O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 20 de abril de 2020
E OS VENCEDORES SÃO... BÚFALOS
ASSOCIADOS E DANIEL FALCÃO
Estão encontrados os grandes vencedores do torneio de decifração “Solução
à Vista!” e do concurso de produção “Mãos à Escrita!”. Búfalos Associados vence
o torneio de decifração, após uma disputa muito animada e de desfecho imprevisível
deste a primeira prova com Detetive Jeremias, que assegura a segunda posição
logo seguida de Inspetor Moscardo. Por outro lado, Daniel Falcão vence o concurso
de produção, com Detetive Jeremias e Rigor Mortis a ocuparem os restantes
lugares do pódio. Mas vejamos ao pormenor como ficaram as respetivas
classificações, não sem antes ficarmos a conhecer a “solução oficial” da
derradeira prova do torneio de decifração:
TORNEIO
“SOLUÇÃO À VISTA!”
Solução da Prova nº. 10
“Smaluco e a Matança numa Terra em
Festa”, de Inspetor Boavida
“Espertinha” só sabia o mês em que a matança teria lugar e “Sabichona”
apenas conhecia o dia. Ora como nenhum mês das datas enunciadas tem apenas um
dia e vários meses têm dias repetidos entre si, é natural que “Espertinha”
afirme que não sabia em que dia ia ter lugar a planeada matança. Porém, ao
dizer que tinha a certeza absoluta de que “Sabichona” também não sabia a data
do crime (por conhecer apenas o dia daquela ocorrência), ficamos a saber que a
matança não pode estar marcada para nenhum mês com dias distintos dos demais,
como junho e julho, que têm dias (9 e 8, respetivamente) que não se repetem em
qualquer dos restantes meses das datas possíveis, o que abriria a possibilidade
de “Sabichona” descobrir o mês correto conhecendo apenas o dia.
Com esta afirmação de “Espertinha”, “Sabichona” ficou a saber que o crime
só podia ser cometido em agosto ou setembro. E ao afirmar que antes não sabia a
data da matança, mas que agora já sabe, ela está a dizer que o dia certo tem de
constar apenas num desses meses, o que permitiria distingui-lo dos outros. Caso
contrário, “Sabichona” ficaria sem certezas. Assim, ficamos a saber que nem 4
de agosto nem 4 de setembro podem ser as datas corretas. Restam 6 de agosto e 5
e 7 de setembro. E se depois da afirmação de “Sabichona”, “Espertinha” diz já
conhecer a data correta, ficamos a saber a data da matança, uma vez que ela só
pode ter essa certeza se no mês certo (que ela conhece!) houver apenas um dia
possível. Ou seja, a matança vai ser no dia 6 de agosto.
Falta agora saber em que “terra em festa junto ao mar” seria cometido o
planeado crime. Ora, se consultarmos o mapa de feriados municipais portugueses,
verificamos que só Peniche (terra junto ao mar) está em celebração no dia 6 de
agosto, que coincide normalmente com a realização das festas em honra da Nossa
Senhora da Boa Viagem, padroeira da cidade e dos pescadores. Por outro lado,
recorde-se que a polícia de investigação criminal portuguesa só passou a
designar-se Polícia Judiciária (PJ) em 1945, pelo que a história narrada só
pode desenvolver-se entre aquele ano e a atualidade. E como durante esse
período temporal o domingo de Páscoa apenas coincidiu uma vez com o dia das
Mentiras, exatamente em 2018, a ação do enigma começa no dia 1 de abril de
2018, ano em que as festas referidas, consideradas as maiores da região centro
do país, decorreram entre os dias 17 de julho e 7 de agosto.
Pontuação/Classificação
Final
Esta animada maratona de dez meses reuniu à partida 44 concorrentes e
acabou por registar 47 ao longo da prova, uma vez que 3 entraram na corrida já
com o “pelotão” em marcha. Contudo, nem todos atingiram a meta final. Alguns dos
concorrentes foram ficando pelo caminho ao longo das diversas etapas, acabando
por isso na cauda da classificação que a seguir se publica. Houve um
concorrente, porém, que só não compareceu na última etapa: o nosso querido
Amigo António Raposo, criador do célebre Detetive Tempicos, que nos deixou
muito recentemente e a quem prestamos a nossa mais sentida homenagem. Em breve
voltaremos a honrar a sua memória.
