CONCURSO “MÃOS À ESCRITA!” - 2024 JÁ FAZ O
SEU CAMINHO
Prosseguimos hoje com a publicação de um conjunto de problemas da autoria de Austin Ripley, que fazem parte do espólio do Arquivo Histórico da Problemística Policiária disponível online no site Clube de Detetives (clubededetectives.pt), dados à estampa no extinto jornal Diário Popular na década de 1950, para “aquecimento” das células cinzentas dos nossos leitores e potenciais concorrentes das próximas iniciativas de produção e decifração de enigmas policiários. Nesse sentido, damos também a conhecer o regulamento do concurso de enigmas policiários para a temporada 2024, que decorrerá em paralelo com mais uma edição do torneio “Solução à Vista!”.
Problema Policial 2 – de Austin Ripley
(Diário Popular 4000 – 21.11.1953)
Quando o professor ia a entrar na casa de Ole
Tenbro, meio destruída pelo fogo, o seu olhar foi atraído pelo rótulo vermelho
vivo da lata de tabaco “Viking” que jazia na lama, junto à parede da casa, a um
metro das cinzas do que tinham sido os degraus. O professor tirou o rótulo
litografado da lata a que estava colado e guardou cada uma das coisas em bolsos
diferentes. Tenbro caminhava na frente dele e não notou esse gesto.
- Deve ter sido por causa daquilo – observou
Tenbro, apontando para uma chaminé torcida que se via no chão, junto de um
calorífero a óleo –. Parece que a chaminé estava cheia de fuligem.
- Ontem subi o lago e demorei-me algumas horas a
ver se apanhava algum peixe pelo buraco no gelo – continuou o fazendeiro, que
era solteiro –. Quando voltei, a casa estava transformada numa fogueira, Não
tenho telefone. Não me pude aproximar da casa e, como as estradas estavam
bloqueadas pelo gelo, não tive outro remédio se não deixar arder tudo.
Deitei-me no celeiro e ainda estaria a dormir se o senhor e o sherife não me
tivessem acordado.
- A casa ainda ardia quando se deitou?
- Sim, ardia furiosamente, mas eu bem sabia que o
fogo não poderia atingir o celeiro.
- Durante quanto tempo nevou por aqui? – perguntou
o professor, que tinha chegado à localidade apenas na noite anterior.
- Durante dois dias… Parou ontem de manhã…
- E ontem conseguiu apanhar algum peixe?
- Sim. E que belos exemplares! Tenho-os no celeiro.
- Não sei quais os seus planos… Por enquanto… – disse Fordney – mas o senhor mente, Tenbro.
DESAFIO
AO LEITOR
O leitor é capaz de concluir como soube o professor que Tenbro lhe tinha mentido? Sugerimos que faça uma nova leitura um pouco mais atenta do enunciado e, depois de uma breve pausa para reflexão, procure elaborar mentalmente a sua solução. Posto isto, prossiga a leitura do texto que se segue para saber se a sua conclusão coincide com a solução do autor.
NOTA
DE RODAPÉ
Antes de passar à publicação da solução do autor, cumpre-nos publicar o
regulamento do concurso de enigmas policiários “Mãos à Escrita!” que dará
suporte à próxima edição do torneio de decifração “Solução à Vista!”,
determinando o número de etapas da sua composição. Ei-lo:
“Mãos à Escrita!” – 2024
Concurso de Enigmas Policiários (Produção)
1. O concurso é aberto a todos, sem condicionalismos de idade;
2. Cada concorrente pode apresentar mais do que um original.
3. Os trabalhos, na modalidade de produção de enigma policiário,
em língua portuguesa, deverão conter anunciado e respetiva solução.
4. Os trabalhos deverão ser apresentados em suporte digital,
formato A 4, com tipo de letra Time New, em corpo 12 e com 1,5 de espaçamento
entre linhas.
5. O enunciado do enigma deter o máximo de 2 páginas e a solução o
máximo de uma página e meia.
6. Os trabalhos, nos moldes atrás descritos, deverão ser enviados
para o endereço eletrónico salvadorsantos949@gmail.com,
entre 1 de novembro de 2023 e 31 de março de 2024.
