E O GRANDE VENCEDOR FOI… MOURA ENCANTADA
Foram 29 os “detetives” que decidiram ocupar as meninges, entre um mergulho e uma bebida bem fresca no escaldante areal de uma qualquer praia, ou numa pausa sob uma refrescante sombra, para decifrar o enigma proposto por Anónimo. Apenas 6 (seis) deles apresentaram soluções coincidentes com a do autor: Inspetor Mucaba, Mancha Negra, Ma(r)ta Hari, Moura Encantada, Necas e Paulo. E um fê-lo de forma exemplar, vencendo com toda a justiça o Livro em Disputa. Eis o seu nome: Moura Encantada!
“Casting para Adjunto de Barba Negra”, de Anónimo
Solução do Autor
Sabemos que o saco pode ter três de cinco cartões e que dois destes são
pretos e os outros três são brancos. Isto significa que há três conjugações
possíveis: dois cartões pretos e um branco, um cartão preto e dois brancos, ou
três cartões brancos.
No primeiro caso, esta conjugação tornaria o teste injusto: um dos homens
veria dois cartões pretos à sua frente e concluiria imediatamente que o seu
cartão era branco.
No segundo caso, um dos homens veria dois cartões brancos, enquanto os
outros dois veriam um preto e um branco. Se no total há menos cartões pretos do
que cartões brancos, isso significa que o homem que visse dois cartões brancos
tinha mais probabilidades de acertar aleatoriamente que os seus concorrentes.
Se Barba Negra garantiu que o teste era de inteligência e não de sorte, qualquer dos homens poderia concluir que a única forma de Barba Negra tornar o teste realmente justo seria metendo três cartões brancos dentro do saco. Assim, o vencedor poderia concluir que, não só os seus concorrentes tinham cartões brancos, como ele próprio tinha o terceiro.
REGISTO DE PRESENÇAS
Eis os nomes dos 29 “detetives” que marcaram presença:
Abrótea, Agata
Cristas, Amiga Rola, Bota Abaixo, Broa de Avintes, Búfalos Associados,
Carlota Joaquina, Charadista, Chico da Afurada, Detetive Bruno, Dragão
de Santo Ovídio, Faina do Mar, Haka Crimes, Holmes, Inspetor Guimarães, Inspetor Moscardo,
Inspetor Mostarda, Inspetor Mucaba, Mancha Negra, Ma(r)ta Hari, Martelo,
Mascarilha, Moura
Encantada, Mula Velha, Necas, O Madeirense, Paulo, Pequeno Simão e Visconde das
Devesas.
UM DESAFIO PARA QUEM NÃO OS DISPENSA NEM NAS FÉRIAS
Nesta pausa do torneio “Solução à Vista!” até início de setembro, a pedido de vários concorrentes em merecido gozo de férias, não queremos que os nossos “detetives” sem o benefício desse “privilégio”, ou incapazes de ficar tanto tempo sem um problema policiário para resolver, fiquem de “ressaca” neste quente e querido mês agosto. Por essa razão, decidimos publicar um Desafio Extra a Prémio, que aguarda decifração até dia 20.
“Casting para Adjunto de Barba Negra”, de Anónimo
O velho e temível malfeitor Barba Negra, o mais bem-sucedido criminoso da
cidade, que tem amealhado ao longo das suas atividades à margem da lei um
pecúlio considerável em várias offshores, escapando sempre às malhas da justiça,
decidiu reunir três dos seus mais fiéis cúmplices com o objetivo de nomear um
deles como seu braço direito. Para o efeito, escolheu um lugar insuspeito, onde
ninguém os surpreendessem, num sítio afastado da sua zona de ação habitual.
Chico da Nora, Tó Pijama e Zé da Mula, seus féis seguidores desde a
primeira hora, que o têm acompanhado em todos os planos por ele engendrados ao
longo dos tempos, não escondiam a sua ansiedade. Ocupar o lugar de braço
direito de Barba Branca era uma escalada sem precedentes na hierarquia do mundo
do crime, que granjearia grande respeitabilidade entre os pares e rendimentos
de monta. E nenhum deles desdenharia exercer tal função num futuro próximo.
Na chegada ao local do “casting”, os candidatos ao lugar de adjunto de
Barba Negra foram surpreendidos com um espaço completamente vazio, onde
pontificavam apenas três cadeiras dispostas em forma de triângulo, umas de
frente para as outras. Sobre elas, pendia um candeeiro que desenhava no chão um
círculo de luz intensa. Com ar muito sério, de maneira austera, o velho
malfeitor pediu aos seus homens que ocupassem as três cadeiras, dizendo-lhes de
seguida:
– Como sabem, a minha idade aconselha-me que escolha com brevidade um
adjunto, uma pessoa inteligente, perspicaz e criativa, que seja capaz de continuar
o meu trabalho quando tiver de abandonar a atividade. Embora esse dia ainda
esteja um pouco distante, acho que chegou a hora de escolher essa pessoa, que
passa a ser o meu braço direito já a partir de hoje. E essa pessoa será um de vós.
Por isso decidi criar um pequeno teste para garantir que faço a escolha certa.
Os três subalternos favoritos de Barba Negra entreolharam-se, um pouco
nervosos e estupefactos, perante a estranha decisão do chefe, que apresentou de
seguida um saco de tecido negro e cinco cartões, dois pretos e três brancos,
passando de imediato a explicar como se processaria o teste por ele engendrado.
– Dentro do saco negro vou colocar apenas três destes cinco cartões. E nenhum
de vocês saberá quais é que eu vou lá meter, porque todos estarão de olhos bem vendados.
Depois cada um vai vocês tirar um cartão ao acaso e encostarão esse cartão ao
peito antes de tirar a venda. Última condição: só poderão olhar para os cartões
que calharem aos outros candidatos. E nunca para o vosso.
– E qual é o objetivo do teste? – perguntou um deles.
– Adivinhar a cor do vosso cartão.
– Então temos acesso aos cartões que ficaram no teste?
– Claro que não. Isso tornaria o teste demasiado fácil – respondeu Barba
Negra.
– Isto não é um teste de inteligência, é um teste de sorte… – lamentou-se
um dos candidatos.
– Pelo contrário. E garanto-vos que vou torná-lo justo. Aqui ninguém tem
mais ou menos possibilidades de acertar. Usem a cabeça! – sentenciou Barba
Negra.
Os três candidatos, depois de alguma hesitação, acabaram por concordar e
participar no teste. Ser adjunto do velho malfeitor era muito tentador! Barba
Negra vendou-os a todos muito bem, meteu depois três dos cinco cartões dentro
do saco e deixou que cada um dos homens retirasse um dos cartões e o pusesse à
frente do peito sem olhar para ele.
– Já podem ver.
Chico da Nora, Tó Pijama e Zé da Mula tiraram as vendas e olharam para os
cartões dos companheiros.
– Muito bem. Têm cinco minutos para…
– Não é preciso – interrompeu um deles – Eu já sei a cor do meu cartão.
– Estás muito confiante. Então diz-me.
O homem explicou muito bem o seu raciocínio e acertou em cheio na cor do
cartão. Barba Negra sorriu e apertou-lhe a mão, com grande sorriso.
– Parabéns! Vais ser o meu adjunto.
O DESAFIO AO LEITOR
Na sua opinião, qual foi o raciocínio do futuro adjunto de Barba Negra que
o levou a concluir qual seria a cor do seu cartão? E, já agora, diga-nos qual foi
essa cor. A solução deve ser enviada para o orientador, através do email
salvadorpereirasantos@hotmail.com, até ao próximo dia 20 de agosto. Há um livro
policial à espera da melhor solução!