 3. Som do tiro. Não foi ouvido pelo criado, porque este era surdo (“Levava, repetidas vezes, a mão, em forma de concha, ao ouvido”). Mas ele, Stanley, não o era e devia tê-lo escutado, considerando que o seu quarto seria próximo do do tio. – Pois não o ouvia ele, muitas vezes, falar alto, durante a noite? 4. Outros. O estado do tio já há algum tempo era preocupante. Regressa do passeio mal disposto, cambaleante, mas o sobrinho não procura saber do seu estado senão no dia seguinte? Um tiro suicida provoca “uma pequena brecha no crânio”… e não um furo, com vestígios de pólvora (disparo à queima-roupa)… e sem sangue? CONCURSO DE CONTOS POLICIAIS Esta próxima iniciativa faz a ponte entre a literatura e o enigma policial, entre a produção e a decifração, entre o policial e o policiarismo. O seu arranque está previsto para breve e corporiza-se em forma de concurso aberto a todos, jovens e menos jovens, que se queiram “aventurar” na ficção policial no género Conto. O regulamento será disponibilizado oportunamente, prevendo-se que a entrega de originais ocorra em abril. Adiante-se, para já, que está prevista a existência de três classificações: a primeira, para todos os contos a concurso; a segunda, para aqueles que nunca tenham publicado qualquer conto; e, a terceira, destinada exclusivamente aos mais jovens. Portanto, pegue na caneta (no teclado do computador ou da sua velha máquina de escrever) e comece já a preparar o seu conto policial. TORNEIO POLICIÁRIO’ 2017 Oito enigmas de índole policiária, especialmente produzidos para o efeito, constituem o Torneio Policiário’ 2017 que terá início no mês de fevereiro próximo, com base no regulamento que publicaremos em breve. Face ao maior grau de dificuldade dos problemas, comparativamente aos do passatempo que agora termina, o prazo de envio das soluções será alargado para que os leitores tenham mais tempo para leituras atentas e não se sintam pressionados a interpretações apressadas, mais passíveis de omitir pormenores e de… errar.  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 16 de novembro de 2016 JARTUR É O AUTOR DO ÚLTIMO DESAFIO DO ANO O derradeiro desafio do nosso primeiro passatempo é da autoria de um dos mais respeitados e consensuais policiaristas portugueses, com um percurso exemplar como produtor e decifrador, mas também como divulgador da modalidade-rainha dos desportos mentais: os enigmas policiários. Natural de Aveiro, mas a residir há muito na cidade do Porto, Jartur, iniciou-se na atividade policiária há mais cinco décadas. Para além da participação em diversos torneios, onde de destacou como decifrador e produtor, foi orientador de algumas das mais populares secções editadas no século XX em jornais e revistas de âmbito regional e nacional. Nas últimas décadas, Jartur tem dedicado boa parte dos seus dias à recolha e organização de todo o material impresso nas mais distintas publicações, reunindo assim a história da problemística policiária portuguesa, desde as suas origens, que tem vindo a partilhar com a comunidade ligada à prática desta atividade, através dos meios ao seu alcance, sempre na esperança de conseguir um espaço físico que mereça a honra de acolher este importante arquivo. Neste valioso espólio estarão muito provavelmente todos os enigmas produzidos por Joe Match (Matos Maia), autor do desafio de que publicamos nesta edição a respetiva solução. O CRIME DA RUA DO SALITRE (SOLUÇÃO DO AUTOR) A mentira de Y vê-se logo ao primeiro exame do problema, pois estamos em frente do espelho, e sendo a porta exatamente por detrás daquele, era impossível ao atacante chegar até ele e dar-lhe com uma coisa na cabeça sem ser visto, logo que era lá que a sua atenção estava fixada quando se penteava. Outra coisa era certa: é que se o atacante tinha de passar pela sala onde se encontrava X, e se este estava lá dava imediatamente sinal de alarme, ou, não dando por ele, dá-lo-ia o tiro que o matou e Y não seria nunca atacado de surpresa. Portanto, ele mentia! O assassino não podia ser outro senão o próprio cunhado, que ouvira A dizer em público que mataria X, e sobre quem iriam, portanto, cair todas as suspeitas do crime. VAMPIROS DE PRATA (DESAFIO, DE JARTUR) “Vampiros de Prata” era o nome da heroica esquadrilha que se exibia naquelas manobras militares, efetuadas numa extensa região montanhosa… Durante a manhã, no decurso dos exercícios, os aparelhos supersónicos sulcaram o céu em todas as direções, desenhando, a velocidades incríveis, as mais arriscadas acrobacias. Incapazes de dar valor às suas próprias vidas, os pilotos lamentaram sinceramente a morte do sargento Barradas, cuja causa foi atribuída à temeridade dos jovens aviadores. O corpo caíra da alta pedreira, quase verticalmente, parcialmente despedaçado, junto à base da elevação de onde se despenhara. Com é costume fazer-se nestes casos, foi aberto um inquérito para tentar apurar as causas do sucedido. Com os depoimentos das testemunhas oculares, elaborou-se o respetivo processo, de modo a encontrar-se a quem (ou a que) atribuir as responsabilidades do incidente. O cabo Félix, única pessoa que no momento do desastre se encontrava próximo do sargento Barradas, afirmara aos inquiridores: - Nós estávamos a planear o itinerário para o exercício da tarde, quando ouvi o ruído dos jatos. Voltei-me imediatamente e, ao aperceber-me de que eles vinham na nossa direção, no máximo de velocidade e a pequena altura, atirei-me ao solo, gritando ao sargento que fizesse o mesmo. Ele, porém, não deve ter ouvido a minha advertência e… foi projetado no abismo… Por sua vez, o major J. Ramos, comandante da esquadrilha, declarara: - Efetivamente, nós picámos várias vezes, na velocidade máxima, sobre o sítio da pedreira, mas retomávamos altura sempre no momento conveniente, de modo a não fazer perigar a nossa própria vida ou a de qualquer pessoa que se encontrasse no solo. É muito estranho, pois, que o militar possa ter sido projetado pelo sopro de algum dos nossos aparelhos… Quinze dias depois, em Tribunal Militar, foi o caso dado por encerrado, tendo-se concluído que… DESAFIO AO LEITOR Na sua opinião, qual a conclusão que se poderá retirar deste caso? Elabore um relatório circunstanciado, justificando o que se terá passado durante o exercício militar, e depois faça-o chegar ao orientador da secção, até dia 30 de dezembro, através de um dos seguintes meios: - por correio, para AUDIÊNCIA GP / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, fique a saber como se encontra escalonada a classificação do nosso passatempo quando estão cumpridos os primeiros nove desafios, com a leitora Madame Eclética a destronar o líder Inspetor Mucaba e a ganhar avanço sobre os restantes adversários. CLASSIFICAÇÃO ATUAL (ATÉ AO NONO DESAFIO) 1º. Madame Eclética (74)+15+14+14: 117 pontos; 2º. Insp. Mucaba (76)+11+10+13: 110 pontos; 3º. Insp. Guimarães (74)+12+11+10: 107 pontos; 4º. Zé de Mafamude (74)+13+10+10: 107 pontos; 5º. Ma(r)ta Hari (66)+10+15+11: 102 pontos; 6º. Beira-Rio (65)+10+10+10: 95 pontos; 7º. Gomes (62)+9+12+10: 93 pontos; 8º. Arc. Anjo (61)+8+13+9: 91 pontos; 9º. Holmes (62)+10+9+10: 91 pontos; 10º. Solitário (58)+7+10+10: 85 pontos; 11º. Pena Cova (51)+10+10+12: 83 pontos; 12º. Haka Crime (39)+10+10+15: 74 pontos; 13º. Charadista (41)+9+9+9: 68 pontos; 14º. Moscardo (38)+10+9+10: 67 pontos.  