7. A classificação dos enigmas será definida através da média da
pontuação atribuída pelos participantes na edição 2024 do Torneio de Decifração
“Solução à Vista!” e pelo orientador da secção O Desafio dos Enigmas.
8. Na apresentação das propostas de solução dos enigmas do torneio
de decifração acima referido, que decorre paralelamente, os participantes
atribuirão aos enigmas entre 5 a 10 pontos (em função da sua originalidade e
grau de dificuldade), tendo o orientador da secção o mesmo número de pontos
para atribuir a cada enigma.
8.1. A atribuição dos pontos é feita da seguinte forma: na
apresentação da proposta de solução do enigma que constitui a segunda prova do
torneio de decifração, os participantes atribuirão a pontuação da primeira
prova; na apresentação da proposta de solução da terceira prova, atribuirão a
pontuação da segunda prova, e assim sucessivamente.
8.2. A última prova do torneio de decifração “Solução à Vista!”
será da autoria do orientador da secção, pelo que não integrará o concurso
“Mãos à Escrita!”.
9. Será vencedor do concurso o enigma que alcançar uma maior
pontuação média, sendo também distinguidos os restantes enigmas classificados
nas primeiras três posições.
10. Serão atribuídos os seguintes prémios: 1º lugar – Taça A.
Raposo; 2º Lugar – Taça Nove; 3º Lugar – Taça Coriolano M. Carvalho.
11. Os casos omissões serão resolvidos pelo orientador da secção O Desafio dos Enigmas, não havendo recurso das decisões tomadas.
Posto isto, passemos à solução do problema desta edição:
Problema Policial 2 – de Austin Ripley
Solução do Autor
Quando Fordney descobriu a lata de tabaco caída junto da casa, com o seu
rótulo intacto, compreendeu logo que Tenbro a tinha atirado para ali quando o
incêndio já se achava extinto, isto a despeito de Tenbro ter declarado que não
se havia aproximado do local depois do fogo e antes da chegada do professor. Se
a lata lá estivesse quando o fogo irrompera, o rótulo de papel teria ardido;
por outro lado, Tenbro não podia ter-se aproximado muito da casa durante o
incêndio. Aquela lata de tabaco foi a prova decisiva que levou à condenação de
Tenbro por haver cometido o crime de fogo posto.
2º Torneio de Problemística Policiária / BLOGUE RO
Problema 4
“Inspector
Rodriguinho em Burgau / Um Corpo à Rabeleta”, original (inédito) de O
Gráfico
Solução de
Autor
TRATOU-SE de um crime e o culpado foi Joaquim Frenético Amador, pescador
e caçador a primeira pessoa que disse ter descoberto o corpo que andava de
rabeleta à beira-mar! Ora, como o Inspector Rodriguinho viu o cadáver, já com a
maré vazia, ainda com o sangue vivo que saía da ferida causada pela faca de
mato... isto significa que o corpo não podia andar de rabeleta (a rebolar nas ondas)
porque, neste caso, o sangue teria desaparecido com a água do mar! Além disso,
“com o mar nada revoltoso, de poucas ondas que se desvaneciam na praia”...
estas não causariam efeito no cadáver para que o mesmo rebolasse (à rabeleta!).
Uma faca de mato é habitualmente usada por Caçadores e o Joaquim Frenético Amador, além de Pescador é o único dos declarantes que também é Caçador. Logo de manhãzinha encontraram-se, vítima e assassino, na praia, por alguma desavença, lutaram na água (daí o corpo estar com as roupas molhadas!) e Joaquim desferiu o golpe fatal... já em areia onde as ondas não chegavam! Depois esperou por mais gente e contou a sua história!
Resposta simples:
O Joaquim Frenético Amador jamais poderia ter visto o corpo de rabeleta (a rebolar) nas ondas do mar porque se tal tivesse acontecido o sangue vivo da ferida, causada pela faca de mato, não poderia ser visível... teria desaparecido pela acção da água do mar!
PORMENOR INCRIMINATÓRIO:
- O sangue, ainda vivo, a sair da ferida que teria desaparecido se o corpo fosse rebolado pelas ondas. Joaquim Frenético Amador mentiu quando afirmou ter visto o corpo a rebolar! (à rabeleta!)
