Chegou mais uma boa nova!
O Blogue A
Página dos Enigmas, do nosso confrade Paulo (Viseu), vai realizar a partir do
próximo dia 10 de agosto mais um torneio policiário, desta vez designado
TORNEIO RÁPIDO, que se prolongará até final do ano em curso, cujo regulamento abaixo
se publica.
Participem!!!!
Torneio
Rápido
Regulamento
1. O Torneio
Rápido será composto por 5 (cinco) provas, cada uma delas constituída por um
problema de rápidas (escolha múltipla).
2. Os problemas
serão todos da minha autoria (Paulo).
3. Os
concorrentes apenas terão que indicar a alínea que consideram correta, sem
necessidade da apresentação de justificação.
4. Quem acertar
terá 7 pontos, e quem escolher uma alínea incorreta terá 4 pontos.
5. As propostas
de solução de cada concorrente a cada prova devem ser enviadas até ao final do
mês em que são publicadas, através do endereço apaginadosenigmas@gmail.com.
6. O concorrente
que reunir um maior número de pontos no final das 5 (cinco) provas será o vencedor
do torneio.
7. Em caso de
empate serão aplicados sucessivamente os seguintes critérios de classificação.
a) O concorrente
do qual a solução foi mais vezes recebida mais cedo.
A entrada na
caixa de correio de e-mail de A Página dos Enigmas definirá a ordem de
chegada
No caso de,
excecionalmente, algum concorrente ter que enviar a solução pelo correio
físico, serão consideradas como hora de chegada as 12 horas do dia de receção.
Caso o envio
leve a que chegue no mês posterior, serão consideradas para hora de chegada as
12 horas do último dia do prazo.
b) A solução
recebida mais cedo no problema nº 1, no nº 2, no nº 3, no nº4 e no nº 5
sucessivamente.
8. Apenas quando
forem publicados os resultados do 5º problema, será conhecida a ordem de
chegada das soluções de cada problema, e serão feitos os desempates na
classificação geral.
9. Em cada
problema será sorteado um livro policiário entre todos os concorrentes
10. Ao vencedor
do torneio será atribuída uma taça, aos 2º e 3º uma medalha e aos cinco
primeiros um diploma de participação.
11. Os casos omissos serão resolvidos pelo orientador de A Página dos Enigmas.
NO PRÓXIMO SÁBADO HÁ SARDINHADA EM SETÚBAL
Aproxima-se
o mês de agosto, tempo de férias em que a maioria dos portugueses, incluindo os
nossos confrades, tem por hábito fazer uma escapadinha de alguns dias junto à praia
ou no campo. Antes da partida, sugerimos a esses, e aos demais, que deem um
saltinho até Setúbal, onde o confrade Abrótea, realiza mais uma grandiosa
sardinhada, no próximo dia 27. Os interessados devem contactá-lo através do
email manuelricardoazevedo@gmail.com ou do telefone 929.367.508. E, regressando
ao nosso concurso “Um Caso Policial no Natal, publicamos de seguida a conclusão
do nono conto, da autoria do confrade Paulo, cuja primeira parte terminou assim:
“(…)
A sua
roupa era vermelha. Um casaco vermelho e umas calças vermelhas, que davam para
perceber não ser a sua roupa principal. Era evidente, até pela ligeireza do tecido,
pouco eficaz para as baixas temperaturas da época, que outra roupa se alojava por
debaixo daquele fato vermelho. Umas botas pretas enfiavam-se sob as pernas das calças,
parecendo ser, contrariamente ao restante vestuário exposto, mais adequadas ao clima,
como o mostrava o forro branco que transbordava no cano que subia ligeiramente acima
do tornozelo, que estava meio tapado pelas calças, só ficando visível no dobrar
da perna para cumprimento dos passos que transportavam o homem ao longo da rua.
Na cabeça, um barrete vermelho, orlado de pelos brancos, com a cúpula ligeiramente tombada, onde aparecia uma bola de pelo, também branco, no cocuruto, completava o vestuário. Uma barba postiça, longa, de cor branca, com alguns centímetros de comprimento, escondia um rosto de cinquenta e seis anos.”
