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segunda-feira, maio 20, 2019
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 20 de maio de 2019
   APROXIMA-SE O DIA DO ARRANQUE DO TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
Ontem foi dia de festa da família policiária, que se reuniu num restaurante de São Pedro de Sintra para mais um convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade. Para que todos os leitores fiquem por dentro de tudo o que lá se passou, publicaremos em próxima edição uma reportagem do evento. Entretanto, quando estamos apenas a 16 dias do arranque do torneio de decifração “Solução à Vista! - 2019”, damos a conhecer a última parte do conto que temos vindo a publicar.

CRUZEIRO NO DOURO, de Rigor Mortis
            III – Parte (conclusão)
- Já me disseram que estavam os seis no salão, mas que o Vassili não jogou esta noite. Mas, que eu saiba, uma mesa de Bridge joga-se com quatro jogadores… Que fazia o quinto?
Ângela tomou a deixa:
Jogamos quatro róberes esta noite. Em cada um deles rodámos os parceiros e um de nós ficou de fora, a ver, sentado num dos cantos da mesa. A coube-me a vez no primeiro róber, o Miguel ficou de fora no segundo, a Erika no terceiro e Marcelo no quarto. Esta noite foi a Teresa que fez todos os róberes.
- E ninguém saiu do salão?
- Quando fiquei de fora saí por uns minutos para o deck, para fumar um cigarro – respondeu o Marcelo – tal como a Erika tinha feito, de resto. Mas não foram mais de cinco minutos.
- Bom… – Teresa hesitou – Pelas onze horas, no inicio do terceiro róber, saímos todos até ao deck, para ver o principio do fogo de artifício que tinha começado na outra margem do rio. Mas voltámos logo, porque as cartas já tinham sido dadas para o jogo seguinte.
- Ah! – disse o inspetor.
Nesse momento entrou na saleta o médico-legista. Secamente, dirigiu-se ao inspetor:
- Não é grande novidade, mas para já o que lhe posso dizer é o seguinte. O homem morreu de um tiro disparado à queima-roupa, logo debaixo do olho direito. Morte instantânea. O orifício de entrada corresponde ao calibre da pistola que estava em cima da cama, entre a mão direita e a cabeça. Para já, posso colocar a hora da morte entre as onze e a uma hora da madrugada.
- Ah! – repetiu o inspetor.
- Comandante – continuou, após alguns segundos de reflexão – estes cinco não saem do navio sem que eu dê autorização. Arranje um camarote aqui para a menina Erika. Os outros quatro podem ir para as suas cabinas.               
ooooooooooooooooo /// ooooooooooooooooo
Caro leitor, este é o momento de fazer uma pausa, refletir sobre o que sabe. Todos os dados estão expostos… Falta apenas juntar as peças do puzzle para poder ver o que se terá passado.
ooooooooooooooooo /// ooooooooooooooooo
         O inspetor Rogério Marques deixou-se ficar na saleta, sozinho, ruminando sobre o que tinha visto e ouvido. Minutos depois entrou novamente o comandante Sousa.
            - Inspetor! Não me diga que tem dúvidas sobre o que aconteceu! O russo, no meio de toda a sua insegurança, ficou desfeito quando a Erika lhe disse que o ia deixar. Nem sequer quis jogar à cartas esta noite, ele que era um dos mais entusiastas pelo jogo! Já no camarote, violento como era, pegou na pistola e matou-se…
            - Acha? – a pergunta foi ácida e sarcástica – Homens violentos como seria o Vassili muito raramente se matam por amor… Mais facilmente daria um tiro na mulher…
            O comandante Sousa ficou atónito, mas não conseguiu deixar de reconhecer o senso da afirmação.
            - Mas então quem o matou? Só poderá ter sido um daqueles cinco, e eles estavam todos no salão, a jogar ou a ver os outros jogar!
            - Ah! – a exclamação do inspetor começava a ser repetitiva.
            - Pense bem, comandante! Você, que diz ter talento para mistérios policiais, pense bem! Dos cinco, qual ou quais poderia ter motivos para matar Vassili?
            - Bem… O Marcelo pode ter querido ver-se livre do russo, para ficar com a diva da Erika, bem mais bonita que a mulher dele… E poderá ter forjado a sua oportunidade quando ficou de fora, a ver, no quarto róber. Fumar um cigarro no deck? Sim, talvez, mas os tais cinco minutos eram mais do que suficientes para ir até ao camarote e matar o Vassili!
            - Pense melhor, comandante! – o sarcasmo era evidente na voz do inspetor – Ele poderá ter estado fora do salão mais do que cinco minutos, mas dificilmente mais do que dez… Ou a sua ausência seria notada pelos outros, apesar de estarem enfronhados no jogo e nas discussões. Talvez ele soubesse que a porta do camarote estaria apenas no trinco, já que sabia que a Erika tinha perdido a sua chave, mas poderia não saber onde estava a pistola exatamente. Talvez tivesse apanhado o Vassili a dormir, mas dificilmente o russo não acordaria com alguém a mexer-lhe na mala onde a pistola estava normalmente guardada. E se o Vassili acordasse, seria o Marcelo que levaria uma sova… Acha que mais ninguém poderia ter motivos para matar o Vassili?...