1º. Búfalos Associados (111+13): 124 pontos;
2º. Detetive Jeremias (110+12): 122 pontos;
3º. Inspetor Moscardo (91+10): 101 pontos;
4º. Zé de Mafamude (92+8): 100 pontos;
5º. Ego (88+11): 99 pontos;
6º. Bernie Leceiro (86+10): 96 pontos;
7ºs. Rigor Mortis (86+8) e Ma(r)ta Hari (86+8): 94 pontos;
9ºs. Inspetor Mucaba (82+10) e Tempicos & Tempicas (92+0): 92
pontos;
11º. Carlota Joaquina (82+8): 90 pontos;
12ºs. Detetive Bruno (79+9) e Pena Cova (79+9): 88 pontos;
14ºs. Charadista (77+10) e Chico da Afurada (77+10): 87 pontos
16ºs. Holmes (77+9), Necas (76+10) e Príncipe da Madalena (76+10):
86 pontos;
19ºs. Beira Rio (76+9), Bota Abaixo (76+9), Broa de Avintes (76+9):
85 pontos;
22ºs. Agata Cristas (74+10), Haka Crimes (75+9), Insp. Guimarães
(75+9), Insp. Madeira (74+10), Mascarilha (75+9), Mosca (75+9) e Talismã
(76+9): 84 pontos;
29ºs. Dragão de Santo Ovídio (74+9), Faina do Mar (75+8), Martelo
(74+9), Mancha Negra (74+9), Pequeno Simão (74+9) e Tó Fadista (75+8): 83
pontos;
35ºs. Amiga Rola (72+10), Detetive Vasoff (75+7) e Vitinho (72+10):
82 pontos;
38ºs. Arc. Anjo (71+10) e Santinho da Ladeira (72+9): 81 pontos;
40ºs. Insp. Mostarda (71+8) e Solidário (71+8): 79 pontos;
42ºs. Moura Encantada (67+9), O Madeirense (67+9) e Oluap Snitram
(66+10): 76 pontos;
45º. Donanfer II (66+0): 66 pontos;
46º. Abrótea (50+0): 50 pontos;
47º. Airam Semog (26+0): 26 pontos.
CONCURSO “MÃOS
À ESCRITA!”
As avaliações feitas pelos solucionistas e orientador da secção ao enigma
“Um Pedido de Ajuda” resultaram numa pontuação média que nos obrigou a recorrer
às centésimas para desempatar os lugares dos produtores Rigor Mortis (8,42) e Detetive
Jeremias (8,44) na tabela classificativa final, que consagrou Daniel Falcão
como o grande vencedor e ficou assim ordenada:
1º. “Crime Leaks”, de Daniel Falcão:
8,60 pontos;
2º. “Um Pedido de Ajuda”, de Detetive Jeremias: 8,44 pontos;
3º. “Whisky Fatal”, de Rigor Mortis: 8,42 pontos;
4º. “…E Também não é uma Cebola”, de
Búfalos Associados: 8,30 pontos;
5º. “O Caso do Capitão Venâncio”, de A. Raposo: 8,20 pontos;
6º. “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça”, de Bernie Leceiro: 7,90 pontos;
7º. “A Estranha Morte do Barão”, de Abrótea: 7,80
pontos;
8º. “O Estranho Caso da Falsa
Mobilidade”, de Bigode: 7,60 pontos;
9º. “Abílio Vai à Bola”, de Daniel Gomes: 6,20 pontos.
O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 5 de abril de 2020
TUDO A
POSTOS PARA O ARRANQUE DO CONCURSO DE CONTOS
No preciso momento em que se procede a uma criteriosa apreciação das performances
dos nossos “detetives” na decifração da última prova do torneio “Solução à
Vista!” e consequente contabilização das pontuações obtidas, bem como à
verificação da pontuação média alcançada pela confrade Detetive Jeremias, autora
do enigma “Um Pedido de Ajuda”, no concurso “Mãos à Escrita!”, trabalhos que
determinarão o posicionamento de todos os participantes nestas duas competições
nas suas respetivas classificações finais, que serão conhecidas na próxima
edição da nossa secção, fazemos uma derradeira chamada de atenção para a iniciativa
que se segue.
Falamos, claro está, do concurso de contos “Um Caso Policial em Gaia”, iniciativa
que procura estimular os nossos leitores a aventurarem-se na escrita de ficção
policial, e que vai preencher O Desafio dos Enigmas até final do ano em curso. Recordamos, entretanto, que o concurso está aberto a todos, sem
quaisquer condicionalismos de idade ou nacionalidade, podendo qualquer
“escritor/a” apresentar mais do que um original, desde que o faça com nomes
(pseudónimos) diferentes. Os originais serão obrigatoriamente escritos em
língua portuguesa e terão de ter entre 5.000 a 10.000 carateres (espaços
incluídos), o que significa aproximadamente 2 a 4 páginas A4 escritas a 1,5 espaços, na fonte Times New Roman e com o corpo de
letra 12.
Os trabalhos, que deverão ser enviados a qualquer momento até final de
maio para o email do orientador da secção (salvadorpereirasantos@hotmail.com),
serão publicados por ordem de receção, a partir de 5 de junho. Entretanto, para
facilitar a vida dos potenciais concorrentes, aqui fica uma breve “visita
guiada” por alguns locais gaienses que poderão servir de cenário dos contos:
CONCURSO “UM CASO POLICIAL EM GAIA”
Este concurso de contos policiais tem como única
obrigação temática o local da ação dos trabalhos, que deverão ocorrer em Vila
Nova de Gaia, concelho do norte situado a sul da cidade do Porto, muito
procurado por turistas nacionais e estrangeiros pelas suas magníficas praias
que se estendem ao longo de 18 quilómetros, pelas seculares Caves de Vinho do
Porto e pela Reserva Natural Local do Estuário do Douro, entre muitas outras
grandes atrações, de que salientamos o majestático Mosteiro da Serra do Pilar e
o seu Centro Histórico.
