O DESAFIO DO ENIGMAS - edição de 20 de março de 2020
COMPETIÇÕES POLICIÁRIAS
ENTRAM NA RETA FINAL
Na reta final do torneio de decifração “Solução à Vista!”, ficamos hoje a
conhecer a solução “oficial” da penúltima prova e as pontuações alcançadas
pelos nossos “detetives”, bem como a tabela classificativa atualizada do
concurso de produção de enigmas policiários “Mãos à Escrita!”.
TORNEIO
“SOLUÇÃO À VISTA!”
Solução da Prova nº. 9
“Um Pedido de Ajuda”, de Detetive
Jeremias
de: Maria XXXX xxxxx.com>
para: salvadorpereirasantos@hotmail.com
data: 15/03/2020, 16:13
assunto: Agradecimento
Bom tarde, Senhor Salvador Pereira Santos,
Queria agradecer-lhe por ter publicado o meu
pedido de ajuda na sua secção do jornal Audiência. Queria contar-lhe também uma
coisa. Estou mesmo contente, porque afinal consegui encontrar sozinha o código
para abrir o cofre. Fui logo comprar os livros do Harry Potter e já comecei a
ler A Câmara dos Segredos. A minha avó diz que eu dei tantos saltos e fiz tanto
barulho quando tirei o envelope do cofre que ia deitando a casa abaixo. Um
exagero, claro. A casa é antiga, mas não tanto. O meu avô deu-me os parabéns e
disse: “Ainda bem que descobriste. Era difícil chegar ao código por tentativas,
porque como os algarismos podiam ser repetidos e sequência deles interessa,
tinhas dez mil hipóteses diferentes. Mia, puseste a cabeça a trabalhar e
descobriste o código. Parabéns!”
Não sei se as pessoas que respondem aos
problemas de O Desafio dos Enigmas tentaram resolver este enigma, mas gostava
de explicar como é que eu descobri. Lembrei-me que o meu avô tinha dito que era
um código simples. E das primeiras coisas que ele me ensinou, porque é também
uma das mais simples, é aquela em que as letras do alfabeto correspondem a um
número A=1, B=2, C=3, etc. É claro que este método também pode ser usado de
outra maneira, os números corresponderem a letras 1=A, 2=B, 3=C. No princípio a
minha ideia era esta: a partir dos números que o meu avô escreveu eu podia
encontrar uma palava que fosse um número. Por exemplo, eu sei que em francês
1000, se escreve “mille”, que tem 5 letras e pensei que podia ser uma solução
parecida com esta.
Escrevi o abecedário numa folha e depois por
baixo de cada letra fui pondo os números de 1 a 26. Depois como o papel que o
avô Zé me deu tinha:
13 13 22 9 9
Fui procurar qual era a letra que correspondia
a cada um destes números e vi que tinha:
M M V I I
Fiquei atrapalhada por não tinha encontrado
nenhuma palavra que me desse o código.
Só que de repente um raio luminoso atravessou a
minha cabeça!
MMVII só podia ser numeração romana. MMVII é
2007.
Nada mais nada menos o ano em que eu nasci! O
avô bem me tinha ensinado que o código Letra/Número é uma das formas mais
fáceis para escrevermos mensagens secretas, mas ao mesmo tempo também não custa
nada a decifrar, o que é mau para quem quer esconder alguma coisa.
Muito obrigada, outra vez, por ter publicado o
mail que eu lhe enviei. Também preciso de dizer que desta vez qualquer erro que
este mail tenha fui eu que o fiz. Os meus pais leram o mail, porque a polícia
da Escola Segura avisou que devemos mostrar a um adulto o que escrevemos
na net, mas pedi para não me corrigirem nada. Já estou muito mais crescida do
que em maio e não escrevi uma única vez “adoro
imenso”, porque a minha mãe diz que estou sempre a dizer isso. E agora aprendi
um truque secreto para saber quando tenho de escrever o há com “H”. Quer que
lhe ensine?
Obrigada pela atenção.
Maria
Pontuação/Classificação
(após a 9ª. Prova)
1º. Búfalos Associados (98+13): 111 pontos;
2º. Detetive Jeremias (99+11): 110 pontos;
3ºs. Tempicos & Tempicas (82+10) e Zé de Mafamude (82+10): 92
pontos;
5º. Inspetor Moscardo (81+10): 91 pontos;
6º. Ego (78+10): 88 pontos;
7ºs. Bernie Leceiro (74+12), Ma(r)ta Hari (76+10) e Rigor Mortis (78+8):
86 pontos;
10ºs. Carlota Joaquina (74+8) e Insp. Mucaba (74+8): 82 pontos;
12ºs. Detetive Bruno (69+10) e Pena Cova (69+10): 79 pontos;
14ºs. Charadista (68+9), Chico da Afurada (69+8), Holmes (68+9):
77 pontos;
17ºs. Beira Rio (67+9), Bota Abaixo (68+8), Broa de Avintes (66+10),
Necas (67+9) e Príncipe da Madalena (67+9): 76 pontos;
22ºs. Detetive Vasoff (67+8), Faina do Mar (66+9), Haka Crimes (67+8),
Insp. Guimarães (67+8), Mascarilha (66+9), Mosca (66+9),Talismã (66+9) e Tó
Fadista (65+10): 75 pontos;
30ºs. Agata Cristas (64+10), Dragão de Santo Ovídio (66+8), Insp.