“Um Caso Policial no Natal” – NONO CONTO
A MORTE DO PAI NATAL…, de Paulo
II – PARTE (conclusão)
O
homem era um Pai Natal, ou melhor, assim se encontrava vestido. Se tal vestuário
surgia com frequência por aqueles dias, já o mesmo não se poderia dizer do facto
de se andar vestido daquela forma pela rua. O fato era para ser usado no espaço
e no tempo para o qual se era contratado. Após o serviço estar cumprido,
deveria ser a vestimenta retirada, e surgiria um ser humano de rosto e vestes
normais que iria confundir-se com a multidão.
Não
era aquele o caso. O indivíduo não tirara o seu fato de trabalho. Deslocava-se para
casa vestido daquele modo que o fazia notado entre a massa móvel de pessoas.
A
roupa era o principal indício de que algo de estranho se passava, mas não era o
único. Não era a admiração de ver um pai natal a caminhar pela rua que deveria
causar estranheza, mas deveria ser com o indivíduo que estava sob aquele fato
que deveriam surgir as preocupações. Quem fixasse o seu olhar vazio,
indiferente e distante deveria ficar inquieto.
O
homem passara o dia a deixar-se fotografar junto de crianças e alguns adultos no
Centro Comercial onde conseguira aquele trabalho. Conseguira aquele serviço
onde ganhava pouco mais do que aquilo de que precisava para se alimentar, mas
que terminaria no dia de Natal.
Fora
ele o único a querer aquele trabalho. Não se poderia falar de querer, porque ele
não quisera, mas nada mais lhe surgira para poder fazer. Não era pai natal
porque gostasse, era pai natal porque precisava de sobreviver. Porque precisava
de comer.
Voltava
para casa. Um quarto, uma cozinha e uma casa de banho, numa casa centenária,
num velho bairro. A renda era baixa, mas nem mesmo assim ele a conseguia pagar.
De nada interessava o valor do pagamento ser reduzido, se não existia dinheiro para
o fazer. O despejo aguardava-o no fim do mês, e apenas a rua lhe poderia servir
de abrigo.
Não
tinha família. Não tinha companheira nem filhos, e os outros parentes, há muito
tempo que se tinha afastado deles, ou eles é que teriam afastado, — nunca percebera
bem o que sucedera —. Os amigos, se alguma vez os tivera, tinham-se perdido nos
degraus da ingreme escadaria que era a sua vida. Restavam-lhe só, e por pouco
tempo, o pequeno apartamento que habitava e ele próprio. Era ele, só no mundo, sem
mais ninguém: sem os gritos das pessoas que o circundavam durante o dia, os
risos das crianças que se deixavam fotografar, umas com medo e outras sem
receio, e sem as luzes e o calor do Centro Comercial.
Os
seus pés moviam-se sobre a rua, mas os pensamentos na sua cabeça não paravam.
Ninguém percebia o que era a solidão se não a sentisse, ninguém sentia a falta de
carinho se não o experimentasse, e ninguém entendia o que era a fome se não
olhasse um prato que não recebia alimentos. Mas ele sabia o que eram a fome, a
solidão, a tristeza, assim como a ausência de uma voz, ou de uma mão, que
transportasse amizade. Ele vivia tudo isso, e todas as ideias que produziam
ficavam misturadas numa torrente caótica que lhe monopolizava o pensamento.
O
homem vestido de Pai Natal entrou na boca que se abria na rua, esquecendo os olhares
que alguns transeuntes faziam quando passavam por quem tão estranho vestuário
usava naquela hora e naquele local. Desceu os degraus que conduziam ao cais onde
o metro chegaria dentro de poucos minutos. Algumas das pessoas que esperavam, de
pé, olharam-no, primeiro curiosas, depois lançando um sorriso de
condescendência. Não via compreensão nos olhos que o miravam.
Uma
criança, talvez de seis ou sete anos, que agarrava uma mão, da sua mãe, também
o olhou. De olhos inexpressivos. Não tinham curiosidade, não tinham complacência
nem apreensão. Era apenas um olhar, de uns olhos muito abertos que não o
largavam.