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 1 de novembro de 2016 DUAS NOVAS ESTREIAS NA PRODUÇÃO DE DESAFIOS Talvez influenciados pela atitude de Madame Eclética, que se aventurou na produção do micro enigma de que se conhece hoje a sua “solução oficial”, mais dois dos nossos leitores meteram mãos à obra e fizeram chegar-nos as suas primeiras incursões na produção de enigmas. Ma(r)ta Hari construiu uma original história de amor e saudade levada ao extremo da loucura, protagonizada por um exilado grego no nosso país. E Pena Cova produziu uma deliciosa aventura vivida numa imaginária ilha paradisíaca de um longínquo país tropical. APOSTA DE BÊBEDOS (SOLUÇÃO DA AUTORA) Dois bêbedos, de uma esperteza saloia sem limites, depois de “aliviados” de algum dinheiro em noite de póquer azarado, procuravam enganar-se mutuamente. O que tomou a iniciativa da aposta prometia o impossível, confiante na ingenuidade da bebedeira do amigo; o que aceitou o desafio procurou tirar partido de uma loucura de bêbedo, angariando lucro certo e fácil. Mas o primeiro foi o mais esperto! Ora, “oiçam” o diálogo que se seguiu à aposta: - Toma lá os dez euros (passando a respetiva nota para a mão do amigo que havia tomado a iniciativa do desafio) e dá cá os vinte. - Não, não dou. Toma lá cinco euros porque perdi a aposta. E foi assim que o bêbedo que perdeu a aposta… ganhou cinco euros (para mais um copo no bar mais próximo?). AS FLORES ESCONDIDAS (DESAFIO, DE MA(R)TA HARI) O jardineiro Ailemac, velho grego exilado em Portugal, autêntico escravo dos canteiros do jardim público onde presta serviço, enlouqueceu de saudades da família e de paixão pelas flores que cuida com desvelo há mais de vinte anos. No seu delírio, resolveu descalçar as luvas e as sandálias da sua labuta diária, coçando raivosamente os seus pés desnudados, e prostrou-se em cima de um dos bancos do jardim, gritando: “a minha vida amarga ri daqueles que se dobram facilmente perante as dificuldades”. E, como vive cismando que lhe querem roubar as flores, gritou a plenos pulmões: “as flores do meu jardim são minhas e ninguém delas me apartará”. Para que não houvesse dúvidas sobre a sua disposição, vociferou: “venha o mais valentão e atrevido, e dele farei mil pedaços”. Colérico, reforçou a ameaça: “de certeza que nenhum homem ou animal me quer ver furioso porque sabe do mal que sou capaz”. Firme, concluiu: “e é escusado virem com falinhas mansas ou especulações sobre o caso porque eu papo ilações ao pequeno-almoço, com sumo de laranja”. Quando já estava quase vencido pelo sono, teve medo que lhe roubassem as suas “meninas” e escondeu algumas delas nesta prosa, porque assim, segundo ele, não há quem viole tanta beleza criada pelas suas próprias mãos. Quantas são as flores escondidas no texto e onde estão elas? BILL, O PESCADOR (DESAFIO, DE PENA COVA) A ação decorre algures num longínquo país tropical, num local que os folhetos turísticos distribuídos em profusão por quase todos os países ricos da Europa ocidental e por terras do Tio Sam descrevem como: “Um rio imenso, de águas profundas, amenas e cálidas. Centenas de metros separam as duas margens. Uma densa, húmida e verde vegetação, que se espraia água adentro, cobre completamente a margem esquerda. A margem direita é servida por uma extensa praia de areia fina e por um pequeno cais de recreio”. É neste lugar quase paradisíaco que nas últimas três semanas um poderoso magnata americano, “Bill qualquer coisa”, se dedica todas as tardes ao seu passatempo favorito: a pesca. Quando ele chega para a sua pescaria de todos os dias, normalmente tanto os turistas como os indígenas estão estrategicamente recolhidos, à sombra das esplanadas dos cafés e dos restaurantes da vila. Esta tarde, Bill vem tranquilo, sereno, bem-disposto e alegre, como sempre, trauteando uma canção. Ele não ouve absolutamente nada para além dos sons que o rio emana e do mágico cantar dos pássaros. Nem um simples barco a motor, a remos, ou qualquer outro tipo de embarcação, nada! Repetindo o seu ritual de todos os dias, Bill prepara calmamente as canas e senta-se de frente para a outra margem do rio à espera que o peixe morda o isco. O silêncio é quase absoluto. Ele apenas consegue ouvir o borbulhar das ondas e o som da passarada. De repente, cai para o lado. Uma bala no peito. Só não morre por muita sorte. O tiro, de carabina, é ouvido em quase toda a vila. A população residente e os forasteiros aparecem cerca de quinze minutos depois e nada veem. Bill também nada viu porque nada podia ver. Soube-se depois que a bala que o atingiu foi disparada de uma distância não superior a cinquenta metros. Pergunta-se: Como foi cometido o crime e por que razão não viu Bill o criminoso? DESAFIO AO LEITOR Desta vez, são dois os desafios que deixamos para decifração, com o habitual conselho amigo de leituras atentas, aumentando, no entanto, o prazo de envio das respetivas soluções para trinta (30) dias. E, como sempre, aqui ficam os endereços à sua disposição para o efeito: - por correio, para AUDIÊNCIA GRANDE PORTO / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios que se seguem!  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 16 de outubro de 2016 DETETIVE SCOTT É O PROTAGONISTA DO NOVO DESAFIO Criado pela imaginação de um portuguesíssimo escritor que se assina A. Cláudio, o Detetive Scott é um dos mais populares investigadores de crimes e mistérios que têm por palco as terras de Sua Majestade, a rainha-mãe do Reino Unido. Mas os leitores e decifradores das aventuras de Scott não têm sido os súbditos britânicos, pela simples razão de que as publicações que o têm dado à estampa são tão portuguesas quanto ele e têm como mercado exclusivo o território nacional. Entretanto, damos hoje a conhecer a solução de mais um enigma, que ameaça abanar o topo da tabela classificativa do nosso primeiro passatempo. BRINCANDO COM AS PALAVRAS (SOLUÇÃO DO AUTOR, RIP KIRBY) A palavra base é COLAR. 1. Trocando a primeira vogal por outra, temos a palavra CALAR, que é sinónimo de “demover”; 2. Da troca de posições da segunda e quarta letra, obtemos a palavra CALOR, que é sinónimo de “fervor”; 3. Ao trocarmos entre si a posição da terceira e quinta letra, descobrimos a palavra CORAL, que é sinónimo de “vermelho”; 4. A substituição da letra central (L), revela-nos as seguintes palavras: CORAR, COTAR, COVAR, COPAR e COCAR, que são sinónimos de “alvejar”, “avaliar”, “castrar”, “dar forma de copa” e “vigiar”, respetivamente; 5. O nome próprio feminino é CAROL; 6. Trocando entre si a primeira e terceira letra, temos a palavra LOCAR, que é sinónimo de “alugar”; 7. Eliminando a letra central (L), a palavra transforma-se em COAR, que é sinónimo de “peneirar”. MORTO! (DESAFIO, DE A. CLÁUDIO) O esplêndido Ford do detetive Scott percorria a curta distância que separava a sua habitação do palacete do milionário Leon Turner que, segundo a chamada telefónica que havia recebido, há poucos minutos, tinha aparecido morto, na sua residência. O dia aparecia formoso e prometedor, em contraste com os anteriores, que tinham estado tempestuosos, chovendo ininterruptamente e trovejando bastante. A ação benéfica daquele sol radioso passava despercebida na mente de Scott, que, naquela altura, trabalhava ativamente. Dentro em pouco encontrava-se na frente de um largo portão de