FACTORES DE VALORIZAÇÃO:
1 – As fracas ondas que se desvaneciam na praia
não terem força para colocar o corpo a rebolar (de rabeleta!).
2 – Uma faca de mato ser utilizada,
habitualmente, por caçadores e entre os interrogados só Joaquim Frenético
Amador era caçador.
3 – Se o corpo tivesse estado “à rabeleta”...
seria pouco provável que a faca se mantivesse precisa e aparentemente direita
espetada no corpo do morto!
4 – O facto de jamais se ter mencionado a
“canita”... nem visualizado as suas pegadas, próprias de canino, apesar de se
dizer no texto que devido ao aglomerar de pessoas curiosas as pegadas estavam
inconfundíveis!
5 – Explicação de como ocorreu o assassinato!
NOTA DO AUTOR: (O Gráfico)
...APESAR de, mais uma vez, nos encontrarmos na
presença de um Problema Policiário aparentemente de fácil... resolução...
(houve solucionistas que o consideraram o “mais fácil até agora” e... também “o
mais difícil dos quatro já apresentados...”)
...NA VERDADE o pormenor principal e inequívoco do “sangue vivo”... passou despercebido na observação de alguns dos mais categorizados Policiaristas! Impossível o corpo ter estado “à rabeleta”... o sangue desaparecia... pela acção das águas... e o título do Desafio era bastante sugestivo! Joaquim Frenético Amador mentiu... quando diz que viu o corpo andar à rabeleta! Sintomático. DURA LEX SED LEX.
Critérios Classificativos:
1 – TOTALISTAS: (Culpabilidade do Joaquim Frenético Amador baseando-se no pormenor do "SANGUE VIVO"! = 10 pontos).
2 – NÃO TOTALISTAS: (Culparam o Joaquim Frenético Amador, mas não mencionaram o pormenor do "SANGUE VIVO"! = 9 pontos).
3 – NÃO TOTALISTAS: (Indicaram como culpado outro suspeito que não o Joaquim Frenético Amador, mas justificaram os raciocínios, se bem que improváveis! = 8 pontos).
4 – NÃO TOTALISTAS: (Indicaram como culpado outro suspeito que não o Joaquim Frenético Amador com pouca argumentação! = 7 pontos).
5 – NÃO TOTALISTAS: (Houve casos Especial... de pontuação atribuída aos solucionistas que poderão não estar directamente relacionados com estas alíneas!)
6 – DECISÕES, justamente escalpelizadas, das quais não pode haver recurso.
Pontuações atribuídas
TOTALISTAS (10
Pontos):
Ana Marques (Quintinhas); Arjacasa (Valpaços); Búfalos Associados (Lisboa); CA7 (Sobreda... City); Carlos Caria (Lisboa); Carluxa (Lagos); Clóvis (Viseu); Cocas (Portalegre); Detective Jeremias (Santarém); Detective Nabo (Aldeia do Nabo); Donanfer II (Lisboa); Duarte Cordeiro (Lisboa); Eduardo Oliveira (Loures); Faria (Évora); Inspector Cláudio (Lagos); Inspector Pevides (Oeiras); Inspetor Boavida (Charneca de Caparica); Inspetor Moscardo (Santarém); JC Al (Londres); Joel Trigueiro (Costa de Caparica); Jorrod (Burgau); Loki (Trofa); LS (Coimbra); Mac Jr. (Apúlia); Margareth (Lagos); Omases et Erba (Vila Flor); Os Mosqueteiros (Portugal); Ribeiro de Carvalho (Torres Novas); Satanás (Lisboa); ZAB (Côja) e Zé Alguém (Lagos). – 31 Concorrentes
NÃO TOTALISTAS: (09
Pontos):
Bernie Leceiro (Matosinhos); CN13 (Charneca de Caparica); Detective Silva (Cova da Piedade); Feranames (Gondomar); Inspector Ryckyi (Amora); Paulo (Viseu); Pedro Monteiro (Sobreda); Rainha Katya (Charneca de Caparica); Sargento Estrela (Porto). – 09 Concorrentes
NÃO TOTALISTAS: (08
Pontos):
Detetive Excalibur (Corroios); Inspectora Sardinha (Armação de Pêra); Mali (Lisboa); 1.º Sargento (Laranjeiro). – 04 Concorrentes
NÃO TOTALISTAS: (07
Pontos):
Cabanita (Mercês); Molécula (Évora); Pintinha (Lisboa); Sofia Ribeiro (Charneca de Caparica). – 04 Concorrentes
AS MELHORES
1.º - LS (Coimbra) - (6 Pontos)
2.º - DUARTE CORDEIRO (Lisboa) -
(4 Pontos)
3.º - EDUARDO OLIVEIRA (Loures) -
(2 Pontos)
1.ª - MALI (Lisboa) - (6 Pontos)
2.º - INSPECTOR PEVIDES (Oeiras) -
(4 Pontos)
3.º - BÚFALOS ASSOCIADOS (Lisboa) - (2 Pontos)
CLASSIFICAÇÕES APÓS O PROBLEMA 4
Geral
1.ª - Detective Jeremias (Santarém) = 40+08+00.