Pareceu-lhe
ouvir o metro a aproximar-se ao fundo do escuro túnel. Aproximou-se da berma do
cais e, quando a frente impante da carruagem se aproximou, diminuindo a velocidade,
saltou para a linha.
Ouviram-se
gritos, muitos gritos, mas a paragem da frente do comboio cerca de sessenta
metros adiante, não deixou dúvidas sobre o desfecho.
O
homem vestido de pai natal já não conseguiu ouvir os gritos, nem os freios do metro
a atuarem violentamente, nem o bulício de quem esperava poder seguir viagem, nem
as palavras da criança com o olhar inexpressivo.
— Mãe,
aquele Pai Natal não era o verdadeiro, pois não?
— Não
filho, não era! — Fez uma pausa. — Porque dizes isso?
— Porque o Pai Natal não morre!
AVALIAÇÃO-PONTUAÇÃO
Os
nossos leitores têm a partir de agora 30 (trinta) dias para proceder à
avaliação deste terceiro conto a concurso e ao envio da pontuação atribuída,
entre 5 a 10 pontos (em função da qualidade e originalidade), através do email
salvadorsantos949@gmail.com. Recorda-se que o conto vencedor do concurso será o
que conseguir alcançar a média de pontuação mais elevada após a publicação de
todos os trabalhos, sendo possível (e muito desejada!) a participação dos
autores no “lote de jurados”, estando, porém, impedidos de pontuar os seus
originais (escritos em nome próprio ou sob a forma de pseudónimo), de maneira a
não “fazerem juízo em causa própria”.
Fomos hoje agradavelmente
surpreendidos com mais uma iniciativa do Blogue do Confrade Paulo, a que não
podemos deixar de fazer eco neste espaço. Ora leiam (e participem!):
«Terminado que foi o Torneio
Memória, hoje há mais um problema policiário, com cerca de 20 anos,
fora de qualquer torneio.
“O Mistério
da Morte do Jacinto”
Autor: Paulo
O Jacinto era um
velho conhecido, e quando me telefonou dizendo que precisava de falar
urgentemente comigo, acorri à sua casa, onde cheguei cerca de meia hora mais
tarde.
A porta foi
aberta pela Lucinda, a esposa. Fui introduzido numa sala, onde além de Lucinda,
se encontravam o Rodrigo, filho de Lucinda, e a Margarida, uma sobrinha de
Jacinto, que ficara órfã muito jovem devido à morte dos pais num acidente de
avião, transformando-se numa filha para o meu amigo.
Na sala ouvia-se
televisão, em som bastante alto (um qualquer concerto ao vivo num canal
musical), pelo que tive alguma dificuldade de referir qual o motivo da minha
presença. Quando me consegui fazer explicar, mandaram-me subir ao andar de
cima.
Eu era um velho
visitante da casa, conhecendo-lhe todos os cantos, pelo que me dirigi ao
escritório do meu amigo, onde ele me esperava.
Bati à porta.
Bati outra vez, e não tendo obtido resposta resolvi abrir a porta.
O que vi
deixou-me estarrecido.
O meu amigo
estava recostado numa enorme cadeira, atrás da secretária, com o sangue bem
visível, saído de um ferimento na têmpora direita. Corri para junto do
Jacinto, mas depressa me apercebi que nada havia a fazer. Peguei-lhe no pulso e
verifiquei que estava morto.
Olhei a
secretária, com o tampo arrumado. Uma folha branca, uma caneta do lado
esquerdo, uma agenda e nada mais. No chão, sob a mão esquerda do meu amigo, que
era esquerdino, uma arma, que eu conhecia bem. Era um pequeno revólver para o
qual ele possuía licença de uso.
Saí, fechei a
porta, meti a chave no bolso e desci para a sala.
– Aconteceu uma
tragédia! O Jacinto está morto no escritório. É melhor chamarem a polícia.
Rodrigo, vai telefonar! Telefona diretamente para a Judiciária.
Estavam tão
estupefactos, todos eles, que o Rodrigo obedeceu sem hesitar, dirigindo-se ao
átrio de entrada, onde se encontrava o telefone.
Fiquei sentado,
observando as personagens.
Lucinda ficava
viúva pela segunda vez, herdando mais uma valiosa fortuna, tal como acontecera
quando o primeiro marido morrera de doença fatal.