ferro, que tratou de transpor, internando-se pela mata que aparecia antes de se chegar ao palacete. Inadvertidamente, Scott encontrou sob o seu olhar, à direita, dentro de um canteiro, um pedaço de tecido que, maquinalmente, guardou. Um homem sem libré estava ao portão. Scott perguntou-lhe se estava alguém em casa e explicou a sua vinda ali. O detetive notou que o homem levava, repetidas vezes, a mão, em forma de concha, ao ouvido. Seguindo-o, Scott encontrou-se num quarto, onde estava o cadáver do milionário, ficando, depois, só. Um rápido olhar para o corpo, que se encontrava deitado de bruços sobre a cama, com uma pequena brecha no crânio, e um revólver caído no chão, bastaram para que Scott pusesse o seu cérebro matemático em atividade. No mesmo momento verificou se o bocado de tecido que tinha encontrado coincidia com qualquer peça de vestuário do morto. De facto, na algibeira esquerda do casaco, faltava um bocado. Chegou à porta e chamou as únicas pessoas que coabitavam com o milionário – dois sobrinhos (os únicos parentes) e três criados, dos quais, naquela altura só um se encontrava, substituindo o mordomo. Scott chamou um dos primeiros, que se adiantou e disse: - Eu nada sei que possa resolver este enigma, pois cheguei hoje de Itália onde tinha ido em visita de estudo. Scott olhou, depois, para o segundo, que contava mais quatro anos que seu irmão: - Meu tio já há muito tempo que se encontrava preocupado, não sei porquê; talvez negócios ou o seu estado de saúde. Passava as noites em claro e, muitas vezes, ouvia-o falar alto. O nosso médico recomendou-lhe ter o maior sossego e ir, de vez em quando, dar una passeios pela mata. Ontem, fui com ele dar uma volta, quando se sentiu, subitamente, mal disposto. Disse para regressarmos e… Scott interrompeu: - Este bocado de fazenda… o que significa? - Ah!... isso foi quando regressávamos e, como ele cambaleava, prendeu-se o casaco num ramo e rasgou-se. Hoje de manhã, como estranhava não aparecer, vim até ao quarto e presenciei este espetáculo horrível. Pobre tio! Talvez previsse o fim próximo e, não querendo dar mais trabalho, suicidou-se! Scott ouviu com atenção toda a narrativa de Stanley Turner. Meditou, por momentos, e, por fim, disse: - Já sei o que sucedeu! DESAFIO AO LEITOR Qual o seu parecer, caro leitor? Elabore um relatório o mais circunstanciado possível, justificando de forma clara o que sucedeu, não descurando nenhum pormenor que considere relevante para a fundamentação do seu raciocínio e envie-o depois para o orientador da secção, até ao próximo dia 30 de novembro, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios que se seguem!  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 1 de outubro de 2016 UM NOVO DESAFIO E CLASSIFICAÇÕES ATUALIZADAS Chegou a vez da publicação de um desafio da autoria de um dos mais destacados policiaristas portugueses do século XX, conhecido pelo pseudónimo de Joe Match, escrito algum tempo antes de se transformar num dos mais respeitáveis homens da rádio portuguesa, como locutor, produtor, gestor e realizador, assinando-se como… José Matos Maia. Ele tinha aparecido no policiarismo com apenas 15 anos, participando na secção que o carismático Sete de Espadas orientava na revista Camarada, e cerca de três anos depois já dirigia uma rubrica na publicação Mundo Ri, espaço que manteve durante largo tempo. Nessa altura já na sua cabeça fervilhavam ideias em turbilhão, que viria a materializar mais tarde nas andanças pelos “postos amadores” das ondas hertzianas lisboetas, entre os anos 40 e 50 do século passado, com os programas de índole policiária “A Hora do Crime” e “Um Disco… Um Tiro!”, culminando mais tarde com a célebre “Invasão dos Marcianos”, na Rádio Renascença. A acompanhar este novo e interessante desafio, surge a classificação do primeiro passatempo desta nossa secção quando estão cumpridas seis concorridas e muito bem disputadas provas. O CRIME DA RUA DO SALITRE (DESAFIO) Um dia, numa roda de amigos, contaram-me o caso que passo a narrar, pondo em foco a minha sagacidade: X, um desconhecido cidadão português, foi assassinado na sua residência, na rua do Salitre. Foi Y, um ex-cunhado do morto e que vivia só com ele, na mesma casa, quem relatou o pouco que sabia: “Estava no meu quarto que deita para a sala – onde apareceu o corpo – diante do espelho a pentear-me, pois tinha ficado de me encontrar com uns amigos no Café Chave de Ouro, quando alguém, que eu não vi, me deu uma forte pancada na cabeça. Com a dor, ajoelhei e fiquei por momentos atordoado. Quando me levantei e corri para a sala, vi a porta que deita para a escada aberta e X estendido no chão, numa poça de sangue… Corri imediatamente à rua e telefonei à Polícia. Desconfio que o assassino seja A, um antigo condiscípulo de X, a quem roubou a noiva, casando com ela. Mas o romance de amor durou pouco. No fim de três meses de casados ela morreu com uma febre intestinal. A jurou vingar-se da afronta e, perante os amigos, declarou que X a tinha morto”. O agente da PJ verificou que X morrera com uma bala calibre 6,35 em pleno coração, ocasionando-lhe morte instantânea. O corpo estava caído de borco junto de uma mesa, numa poça de sangue que alastrava pelo encerado do soalho. Y mostrou ao agente uma contusão na fronte, local onde levara a pancada. O quarto de Y era um aposento medindo aproximadamente 6x4 metros. O espelho era uma forte chapa de cristal, incrustada na parede fronteira à porta, ocupando parte daquela, desde o teto baixo até ao soalho. Evidentemente que o agente prendeu imediatamente Y, acusando-o de ter assassinado X e mentido à autoridade. Esta é a história. Bem simples, por sinal. DESAFIO AO LEITOR Quer o leitor tentar elaborar um relatório circunstanciado do que lhe sugere este caso? O que se lhe pede é que diga, de forma detalhada e o mais desenvolvida possível, que motivos levaram o agente a prender Y. Depois envie a sua proposta de solução para o orientador da secção, até ao próximo dia 30 de outubro, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Prepare entretanto as “células cinzentas” para os desafios que se seguem, enquanto lhe damos conta do posicionamento dos “leitores-detetives” que não se têm limitado a ler e a decifrar os enigmas apenas para “consumo doméstico”, submetendo-os também ao veredito do orientador desta secção do Novo AUDIÊNCIA. CLASSIFICAÇÃO ATUAL (ATÉ AO SEXTO DESAFIO) O Inspetor Mucaba mantém a liderança mas perde terreno para os seus três mais diretos opositores, que estão agora apenas a dois magros pontos de distância. O fosso entre estes e os restantes concorrentes acentua-se cada vez mais, mas… “até ao lavar dos cestos é vindima”. E na reta final bastam alguns tropeções para que tudo se altere na frente da tabela. 1º. Insp. Mucaba (40)+11+12+13: 76 pontos; 2º. Insp. Guimarães (35)+12+15+12: 74 pontos; 3º. Madame Eclética (33)+13+13+15: 74 pontos; 4º. Zé de Mafamude (36)+10+14+14: 74 pontos; 5º. Ma(r)ta Hari (32)+14+10+10: 66 pontos; 6º. Beira-Rio (30)+15+11+9: 65 pontos; 7º. Gomes (32)+10+10+10: 62 pontos; 8º. Holmes (32)+10+10+10: 62 pontos; 9º. Arc. Anjo (30)+10+10+11: 61 pontos; 10º. Solitário (29)+10+9+10: 58 pontos; 11º. Pena Cova (25)+10+6+10: 51 pontos; 12º. Charadista (13)+10+8+10: 41 pontos; 13º. Haka Crime (9)+10+10+10: 39 pontos; 14º. Moscardo (9)+10+9+10: 38 pontos.  
