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TORNEIO POLICIÁRIO' 2017
PONTUAÇÕES DA PROVA Nº. 4
1º. Vimaranes: 15 pontos;
2º. Detetive Jeremias: 14 pontos;
3º. Menino Lucas: 13 pontos;
4º. Alex: 12 pontos;
5º. Inspetor Mucaba: 11 pontos;
6ºs. Bernie Leceiro, Haka Crimes, Inspetor Guimarães, Madame Eclética, Ma(r)ta Hari e Zé de Mafamude: 10 pontos
12ºs. Arc. Anjo, Arnes, Charadista, Detetive Bossiak, Holmes, Pena Cova, Rigor Mortis: 9 pontos;
19ºs. Beira Rio, Gomes, Santinho da Ladeira, Solidário e Talismã: 8 pontos.
CLASSIFICAÇÃO GERAL APÓS A PROVA Nº. 4
1º. Detetive Jeremias: 57 pontos;
2ºs. Menino Lucas e Vimaranes: 54 pontos;
4ºs. Alex, Madame Eclética e Rigor Mortis: 42 pontos;
7ºs. Detetive Bossiak e Inspetor Mucaba: 41 pontos;
9ºs. Bernie Leceiro, Ma(r)ta Hari e Zé de Mafamude: 40 pontos;
12º. Haka Crimes: 38 pontos;
13º. Arc. Anjo: 37 pontos
14º. Pena Cova: 36 pontos;
15ºs. Arnes, Charadista e Inspetor Guimarães: 35 pontos;
18ºs. Beira Rio, Holmes, Santinho da Ladeira, Solidário e Talismã: 34 pontos;
23º. Gomes: 33 pontos;
24º. Onaírda: 8 pontos.
O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 16 de junho de 2017
DETETIVE JEREMIAS LIDERA CLASSIFICAÇÃO A MEIO DO TORNEIO
Desvendamos hoje a solução “oficial” da quarta prova do Torneio Policiário’ 2017, da autoria de um dos mais importantes nomes do policiarismo nacional, trazendo à ilharga o escalonamento dos concorrentes na classificação geral após aquela prova, para além de um breve balanço das pontuações dos concorrentes no decurso da primeira metade desta competição e de uma chamada de atenção sobre o prazo de envio de textos concorrentes ao nosso Concurso de Contos. Entretanto, decidimos dar a palavra à autora do quinto problema do Torneio Policiário, de quem, por falta de espaço, não traçámos o respetivo perfil aquando da publicação do enunciado do desafio que nos propôs, pedindo-lhe que fosse ela própria a fazê-lo. E fomos outra vez surpreendidos com mais uma prova da sua modéstia e sentido de humor, características comuns a todos os campeões dignos desse nome, quando recebemos o texto a que ela chamou “uma espécie de autobiografia (não autorizada) da Detetive Jeremias, por ela própria, claro está.” Ora leiam:
“Estreei-me na decifração de enigmas no campeonato 2002/2003, na secção Policiário do jornal Público, onde obtive um honroso 5º lugar, com direito a taça e tudo. Só voltei a participar como concorrente em 2007, sem qualquer interrupção até agora.
Ganhei alguns títulos e troféus, mas aguardo pela ociosidade da reforma para os inventariar.
Olhando para trás, acredito que me tornei na policiarista Detetive Jeremias (nome inspirado no ‘Jeremias, o fora-da-lei’ do Jorge Palma) para não enveredar pelos meandros obscuros do crime, e com a tarimba adquirida acho que já posso dizer que faço parte dos policiaristas do Ribatejo − uma verdadeira incubadora da espécie, sem ofensa para as outras regiões do país.
O meu maior vício é a leitura de livros policiais e o meu sonho, neste momento, é conseguir dedicar-me à escrita de enigmas, quem sabe para poder tirar o sono a outros artistas deste ofício.”