2.º - Duarte Cordeiro (Lisboa) = 40+04+06.
3.º - Inspetor Moscardo (Santarém) = 40+02+00.
4.º - Os Mosqueteiros (Portugal) = 40+00+00.
5.º - LS (Coimbra) = 39+12+00.
6.º - Mac Jr. (Apúlia) = 39+06+00.
7.º - Búfalos Associados (Lisboa) = 39+04+02.
8.º - Eduardo Oliveira (Loures) = 39+02+00.
9.º - Inspector Pevides (Oeiras) = 39+00+10.
10.º - Arjacasa (Valpaços) = 39+00+00.
10.º - Cocas (Portalegre) = 39+00+00.
10.º - Detective Nabo (Aldeia do Nabo) = 39+00+00.
10.º - Donanfer II (Lisboa) = 39+00+00.
10.º - Faria (Évora) = 39+00+00.
10.º - Inspetor Boavida (Charneca de Caparica) = 39+00+00.
10.º - Loki (Trofa) = 39+00+00.
10.º - Ribeiro de Carvalho (Torres Novas) = 39+00+00.
10.º - Satanás (Lisboa) = 39+00+00.
10.º - ZAB (Côja) = 39+00+00.
20.º - Detetive Excalibur (Corroios) = 38+06+08.
21.º - Paulo (Viseu) = 38+04+04.
22.º - Inspector Ryckyi (Amora) = 38+00+02.
23.º - Bernie Leceiro (Matosinhos) = 38+00+00.
23.º - Detective Silva (Cova da Piedade) = 38+00+00.
23.º - Feranames (Gondomar) = 38+00+00.
26.º - 1.º Sargento (Laranjeiro) = 37+00+00.
26.º - Inspectora Sardinha (Armação de Pêra) = 37+00+00.
26.º - Pedro Monteiro (Lisboa) = 37+00+00.
29.º - Ana Marques (Quintinhas) = 36+00+00.
29.º - CA7 (Sobreda... City) = 36+00+00.
29.º - Carluxa (Lagos) = 36+00+00.
29.º - Inspector Cláudio (Lagos) = 36+00+00.
29.º - Joel Trigueiro (Costa de Caparica) = 36+00+00.
29.º - Pintinha (Lisboa) = 36+00+00.
35.º - CN13 (Charneca de Caparica) = 35+00+00.
35.º - Rainha Katya (Charneca de Caparica) = 35+00+00.
35.º - Sargento Estrela (Porto) = 35+00+00.
38.º - Mali (Lisboa) = 34+00+10.
39.º - Cabanita (Mercês) = 33+00+00.
39.º - Sofia Ribeiro (Charneca de Caparica) = 33+00+00.
41.º - Omases et Erba (Vila Flor) = 30+00+00
42.º - JC Al (Londres) = 29+00+00.
42.º - O Pegadas (Braga) = 29+00+00.
44.º - Carlos Caria (Lisboa) = 28+00+00.