Margarida, jovem
de 23 anos, estudante, que pela segunda vez ficava órfã, junto de duas pessoas
de quem eu sabia que não gostava.
Rodrigo, filho
do primeiro casamento de Lucinda, 26 anos, a viver dos rendimentos da mãe e do
padrasto, regressou. O seu regresso coincidiu com uma avalancha de perguntas e
a tentativa de subirem ao andar de cima. Mostrei-lhes a chave que guardara no
bolso, justificando a sua não entrada no escritório com a necessidade de
preservação do local.
Fui entretanto
sabendo que embora já estivessem há muito tempo na sala, todos eles se tinham
ausentado daquele aposento, isoladamente, na última meia hora antes de eu
chegar.
Quis saber se o
Jacinto andava bem-disposto, ou se mostrava ter qualquer problema, mas
entretanto a campainha da porta tocou.
Resolvi ir eu
abrir, tendo-me surgido à frente o meu amigo Narciso Morais.
– Estás cá?
Ainda bem! Espero que não tenhas deixado ninguém entrar no escritório nem mexer
no revólver.
Chegamos à sala,
onde o apresentei à família do meu extinto amigo.
Depois, enquanto
subia as escadas com o Narciso, eu já tinha uma ideia sobre o que poderia ter
sucedido ao Jacinto.
Das hipóteses
que se seguem leitor deve escolher uma.
A – Foi suicídio
B – Rodrigo
matou o padrasto.
C – Lucinda
matou o marido.
D – Margarida
matou o tio.
Como podem
verificar, não é preciso muito esforço para elaborar uma resposta neste
problema de escolha múltipla. Basta escolher a opção correta e enviar
para apaginadosenigmas@gmail.com até ao dia 10 de
agosto. A justificação fica apenas para a solução oficial, que será apresentada
quando os resultados forem publicados. Os concorrentes apenas necessitam de
apresentar uma letra, A, B, C ou D para responderem.
Será sorteado o
livro policiário, A mulher à janela, de A. J. Finn,
entre todos os que responderem.
Vamos lá! Todos a enviarem a resposta!»
O nosso confrade
Abrótea (Ricardo Azevedo) realiza mais uma grandiosa sardinhada, no próximo dia
27 de julho, em Setúbal. Quem nunca marcou presença neste evento não sabe o que
tem perdido! Será desta que os faltosos se redimem, dando um saltinho até
terras do Sado?!... Eu desta vez não vou faltar! Além das saborosas sardinhas (a pingar no pão), estão
prometidas as tradicionais entradas, com direito a camarões e tudo, logo seguidas
de uma sopinha de massa à maneira. Os interessados devem contactá-lo através do
email manuelricardoazevedo@gmail.com ou do telefone 926334514, para que ele
possa calcular as sardinhas necessárias para o repasto e informar do itinerário
mais indicado para chegar ao destino, sem percalços nem atrasos. A gente vê-se
por lá?...
«Finalmente vai ser conhecido o vencedor do Torneio Memória» – é assim que o confrade Paulo, começa a entrada de hoje no seu blogue (apaginadosenigmas.blogspot.com), que prossegue assim:
«O 6º e último problema, A pasta desaparecida, foi publicado na secção Em Fim de livro, que teve orientação de Sete de Espadas.
A secção Em
Fim de livro era publicada nas últimas páginas dos livros que
mensalmente a Editorial Minerva publicava na Coleção Xis. Foi publicada entre
1953 e 1956, tendo sido finalizada por decisão do editor, após uma polémica que
envolveu Sete de Espadas e um dos concorrentes da secção. Era
uma secção que ocupava um espaço significativo, com várias páginas, e com
publicação regular.
O problema A
pasta desaparecida foi publicado em 1954, no número 35 da coleção Xis,
e o seu autor foi Miss Atómica, uma policiarista de Ponte de
Sôr, localidade onde surgiram, na época, muitos adeptos desta modalidade.
Vamos às
classificações e à solução publicada, que foi apresentada pelo Inspector
Falcão, um concorrente de Olhão.
