Notícias do Blogue Repórter de Ocasião
2º Torneio de Problemística Policiária RO
Problema 1
“Inspetor Rodriguinho
em Londres, ENIGMA”, de O Gráfico
Pontuações/Classificações
Critérios de Avaliação
1 – Para quem indicou e justificou os
indícios Ashtray/Cinzeiro e Everton/Javali, TOTALISTAS, 10 Pontos.
2 – Para quem somente apresentou a
justificação Ashtray/Cinzeiro, NÃO TOTALISTAS, 09 Pontos.
3 – Para quem somente apresentou a
justificação Everton/Javali, NÃO TOTALISTAS, 09 Pontos.
4 – Para quem apenas indicou o culpado
Clayton Everton Ashtray e não mencionou os indícios Ashtray/Cinzeiro e
Everton/Javali, NÃO TOTALISTAS, 08 Pontos.
5 – Para quem apresentou outro culpado,
sem ser o pretendido Clayton Everton Ashtray e não mencionou os indícios
Ashtray/Cinzeiro e Everton/Javali, NÃO TOTALISTAS, 06 Pontos, o mínimo previsto
no Regulamento.
Resultados
TOTALISTAS (10 Pontos):
Detetive Excalibur (Laranjeiro); Detective
Jeremias (Santarém); Duarte Cordeiro (Lisboa); Inspetor Moscardo (Santarém) e
Os Mosqueteiros (Portugal). – 5 Concorrentes.
NÃO TOTALISTAS (09 Pontos):
Arjacasa (Valpaços); Bernie Leceiro
(Matosinhos); Búfalos Associados (Lisboa); Detective Nabo (Aldeia do Nabo);
Detective
Silva (Cova da Piedade); Donanfer II
(Lisboa); Eduardo Oliveira (Loures); Faria (Évora); Fátima Bacharel (?);
Feranames (Gondomar); Inspector Pevides (Oeiras); Inspectora Sardinha (Armação
de Pêra); Inspetor Boavida (Charneca de Caparica); Inspector Ryckyi (Amora); JC
Al (Londres); Loki (Trofa); LS (Coimbra); Mac Jr. (Apúlia); O Pegadas (Braga);
Paulo (Viseu); Pintinha (Lisboa); 1.º Sargento (Laranjeiro); Ribeiro de
Carvalho (Torres Novas); Satanás (Lisboa) e ZAB (Côja). – 25 Concorrentes.
NÃO TOTALISTAS (08 Pontos):
Carlos Caria (Lisboa); CSI (Las Vegas);
Pedro Monteiro (Sobreda) e Sahina (Almada) – 4 Concorrentes.
NÃO TOTALISTAS (07 Pontos):
Inspetor Onabla (Almada) – 1 Concorrente.
NÃO TOTALISTAS (06 Pontos):
Abrótea (Setúbal); Ana Marques
(Quintinhas); Cabanita (Mercês); CA7 (Sobreda... City); Carluxa (Lagos); CN13
(Charneca de Caparica); Decifraportugal (Almada); Detective Caracoleta (Charneca
de Caparica); Fernando Bento (Monte de Caparica); Inspector Cláudio (Lagos);
Joel Trigueiro (Costa de Caparica); Mali (Lisboa); Mário Abreu (Almada); Rainha
Katya (Charneca de Caparica); Ricardo Silva (Lisboa); Sargento Estrela (Porto)
e Sofia Ribeiro (Charneca de Caparica) – 17 Concorrentes.
As Melhores Soluções
1.º - DETETIVE EXCALIBUR (6 pontos)
2.º - DETECTIVE JEREMIAS (4 pontos)
3.º - INSPETOR MOSCARDO (2 Pontos)
As Soluções Mais Originais
1.º - INSPETOR ONABLA (6 pontos)
2.º - INSPECTOR PEVIDES (4 pontos)
TUDO EM ABERTO NA CLASSIFICAÇÃO DO TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
É hoje conhecida a “solução oficial” da antepenúltima prova do torneio “Solução à Vista!” e respetivas pontuações dos “detetives”, que deixa tudo em aberto na frente da classificação geral.
TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
Solução da Prova nº. 10
“Um Dia Extraordinário!”, de Daniel Falcão
Gustavo Santos começou por
organizar os factos disponibilizados. Em primeiro lugar, conhecia o período em
que teria ocorrido o homicídio, nos 90 minutos anteriores às 2h45, de acordo
com a médica-legista, ou seja, depois da 1h15 da madrugada. Em segundo lugar,
conhecia os períodos em que os suspeitos estiveram junto da vítima, confirmados
pelas imagens da gravação encontrada: Luís Vilaça, entre a 1h30 e a 1h40;
Francisco Sousa, entre a 1h50 e as duas horas; e Artur Pires, após as 2h10.
Queria isto dizer que, em princípio, todos se enquadravam no período horário do
crime.
Como Artur Pires telefonou à
polícia imediatamente após ter entrado no escritório e de lá não saiu
(confirmado na gravação) e como não foi encontrada a arma do crime, nem na
habitação nem nas suas imediações, tal significa que ele não pode ser o
homicida. Entre os outros dois suspeitos, como Francisco Sousa referiu ter
conversado com a vítima num horário posterior ao da visita de Luís Vilaça, este
último ficaria ilibado, pelo que as suspeitas recairiam apenas sobre o
Francisco Sousa.
Mas Gustavo Santos pensava na
interrogação colocada pelo amigo: será que, prevendo que algo de muito
grave poderia acontecer, a vítima deixara uma pista que poderia conduzir à
identidade do seu algoz? Em caso de resposta afirmativa, o que significaria o
algarismo cinco, repetido duas vezes, ou seja, o número 55, dentro de um círculo?
Após refletir sobre o nome dos três suspeitos, surgiu-lhe uma resposta
possível. Resposta esta que, associada ao facto de existir uma gravação com a
fita dos acontecimentos (lembrava-se do “mas não só…” com que o amigo terminara
a sua descrição do caso), lhe indicava quem tinha sido o criminoso: fora o Luís
Vilaça! O número 55 identificava-o, quando escrito em numeração romana, LV, ou
seja, correspondia às letras iniciais de Luís Vilaça.
O crime fora cometido na
madrugada de “um dia extraordinário” (um domingo) por um “par” de razões: uma
delas era a reunião daquele grupo de amigos; a outra era o facto de se tratar
do único dia do ano que durava vinte e cinco horas. Estava-se no último domingo
de outubro (nos anos mais recentes), dia de mudança de hora, em que os relógios
às duas horas da madrugada regressavam á uma hora da madrugada.
Por isso, sabia agora Gustavo
Santos, a gravação era tão importante, pois embora confirmasse as horas de
entrada indicadas pelos suspeitos, a ordem de entrada não fora a inicialmente
considerada. De facto, naquela madrugada, o agiota reunira primeiro com o
Francisco Sousa que chegara à 1h50 (já fora do período de 90 minutos), antes da
mudança da hora. A seguir, o agiota reunira-se com o Luís Vilaça (que assim
ilibava o primeiro suspeito) e ao aperceber-se que a conversa estava demasiado
tensa, rabiscou o 55 na folha de papel, salientando o número ao riscar um
círculo à sua volta. E confirmou que tinha razão quando se apercebeu da arma na
mão do seu cliente. Mais tarde, Luís Vilaça afirmaria que chegou à 1h30, o que
era verdade, mas já depois da mudança da hora.
Gustavo Santos considerava existir uma forte possibilidade de o homicídio ter sido mesmo intencional não apenas porque Luís Vilaça levara com ele a arma (quem sabe, munida de silenciador para não se ouvir o disparo), como também escolhera aquela noite com a esperança de aparecer algum cliente antes da mudança de hora que lhe pudesse servir de alibi. E, se não fosse a gravação (e também o sangue-frio do agiota), até se poderia ter safado!
TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
PONTUAÇÓES / CLASSIFICAÇÃO ATUAL (10ª. PROVA)
1º. Búfalos Associados (103+8): 111 pontos;
2ºs. Da Vinci (98+12) e Paulo (100+10): 110 pontos;
4º. Detetive Jeremias (101+8): 109 pontos;
5º. Dona Sopas (90+13): 103 pontos;
6º. Inspetor Mucaba (89+11): 101 pontos;
7º. Inspetor Gigas (92+8): 100 pontos;
8ºs. Elisa Bethy (88+10), Inspetor Moscardo (90+8)
e Pim-Pim Leite (88+10): 98 pontos;
11ºs. Ma(r)ta Hari (87+10) e Moura Encantada
(87+10): 97 pontos;
13ºs. O Madeirense (86+10) e Zé de Mafamude
(86-10): 96 pontos;
15ºs. Mário Gomes (87+8), Oluap Snitram (87+8) e Pena
Cova (85+10): 95 pontos;
18º. Bernie Leceiro (85+9), Inspetor Madeira
(84+10) e Mosca (84+10): 94 pontos;
21º. Príncipe da Madalena (85+8): 93 pontos;
22ºs. Agata Cristas (84+8), Haka Crimes
(82+10), Holmes
(84+8), Mancha Negra (84+8) e Mula Velha (84+8): 92 pontos;
27º. Anónimo (83+8): 91 pontos;
28ºs. Beira-Rio (83+7), Broa de Avintes
(82+8), Inspetor Mostarda (81+9) e Mosca Morta (82+2): 90 pontos;
32ºs. Bota Abaixo (82+7), Detetive Bruno (81+8), Dragão
de Santo Ovídio (81+8), Inspetor Guimarães (80+9) e Visconde das Devesas (82+7): 89
pontos;
37ºs. Amiga Rola (81+7), Arc Anjo (80+8), Mascarilha
(81+7) e
Pequeno Simão
(81+7): 88 pontos;
41ºs. Faina do Mar (80+7) e Talismã (79+8): 87 pontos;
43ºs. Charadista (78+8), Chico da Afurada (79+7), Solidário
(78+8) e Vitinho
(78+8):
86 pontos;
47ºs. Necas (78+7), Santinho da Ladeira
(77+8) e Tó Fadista (78+7): 85 pontos;
50º. Zurrapa Verde
(76+8): 84 pontos;
51º. Detetive Vasofe (76+7):
83 pontos;
52ºs. Carlota Joaquina (75+7) e Martelo (75+7):
82 pontos;
54º. Abrótea (74+‒): 74 pontos;
55º. O Gráfico (20+8): 28 pontos;
56º. Os Mosqueteiros (20+‒): 20 pontos;
57ºs. Menino Lucas (18+‒) e Pedro Miguel
(18+‒): 18 pontos.
CONCURSO “MÃOS À ESCRITA!”
PONTUAÇÓES / CLASSIFICAÇÃO ATUAL (ATÉ À 9ª. PROVA)
1º. “Fado do Ladrão Enamorado”, de Bernie
Leceiro: 7,80 pontos.
2º. “O Roubo do Conde Barão”, de Detetive Jeremias: 7,70 pontos;
3º. “A Noite da Morte de
Túlio Lavandas”, de Rigor Mortis: 7,40 pontos;
4º. “Falta Dinheiro na Caixa”, de Ma(r)ta
Hari: 7,20 pontos.
5º. “Encontre as Inverdades”, de Subchefe Ferrolho:
6,70 pontos.
6º. “O Roubo no Café Cerveja Maluca”, de Porthos:”: 6,60
pontos;
7º. “Mataram o Mau-Diabo”, de Detetive Ynpru Sedent: 6,30 pontos;
8º. “Histórias… Apenas Histórias”, de Athos: 6,10
pontos;
9º. “Que 31 Policiário”, de Aliby: 6,00 pontos.
Notícias do Blogue Repórter de Ocasião
2º Torneio de Problemística Policiária
Problema Policiário - 1
“Inspetor Rodriguinho em Londres”
ENIGMA
Um Original (inédito) de O Gráfico
SOLUÇÃO DO AUTOR
“Eu sou bom é em Francês!”- proferiu o Ajudante Lumafero, após o
Inspetor Rodriguinho lhe ter segregado qualquer coisa ao ouvido, possivelmente
o nome do assassino... escrutinado através do indício deixado pela vítima e que
se tratava de “um pequeno cinzeiro, de barro, que tinha como fundo a cabeça
de um javali”...