quinta-feira, dezembro 15, 2016
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 16 de setembro de 2016 MADAME ECLÉTICA ESTREIA-SE COM DESAFIO CURIOSO Neste momento são mais de uma dezena os leitores que não se limitam a ler esta jovem secção, como fazem com as restantes peças insertas em cada edição do Novo AUDIÊNCIA, focando-se também na interpretação e análise dos desafios propostos, elaborando depois as suas soluções e enviando-as dentro do prazo determinado pelo regulamento do nosso passatempo. Essa é a razão primeira da existência desta secção, mas são igualmente outros os propósitos que a norteiam. Com ela propomo-nos também dar espaço à imaginação e à criatividade dos nossos leitores através de uma maior diversificação possível da sua participação, nomeadamente com a produção de enigmas. E estes podem ter as mais diversas configurações e versar os mais distintos temas, de estilos mais comuns ou invulgares, extensos quanto baste ou muito curtos. Foi o que fez a nossa leitora Madame Eclética, que nos enviou um enigma micro, mas bastante interessante e original, que constitui o desafio desta edição da nossa secção. E com a produção de estreia desta nossa leitora chega também a solução de autor de mais um desafio, publicado na penúltima edição, que ameaça acentuar o fosso entre os primeiros e os últimos classificados deste nosso primeiro passatempo, onde a liderança do concorrente Inspetor Mucaba começa a ser posta em causa… O INSPETOR FIDALGO DÁ UM CURSO (SOLUÇÃO DO AUTOR) Como facilmente se verificava e quase toda a gente viu, o “caso” retratado no curso, e onde brilhou Agripino, era tipicamente uma situação de homicídio. Fatores psicológicos e materiais assim indicavam: – o estado de espírito da vítima, de quem estava a “viver a vida” e a gozar, não indicia qualquer tendência suicida; – não há notícias, correspondência ou telefone que lhe possa dar azo a qualquer alteração de humor ou de estado de espírito no sentido da mudança; – ninguém se senta num carro e aperta o cinto de segurança para em seguida se suicidar; – um suicida nunca dispararia uma arma com uma inclinação tão acentuada, de cima para baixo (como iremos provar); – o tiro é desferido da têmpora direita para os maxilares no lado esquerdo da cara da vítima. Prova-se esta afirmação com o facto conhecido de qualquer projétil produzir muito mais danos ao sair do que ao entrar. Principalmente por sair mais debilitado, em termos de força, depois de rasgar tecidos e de desviar em ossos, não saindo, pois, com o mesmo movimento de rotação uniforme com que entrou. Isto apesar de ainda ter força para perfurar a chapa da porta do lado esquerdo; – a rebarba que fica na porta da viatura, em torno do orifício e onde o agente se fere, indica que o projétil saiu por ali, pois se entrasse, a rebarba seria para o interior, onde o painel da porta não permitiria sequer ver essa rebarba; – o tiro não foi dado à queima-roupa, com o cano encostado, como seria em caso de suicídio, porque a ferida não apresenta sinais dessa aproximação (queimaduras, contornos irregulares e lacerados), mas, antes, um orifício mais ou menos regular, digamos disparado a cerca de um metro, ou coisa que o valha. Outros fatores que poderiam ser explorados seriam o cheiro a pólvora, não tão intenso como seria se o tiro fosse dado ali mesmo, junto à cara e a circunstância de a vítima não estar sentada em posição normal na viatura, mas sim debruçada para a frente, única forma de ter aquela inclinação e perfurar a porta e não o vidro do lado esquerdo. A tirar alguma coisa do porta-luvas? A tentar meter a chave na ignição? A tentar ver quem estava ali, partindo do princípio que teve essa perceção? Quem sabe? APOSTA DE BÊBEDOS (DESAFIO DE MADAME ECLÉTICA) Dois bêbedos, muito bêbedos, mais teimosos que jumentos esfomeados, acabaram a noite a uma esquina, encostados a um candeeiro, remoendo uma noite de póquer azarada, mas ainda assim dispostos a apostar tudo sobre nada e coisa nenhuma. Dizia o primeiro: “Aposto cinco euros em como se tu me deres dez euros eu dou-te vinte”. Diz-lhe o segundo: “Olha que perdes”. Replica o primeiro: “Olha que não sei, não”. Conclui o segundo: “Está bem, aposto”. É verdade que o primeiro perdeu… mas também não é mentira que ganhou. Como? DESAFIO AO LEITOR Que lhe sugere este caso? Parece-lhe simples, de fácil resolução, não é? De facto, não é muito difícil, mas não podemos deixar de fazer o nosso habitual alerta para os cuidados a ter, se quiser mesmo evitar surpresas na pontuação: muita atenção na leitura do enigma e na sua interpretação! Depois, já sabe, envie a proposta de solução para o orientador da secção, até ao próximo dia 20 de outubro, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios que se seguem. Voltamos a encontrar-nos na próxima edição do Novo AUDIÊNCIA.  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 1 de setembro de 2016 RIP KIRBY DESAFIA-NOS COM UM ENIGMA DIFERENTE O desafio desta edição é da autoria de um nome maior na produção e decifração de enigmas, tanto de índole policial como da esfera do cruzadismo e do charadismo, com especial destaque para os jogos de paciência com letras e números. E é exatamente com um problema dessas características que homenageamos o nosso saudoso amigo Rip Kirby, que nos deixou recentemente, depois de uma vida profissional muito intensa e também muito preenchida nos tempos de ócio e lazer, com uma grande dedicação e empenho na produção de enigmas de vários géneros, onde provou que o rigor e a originalidade podem conviver com a simplicidade e a clareza. Após a reforma, correu atrás da felicidade por terras brasileiras, não deixando nunca de praticar a sua modalidade preferida: o desporto mental. Com esse desafio, chega também a solução do problema da autoria de outro grande Mestre dos enigmas: Marvel. ÁLIBI IRREFUTÁVEL (SOLUÇÃO DO AUTOR) O relatório médico preliminar documentou que a morte do dono do quiosque ocorrera entre as 22h15 e as 22h30, por hemorragia pós traumatismo craniano, devida às pauladas. Isto significa que o homem não morreu na hora em que levou as pauladas, mas sim mais tarde, em consequência destas, espaço de tempo esse dependente das lesões internas, fluxo de esvaimento sanguíneo e do tipo de lesões endocranianas. Logo, o “álibi” irrefutável não o seria assim tanto… O Faneca entrou na tasca às 22h00 (o tasqueiro confirmou-o), manifestando desde logo um comportamento muito extrovertido – certamente para que todos pudessem testemunhar sua presença no local a partir daquela hora –, já que, sendo ali conhecido, não foi referenciado que esse fosse o seu comportamento habitual…E, curiosamente, estando classificado como sendo um “sem cheta usual”, começou a pagar rodadas… Acabou por se trair, quando, ao falar de “pauladas” e “mortes”, evidenciou conhecimento de situações a que seria alheio, caso não tivesse estado no local onde se deu a agressão, tanto mais que, conforme comprovado pelo dono da tasca, sobre os acontecimentos que a Polícia acabara de lhe relatar, “por cá não constou nada” e que a narrativa dos mesmos tivera lugar longe dos ouvidos do Faneca, que se encontrava “acolá”… Porque, de facto, poderia ter ocorrido um acidente de outro tipo, uma agressão não mortal ou esta ter sido resultante de um tiro, de uma facada, etc. Mas ele sabia… E sabia que o acontecimento tivera lugar há pouco tempo, pois a sua presença na tasca (“não me mexo daqui há montes de tempo”) estava a ser usada como seu álibi… Terá tido oportunidade para consumar a agressão e dirigir-se de imediato para a tasca, por esta ser “não longe dali”... Recordemos que o dono do quiosque, além de atacado à paulada, fora roubado, e ele, um “teso” usual, tinha dinheiro… E, ainda sobre dinheiro, a referência ao “seu dinheiro”, ganho “com o suor do seu rosto”, abre uma janela de desconfiança para o facto de ele