45.º - Inspector Onabla (Lisboa) = 27+00+06.
46.º - Decifraportugal (Almada) = 26+00+00.
46.º - Detective Caracoleta (Charneca Caparica) = 26+00+00.
46.º - Detetive Kualaking (Almada) = 26+00+00.
49.º - Clóvis (Viseu) = 20+00+00.
50.º - Molécula (Évora) = 17+00+00.
51.º - Jorrod (Burgau) = 10+00+00
51.º - Margareth (Lagos) = 10+00+00
51.º - Zé Alguém (Lagos) = 10+00+00
54.º - CSI (Las Vegas) = 08+00+00.
54.º - Sahina (Almada) = 08+00+00.
56.º - Abrótea (Setúbal) = 06+00+00.
56.º - Fernando Bento (Monte de Caparica) = 06+00+00.
56.º - Ricardo Silva (Lisboa) = 06+00+00.
As Melhores
1.º - LS (Coimbra) - (12 Pontos)
2.ª - DETECTIVE JEREMIAS (Santarém) - (8 Pontos)
3.ºs - DETETIVE EXCALIBUR (Corroios) - (6 Pontos)
- MAC JR. (Apúlia) - (6
Pontos)
5.ºs - BÚFALOS ASSOCIADOS (Lisboa) - (4 Pontos)
- DUARTE CORDEIRO
(Lisboa) - (4 Pontos)
- PAULO (Viseu) - (4
Pontos)
8.ºs - EDUARDO OLIVEIRA (Loures) - (2 Pontos)
- INSPECTOR MOSCARDO (Santarém) - (2 Pontos)
As Mais Originais
1.ºs - INSPECTOR PEVIDES (Oeiras) - (10 Pontos)
- MALI (Lisboa) - (10
Pontos)
3.º - DETETIVE EXCALIBUR (Corroios) - (8 Pontos)
4.ºs - DUARTE CORDEIRO (Lisboa) - (6 Pontos)
- INSPETOR ONABLA (Almada) - (6 Pontos)
6.º - PAULO (Viseu) - (4 Pontos)
7.ºs - BÚFALOS ASSOCIADOS (Lisboa) - (2 Pontos)
- INSPECTOR RYCKYI (Amora) - (2 Pontos)
Prémio Combinado
1.º - DUARTE CORDEIRO (Lisboa) - (11 Pontos) = (2+5+4)
2.º - BÚFALOS ASSOCIADOS (Lisboa) - (19 Pontos) = (7+5+7)
3.º - DETETIVE EXCALIBUR (Corroios) - (26 Pontos) = (20+3+3)
4.º - PAULO (Viseu) - (32 Pontos) = (21+5+6)
(Únicos concorrentes que já conseguiram obter pontos nas “Melhores” e nas “Mais Originais”!!)
INICIATIVAS EM PREPARAÇÃO PARA O ANO DO
8º ANIVERSÁRIO
Concluídos que estão todos os procedimentos relativos às classificações finais das competições da nossa secção que animaram o último trimestre de 2022 e os primeiros oito meses de 2023, que nos levará ao ano do oitavo aniversário do seu nascimento (julho de 2024) nas páginas do jornal AUDIÊNCIA GP e no blogue O LOCAL DO CRIME (localdocrime.blogspot.com), cumpre-nos agora recordar os nomes dos “detetives” que se posicionaram em lugares distinguidos com prémios. São eles: Da Vinci (Taça Madame Eclética – 1º lugar), Búfalos Associados (Taça Joaquim Ferreira Leite – 2º lugar), Detetive Jeremias (Taça Salvador Santos – 3º lugar), Paulo (Medalha – 4º lugar), Inspetor Gigas (Medalha – 5º lugar), Dona Sopas (Medalha – 6º lugar), Inspetor Mucaba (Medalha – 7º lugar), Elisa Bethy (Medalha – 8º lugar), Inspetor Moscardo (Medalha – 8º lugar) e Pim-Pim Leite (Medalha – 8º lugar), no Torneio de Decifração “Solução à Vista!”; Bernie Leceiro (Taça Jornal Audiência GP – 1º lugar), Detetive Jeremias (Taça O Desafio dos Enigmas – 2º lugar) e Rigor Mortis (Taça Local do Crime – 3º lugar), no Concurso de Produção “Mãos à Escrita!”. Estes prémios serão entregues em almoço-convívio de âmbito nacional, a realizar em local a designar, entre abril e maio do próximo ano, uma tradição que importa manter.