            - Er… Bom… A Erika parecia já não gostar muito dele…
            - Além disso, comandante, ninguém no barco deu pelo tiro, pois não?... Isso não lhe diz nada?... 
            - Ah! – disse agora o comandante, levantando a mão direita com o indicador espetado para cima – O tiro foi disparado enquanto decorria o fogo de artifício! Por isso ninguém deu por ele! Num barco relativamente pequeno, como este, confundiu-se perfeitamente com algum dos estoiros lá fora!
- Pois foi… –  concluiu o inspetor – e isso ocorreu pelas onze horas, precisamente quando eles começaram o terceiro róter, aquele em que foi a Erika que ficou de fora… 
- Mas então!?...
- Pois é… Essa foi uma bela oportunidade. Mesmo que a Erika se demorasse um pouco a regressar ao salão, todos imaginariam simplesmente que ela se teria deixado ficar no deck a ver o fogo de artificio até ao fim, já que não estava a jogar nessa altura. E, ao contrário do Marcelo, a Erika sabia exatamente onde estava guardada a pistola. E mesmo que o Vassili não estivesse a dormir, não estranharia que ela viesse ao camarote. Era mesmo uma excelente oportunidade para se livrar de Vassili, lançando as suspeitas sobre o pobre do Marcelo. Até porque nunca poderia estar segura que ele a deixaria “ir-se embora”… Vamos ver isso amanhã, mas acho que a Erika disse ao Marcelo onde estava a pistola… Se calhar disse-lhe mesmo que, conhecendo o Vassili como ela o conhecia, quando ele fosse para o camarote vestiria o pijama deixando a pistola à vista na mala aberta, se deitaria e adormeceria rapidamente num sono muito profundo…
- Ah! – continuou – e que o que o Vassili lhe deixou em testamento não será assim tão pouco…
- Ah! – desta vez a exclamação parecia um tiro – E aposto o que você quiser em como ela nunca terá dito ao Vassili que iria deixá-lo!
Por uma razão ou por outra, todos os que tinham partilhado aquele cruzeiro iriam lembrar-se dele por muito tempo…
 
domingo, maio 05, 2019
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 5 de maio de 2019
FALTAM APENAS DOZE DIAS PARA O XVI CONVÍVIO DA TPL
Antes de publicarmos a segunda parte do Conto “Cruzeiro no Douro”, de Rigor Mortis, que preenche quase totalmente a presente edição, recordamos que é já no próximo dia 19 de maio que se realiza, em São Pedro de Sintra, o XVI Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade. Os interessados em participar nesta jornada de confraternização devem inscrever-se até 17 de maio, através dos telefones 966173648 (António Raposo) ou 965894986 (Rui Mendes).

CRUZEIRO NO DOURO, de Rigor Mortis II - Parte
O alvoroço era grande. O comandante Sousa, exibindo notável autoridade, ordenou a todos que se afastassem e recolhessem aos seus camarotes. Após um olhar para o interior, apercebendo-se imediatamente da tragédia, fechou a porta do camarote de Vassili e Erika e levou esta e os nossos dois casais portugueses para uma saleta contígua ao salão do barco. Aí pegou no seu telemóvel e chamou a polícia.
Um quarto de hora depois chegou o inspetor Rogério Marques, acompanhado de dois agentes e do médico-legista, que foram imediatamente levados àquela saleta.
- Carlos Sousa, comandante – apresentou-se este.
- Inspetor Rogério Marques. Foi consigo que falei ao telefone, há pouco, não foi? Leve-nos ao local onde está o cadáver. Agente Fonseca, fique aqui com estes senhores – disse, apontando para Erika e para os dois casais.
Chegados ao camarote, o inspetor Marques olhou demoradamente para a cena.
Vassili, em pijama, estava deitado de costas sobre a cama aberta, com o braço esquerdo ao longo do corpo e o direito em arco para cima. A cara estava completamente ensanguentada, mas podia ver-se que tinha sido atingida logo abaixo do olho direito. Entre a mão direita e a cabeça estava uma pistola, de baixo calibre. Ao lado da cama uma maleta aberta, mas nada parecia estar fora do lugar.
- Dr. Ramires, faça o seu trabalho… – disse o inspetor para o médico-legista, acrescentando para o comandante: - Vamos regressar para o pé daqueles senhores.
No escasso minuto que levaram para regressar à saleta, o comandante Carlos Sousa explicou:
- A loira, Erika, é norueguesa e era a mulher do morto, russo. Este, de nome Vassili, metia um certo medo a qualquer um. Via-se à légua que não era um tipo muito normal. Os dois casais, ambos portugueses, eram os melhores amigos deles neste cruzeiro, toda a gente o podia ver, apesar das enormes discussões que tinham todas as noites, a jogar às cartas. Mas um dos homens, o mais alto deles, andou a arrastar-lhe a asa durante toda a viagem… Os mexericos a esse respeito eram mais que muitos.