TORNEIO POLICIÁRIO’ 2017
Solução da Prova nº. 4
“O Meu Paraíso”, de Zé
Os cinco erros que o problema apresenta são:
- A distância entre Marinha Grande e S. Pedro de Moel é de cerca de 9 Quilómetros…
- O Ribeiro de S. Pedro desagua na Praia Velha, uma praia com uma bela areia dourada, a Norte de S. Pedro. Na praia de S. Pedro de Moel desagua um pequeno curso de água de pouca distância pois nasce no Vale, depois da área de parque.
- Se fizermos o trajeto entre S. Pedro e a Praia da Vieira não podemos parar na Pedra do Ouro. A Vieira fica a Norte de S. Pedro e Pedra do Ouro a Sul.
- O ex-Libris de Afonso Lopes Vieira não é “alcança quem não cansa” (este é de Aquilino Ribeiro) mas “or piango or canto”.
- A ETAR de S. Pedro não envia cheiros. E, mesmo que enviasse, nunca chegariam à praia de S. Pedro quando o vento está do Sul, pois a ETAR fica a Norte (estrada da Vieira). Chegariam, por exemplo, à Praia Velha.
BALANÇO DAS PONTUAÇÕES
Quando são cumpridas metade das provas que constituem o Torneio Policiário’ 2017, impõe-se fazer um balanço da prestação dos concorrentes. Como primeiro destaque, registe-se o número significativo de concorrentes (oito!) totalistas em todas as provas disputadas até ao momento, tendo três deles alcançado sempre bonificações resultantes do posicionamento nos lugares destinados às melhores ou mais originais soluções: Detetive Jeremias, Menino Lucas e Vimaranes. Para além destes, alcançaram também posições bonificadas Detetive Bossiak (por duas vezes), Rigor Mortis, Bernie Leceiro, Alex, Inspetor Mucaba, Madame Eclética e Arnes, solucionistas dotados de grande potencial que prometem continuar a pressionar os atuais líderes da prova, a par de dois de outros concorrentes: Ma(r)ta Hari e Zé de Mafamude. Na verdade, embora ainda seja matematicamente possível a qualquer dos concorrentes em prova vencer o torneio, o mais provável é que o grande vencedor saia deste lote de doze “detetives”.
CLASSIFICAÇÃO GERAL APÓS A QUARTA PROVA
1º. Detetive Jeremias: (43+14): 57 pontos;
2ºs. Menino Lucas (41+13) e Vimaranes: (39+15): 54 pontos;
4ºs. Alex (30+12), Madame Eclética (32+10) e Rigor Mortis (33+9): 42 pontos;
7ºs. Detetive Bossiak (32+9) e Inspetor Mucaba (30+11): 41 pontos;
9ºs. Bernie Leceiro (30+10), Ma(r)ta Hari (30+10) e Zé de Mafamude (30+10): 40 pontos;
12º. Haka Crimes (28+10): 38 pontos;
13º. Arc. Anjo (28+9): 37 pontos;
14º. Pena Cova (27+9): 36 pontos;
15ºs. Arnes (26+9), Charadista (26+9) e Inspetor Guimarães (25+10): 35 pontos;
18ºs. Beira Rio (26+8), Holmes (25+9), Santinho da Ladeira (26+8), Solidário (26+8) e Talismã (26+8): 34 pontos;
23º. Gomes (25+8): 33 pontos;
24º. Onaírda (8+0): 8 pontos.