Solução
1 — Prendeu Noberto Silveira;
2 — Porque há
diversas falsidades no seu depoimento, e assim, vejamos:
a) A noite em
que se deu o «desastre» tinha sido infernal, duma escuridão profunda, vento
forte... Como se compreende que o carro fizesse uma viagem com tais condições
de tempo tom a capota levantada? Primeira mentira!
b) O carro caiu
duma altura de 5 metros apesar da escuridão ser profunda e da extrema miopia de
Norberto Silveira (a atestá-lo as lentes grossas), este conseguiu «ver
perfeitamente» a pasta dentro do carro... Fantástico! — e segunda mentira!
c) O nosso homem
deu um salto, sentiu-se voar, rolou aa solo e... milagre dos milagres — ficou
com os óculos intactos como se tivesse descido normalmente do carro (que afinal
foi o que fez!) — e assim temos a terceira mentira!
d) Como era
possível, se de facto o carro levasse a capota erguida, a pasta ficar no carro
depois de se despenhar no rio? — quarta mentira!
Eis, pois, como
penso que o caso se passou:
O Silveira tinha
já planeado roubar a pasta com o dinheiro, e logo que se lhe deparou a ocasião
propícia — paragem do carro por qualquer motivo — agrediu o seu colega na
cabeça, Com qualquer objeto pesado (de que previamente se munira), tirou a
pasta com o dinheiro, voltou a pôr o carro a trabalhar com o colega desmaiado
ao volante, voltou este em direção à ponte e voltou a pé para contar a «sua
história».
Critério
Classificativo
Esta foi a
solução publicada, que, por não ser a da autora, sofrerá algumas modificações
no que concerne aos elementos necessários para obtenção da pontuação máxima,
dado existir um pormenor que é considerado importante e que não é aí referido
de modo muito objetivo.
Assim, como
elementos necessários da solução, além das quatro alíneas a) b) c) e d), refira-se
uma outra e): justificação da pancada mortal do lado direito do condutor,
tendo em conta que o “pendura” em Portugal viaja desse lado. Não podemos
esquecer que o ferimento fatal é referido no texto do problema.
Como critério
classificativo ficará então:
Presença - 4
pontos
Indicação de
Silveira como ladrão e assassino - 1 pontos
a) + b) + c) +d)
+ e) - 5 x 1 ponto
A descrição do
crime não foi considerada obrigatória, com exceção da referência ao aludido em
e).
Refira-se que na
época em que o problema foi publicado não se usava cinto de segurança nos
automóveis, pelo que não foi considerada relevante a alusão ao cinto de
segurança.
Entre as
soluções recebidas, quero salientar a de Vic Key que focou os aspetos mais
falhados pelos outros concorrentes, e não referiu aqueles que maioritariamente
"foram vistos" por muitos outros.
Talvez porque já
estava definida a classificação da Originalidade, também não surgiram muitas
respostas que pudessem ser enquadradas nesta categoria.
Classificação
do problema
10 pontos
Detective
Jeremias, Inspetor Boavida, Mac Jr. (3 concorrentes)
9 pontos
Clóvis, Edomar,
O Gráfico, Virmancaroli. (4 concorrentes)
8 pontos
Arjacasa,
Búfalos Associados, Inspector Moscardo. (3 concorrentes)
7 pontos
Bernie Leceiro,
Cris, Inspector Pevides, Mag, Mali, Vic Key. (6 concorrentes)
6 pontos
Abrótea, Pedro
Ribeiro. (2 concorrentes)
5 pontos
Detetive
Alberto, Detetive Vasofe, Zaida. (3 concorrentes)
Melhores
Detetive
Jeremias 5 pontos
Mac Jr.
4 pontos
Inspetor
Boavida 3 pontos
Originalidade
O Gráfico
5 pontos
Mac Jr.
4 pontos
Inspetor
Pevides 3 pontos
Inspetor
Moscardo 2 pontos
Inspetor
Boavida 1 ponto
A vencedora
do Livro em Sorteio foi CRIS
Com este problema é possível apresentar as classificações
finais e os respetivos vencedores.
O vencedor do Torneio Memória é Mac Jr,
mostrando que é um dos melhores policiaristas a responder a enigmas na
atualidade.