...Ora, reparando no significado dos nomes dos suspeitos em Língua
Inglesa, temos o seguinte:
Washington – “o que vem da terra dos caçadores”
Ethan – “significa forte”
Cigar – “charuto”
Clayton – “aquele que vem do lugar argiloso”
Everton – “o que vem da cidade dos javalis”
Ashtray – “cinzeiro”
Cleiton – “do lugar ou da cidade cuja terra é argilosa” – “pessoa
cujo relacionamento é fácil e amistoso”
Chain-Smoker – “fumador inveterado”
Taylor – “cortar/talhador”
Innocent – “sem culpa”
Tobacco – “tabaco”
... Portanto de todos os nomes dos suspeitos aquele que se assemelha na
sua mais completa perfeição com o “cinzeiro”... “barro”... e “javali”...
é sem qualquer espécie de equívocos...Clayton Everton Ashtray...
Clayton – “aquele que vem do lugar argiloso”
Everton – “o que vem da cidade dos javalis”
Ashtray – “cinzeiro” ...
Entre os suspeitos que fumavam pouco ou muito ou não fumavam... eram
caçadores ou não... fortes ou menos fortes, amigos e familiares da vítima, ou
não... conectados com o barro, ou não... a chave deste mistério incide
sobre os nomes “Everton” (javalis) e “Ashtray” (cinzeiro).
Sintomático. Eis o nome do detido e culpado deste crime.
Resposta simples
O culpado e incriminado deste assassínio foi encontrado através do seu nome...
comparado com o indício deixado pela vítima nas suas mãos quando agarrou “um
pequeno cinzeiro, de barro, que tinha como fundo a cabeça de um javali”... Clayton
Everton Ashtray... “barro”... “javali”... e “cinzeiro”...
é sem qualquer espécie de equívocos... Clayton Everton Ashtray...
Clayton – “aquele que vem do lugar argiloso”
Everton – “o que vem da cidade dos javalis”
Ashtray – “cinzeiro”
GOOGLE
O significado de Everton é “corajoso”, “bravo”, “forte”,
“poderoso”. Etimologicamente seria a junção das palavras “eofor“, que significa
javali e “tun” que significa cidade (que mais tarde derivou a palavra “town“).
No sentido literal seria “cidade dos javalis” ou se referindo a pessoas,
“aquele que veio da cidade dos javalis”.
COMENTÁRIO DO BLOGUE RO
O Autor, “O Gráfico” quando produziu este problema policiário ficou com a
sensação que seria de resolução fácil, na pretensão do objetivo do Torneio,
cativar aderentes para a problemística policiária, pois a tradução de “Ashtray”
para cinzeiro saltava “à vista” e a definição do nome Everton estava à
distância de um clique no Google, hoje fonte apetecível dos decifradores,
verificando-se que estava relacionado com a imagem do javali! À medida que as
“proposta de solução” foram chegando as surpresas tornaram-se abismais, pois os
solucionistas concentraram-se, na sua maioria, na tradução Ashtray/cinzeiro e
descuraram a “cabeça do javali”!! Como foi possível!? Não é justificável que os
decifradores fossem atrás da afirmação “problemas policiários de pormenor
único!” porque um pormenor (cinzeiro com cabeça de javali) indiciava duas
verificações e, perante isto... novos e veteranos... como se diz na gíria...
“espalharam-se ao comprido”! O barro, a carne, o talho, as amizades, o fumar ou
não... poderiam lançar a confusão no solucionista, mas EVERTON e ASHTRAY, só
podiam indicar um culpado, precisamente Clayton Everton Ashtray... sabendo-se,
também que “Clay” representa barro/argila, mas estes estavam também atribuídos
a outros suspeitos! As classificações, deste primeiro desafio, ainda não estão
totalmente atribuídas, mas numa primeira apreciação podem-se contar pelos dedos
de uma só mão... OS TOTALISTAS... aqueles que acertaram totalmente na
decifração do problema e estão em consonância com os requisitos do produtor.
Este é problema policiário de resolução irrefutável.
Saudações Policiárias
O Gráfico
COM AS FÉRIAS À PORTA, APROXIMA-SE O FIM DAS
NOSSAS PROVAS
No limiar do Verão e com as férias à espreita, chega-nos aquele que é o penúltimo enigma do torneio de decifração “Solução à Vista!” e o último do concurso de produção “Mãos à Escrita!”.
TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
Prova nº. 11
“O Mistério da Terceira Chave”, de Búfalos Associados
Esta história foi-nos contada pela Dona Rosa,
uma lisboeta franzina, nada e criada num dos bairros populares da capital, e
leitora assídua de romances policiais nas horas vagas. A senhora fora empregada
numa pequena leitaria pertença de dois sócios que tinham feito grande amizade
durante a guerra colonial e que, mais tarde, já regressados a Portugal,
resolveram associar-se juntando alguns dinheiros que as famílias tinham
guardados nas gavetas, e abrir um pequeno café de bairro.
Os dois sócios chamavam-se Vasco e Ribeiro, por
coincidência exatamente os nomes de dois populares atores, protagonistas de um
conhecido antigo filme português que naquela época passava com frequência na
televisão, e por essa razão, resolveram batizar o café de “LEITARIA ESTRELA
D'ALVA”. Ainda o mais curioso é que dois empregados que trabalharam na casa
durante bastantes anos chamavam-se, um Silva e o outro Barroso, para além,
claro, da Dona Rosa que chefiava a cozinha. O elenco parecia quase perfeito e
durante algum tempo tudo parecia correr bem. O negócio prosperava, a casa tinha
uma freguesia certa e a caixa registadora cantava bem.
Mas, como diz o ditado, não há bem que sempre
dure e, aos poucos, a relação entre os dois sócios foi azedando, a ponto de
começarem a suspeitas de que haveria por ali desvios de dinheiros. Todos,
patrões e empregados, desconfiavam uns dos outros e o ambiente toldou-se. A
clientela já comentava o caso. Quando se faziam as contas ficava sempre a
impressão de que faltava dinheiro na caixa. E, uma vez que não havia grande
controle, as primeiras desconfianças, como é costume nestes casos, iam sempre
para o pessoal. Embora os patrões não pudessem ficar fora de suspeitas, até
porque era voz corrente que ambos tinham começado a ter uma vida dissoluta e
gastadora. O Ribeiro era um femeeiro incorrigível e sabia-se que despendia todo
o dinheiro que ganhava com mulheres. O Vasco, por seu lado, tornara-se um
jogador inveterado e gastava no jogo tudo o que tinha, mais o que ficava a
dever. Na verdade, andavam ambos sempre fortemente endividados. Além disso, a
antiga amizade que os unira, desaparecera como que por encanto, caso que não é
raro. E, um belo dia, a bronca estalou.
Segundo o relato da Dona Rosa, o café estava
sempre aberto entre as 7 e as 20 horas, ela entrava às 7 e saía às 15, depois
de terminados os almoços que a casa servia. Quanto aos empregados, o Barroso
fazia o horário das 7 às 15 horas e o Silva das 12 às 20, o que permitia que
ambos estivessem presentes em simultâneo entre as 12 e as 15, no período dos
almoços. O descanso semanal era ao domingo. Os patrões tinham horário livre,
mas era hábito estarem quase sempre no café, havendo pelo menos um que
procurava abrir a porta às 7 horas e outro fechá-la depois das 20, embora todos
os cinco tivessem cada um a sua chave, o que lhes permitia sempre abrir ou
fechar a porta da rua.
A partir de certa altura passou a haver maior
controle nas contas e os dois sócios começaram a fazer todos os sábados, no
fecho do café, um balanço final da semana, e o dinheiro remanescente na caixa
passou a ser guardado num cofre que tinha sido adquirido e que ficava fechado
no pequeno escritório. Só cada um dos patrões tinha a sua chave do cofre, bem
como do escritório, mas, por segurança, tinham decidido mandar fazer uma
terceira chave do cofre que ficaria escondida num local secreto que só eles
sabiam qual era.