Para que os potenciais concorrentes não se inibam
de deitar às mãos à escrita dos seus contos por não estarem identificados com estas
paragens, aqui ficam algumas dicas que poderão ajudar a escolher o cenário das
suas respetivas narrativas e, quem sabe, estimular a realização de uma visita
de reconhecimento. O ponto de partida pode ser o magnífico Mosteiro da Serra do
Pilar, com uma vista deslumbrante sobre o Douro, a cidade do Porto e o vizinho
Jardim do Morro, local de embarque do teleférico que desce até ao Centro
Histórico, onde estão localizadas as Caves de Vinho do Porto.
No miolo do Centro Histórico, está localizada a
Igreja de Santa Marinha, construída no século XV e restaurada em 1745, por
Nicolau Nasoni, onde sobressai, no seu interior, o altar em talha dourada, com
pinturas do século XVIII. Mais junto ao Cais de Gaia situa-se o Convento Corpus
Christi, fundado em 1345, onde estão sepultadas D. Leonor de Alvim, esposa do
Condestável D. Nuno Álvares Pereira, e sua avó, D. Maria Mendes Aboim, falecida
em 1355 e fundadora do convento. Neste monumento encontra-se também a arca
tumular de Álvaro Anes de Cernache, primeiro Senhor de Gaia, que foi alferes da
bandeira da Ala dos Namorados na Batalha de Aljubarrota.
A partir do Cais, nasce um passadiço que
permite alcançar todas as praias de mar, a pé ou de bicicleta, passando pela
ancestral e pitoresca zona piscatória da Afurada, a que se segue a jovem Marina
Douro, com cais para centenas de embarcações de recreio e servida por diversos
espaços de lazer e lojas comerciais. A pouco mais de quinhentos metros, surge a
Reserva Natural Local do Estuário do Douro, que concentra, ao longo do ciclo
anual, um elevado número de aves, desde guarda-rios, vários tipos de gaivotas,
corvos-marinhos, garças-reais, maçaricos-das-rochas, tarambolas, seixoeiras,
piscos-de-peito-azul, papa-ratos e rolas-do-mar, entre muitas outras espécies.
Continuando o caminho ao longo da marginal, são
duas as paragens quase obrigatórias para quem visita Gaia: a Capela do Senhor
da Pedra, construída, em 1686, sobre um rochedo junto do mar, dedicada nas suas
origens a um culto pagão, de caráter naturalista, dos povos pré-cristãos, tendo
sido posteriormente convertida ao cristianismo; e a Estação Litoral da Aguda,
localizada numa das mais pequenas aldeias piscatória na costa atlântica, que
comporta um Museu das Pescas, um Aquário que exibe a fauna e a flora aquáticas
locais e um Departamento de Educação e Investigação.
Mas não se ficam por aqui os
lugares de interesse de Gaia, que são inúmeros e de grande beleza, como são
disso exemplo a Casa Bardot, um exemplar único de Arte Nova, que teve como último
“hóspede” a vereação da cultura e agora reclama obras de reparo que tardam há
muito, ou o Mosteiro de Grijó, momento inaugurado em 1574, cuja capela-mor
possui um cadeiral de madeira e um retábulo-mor de talha, da autoria de Mestre
António Vidal, com a representação da Transfiguração de Cristo do pintor Pedro
Alexandrino, grandes artistas oitocentistas.
A terminar esta breve viagem
pelo terceiro maior concelho do país, podemos destacar ainda o Mosteiro de
Pedroso, fundado entre os séculos X e XI, monumento que terá acolhido o frei
Pedro Julião, mais conhecido por Pedro Hispano, que viria a ser o Papa João
XXI; o Parque Biológico, um equipamento de educação ambiental com um percurso
de descoberta da natureza e animais para visitar; ou o Zoo Santo Inácio, que se
diz ser o maior e mais verde parque zoológico do norte do país, cuja
preocupação central passa pela sensibilização da proteção da vida selvagem e
bem-estar dos animais.
CONVITE AOS LEITORES
A classificação dos contos do concurso “Um Caso Policial em Gaia” será
definida através da média da pontuação atribuída pelos nossos leitores, numa
escala de 5 a 10 pontos, em função da sua qualidade e originalidade. Os
leitores terão o prazo de 30 dias, após a publicação de cada conto, para a sua
apreciação e envio da respetiva pontuação para o email acima referido. Aqui
fica, por isso, o nosso convite à participação de quem nos lê na escolha do
conto vencedor do concurso e dos demais originais a premiar. Recorde-se que os
trabalhos classificados nas dez primeiras posições serão distinguidos com taças
(1º a 4º lugar) e medalhas (5º a 10º lugar). Por último, sublinhe-se que os “contistas”
não podem participar no processo de escolha dos melhores contos.