PRÓXIMAS INICIATIVAS
Está já delineado o calendário de iniciativas da nossa secção para o
biénio 2023-2024, que tem como provas rainhas o torneio “Solução à Vista!”
e o concurso “Mãos à Escrita!”, em novas edições a decorrer em paralelo,
e cujo número de etapas depende do nível de participação dos produtores que
respondem habitualmente à nossa chamada e de novos praticantes desta importante
vertente do policiário que queiram mostrar aqui as suas criações. Importa sublinhar,
aliás, que sem o surgimento de novos produtores que venham a preencher os
lugares que vão sendo deixados vagos pelo desaparecimento natural dos nossos veteranos
nos domínios da produção policiária, a modalidade corre sérios riscos de
extinção. Importa, portanto, estimular os amantes deste passatempo lúdico e
cultural a aventurarem-se na escrita de enigmas, objetivo primeiro das nossas
próximas iniciativas, que envolvem ainda um concurso de contos (“Um Caso
Policial no Natal”), que marca, aliás, o arranque da temporada 2023-2024. O
estímulo à escrita de contos policiais tem sido também uma das nossas
preocupações desde o início da secção, que reuniu em duas edições realizadas
até ao momento 20 (vinte!) trabalhos de elevada qualidade, de onde se destacam
naturalmente os contos vencedores em 2018 (de Inspetor Fidalgo) e 2021 (de
Búfalos Associados).
Entretanto, enquanto aguardamos a receção de contos candidatos ao concurso “Um Caso Policial no Natal”, aberto à participação de todos, sem quaisquer condicionalismos de idade, sexo ou nacionalidade, desde que escritos em língua portuguesa e de índole policial, com ação centrada na quadra natalícia, damos hoje início à publicação de um conjunto de problemas de grau de dificuldade baixa, produzidos e publicados na década de 1950 no extinto jornal Diário Popular, tendo como objetivo único o “aquecimento das células cinzentas” dos nossos leitores que ainda não experimentaram participar nas nossas competições policiárias. E para os estimular a dar finalmente esse passo há muito adiado, o enunciado desses enigmas será acompanhado da respetiva solução de autor em “nota de rodapé” para que seja possível a quem nos segue comparar de imediato a sua “proposta de solução mental” com a que o produtor deu originalmente na época.
Problema Policial 1 – de Austin Ripley
(Diário Popular 3993 – 14.11.1953)
A
pequena sala do Juízo de Investigação do Arizona estava à cunha e o professor
Fordney seguia com interesse tudo o que se passava.
Rupert
Durand contava a sua história.
“Hanky
Brody, Clint Kevin e eu andávamos há uma semana a pesquisar minério no deserto
– disse ele – quando se levantou uma terrível tempestade de areia. Estávamos a
oito milhas do nosso acampamento. Não tardámos em ficar perdidos. Hank e Clint
começaram a questionar um ao outro. Não conseguimos abrigar-nos durante as 48
horas que durou a tempestade e o vento soprava com extraordinária violência. Na
manhã do dia seguinte, quando o tempo acalmou, Hank afastou-se sem dizer
palavra. Cinco minutos depois, Clint seguiu na mesma direção, que era oposta à
do acampamento. Devem ter caminhado em círculo, porque eu tomei o sentido
oposto e avistei-os meia hora mais tarde. A cerca de 200 metros de distância,
com boa visibilidade, observei que Clint agarrava Hank por um ombro, fazia-o
dar uma volta e abatia-o com um tiro de revólver. Corri para o local, mas Clint
afastou-se sem nada me dizer. Hank estava morto”.
Fordney
fez uma pergunta e a testemunha respondeu:
“Sim,
trazia estes mesmos óculos durante a tempestade. Uso-os tanto para ler como
para ver ao longe. Com eles a minha visão é perfeitamente normal”.