Contou a Dona Rosa que certa segunda-feira,
pelas 7 horas da manhã, como de costume foi a primeira a chegar, pouco tempo
depois entraram o Barroso e também o patrão Vasco, o qual daí a alguns minutos
dava o alarme: “Fomos roubados! A porta do escritório foi arrombada, o cofre
está aberto e completamente vazio. Mas ainda tem lá a chave na fechadura! E não
é a minha pois essa estava aqui no meu bolso!” O Barroso e a Dona Rosa
verificaram que tudo isto era verdade. Chamou-se o outro sócio, o Ribeiro, e
foi resolvido apresentar queixa à polícia, a qual veio a tomar conta da
ocorrência. A quantia em falta, referente a vários meses, ainda seria
respeitável.
A Dona Rosa resumiu assim os depoimentos que
ouviu cada um fazer à polícia, que não foram em privado:
O Vasco afirmou que, uma vez que a sua chave
estava bem à vista, ali na sua mão, o cofre só podia ter sido aberto com a
terceira chave, cujo esconderijo só os patrões deviam conhecer. Mas certamente
que o ladrão teria sido um dos empregados, pois os dois sócios não tinham
necessidade de arrombar a porta do escritório para lá entrar.
O patrão Ribeiro afirmou que desde o fim da
tarde de sábado, depois de ter conferido a caixa com o Vasco e ambos terem
guardado o dinheiro no cofre, fora passar o fim de semana fora de Lisboa em
casa de uma senhora com quem até pensava casar. E mostrou a sua própria chave,
que andava sempre no seu bolso.
O Silva disse ter sido o último a sair no
sábado, porque o patrão Vasco lhe tinha dito que, antes de sair, tinha de fazer
uma limpeza total ao frigorífico. Cerca das 22 horas fechara a porta da rua e
tudo estava normal. Fora logo para fora de Lisboa para casa de uns amigos, onde
ficara até domingo à noite.
O Barroso, à semelhança dos outros empregados,
afirmou não fazer ideia sobre onde seria o esconderijo da terceira chave do
cofre. Como todos os fins de semana, passara as noites de sábado e de domingo a
trabalhar, integrado num serviço de segurança, numa empresa privada como forma
de ganhar algum dinheiro extra.
A certa altura, atraído pelo movimento da
polícia por ali, um vizinho que morava em frente, apareceu com uma declaração
importante dizendo que na noite de sábado, seria talvez uma hora da manhã,
quando estava à janela a fumar, viu um vulto de homem que não conseguiu
identificar porque estava completamente embuçado talvez devido ao frio que
fazia. O vulto abriu a porta do café, esteve lá dentro uns quinze minutos, e
depois saiu com um saco na mão, fechando de novo a porta à chave. Não lhe
pareceu estranho, pois pelo à-vontade achou que devia ser alguém da casa, e foi
deitar-se.
Para surpresa geral, de repente, o Ribeiro
surgiu com uma chave na mão, dizendo que afinal a terceira chave estava ali,
encontrara-a agora mesmo onde a tinha escondido, na casa de banho por detrás
dos rolos de papel higiénico.
- “Não, não! Não era aí que estava a terceira
chave!” - atalhou o Vasco – “A terceira chave, eu tinha-a escondido no
frigorífico, na gaveta das hortaliças. E é certamente essa que está na
fechadura, porque já fui ao frigorífico procurá-la e não a encontrei.” Nesta
altura os dois sócios exibiram as próprias chaves que cada um tinha no bolso,
as quais foram juntar-se à chave encontrada na fechadura da porta do cofre e
àquela que agora o Ribeiro acabara de trazer. Ou seja, eram já quatro as chaves
do cofre. E todas foram experimentadas, funcionando todas bem.
Em face de tudo isto, a Dona Rosa acabou por
concluir, e os patrões não desmentiram, que quando pensaram fazer uma terceira
chave para o cofre, cada um deles terá mandado fazer a sua, que escondeu onde
muito bem entendeu, cada uma em seu esconderijo secreto.
Parecia esclarecida a existência das duas
terceiras chaves, só faltava saber quem teria sido o vulto que o vizinho tinha
visto a entrar no café, seria uma hora da noite de sábado para domingo, e que
seria muito provavelmente o gatuno. Mas a Dona Rosa já tinha uma ideia sobre
quem poderia ser o suspeito do furto.