saber que a agressão do dono do quiosque fora complementada com roubo (ou efetuada com essa finalidade)… O seu comportamento extrovertido chamava a atenção para si… Por tudo isto, reclamava-se possuidor de um “álibi irrefutável”… BRINCANDO COM AS PALAVRAS (DESAFIO) Qual é a palavra com cinco letras que tanto pode designar um adereço feminino como ser sinónimo de aderir, e com a qual podemos fazer as seguintes… “brincadeiras”?: 1. Se lhe trocarmos a primeira vogal por outa, fica um sinónimo de DEMOVER; 2. Se a segunda e a quarta letra trocarem de posições entre si, teremos um sinónimo de FERVOR; 3. Se a terceira e a quinta letra trocarem as suas respetivas posições entre si, teremos um sinónimo de VERMELHO; 4. Se substituirmos sucessivamente a letra central por outra, dará sinónimos de ALVEJAR, AVALIAR, CASTRAR, DAR FORMA DE COPA e, finalmente, VIGIAR; 5. É anagrama de um nome próprio feminino francês; 6. Da troca entre si da primeira e terceira letra, nasce um sinónimo de ALUGAR; 7. Se lhe eliminarmos a letra central, transforma-se em sinónimo de PENEIRAR. DESAFIO AO LEITOR O enigma proposto por Rip Kirby não apresenta aparentemente grande dificuldade, mas (cuidado!) também não é nenhuma “pera doce”. Portanto, tenha muita calma, não se precipite. Ponha as “células cinzentas” a trabalhar, com o apoio de um bom dicionário de sinónimos de língua portuguesa, e envie depois a sua proposta de solução para o orientador da secção, até 30 de setembro, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo, de modo a que esta possa ser contabilizada na sua “conta corrente” da classificação geral do nosso passatempo, cuja tabela atual apresenta algumas mexidas interessantes. Entretanto, prepare-se para os desafios que se seguem. Boas deduções!  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 16 de agosto de 2016 INSPETOR FIDALGO É O PROTAGONISTA DO DESAFIO DESTA EDIÇÃO O desafio desta edição é protagonizado pelo conhecido Inspetor Fidalgo, alter-ego do escritor e produtor de enigmas Luís Pessoa, responsável pela secção “Policiário” do Jornal PÚBLICO que conta já com uma longa vida de 24 anos sem quaisquer interrupções. São atualmente mais de dois mil os concorrentes que acompanham fielmente a edição dominical daquele órgão de comunicação social de referência para lerem, interpretarem e decifrarem os enigmas que compõem as principais competições a nível nacional desta atividade lúdica e cultural, exercitando as “células cinzentas” com detetives, crimes e criminosos… Entretanto, desvendamos hoje a “solução oficial” de mais um desafio do nosso primeiro passatempo. QUEM É O HOMEM DE QUEM SE FALA (SOLUÇÃO) O detetive A. Dupin, concebido por Edgar Allan Poe, foi um dos seus maiores heróis de infância, mas ele sonhava criar uma personagem diferente, que, para além de grande investigador, tornasse essa atividade, fascinante mas desorganizada, em algo mais próximo de uma ciência exata. Além disso, tinha que ter um nome que não denunciasse de forma alguma o seu caráter, como Sharp (agudo) ou Ferret (furão), por exemplo. Primeiro pôs-lhe o nome de Sherringford e só depois é que passou a chamar-lhe Sherlock… Holmes. O seu detetive não podia contar as suas próprias proezas como fazem quase todos os outros, de forma que era preciso dar-lhe um companheiro banal – um homem culto e altivo, capaz de acompanhá-lo em todas as aventuras e… narrá-las. Um nome simples e banal para esse homem modesto podia ser… Watson. E foi assim que surgiu o detetive mais célebre e imitado da história da literatura policial universal e o seu inseparável amigo (“elementar, meu caro…”). Quem os criou foi um médico irlandês, de raízes católicas, que se converteu ao espiritismo no fim da vida, de seu nome Arthur Conan Doyle – O Homem de quem se fala! O INSPETOR FIDALGO DÁ UM CURSO (DESAFIO) O Agripino era da espécie de pessoa que sempre procura e quase nunca encontra. Quando tomou a decisão de abraçar a carreira policial, não houve quem o criticasse ou se risse, porque tudo era tão natural com o Agripino que nada parecia impossível. Foi nos testes finais que mais deu nas vistas, quando, numa prova prática, apresentou uma solução brilhante ao desafio proposto pelo Inspetor Fidalgo, o monitor do curso e que rezava assim: Primavera. O ar calmo e quente fazia lembrar tudo o que de bom e belo a natureza tinha para oferecer. Os pássaros, as abelhas e as flores brincavam em conjunto, numa sinfonia a que não faltavam as borboletas com o seu encanto. Tudo parecia perfeito e nada indicava que no mundo também houvesse horrores, fome, crime e miséria. Também na perfeição pensava o Sousa, um homem calmo e simples a quem a vida sorria e que, como todos os dias, abriu a varanda e respirou fundo, desfrutando com visível satisfação a pureza do momento, ele que tinha ali o seu refúgio, sem telefone nem correspondência, que essa recebia-a no escritório. Uma hora depois estava morto, sentado ao volante do carro, no interior da garagem privativa que ocupava o rés-do-chão da sua casa e que tinha uma ligação interior com as restantes dependências, por meio de umas escadas em caracol. Morto com um tiro que deixou marcas na têmpora direita, sob a forma de um buraco mais ou menos regular, e no maxilar esquerdo, completamente destroçado. O projétil furara a porta do lado esquerdo e não havia qualquer sinal dele no lado contrário. O rumo da bala perdera-se e ainda não fora possível detetar o seu paradeiro. Não cheirava excessivamente a pólvora, dentro da viatura, facto a que não devia ser alheia a abertura do vidro do lado direito, até sensivelmente metade. A cabeça do Sousa pendia para a frente, beneficiando do apoio que o corpo encontrou no cinto de segurança, já colocado. Sangue havia por todo o lado. E mais houve ainda, quando um agente, distraído e pouco diligente, se feriu ao raspar a mão pela porta da viatura, cortando-se nos bordos da perfuração do projétil. A arma da morte estava lá, sobre o assento (mesmo ao lado do comando que acionaria a porta da garagem), do lado direito, por baixo da mão do Sousa. A solução do Agripino não despertou risos, nem sequer sorrisos. Talvez tivesse descoberto a sua vocação… DESAFIO AO LEITOR Quer o leitor testar a sua vocação detectivesca e elaborar um relatório circunstanciado do que lhe sugere este caso? Como ajuda, refira se acha que houve crime ou suicídio e justifique de forma clara a sua opção. Depois envie a sua proposta de solução para o orientador da secção, no prazo de 10 (dez) dias, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios que se seguem. Voltamos a encontrar-nos na próxima edição do Novo AUDIÊNCIA. Até lá. Boas deduções  
  O DEDAFIO DOS ENIGMAS - edição de 1 de agosto de 2016 INSPETOR MUCABA LIDERA CLASSIFICAÇÃO O resultado da prestação dos leitores começa agora a ser desvendado com a publicação da primeira tabela classificativa (até ao décimo lugar) do nosso passatempo, considerando as três primeiras provas submetidas a decifração. Entretanto, é hoje conhecida a solução do enigma “Quem é a Mulher de quem se fala?” e publicado um novo desafio, desta vez da autoria de Marvel, um veterano do policiarismo nacional há muito ausente da produção de problemas. Quem é a Mulher de quem se fala? (Solução do Autor) Nasceu Agatha May Clarissa Miller. Criou a perspicaz investigadora Miss Marple e o popular detetive belga Hercule Poirot. Foi autora da peça “A Ratoeira” – o maior êxito teatral dos palcos de Londres de todos os tempos. Escreveu os best-sellers policiais “O Misterioso Mr. Quin” e “Morte no Nilo” (para além de mais cerca de trezentas outras obras, entre romances de mistério, poesia, peças para rádio e teatro, contos, uma autobiografia e seis livros publicados sob o pseudónimo de Mary Westmacott). O seu talento e o seu papel nas artes e nas letras foram oficialmente reconhecidos em 1956, ano em que foi