Nas Melhores ganhou, de modo indiscutível, o Mac
Jr.
Na Originalidade o 1º lugar pertence a O Gráfico,
sem dúvida, o que soluções mais originais enviou, sempre com uma diversidade
muito grande.
No Combinado venceu novamente Mac Jr,
mostrando que as suas soluções conseguem abarcar os diversos aspetos a
considerar nas classificações.
........................................................
As classificações finais ficaram assim estabelecidas.
Classificação geral
À frente da pontuação está a alínea do
artigo 12º do regulamento utilizada no desempate.
1º Mac Jr 59 pontos a)
2º Detective Jeremias 59 pontos a)
3º Inspector Boavida 58
4º O Gráfico (TPBRO) 57
5º Búfalos Associados 56 a)
6º Inspector Moscardo 56 a)
7º Arjacasa (TPBRO) 55 a)
8º Clóvis 55 a)
9º Mali (TPBRO) 54
10º Mag (Ex LS & Mag) 53 a)
11º Bernie Leceiro 53 a)
12º Abrótea 47
13º Detective Nabo (TPBRO) 46
14º Doula 45 d)
15º Detective Vasofe 45 d)
16º Karl Marques 37
17º Rosa Marques 35
18º Tiago Reis 34
19º Poluidora 30 o)
20º Pedro Ribeiro 30 o)
21º Guilherme 28 o)
22º Núbis 28 o)
23º Kali Mero 26 d) o)
24º Cris 26 d) o)
25º Bertita 26 d) o)
26º Háspide 26 d) o)
27º Inspetor Pevides (TPBRO) 25 d)
28º Inspetora Marta 25 d)
29º Detective Lurma 24
30º Vic Key 23
31º Xá do reino 20 f)
32º Menino Nelito 20 o)
33º Mister H 20 o)
34º Virmancaroli 18 o)
35º Edomar 18 o)
36º Detective Rosa 16
37º Detetive Alberto 15
38º Inspector Ryckyi (TPBRO) 10 a)
39º Cláudia Martinho 10 a)
40º Detective Silva 9
41º Inspectora Sardinha (TPBRO) 8 o)
42º A Bela Mariana 8 o)
43º Detective Caracoleta 8 o)
44º ZAB 8 o)
45ºZaida 5
Melhores
À frente da pontuação está a alínea do
artigo 10º do regulamento utilizada no desempate.
1º Mac Jr 20
2º Detective Jeremias 12
3º O Gráfico (TPBRO) 10
4º Mag (Ex LS & Mag) 9
5º Inspetor Boavida 7
6º Arjacasa (TPBRO) 5
7º Búfalos Associados 3 c)
8º Inspector Ryckyi (TPBRO) 3 c)
9º Bernie Leceiro 1 c)
10º Inspetor Moscardo 1 c)
Originalidade
À frente da pontuação está a alínea do
artigo 10º do regulamento utilizada no desempate.
1º O Gráfico (TPBRO) 28
2º Mac Jr. 18
3º Bernie Leceiro 11
4º Detective Jeremias 10
5º Inspetor Pevides (TPBRO) 7
6º Inspector Boavida 4 b)
7º Inspector Moscardo 4 b)
8º Búfalos Associados 3
9º Karl Marques 2
10º Mali (TPBRO) 1 c)
11º Arjacasa (TPBRO) 1 c)
12º Xá do Reino 1 c)
Combinado
1º Mac Jr 4 pontos
2º Detective Jeremias 8 pontos
3º O Gráfico (TPBRO) 8 pontos
4º Inspetor Boavida 14 pontos
5º Búfalos Associados 20 pontos
6º Inspetor Moscardo 23 pontos
7º Bernie Leceiro 23 pontos
8º Arjacasa (TPBRO) 24 pontos
Total de concorrentes no torneio: 45.
Parabéns a todos os participantes!»