Pode
mostrar-nos, pediu o professor.
Durand
entregou-lhe os óculos e Fordney limpou-os cuidadosamente. De seguida
colocou-os sobre o nariz e, olhando através deles para o juiz de investigação,
disse:
Durand está manifestamente a querer comprometer Kevin, levantando contra ele uma falsa acusação. Não pode ter visto a cena que contou… pelo menos com estes óculos.
DESAFIO AO LEITOR
O leitor é capaz de deduzir em que se baseou o professor Fordney para fazer esta afirmação? Sugerimos que faça uma nova leitura um pouco mais atenta do enunciado e, depois de uma breve pausa para reflexão, procure elaborar mentalmente a sua solução. Posto isto, prossiga a leitura do texto que se segue para saber se a sua conclusão coincide com a solução do autor.
NOTA
DE RODAPÉ
Antes de passar à publicação da solução do autor, cumpre-nos sublinhar que este e os problemas seguintes, todos da autoria de Austin Ripley, fazem parte do espólio do Arquivo Histórico da Problemística Policiária, disponível online no site Clube de Detetives (clubededetectives.pt), que tem por “pai” e “gestor” o incansável Jartur, dando corpo a uma ideia partilhada por vários cultores do Policiário de ver preservado, para as gerações vindouras, o acervo cultural e informativo, que alguns de nós fomos reunindo, em algumas décadas da nossa atividade criativa como decifradores e produtores de problemas policiários, autores de contos ou coordenadores de secções da especialidade”. Posto isto, passemos à solução do problema de hoje:
Problema Policial 1 – de Austin Ripley
Solução do Autor
Fordney sabia que se Durand tivesse andado de óculos durante as quarenta
e oito horas que durou a tempestade de areia (conforme ele dizia) as lentes
teriam ficado tão riscadas que se tornaria impossível a visão clara através
delas. Ora os óculos com que ele se apresentou perante os investigadores
estavam límpidos. Portanto, não tinham sido usados durante a tempestade de
areia.
2º Torneio de Problemística Policiária
Problema 5
“Inspetor
Rodriguinho Investiga/Mataram o Gulliver”, original (inédito) de O
Gráfico
Desde tenra idade que o jovem João Silvestre se evidenciava perante os
seus amigos devido à sua estatura e quando chegou aos 15 anos já o seu
corpanzil servia para se distinguir dos demais... e ser uma espécie de “Rei” no
bairro onde vivia, um líder incontestável, aplaudido por muitos, mas como em
todo o lado, lugar ou situação, odiado também por alguns, no entanto, todos os
seus rivais e amigos eram, na sua grande maioria, mais baixos do que ele... à
excepção do José Fortalhaço e do Joaquim Musculoso que se equivaliam em
tamanho, todavia o minorca Jorge Baixinho, que lhe dava pela cintura, era o
mais perigoso... pelos ciúmes da liderança do “Gulliver” -a alcunha do João
Silvestre -e por complexos de inferioridade devido à sua altura, como pessoa!
O bairro onde viviam não tinha boa fama e quando havia um assalto na zona
ou nos arredores a polícia das redondezas logo se dirigia para detenções e
averiguações ao “Bairro do Gulliver”, como era sobejamente conhecido.
O “Gulliver”, de alcunha, por ser quase considerado um gigante... recebeu
e aceitou este epíteto porque em criança leu o romance satírico do escritor
Jonathan Swift, um clássico da literatura Inglesa. Enquanto frequentou a Escola
adorou “As Viagens de Gulliver”, mais concretamente conhecer a ilha fictícia de
Lilliput, com os seus habitantes que não tinham mais de 15 centímetros de
altura, por isso, quando queria gozar ou achincalhar o Jorge Baixinho...
chamava-lhe “Liliputeano” e às vezes... anão! Este, resignado, ficava furioso,
mas não tinha outro remédio senão aceitar os comportamentos do “Gulliver”...
por uma questão de liderança, poder físico, etc.