distinguida com o título de Commander of the British Empire. Em 1971, a Rainha Isabel II consagrou-a com o título de Dame of British Empire. Em 2000, a 31st Bouchercon World Convention galardoou-a com dois prémios: A Melhor Autora de Livros Policiais do Século XX e d’ A Melhor Série Policial do Século XX (livros protagonizados por Hercule Poirot. A Rainha do Crime (ou a Duquesa da Morte, como ela preferia ser chamada) é… Agatha Christie – A Mulher de quem se fala! Classificação Atual (até ao terceiro desafio) O Inspetor Mucaba lidera de forma destacada a classificação geral do nosso primeiro passatempo, seguido a pouca distância por dois “detetives” separados entre si por apenas 1 ponto. No encalço destes, segue de perto um concorrente que tem atrás de si três opositores à espreita de um pequeno deslize. De realçar, no entanto, que entre o primeiro e o décimo classificado existe já um fosso de 11 (onze!) pontos. Portanto, espera-se muita luta até ao fim! 1º. Insp. Mucaba (15+15+10): 40 pontos; 2º. Zé de Mafamude (12+14+10): 36 pontos; 3º. Insp. Guimarães (13+13+9): 35 pontos; 4º. Madame Eclética (14+7+12): 33 pontos; 5ºs. Gomes (11+12+9), Holmes (10+11+11), Ma(r)ta Hari (10+8+14): 32 pontos; 8ºs. Arc. Anjo (10+5+15), Beira-Rio (10+7+13): 30 pontos; 10º. Solitário (10+9+10): 29 pontos. Um Álibi Irrefutável (Desafio) O dono da espelunca semiclandestina acolheu a polícia com óbvias reservas, mas dispôs-se, pressuroso, a colaborar e esclarecer “até onde pudesse”. Não sabia nada do telefonema anónimo que alertara a esquadra para um gastador compulsivo, referenciado sem cheta usual, a fainar ali na tasca; mas, de facto, aparecera, havia o seu bocado, um tipo – o Faneca –, palrador e remexido, que juntara companhia a uma mesa e pagava rodadas. - Tinha a língua solta e desabrida. Vi-me quase obrigado a mandá-lo ter modos um bom par de vezes; mas, enfim, é preciso olhar pela vida e ele lá pagar, paga. Outro dono, este de um quiosque, fora atacado à paulada e roubado, quando se aprestava a encerrar o estabelecimento, não longe dali. Acabara de morrer. - Isso é mau, por cá não constou nada. Olhe, o Faneca é aquele, acolá. - Há quanto tempo está ele aqui? O agente revia mentalmente um extrato do relatório médico preliminar: “morte ocorrida entre as 22,15 e as 22,30, em consequência de hemorragia…” - Não sei ao certo, mas seguramente que às 10 já cá estava. Calhou que olhasse para o relógio. - Ele ausentou-se alguma vez? - Lá para uma mija, ali atrás, isso foi. Agora, ir defronte, à Micas, dar a sua rapidinha, olhe, nem isso. Posso garantir. Aferroado, o Faneca: - Algum tinhoso de merda, que não pode ver alguém abonado, quis tramar-me, hem? Pois terá notícias minhas. Aliás, estou a cismar num mânfio ou dois… Credo, como embirro com chibos! Até dói! O dinheiro nem é muito, mas é meu, ganho com o suor do rosto, que não ando às carteiritas nem ao fio de cobre. Que sei eu de pauladas e de mortes? Nadinha! Vejam lá os senhores guardas que não falta aqui gente da boa que me presta um álibi irrefutável, ou lá como vocês dizem. Não me mexo daqui há montes de tempo. Desafio ao Leitor Pergunta-se: Será assim tão irrefutável o álibi do Faneca? Porquê? Redija a sua proposta de solução, justificando-a convenientemente, e envie-a para o responsável desta secção no prazo de 10 (dez) dias, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios que se seguem. Voltamos a encontrar-nos na próxima edição do Novo AUDIÊNCIA. Até lá, boas deduções!  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 16 de julho de 2016 DESCOBRIR UM ESCRITOR É O NOVO DESAFIO O desafio desta edição leva-nos em busca de um dos maiores escritores policiais de todos os tempos, que criou uma personagem invulgar, carismática, intensa, astuta, que fez do método científico e da dedução lógica as suas melhores e mais eficazes armas, cujo regresso foi apaixonadamente reclamado pelos leitores depois de o seu criador ter decidido matá-la num dos seus livros. Com este desafio surge também a solução de mais um enigma do consagrado Inspetor Boavida, que ameaça provocar algumas mexidas na classificação do nosso passatempo, até agora muito equilibrada, como terão ocasião de constatar na próxima edição, onde se desvendará a performance dos nossos “detetives” ao fim de três provas. Não desanimem, porém, os menos satisfeitos com a sua prestação, porque ainda há muitos desafios a decifrar até ao final desta nossa primeira incursão pelo mundo dos enigmas policiários. Quem “Okupou” o Palco? (Solução do Autor) Estamos perante um sonho, ou melhor, “um verdadeiro pesadelo”. Só isso explica que o empresário receba cartas de quatro géneros teatrais – de que apenas conhecemos as suas simbólicas máscaras –, que aparentemente ignora ao programar o seu teatro. Os decifradores deste enigma que sejam mais pragmáticos e não aceitem a dimensão irreal dos sonhos poderão considerar que algum (ou vários) dos técnicos poderá estar envolvido na ocupação do palco. Mas o que se pretende é que se diga quem ocupa o palco. E isso, face aos elementos fornecidos pelo autor, só pode ter sido feito por um dos géneros teatrais que ameaçam revoltar-se. E, de entre eles, não há dúvida que só poderá ter sido a Tragédia. Quando se diz que está no palco “um grupo de gente estranha, vestida de trajes de tempos muito remotos (da Grécia Antiga), formando uma personagem única que tem por missão contar parte de um enredo”, não temos dúvidas de que se está a caracterizar o Coro (personagem que tem essencialmente como função comentar os acontecimentos trágicos). E quando se diz que dois tipos se mataram mutuamente numa batalha e que apenas um deles foi sepultado, o que leva à revolta da irmã de ambos, que confronta o seu tio e se entrega depois à morte, estamos face a uma síntese da narrativa de uma célebre tragédia de Sófocles: “Antígona”. Quem é o Homem de quem se fala (Desafio) Nascido a 22 de maio de 1859, em Edimburgo, filho de um casal de católicos irlandeses, este escritor escocês foi o criador do detetive mais célebre e imitado da história da literatura policial. Formado em medicina, profissão que exerceu durante algum tempo em paralelo com a sua faceta de escritor, verdadeiro estudioso do espiritismo, publicou diversos romances históricos, mas foi na narrativa policial que alcançou maior notoriedade. Foi nas horas de ócio no seu consultório médico que ele começou a esboçar aquele que viria a ser a sua maior criação (inicialmente com o nome de Sherringford), alegadamente inspirado no detetive Dupin, do romance “Gaboriau” de Edgar Alain Poe. Depois de muitas tentativas e frustrações, este médico-escritor conseguiria finalmente dar à estampa, em 1887, o primeiro livro desse seu famoso detetive e do seu inseparável amigo, tendo registado uma aceitação tão invulgar quanto surpreendente. Na verdade, nenhuma personagem de ficção tem no mundo mais vasta bibliografia, com toda uma gama de estudos, dos mais ingénuos aos mais eruditos. Ninguém, fictício ou real, foi alvo de tantas representações teatrais, versões cinematográficas e séries televisivas. O total fascínio do detetive sobre os leitores ainda não obteve de nenhum psicólogo uma interpretação satisfatória. E os factos são deveras contundentes. De tal forma, que o povo adotou desde cedo o detetive e chegou mesmo a crer na sua existência real. Num romance de 1893, o escritor, já confessadamente cansado da sua grande “criação”, decidiu matar o detetive, mas teve que ressuscitá-lo algum tempo depois por uma veemente imposição do público, que marchou em grande número até à cidade Londres reclamando o regresso do seu herói por entre um turbilhão de protestos e insultos. Armado Cavaleiro em 1902, pelo esforço desenvolvido na defesa dos interesses do seu país durante o conflito que opôs Inglaterra à África do Sul no início do século XX, o escritor que criou o detetive mais famoso do mundo morreu a 7 de junho de 1930. Quem é ele? Desafio ao Leitor Caro “detetive”, leia muito atentamente o enunciado do desafio e identifique claramente o escritor de quem se fala, justificando como chegou à solução e acrescentando mais informação considerada relevante sobre a sua personalidade, vida e obra. Depois é necessário que envie a matéria produzida para o orientador da secção, no prazo de 10 (dez) dias, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios que se seguem. Voltamos a encontrar-nos na próxima edição do Novo AUDIÊNCIA. Até lá, boas deduções!  