Caros Amigos,
Não havendo aqui,
no LOCAL DO CRIME, qualquer limitação de espaço, como acontece nas páginas do
jornal AUDIÊNCIA GRANDE PORTO, publicamos na íntegra o nono conto do Concurso “Um
Caso Policial no Natal”:
“Um Caso Policial no Natal” – NONO CONTO
A MORTE DO PAI NATAL…, de Paulo
Os
chuviscos não lhe travavam nem aceleravam o passo. Na rua, onde se cruzava com as outras
pessoas com os seus guarda-chuvas abertos, ele seguia exposto à ligeira intempérie que se
abatera sobre a cidade, ou, pelo menos, sobre aquela parte da urbe. Esses chuviscos
nada tinham de estranho. No dia vinte e três de dezembro, era normal que a chuva
caísse, ou as nuvens pontuassem o céu com a ameaça de alguma bátega. Era inverno.
Não
sabia se havia nuvens. Enquanto a Terra, no seu rodar, não empurrara o Sol para
o outro lado do planeta, constatara o aspeto plúmbeo do teto que cobrira toda a
região celeste que os seus olhos avistavam, mas, à medida que a noite avançara,
deixara de poder observar o céu, e agora apenas aquela morrinha que se abatia
sobre si, e sobre todos, era sinal de que teria que haver uma cobertura
nebulosa naquele local.
Mas as
características dessa cobertura não o ocupavam nem lhe mereciam o menor
interesse. Caminhava, colocando um pé atrás do outro, num movimento mecanizado
que efetuava sem premeditação, sobre a rua plena de lojas abertas, com montras
cheias de árvores de natal e outros enfeites, onde se acentuavam as cores vermelhas
e verdes, marcando a época que decorria e o dia que se aproximava. Cada montra
que surgia, parecia mais exuberante que a anterior, na expectativa de fazer um apelo
aos passantes, transformando-os em clientes que pudessem aumentar as receitas daquele
espaço comercial. Era a lei da concorrência na sua força total, mascarando um Natal
que se pretendia que fosse a época da fraternidade e da solidariedade.
Caminhava
sem se aperceber da luminosidade pendurada sobre a sua cabeça. Eram pequenas
luzes de várias cores, enfeitando suportes suspensos com as formas de estrelas,
de folhas de uma árvore que não se percebia qual era, de silhuetas de árvores
de natal, de bolas, de sinos e, por vezes, de umas pequenas entidades que se
propunha que fossem anjos. Eram os enfeites de Natal que decoravam a rua,
colocados pela câmara municipal, que numa travessa perpendicular, onde quase
não existia comércio, já não colocara as luzes decorativas. O importante era
que os clientes das lojas ficassem iluminados. Nas outras ruas não existia
Natal. Se não existiam compradores, o Natal não era relevante. Podia dizer-se
que era o Natal das compras. Era o Natal no seu máximo esplendor.
Estes
pensamentos iam cruzando a mente do homem que caminhava, ou melhor, que
avançava naqueles passos de sentido único, naquele movimento maquinal de quem percorrera
múltiplas vezes aquele mesmo passeio de pedras polidas e molhadas, que poderiam
levar ao fácil escorregamento dos passantes mais descontraídos.
Entre
os dois passeios, na rua de chão negro, iam passando automóveis. Lentamente,
sendo obrigados a parar nas frequentes passadeiras onde os muitos peões atravessavam
a rua, seguiam nos dois sentidos, como se esse movimento fosse importante para
o equilíbrio daquele espaço.
O
homem não tinha um aspeto normal. Talvez, naquele tempo que decorria, se pudesse
considerar mais frequente, mas não era esse pormenor, transportado pelo calendário,
que dava à roupa e ao aspeto do homem a normalidade que parecia transparecer
nos outros transeuntes.
A sua
roupa era vermelha. Um casaco vermelho e umas calças vermelhas, que davam para
perceber não ser a sua roupa principal. Era evidente, até pela ligeireza do tecido,
pouco eficaz para as baixas temperaturas da época, que outra roupa se alojava por
debaixo daquele fato vermelho. Umas botas pretas enfiavam-se sob as pernas das calças,
parecendo ser, contrariamente ao restante vestuário exposto, mais adequadas ao clima,
como o mostrava o forro branco que transbordava no cano que subia ligeiramente acima
do tornozelo, que estava meio tapado pelas calças, só ficando visível no dobrar
da perna para cumprimento dos passos que transportavam o homem ao longo da rua.