Os gigantes são figuras lendárias de grande força e resistência,
considerados inteligentes e amáveis, mas também estão identificados, em várias
ocasiões, como burros e ignorantes... no entanto de “burro” e “ignorante” o
“Gulliver” desta história não tinha nada... porque queria inimigos e amigos
junto de si... para os poder controlar melhor!
As ameaças de morte por parte de muitos eram imensas, especialmente do
“Fortalhaço” e do “Musculoso” mas o “Baixinho” era fiel... nunca deu a entender
que odiava o João Silvestre.
O bairro onde residiam era problemático e todos, à socapa, andavam
armados... com armas de fogo, facas ou punhais e, apesar de todos os
cuidados..., um dia, o “Gulliver” foi encontrado já sem vida, quando se ouviu
um forte disparo, no bairro onde moravam, num local sombrio, repleto de
arbustos, entre dois prédios... era quase noite! Os primeiros a se mostrarem
junto do corpo foram precisamente... Joaquim Musculoso, José Fortalhaço e Jorge
Baixinho e algum tempo depois lá surgiu o Inspector Rodriguinho com a
inseparável companhia do seu Ajudante Lumafero, juntamente com outros elementos
da Polícia, Ambulância e Carro de Bombeiros, mas já nada havia a fazer a morte
foi imediata.
O “Gulliver” levou um tiro à “queima-roupa” cuja bala entrou por baixo do
seu longo queixo e saiu pela parte superior do occipital, abaixo dos parietais.
Morreu instantaneamente. A bala foi encontrada, desfeita, numa parede.
O Inspector Rodriguinho não esperou por mais suspeitos para
interrogatório e chamou para depor as primeiras figuras que chegaram perto do
cadáver. O Ajudante Lumafero tomou nota das declarações.
Jorge Baixinho: -Olhem, as ameaças de morte foram tantas que um
destes dois -referia-se ao José Fortalhaço e ao Joaquim Musculoso -foi o
assassino! Eu não vi bem qual deles... mas apercebi-me, ao longe, que após
gestos de aparente discussão e alguns sopapos, quando o “Gulliver” se
ajoelhou... o assassino, em pé, sacou de uma arma e deu-lhe um tiro! Depois
fugiu... e quando eu cheguei junto do corpo caído apareceram eles os dois!
José Fortalhaço: -Mas... o que é que estás para aí a dizer... meu
minorca, anão!? Um tiro dava-te eu, agora, meu mentiroso! É verdade, disse
várias vezes que dava um tiro no João... mas seria incapaz de uma coisa
dessas... eram apenas desabafos! Ouvi o disparo e desci do meu 1.º andar para
vir ver o que se passava e deparei com o “Baixinho” ao pé do “Gulliver”!
Joaquim Musculoso: -O Jorge deve estar a contar histórias para rir... eu odiava o Silvestre, sim senhor, mas até ao ponto de o matar com uma bala... nada disso! Estava a ver televisão quando ouvi um disparo e desci de imediato para ver o que tinha acontecido! Quando aqui cheguei já cá estavam o José e o “Baixinho”! O “Gulliver” tinha a mania que era o “maior” e alguém lhe deu um tiro e... fugiu, penso eu!
...Recolhidos os depoimentos, o Inspector Rodriguinho e o seu Ajudante
Lumafero não tiveram dúvidas em deter um destes três indivíduos e entregá-lo à
Polícia. Agora é a vez dos decifradores e solucionistas do Blogue do “Repórter
de Ocasião” (RO), dizerem de sua justiça perante este assassínio do “Gulliver”!
Apresentem a sua resposta/solução de como tudo teria acontecido e indiquem o
nome do culpado e o(s) pormenor(es) que o incrimina(m). (10 pontos)
As respostas devem ser enviadas até ao próximo dia 30 de setembro,
através de três exemplos:
a – Via Messenger, Facebook, mensageiro instantâneo e aplicativo de Luís
Rodrigues.
b – Por emails, correio eletrónico, de Luís Rodrigues:
repórter.de.ocasiao@gmail.com
lumaferoma1958@sapo.pt
c – utilizando o Correio Normal (CTT):
Luís Manuel Felizardo Rodrigues
Praceta Bartolomeu Constantino, 14 – 2º. Esq.
Feijó 2810-032 Almada