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 1 de julho de 2016 O INSPETOR BOAVIDA ESTÁ DE VOLTA No desafio desta edição vamos até ao teatro, palco de mais um enigma do consagrado Inspetor Boavida que nos relata uma curiosa situação vivida por um empresário teatral português que se vê subitamente muito contestado devido ao estilo e filosofia da sua oferta programática. Para além deste novo desafio, publicamos hoje o regulamento do nosso primeiro passatempo, que tem registado um número interessante de participantes. Se não está incluído no lote de leitores que responderam desde a primeira hora aos desafios apresentados, não se iniba de o fazer a partir de agora. Ainda está a tempo. Portanto, venha daí! Quem “Okupou” o Palco? Um conhecido e muito contestado empresário teatral português vive um verdadeiro pesadelo. As cartas ameaçadoras que o trazem desassossegado caem quase de hora a hora sobre a sua secretária, trazidas ora pelo ponto, pelo diretor de cena, pelo sonoplasta ou pelo maquinista de cena. O primeiro trouxe-lhe as cartas assinadas pela Comédia, o segundo foi o portador das missivas do Drama, o terceiro foi o mensageiro dos escritos da Tragédia e o quarto foi o emissário da Farsa. Em todas as cartas se manifesta um muito veemente protesto contra o repertório atualmente levado a cena no teatro gerido pelo empresário, exigindo-lhe grandes e urgentes mudanças na filosofia da programação, sob pena de serem tomadas medidas drásticas. Muito preocupado, o empresário não sabe o que fazer. De súbito, a Revista entra aflitíssima pela porta do escritório do empresário aos gritos: «Vasco! Vasco! Estamos completamente perdidos. Os membros da orquestra e do corpo de baile foram sequestrados. As plumas que embelezam os fatos das coristas e as purpurinas que dão brilho às chefes de quadro levaram sumiço, os telões dos dois finais foram danificados… E o palco foi ocupado por um grupo de gente estranha, vestida de trajes de tempos muito remotos, formando uma personagem única que tem por missão contar parte de um enredo. Dois outros tipos mataram-se mutuamente numa batalha e apenas um deles foi sepultado. Por via disso, a irmã destes revoltou-se e exige o mesmo tratamento para os dois, nem que isso custe a própria vida. O tio da rapariga não tolera o seu procedimento. O confronto entre ambos adensa-se e a jovem entrega-se à morte». Pouco tempo depois, alguns técnicos entram a correr no escritório do empresário. Diz o ponto: «O que faço, Sr. Vasco? Eu não tenho o texto daquela peça, por isso não posso ajudar os atores caso eles precisem». Acrescenta o diretor de cena: «E eu não tenho o guião do espetáculo, não sei quem entra e sai de cena, que mutações são necessárias e em que deixas são feitas». Afirma o sonoplasta: «A banda sonora que preparei não se adapta de forma nenhuma a esta temática. Não sei mesmo o que fazer». Remata o maquinista de cena: «Eu também não posso fazer nada, a não ser baixar o pano ou deixar seguir o espetáculo». O empresário questiona-se: «Mas afinal quem ocupou o palco?» Desafio ao Leitor Caro “detetive”, leia muito atentamente o enigma, redija a sua proposta de solução, justificando-a convenientemente, e envie-a para o orientador da secção no prazo de 10 (dez) dias, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: é importante que não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios que se seguem, tendo sempre em conta as regras com que se constroem as pontuações das soluções. Regulamento do Passatempo 1. O primeiro passatempo “O Desafio dos Enigmas” é aberto a todos os leitores do Novo AUDIÊNCIA, não necessitando de inscrição prévia; 2. O passatempo decorrerá até final do ano de 2016, sendo os desafios publicados quinzenalmente; 3. Cada solução dos desafios será classificada entre 5 e 10 pontos, correspondendo 5 à simples presença e 10 à solução integral do enigma. As classificações intermédias serão definidas de acordo com o grau de resolução; 4. Em cada desafio serão selecionadas, pelo orientador da secção, três das melhores soluções apresentadas, que somarão mais 5, 4 e 3 pontos; 5. Através da mesma forma estabelecida no ponto anterior, serão selecionadas as duas soluções mais originais, que somarão mais 2 e 1 pontos consoante a originalidade; 6. Será vencedor do passatempo o leitor que no final de 2016 acumule o maior número de pontos; 7. Serão distinguidos com Diploma de Mérito todos os leitores que tenham participado em mais de metade dos desafios; 8. Os leitores posicionados nos primeiros três lugares da classificação final serão distinguidos com Diplomas de Mérito “Ouro”, “Prata” e “Bronze”; 9. Os casos omissos serão resolvidos pelo orientador, não havendo recurso das decisões tomadas.  
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 15 de junho de 2016 UMA SOLUÇÃO E UM NOVO DESAFIO A nossa secção é hoje preenchida com a solução de autor do problema “A Confraria dos Gémeos” (de Inspetor Boavida), publicado na última edição, e de um novo desafio cujo objetivo é descobrir quem é a notável escritora que se “esconde” nas entrelinhas de um breve texto biográfico. No primeiro caso, o leitor terá oportunidade de comparar a sua solução com a do autor, antecipando assim o resultado da sua performance. No segundo caso, terá o ensejo de começar a evidenciar os seus conhecimentos sobre a vida e a obra dos grandes protagonistas da produção literária policial. Em qualquer dos casos, a prestação dos leitores servirá para ordenar posições no ranking do nosso passatempo, com base no regulamento que publicaremos na próxima edição para que todos saibam as linhas com que se cose a classificação dos participantes nestes desafios de estímulo às “células cinzentas”. A Confraria dos Gémeos (Solução do Autor) Fagundes estava intrigado porque julgava ter visto os três gémeos Costa Pereira nas instalações da Confraria. Mas estava enganado. Ele só viu dois deles: Jacinto (o da cicatriz no sobrolho), que subiu ao palco para anunciar o vencedor do prémio daquele ano; e José (o gago), que começou por se disfarçar do irmão Jorge, assumindo depois a sua identidade quando foi chamado ao palco como… ‘O Gémeo do Ano’. Jorge não esteve na Confraria dos Gémeos no dia da atribuição do prémio “O Gémeo do Ano”. Ele estava muito distante. A 400 quilómetros dali! O detetive Fagundes viu chegar um dos gémeos Costa Pereira coxeando. Mas não era Jorge. A perna que havia ficado seriamente ferida num acidente de caça muito recente era a direita. Logo, ele teria de andar com a bengala (a que sempre esteve agarrado) na mão direita para aliviar a ferida do peso do corpo. E esta andou a cumprimentar os confrades! Há quem defenda, porém, que as pessoas com lesões numa perna devem segurar a bengala na mão contrária – ou seja, se a perna lesionada for a direita devem segurar a bengala com a mão esquerda. Opinião que não colhe quando a lesão é muito séria e recente, como é o caso da ferida do gémeo coxo – resultante de um acidente de caça que causou grandes estragos! Recorde-se, por outro lado, que a testemunha que garantia ter visto o gémeo coxo, meia hora antes, a cometer o crime era absolutamente credível. Deste modo, o gémeo Costa Pereira que coxeava, ou melhor, que se fazia de coxo na Confraria dos Gémeos não era