- Ah! – retorquiu o inspetor, como que convidando-o a continuar.
- Sabe? Sempre tive um certo jeito para mistérios policiais… Mas este caso aqui parece claro como água, o russo suicidou-se enquanto os outros cinco jogavam às cartas no salão. O corpo foi descoberto pela mulher, quando regressava ao camarote, mas os cinco estavam lá dentro quando lá cheguei e os trouxe para a saleta, deixando o camarote fechado.
- Talvez. Veremos… – comentou enigmaticamente o inspetor.
Já na saleta, o inspetor começou por abordar Erika, perguntando-lhe sem rodeios:
- O seu nome é Erika, certo? O seu marido tinha tendências suicidas?
Erika respondeu com voz calma, olhando o inspetor Marques diretamente nos olhos:
- Vassili era um homem complicado, inspetor. Muito inseguro e impulsivo, tanto podia ser violento como muito terno. Sinceramente, não sei.
- Não parece muito perturbada com a sua morte – retorquiu o inspetor com um sorriso sardónico – mas era o seu marido, não era?
- Não, não eramos casados. Vivíamos juntos há cerca de dois anos, mas eu já lhe tinha dito, ontem mesmo, que me iria afastar quando regressássemos a Paris, a casa.
A reação de Marcelo a estas palavras não passou despercebida ao inspetor Marques. Denotando surpresa, escondeu rapidamente um leve sorriso.
- Porquê?
- Já lhe disse que ele era impulsivo e violento. Por diversas vezes fui o seu alvo, e cansei-me disso. Até aqui, no cruzeiro, ele passou as marcas uma vez. A fortuna dele não era tudo na vida, e eu queria outra coisa.
- A fortuna dele, hum! Alguma parte fica para si?
- Vassili tinha feito um testamento há uns meses atrás, mas não creio que me tenha deixado grande coisa. Mas não importa…
O inspetor virou-se para Marcelo.
- Qual é o seu nome? Parece que andou todo o cruzeiro a cortejar aqui a Erika, hein?
- Marcelo. Nada disso, que diabo! Já um homem não pode ser delicado para com uma mulher sem que imagine logo que esteja a pensar noutras coisas!
- Delicado?! – interrompeu Teresa, de mau humor – Andar o tempo todo a rondar-lhe as saias, com palavrinhas doces, tem outro nome na minha terra!
- Vamos, vamos! – interrompeu o inspetor, percebendo quem eram os dois casais – Resolvam os vossos problemas conjugais quando chegarem a casa. Aqui o problema não é esse.
- E você, como se chama? E que tem a dizer sobre isto? – interrogou, virando-se para o Miguel.
- Chamo-me Miguel. Oh, nada de especial… A Erika era uma mulher bonita, sem dúvida, mas…
- Não é a isso que me refiro! O que quero saber é o que aconteceu esta noite, desde a horado jantar até encontrarem o corpo do russo.
- Oh! Estivemos a jogar Bridge no salão, como todas as noites, desde logo a seguir ao jantar, pelas nove horas. O Vassili não lhe apetecia jogar e mais ou menos às dez horas deu as boas noites e foi-se deitar, quando começámos o segundo róber. Por volta da uma hora fomos para os camarotes. Foi quando a Erika, ao abrir a porta, viu o Vassili morto em cima da cama e gritou. Corremos até lá, vimos a coisa, mas acho que não tocámos a nada até que o comandante chegou e nos trouxe para aqui.
- Cada casal tinha duas chaves do seu camarote?
- Sim, claro – disseram Miguel, Teresa e Ângela.
Parecendo notar alguma indecisão, o inspetor olhou para Erika.
- Não exatamente – disse Erika – Perdi a minha chave no segundo dia do cruzeiro… Falei com o Marcelo sobre isso, e ele aconselhou-me a pedir uma nova chave ao camaroteiro, mas acabei por nunca me decidir a faze-lo…
- Então como abriu a porta do seu camarote, esta noite?
- Vassili sabia que eu não tinha a minha chave, por isso deixou a porta só no trinco.
O inspetor ficou alguns segundos em silêncio. Depois, perguntou a Erika:
- A pistola era do Vassili?
- Sim, inspetor. Andava com ela para todo o lado. Mas durante o cruzeiro, felizmente, teve-a sempre guardada na mala, dentro do camarote, embrulhada no pijama. Está a ver… De facto, essa era outra razão para eu me querer afastar dele…
- Falou a alguém sobre a existência da pistola? – insistiu, pronunciando lentamente as palavras e olhando de soslaio para Marcelo.
- Inspetor! Acho que se estará a referir a mim – interrompeu Marcelo, com brusquidão - Sim, a Erika disse-me uma vez que Vassili tinha uma pistola guardada no camarote… Pronto! E depois?! Como é que eu o poderia ter morto, se passei toda a noite no salão a jogar Bridge, com mais quatro pessoas?! - Está bem, vamos então a isso – concedeu o inspetor Marques.
(continua)  
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