Madeira (64+10), Mancha Negra (67+7), Martelo (66+8), Pequeno Simão (65+9): 74
pontos;
36ºs. Amiga Rola (64+8), Santinho da Ladeira (63+9) e Vitinho
(62+10): 72 pontos;
39ºs. Arc. Anjo (62+9), Insp. Mostarda (63+8), Solidário (63+8):
71 pontos;
42ºs. Moura Encantada (57+10) e O Madeirense (60+7): 67 pontos;
45º. Donanfer II (66+0) e Oluap Snitram (57+9): 66 pontos;
46º. Abrótea (50+0): 50 pontos;
47º. Airam Semog (26+0): 26 pontos.
CONCURSO “MÃOS
À ESCRITA!”
As avaliações dos solucionistas e orientador da secção ao enigma “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” resultaram
na seguinte pontuação média: 7,90 pontos. O enigma de Bernie Leceiro, que
constituiu a prova nº. 8, passa a ocupar o 5º. lugar da classificação, que está
assim ordenada:
1º. “Crime Leaks”, de Daniel Falcão:
8,60 pontos;
2º. “Whisky Fatal”, de Rigor Mortis: 8,40 pontos;
3º. “…E Também não é uma Cebola”, de
Búfalos Associados: 8,30 pontos;
4º. “O Caso do Capitão Venâncio”, de A. Raposo: 8,20 pontos;
5º. “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça”, de Bernie Leceiro: 7,90 pontos;
6º. “A Estranha Morte do Barão”, de Abrótea: 7,80
pontos;
7º. “O Estranho Caso da Falsa
Mobilidade”, de Bigode: 7,60 pontos;
8º. “Abílio Vai à Bola”, de Daniel Gomes: 6,20 pontos.
O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 5 de março de 2020
O ENIGMA QUE DECIDE TUDO NO
TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
É hoje conhecido o último enigma do nosso torneio de decifração, quando
falta ainda conhecer as pontuações alcançadas pelos concorrentes na penúltima prova.
Se não existirem surpresas de maior, a grande vitória no torneio “Solução à
Vista!” será discutida entre Detetive Jeremias e Búfalos Associados, que têm
travado uma verdadeira luta de titãs, alternando na liderança da classificação
desde a primeira prova. No que respeita ao concurso de produção de enigmas
policiais “Mãos à Escrita”, disputado pelos nove enigmas publicados até ao
momento (recordamos que o enigma de hoje é publicado extraconcurso), o original
de Daniel Falcão (“Crime Leaks”) é o que se encontra em melhor posição para o
conquistar o troféu Pedro Paulo Faria, que premeia o grande vencedor, faltando
ainda saber as pontuações que os nossos “detetives” atribuem aos enigmas “A
Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” de Bernie Leceiro e “Um Pedido de Ajuda” de
Detetive Jeremias, os únicos que ainda podem destronar o atual líder.
TORNEIO
“SOLUÇÃO À VISTA!”
Prova nº. 10
“Smaluco e a Matança numa Terra em
Festa”, de Inspetor Boavida
Era domingo de páscoa e dia das mentiras, mas a notícia era verdadeira.
Natália Vaz, a namorada de Smaluco, seria libertada na manhã do dia seguinte,
cumpridos que foram mais de dois terços da pena a que foi condenada. Quando
abandonou o Estabelecimento Penal de Tires, ela vivia um misto de sensações
contraditórias. A felicidade pela liberdade alcançada era contrariada pelo
conhecimento de um crime que fora conjeturado na cadeia e que se sentia
impotente para impedir ou provar. O velho detetive, o seu mais que tudo,
percebeu que algo não estava bem e questionou-a. Natália não lhe escondeu nada.
Durante boa parte do tempo em que esteve presa, ela fez serviço na biblioteca
da prisão e foi lá que teve conhecimento, há poucas semanas, da preparação de
um crime encomendado por alguém de fora do espaço prisional a duas perigosas criminosas
que concluíram as respetivas penas e em breve serão libertadas.