Jorge. Mas também não podia ser Jacinto, porque o traço distintivo deste era físico e bastante notório. Portanto, o gémeo disfarçado era José. O traço que o distingue dos irmãos não é visível à vista. Ele é gago. E quando entrou no salão de festas não falou. Limitou-se a estender a mão direita a alguns dos presentes e encaminhou-se para a sala de reuniões, onde era suposto estarem os diretores da Confraria. Ou seja, os irmãos Costa Pereira! Quem é a Mulher de quem se fala? (Desafio) Miller era o seu apelido de solteira. Nasceu em 1891, em Ashfield, Inglaterra, e cedo ficou órfã de pai. Estudou em casa e recebeu uma educação conservadora e tradicional. A sua irmã mais velha, Magda, lia-lhe muitas histórias de Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe e Gaston Leroux, três grandes génios da intriga, e incita-a a escrever história onde apenas no final se descubra o nome do assassino. Nascia aqui o seu interesse pela escrita policial. Porém, antes de se dedicar às letras, resolve seguir o caminho das artes e escolhe a música. Estuda piano, em Paris, para onde vai viver, e torna-se numa extraordinária pianista. Linda, alta, magra e ruiva, desperta paixões. O seu coração elege um jovem militar que ela acompanha até às trincheiras da I Guerra. Torna-se enfermeira e farmacêutica, aprendendo o manejo de drogas e venenos, o que viria a ser de grande utilidade para a sua carreira de escritora. Em 1926, depois de três novelas e uma filha, o seu casamento entra em rutura. O divórcio arrasa-a e enlouquece. Abandona a sua roupa interior e o carro junto de uma estrada e desaparece durante onze dias. Um médico certifica que sofreu de amnésia. Mas graças ao apoio de amigos e a um tratamento psiquiátrico recupera o equilíbrio. Numa digressão pelo Oriente, em Bagdad, conhece o arqueólogo Max Mallowan, catorze anos mais novo, com quem casa. A felicidade e a estabilidade reencontradas permitem-lhe uma vasta obra, traduzida em 103 línguas, que vendeu mais de 400 milhões de cópias. Alguns títulos resultaram em filmes espetaculares e as suas peças de teatro foram sucesso nos palcos. Alguns dos seus romances foram escritos sob o pseudónimo de Mary Westmacott, mas, hoje em dia, em quase todo o mundo, quando se fala em policial e mistério é o seu principal nome de escritora que pontifica como… a Rainha do Crime. Desafio ao Leitor Caro “detetive”, leia muito atentamente o enunciado do enigma e identifique claramente a escritora de quem se fala, justificando como chegou à solução e acrescentando mais informação relevante sobre a sua personalidade, vida e obra. Depois é necessário que envie a matéria produzida, no prazo de 10 (dez) dias, por um dos seguintes meios: - por correio, para Novo AUDIÊNCIA / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios que se seguem!  
quarta-feira, dezembro 14, 2016
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 1 de junho de 2016 O LEITOR É O “DETETIVE” A partir de hoje, marcamos encontro com o “detetive” que há em cada um de nós, estimulando as nossas “células cinzentas” através da produção e decifração de enigmas, da solução de problemas sobre literatura policial e na descoberta de escritores e detetives famosos, aqui “escondidos”, em breves textos biográficos. Edição após edição, daremos espaço à imaginação e à criatividade dos nossos leitores, desafiando-os a participar nos diversos passatempos que passarão a constituir esta jovem secção do Novo AUDIÊNCIA. O esforço, o engenho e a arte postos em cada desafio serão compensados com diplomas de mérito que premiarão as melhores performances. Mas não se ficam por aqui os estímulos à participação dos leitores… Portanto, mãos à obra! O primeiro desafio é da autoria de Inspetor Boavida, um dos mais consagrados produtores e decifradores do panorama policiário português, que nos convoca para a resolução de um problema de grau de dificuldade acessível a principiantes e que tem por palco de ação uma ficcionada Associação dirigida por três irmãos de conduta duvidosa: A Confraria dos Gémeos Os irmãos Costa Pereira são três dos mais influentes membros da Confraria dos Gémeos, agremiação a cujos destinos presidem vai já para três anos na qualidade de diretores únicos. Iguais como gotas de água, eles apenas se distinguem por pequenos traços particulares. Jorge é neste momento facilmente reconhecido pelo seu forte coxear, resultado de um muito recente acidente de caça que causou grandes estragos na sua perna direita. José é desde quase sempre identificado pela sua acentuada gaguez, fruto de um tremendo susto sofrido quando criança. E Jacinto apresenta como traço distintivo uma indisfarçável cicatriz junto do sobrolho esquerdo provocada por uma infeliz brincadeira dos seus tempos de adolescente, no recreio da escola. É dia de comemoração de mais um aniversário da Confraria dos Gémeos e o detetive Fagundes dirigiu-se de urgência para o local, por solicitação de um antigo colega da Polícia Judiciária que ocupa agora lugar destaque nesta organização. Um dos irmãos Costa Pereira fora avistado numa cidade do sul do país, a cerca de 400 quilómetros de distância, a cometer um hediondo crime. O que, aliás, não surpreendeu ninguém na Polícia Judiciária, uma vez que há muito se suspeitava que os três irmãos estavam associados a uma perigosa rede de delinquentes que tem vindo a cometer diversas atrocidades criminosas de norte a sul de Portugal, espalhando o terror por onde passam e deixando marcas profundamente traumáticas entre as suas vítimas. Fagundes deambulava pelo salão de festas da Confraria dos Gémeos quando um dos irmãos Costa Pereira chegou. Sempre agarrado a uma elegante bengala, o gémeo foi estendendo a sua mão direita a alguns dos presentes enquanto caminhava com aparente dificuldade rumo à sala de reuniões, onde os elementos da direção da Confraria decidiriam a atribuição do Prémio ‘O Gémeo do Ano’. Havia em cada rosto dos presentes sinais de alguma ansiedade e expectativa, se bem que se murmurasse entre dentes que aquela distinção já estava há muito destinada a um dos diretores. Mesmo assim, notava-se uma réstia de esperança nos olhares de muitos dos gémeos de que aquele galardão viesse a distinguir outro dos confrades e não os do costume… Pouco tempo volvido surgia no palco um dos gémeos Costa Pereira, apresentado como presidente da direção da Confraria, para anunciar o veredito. A luz dos projetores fez sobressair uma pequena cicatriz que, segundo algumas das senhoras presentes, lhe dava um certo encanto. «E o vencedor é…». O resultado já era o esperado por quase todos. A direção da Confraria distinguiu, pelo terceiro ano consecutivo, um dos gémeos Costa Pereira. O seu discurso de vitória foi divertidíssimo, arrancando grandes gargalhadas. O laureado subiu rápido ao palco, mas levou bem mais do que um minuto para dizer simplesmente: «Oooo.briiiii.bri.bri.briii.ga.ga.gaaaa.do.do.doooo!». Fagundes está intrigado. A testemunha que denunciara um dos gémeos como autor de um crime cometido há pouco mais de meia hora era absolutamente credível e ela garantia ter visto o gémeo coxo matar um abastado industrial a 400 quilómetros dali. «Mas como é isso possível?» – interroga-se o detetive. Desafio ao Leitor Caro “detetive”, leia muito atentamente o enigma, redija a sua proposta de solução, justificando-a convenientemente, e envie-a para o responsável desta secção no prazo de 10 (dez) dias, por um dos seguintes meios: - por correio, para AUDIÊNCIA GRANDE PORTO / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores; - por e-mail: salvadorpereirasantos@hotmail.com. Mas, atenção: é importante que não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo. Entretanto, prepare as “células cinzentas” para os desafios seguintes. Voltamos a encontrar-nos na próxima edição do Novo AUDIÊNCIA.  
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