O DESAFIO AO LEITOR
Pergunta-se: qual terá sido o palpite da Dona
Rosa e como o justificar? E já agora, qual o filme português que inspirou o
nome da “Leitaria Estrela d'Alva” e por que pormenores? A solução deve enviada
através do email salvadorsantos949@gmail.com, até ao último dia do presente mês
de junho, juntamente com a pontuação atribuída ao enigma da prova nº. 10.
Notícias do Blogue Repórter de Ocasião
2º. Torneio
de Problemística Policiária
(Em memória dos notáveis Policiaristas: Sete de Espadas, Detective Misterioso, M. Constantino, Detective Invisível)
Problema Policiário - 2
“Um Testamento Encriptado”, original (inédito) de O Gráfico
Um antigo proprietário de uma gigantesca e bem organizada empresa
corticeira, já de idade avançada, esperava que os seus descendentes - quatro
filhos e seis netos, todos rapazes! -continuassem o negócio com que fizera
riqueza e realizara o bem-estar e todas as melhores condições financeiras aos
seus familiares, porém sentia que os seus herdeiros, alguns igualmente já próximos
de se reformarem..., não queriam saber do assunto e dos seis netos... apenas
três... se mostravam interessados em dar continuidade ao sucesso do avô! Ora...
o ancião inclinava-se para deixar a fortuna a todos, mas a gerência da empresa
pretendia atribuir a um só neto... aquele que mais adorava e sentia que seria o
mais indicado para conduzir os seus honrosos destinos! Porém não queria
decidir, em vivo, o nome do nomeado, em testamento, para ficar com o seu legado
e um dia... reuniu a família e entregou apenas a cada um dos netos interessados
uma carta fechada... ordenando que somente a deveriam abrir... quando ele
falecesse!! Adiantou que a fortuna podia ser dividida por partes iguais entre
todos, os seus filhos e netos, mas quanto a chefiar a empresa... a
administração ficaria a cargo do descendente que estava mencionado dentro
daqueles envelopes cujas mensagens eram iguais!
...TODOS concordaram e guardaram as respetivas cartas! Até que um dia...
passados alguns meses o proprietário morreu naturalmente, tinha 92 anos, e os
netos, em simultâneo e na presença de todos... abriram as cartas... surpresa
total... os escritos estavam encriptados com uma mensagem, a anteceder, bem
legível que dizia: “Dá um passo em frente e... boa sorte!”
e logo de seguida:
CDHVN NR CDRSHMNR CZ DLOQDRZ OZQZ
RDQDL
CHQHFHCNR ODJN EQZMBHRBN
O proprietário tinha sido muito inteligente... em escrever em código...
não fosse um dos netos abrir o envelope... antes da sua morte... o pior é que
ninguém conseguia decifrar a mensagem encriptada... e como tal tiveram de pedir
ajuda aos famosos e perspicazes Inspetor Rodriguinho e Ajudante Lumafero que
eram os peritos da zona a desvendar casos complicados! Ora... perante os
escritos codificados e ao ler todas as palavras deixadas pelo ancião... o
notável Inspetor Rodriguinho e o sagaz Ajudante Lumafero resolveram o
assunto... num abrir e fechar de olhos! Olharam para as letras... realizaram um
exercício mental lógico e em segundos, sorriram um para o outro, piscaram o
olho e revelaram, explicando minuciosamente aos herdeiros, a descodificação da
mensagem! Muito simples. O tempo estava quente e ainda havia tempo para
ingerirem umas “loiras” no café central lá da zona onde residiam. Mais um caso
resolvido!
...Agora é a vez dos decifradores e solucionistas do Blogue do “Repórter
de Ocasião” (RO), descodificarem esta mensagem enigmática baseando-se nos
dados lançados no texto!
Apresentem a mensagem descodificada, bem legível, e indiquem como
chegaram a essa conclusão.
(10 pontos)
As respostas devem ser enviadas até ao
próximo dia 30 de junho, impreterivelmente, através de três exemplos:
a -
Via Messenger, Facebook, mensageiro
instantâneo e aplicativo de Luís Rodrigues
b -
Por emails, correio eletrónico, de Luís
Rodrigues:
c -
Utilizando o Correio Normal (CTT):
Luís Manuel Felizardo Rodrigues
Praceta Bartolomeu Constantino, 14, 2.º Esq.
FEIJÓ 2810 – 032 ALMADA.