CONCURSO DE CONTOS “UM CASO POLICIAL EM GAIA”
A fechar esta edição, lembramos mais uma vez que termina no final deste mês o prazo para o envio dos trabalhos relativos ao nosso Concurso de Contos, que tem por tema “Um Caso Policial em Gaia”. Findo este prazo, os originais concorrentes serão submetidos a apreciação dos membros do Júri, a quem compete determinar os prémios a atribuir, no limite previsto de seis taças e seis menções honrosas, distribuídos por três classificações: a primeira, para todos os contos a concurso; a segunda, para aqueles que nunca tenham publicado qualquer conto; e, a terceira, destinada exclusivamente aos mais jovens. Portanto, caro leitor, já sabe, se ainda não fez o envio do seu conto (com o mínimo de quatro páginas) ou se ainda o não concluiu, apresse-se…
NOTÍCIAS DA TERTÚLIA POLICIÁRIA DA LIBERDADE
Anote na sua agenda: “No próximo dia 1 de julho, um sábado, vai reunir a Tertúlia Policiária da Liberdade para balanço do seu XIV Convívio e de toda a sua atividade em geral. Coincidindo a data com o 25º. aniversário da secção PÚBLICO-Policiário, não se deixará de assinalar tão relevante acontecimento policiarista nem se deixará de brindar, com toda a justiça, ao confrade Luís Pessoa, o responsável daquela secção ao longo deste quarto de século.
A reunião-almoço terá lugar na Taverna dos Trovadores, em São Pedro de Sintra, a partir das 12 horas e 30 minutos e o preço será de 16 euros por pessoa.
Os policiaristas que possam e queiram estar presentes, dando-nos esse prazer, deverão confirmar a sua comparência até ao próximo dia 29 de junho, pelos contactos habituais: António Raposo (213548860 ou 966173648), Nove (214719664 ou 966102077) ou Rui Mendes (219230178 ou 965894986). Votos de longa saúde ao POLICIÁRIO.”
O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 1 de junho de 2017
MAIS UM ENIGMA EM APRECIAÇÃO NO TORNEIO POLICIÁRIO
A quinta prova do Torneio Policiário’ 2017, que hoje publicamos, é da autoria de uma das mais destacadas policiaristas portuguesas, brilhante vencedora do campeonato nacional da modalidade em 2015, na vertente de decifração, competição que a secção POLICIÁRIO da edição dominical do jornal PÚBLICO organiza anualmente há quase duas décadas e meia. Para além da sua brilhante prestação como solucionista, que tem vindo a exibir ao longo da sua participação nas diversas provas em que marca presença, ela vai conquistando também grande notoriedade como produtora. E para atestar a sua qualidade nesta vertente da modalidade, aqui fica o seu mais recente trabalho.
TORNEIO POLICIÁRIO’ 2017
Prova nº. 5
“Não há Nada para Ninguém”, de Detetive Jeremias
A literatura policial está recheada de tios ricos, demasiado agarrados à bolsa, que acabam depois assassinados por um ou mais sobrinhos impacientes. Pelo seu lado, estes herdeiros acabam com os ossos na cadeia fruto de uma intervenção espetacular do herói da saga – um investigador das forças da ordem, um detetive amador, um jovem arguto, uma solteirona bisbilhoteira, ou qualquer outra personagem de ficção que a imaginação do autor consiga arquitetar.
Este relato da vida real envolve uma tia milionária e os seus três sobrinhos endividados até ao tutano, todos desesperados por uma fatia da herança que tarda em chegar. Sem o desenlace fatal não há nada para ninguém.
A tia Judite, uma octogenária moderna cheia de energia mental, é detentora de uma fortuna iniciada há séculos com esquemas obscuros e reforçada por gerações com boa visão para o negócio e gosto excessivo pela poupança. Judite tem dificuldades de mobilidade e prefere de longe manter-se na tranquilidade do local onde vive, um palacete no coração da capital nortenha. Talvez por isso mesmo aprendeu a navegar na Internet, o que lhe permite não só viajar pelo mundo fora, mas também ter acesso às notícias do país e do mundo nos múltiplos jornais online. Judite é uma pessoa culta e informada, é perspicaz e interessada por tudo. Apaixonada por livros policiais, lê-os atualmente no tablet, na versão e-book − um descanso para a vista e para a carteira também.