Caída no chão da biblioteca, junto a uma zona da estante dedicada a
livros de turismo nacional, estava uma folha de papel que continha apenas estas datas: 5, 6 e 9 de junho; 7 e 8 de julho; 4 e 6 de agosto; e 4, 5 e 7 de
setembro. Natália acabara de memorizar as datas, quando Sofia “Espertinha”
entrou apressada e procurou a folha que deixara esquecida na biblioteca. Deitou
um olhar desconfiado a Natália, a quem disse que era melhor ficar caladinha,
pegou no papel e saiu da mesma forma ágil como havia entrado. A amada de
Smaluco, que não é pessoa de se deixar atemorizar por nada deste mundo,
arranjou depois maneira de se aproximar da “Espertinha” quando esta estava no
pátio de recreio em sussurros com Manuela “Sabichona”, a tempo de ouvir a
primeira dizer: Decora as datas e desfaz-te do papel. Amanhã vem cá a Madama e
ficaremos a saber em qual desses dias executamos a matança e em que terra em
festa junto ao mar.
No dia seguinte, Natália Vaz conseguiu ter acesso à sala de visitas e viu
uma “socialite” que é notícia frequente nas páginas das revistas cor-de-rosa à
conversa com Sofia e depois com a “Sabichona”, em separado, e percebeu que
“Espertinha” ficou apenas a saber o mês da matança e “Sabichona” o dia.
Posicionou-se depois estrategicamente num discreto recanto da biblioteca, onde
as duas criminosas tinham por hábito conversar longe das vistas da maioria das
presidiárias, embora de forma muito cautelosa porque temiam que a leitura labial
as denunciasse no sistema de videovigilância. E ouviu mais ou menos isto: Sofia
disse que não sabia em que dia ia ter lugar a matança, mas tinha a certeza
absoluta que Manuela também não sabia. Ao que esta respondeu: Eu também não
sabia, mas agora sei. E Sofia ripostou: Agora que dizes isso, também eu sei em
que dia vamos executar a coisa. E digo mais. Já sei em que terra.
Perante estes indícios de que se preparava um crime, Smaluco
prontificou-se de imediato a investigar o caso, em colaboração com um antigo
camarada da PJ, mas Natália impôs-se e impediu-o de o fazer. O velho detetive
ainda insistiu, dizendo que resolveria o problema em minutos, depois de uma
breve conversinha musculada com a madame “socialite” e de um apertão
convincente às duas perigosas criminosas. Mas de nada valeu a insistência,
porque a sua amada mostrou-se irredutível. Segundo ela, aquela estratégia
apenas servia para alertar mandante e criminosas, que negariam tudo e
abortariam a projetada matança, saindo ilibadas da eventual acusação uma vez
que não havia provas de que estivessem a preparar qualquer atentado. Por outro
lado, como não se sabia quem era, ou quem eram, o alvo daquelas mulheres, o
crime seria cometido noutra data sem que houvesse alguma coisa que pudesse
ligá-las a esse acontecimento.
Amuado, Smaluco sentou-se na sua poltrona preferida a bebericar um uísque
quase tão velho quanto ele, resmungando palavrões impercetíveis, enquanto
Natália Vaz circulava impaciente por toda a casa perdida nos seus pensamentos.
Até que, de súbito, ela fez ecoar um grito que se terá ouvido em todo o
quarteirão da rua em que o casal tem morada: Eureka! Já sei em que data e em
que terra o crime vai ser cometido. Agora é só esperar pelo dia, seguir a Sofia
“Espertinha” e a Manuela “Sabichona” e apanhá-las em flagrante. Assim ninguém
morrerá e elas e a madame mandante não escaparão de certeza à prisão. Dito
isto, voltou-se para o seu velho companheiro e ordenou: Vá, anda daí comigo.
Vamos já participar o caso à PJ. E o detetive Smaluco lá foi, atónito e
submisso, atrás de Natália, sem fazer a mínima ideia de como é que ela sabe o
que diz saber. Mas não é só ela. Os leitores também sabem o que Natália sabe,
não é verdade?!
DESAFIO AO LEITOR
Será que o leitor sabe mesmo em que data e em que terra o crime vai ser
cometido? Em caso afirmativo, desenvolva essa teoria, sustentando-a com os
factos disponíveis. E envie depois o respetivo relatório, até ao próximo dia 30
de março, através dos seguintes meios:
- por correio postal, para AUDIÊNCIA GP / O Desafio
dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel –
Açores;
- por correio eletrónico, para
salvadorpereirasantos@hotmail.com.
E, já sabe, não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu
nome (ou com o pseudónimo adotado), nem de remeter juntamente a pontuação
atribuída ao enigma “Um Pedido de Ajuda “, de Detetive Jeremias, para efeitos
de classificação no concurso “Mãos à Escrita!”.
“UM CASO POLICIAL EM GAIA”
Em nota de rodapé, recordamos que os
contos destinados ao concurso “Um Caso Policial em Gaia” podem ser enviados a
qualquer momento, até final de maio próximo, para o orientador da secção,
através do email acima referido. Os originais terão de ter entre 5.000 a 10.000
carateres.