Os sobrinhos, únicos herdeiros legítimos, cumprem o padrão: são uns inúteis ociosos com vocação para vícios e atividades pouco legítimas. A tia Judite não tem ilusões e sabe bem que a simpatia e desvelo manifestados pelos seus sobrinhos não passam de uma falsidade para tentar mascarar o interesse nos bens e nas contas bancárias de que é titular. E as quase certezas de Judite vão mais longe. Ela tem fortes suspeitas de que um deles, e apenas um, já esgotou a paciência e está determinado em não esperar por uma morte natural. É claro que ainda não conseguiu qualquer prova destas maléficas intenções. Digamos que tudo não passa de um pressentimento fundamentado numa série de acidentes estranhos dos últimos meses, todos felizmente sem consequências: o insólito curto-circuito no candeeiro de leitura, a queda na banheira devido a um rasgão demasiado retilíneo no tapete de ventosas, o frasco novo de gotas oftálmicas com o selo de segurança quebrado e uma coloração diferente da habitual.
Em 15 de Agosto de 2016 Judite festejou o seu 85º aniversário. Os sobrinhos chegaram logo depois do almoço. Mostraram-se mesureiros, exibindo cada um o respetivo presente.
Clara transportava um periclitante arranjo floral. A amálgama de caniços retorcidos com flores frescas, estava apertada desajeitadamente com um imenso laço verde alface. Judite tentou ser assertiva e inspirou suavemente o invulgar aroma a amêndoa que se desprendia da oferta, enquanto tentava não ouvir o patoá irritante da sobrinha. “Ó qu’rida tia, fui eu própria qu’ armei este piqueno presente. Sei lá… ´Tá lindo de morrer, não ‘tá?”
Rodrigo entregou à tia o que acreditava ser o sucesso garantido para adoçar as gulosas papilas gustativas da avarenta. Disse: “Não fui eu que fiz, mas comprei ontem com todo o carinho. Feliz aniversário, tia!”. Judite, ao observar através da transparência da caixa o “requintado sortido” com 24 bombons perfeitamente alinhados, sentiu de imediato crescer-lhe água na boca e sorriu ao ver a marca do “Ambrósio, apetecia-me tomar algo”.
Mas logo José Alberto atirou um “Chega p’ra lá!” ao primo Rodrigo e desvendou a sua oferenda, acondicionada numa pequena mala térmica: “Parabéns, minha tia! Fui mesmo agora buscar esta delícia à minha gelataria preferida no Porto. Vamos celebrar em conjunto. Vamos, vamos, depressa ou isto descongela.” A tia passou com delicadeza a língua pelos lábios finos, antecipando o prazer de um fresco sorvete, como se dizia no seu tempo.
Judite observou o conjunto dos presentes e de imediato uma certeza trespassou a sua mente. Despachou os sobrinhos para a rua, com um “Voltem depois do jantar! Descansem que o gelado vai para o congelador ”. De seguida telefonou a um velho amigo da Judiciária, partilhou as suas desconfianças e ele garantiu-lhe a recolha para análise toxicológica.
Os sobrinhos lá foram com a cabeça entre as orelhas. Um deles ia com o rabinho a dar-a-dar, julgando ter assegurado a muito, muito, curto prazo pelo menos um terço da herança da velha.
Os factos que aqui relato não encaixam com perfeição na trama descrita no início, nem eu tenho a pretensão de ser escritora, limito-me a contar as coisas tal como se passaram. Temos tia rica, sobrinhos desesperados, mas o crime não acontece e a investigação terá de ser conduzida pelo leitor. Sobre quem recairiam as suspeitas da tia Judite? Porquê?
DESAFIO AO LEITOR
E, pronto, caro leitor-detetive, agora já sabe, leia o problema apresentado com a máxima atenção, elabore uma proposta de solução o mais circunstanciada possível, não descurando nenhum pormenor que considere relevante para a fundamentação do seu raciocínio, e envie-a depois para o orientador da secção, até ao dia 10 de julho, por um dos seguintes meios:
- por correio, para AUDIÊNCIA GP / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores;
- por email, para salvadorpereirasantos@hotmail.com.
Mas, atenção: não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome ou pseudónimo.