Na
cabeça, um barrete vermelho, orlado de pelos brancos, com a cúpula ligeiramente
tombada, onde aparecia uma bola de pelo, também branco, no cocuruto, completava
o vestuário. Uma barba postiça, longa, de cor branca, com alguns centímetros de
comprimento, escondia um rosto de cinquenta e seis anos.
O
homem era um Pai Natal, ou melhor, assim se encontrava vestido. Se tal vestuário
surgia com frequência por aqueles dias, já o mesmo não se poderia dizer do facto
de se andar vestido daquela forma pela rua. O fato era para ser usado no espaço
e no tempo para o qual se era contratado. Após o serviço estar cumprido,
deveria ser a vestimenta retirada, e surgiria um ser humano de rosto e vestes
normais que iria confundir-se com a multidão.
Não
era aquele o caso. O indivíduo não tirara o seu fato de trabalho. Deslocava-se para
casa vestido daquele modo que o fazia notado entre a massa móvel de pessoas.
A
roupa era o principal indício de que algo de estranho se passava, mas não era o
único. Não era a admiração de ver um pai natal a caminhar pela rua que deveria
causar estranheza, mas deveria ser com o indivíduo que estava sob aquele fato
que deveriam surgir as preocupações. Quem fixasse o seu olhar vazio,
indiferente e distante deveria ficar inquieto.
O
homem passara o dia a deixar-se fotografar junto de crianças e alguns adultos no
Centro Comercial onde conseguira aquele trabalho. Conseguira aquele serviço
onde ganhava pouco mais do que aquilo de que precisava para se alimentar, mas
que terminaria no dia de Natal.
Fora
ele o único a querer aquele trabalho. Não se poderia falar de querer, porque ele
não quisera, mas nada mais lhe surgira para poder fazer. Não era pai natal
porque gostasse, era pai natal porque precisava de sobreviver. Porque precisava
de comer.
Voltava
para casa. Um quarto, uma cozinha e uma casa de banho, numa casa centenária,
num velho bairro. A renda era baixa, mas nem mesmo assim ele a conseguia pagar.
De nada interessava o valor do pagamento ser reduzido, se não existia dinheiro para
o fazer. O despejo aguardava-o no fim do mês, e apenas a rua lhe poderia servir
de abrigo.
Não
tinha família. Não tinha companheira nem filhos, e os outros parentes, há muito
tempo que se tinha afastado deles, ou eles é que teriam afastado, — nunca percebera
bem o que sucedera —. Os amigos, se alguma vez os tivera, tinham-se perdido nos
degraus da ingreme escadaria que era a sua vida. Restavam-lhe só, e por pouco
tempo, o pequeno apartamento que habitava e ele próprio. Era ele, só no mundo, sem
mais ninguém: sem os gritos das pessoas que o circundavam durante o dia, os
risos das crianças que se deixavam fotografar, umas com medo e outras sem
receio, e sem as luzes e o calor do Centro Comercial.
Os
seus pés moviam-se sobre a rua, mas os pensamentos na sua cabeça não paravam.
Ninguém percebia o que era a solidão se não a sentisse, ninguém sentia a falta de
carinho se não o experimentasse, e ninguém entendia o que era a fome se não
olhasse um prato que não recebia alimentos. Mas ele sabia o que eram a fome, a
solidão, a tristeza, assim como a ausência de uma voz, ou de uma mão, que
transportasse amizade. Ele vivia tudo isso, e todas as ideias que produziam
ficavam misturadas numa torrente caótica que lhe monopolizava o pensamento.
O
homem vestido de Pai Natal entrou na boca que se abria na rua, esquecendo os olhares
que alguns transeuntes faziam quando passavam por quem tão estranho vestuário
usava naquela hora e naquele local. Desceu os degraus que conduziam ao cais onde
o metro chegaria dentro de poucos minutos. Algumas das pessoas que esperavam, de
pé, olharam-no, primeiro curiosas, depois lançando um sorriso de
condescendência. Não via compreensão nos olhos que o miravam.
Uma
criança, talvez de seis ou sete anos, que agarrava uma mão, da sua mãe, também
o olhou. De olhos inexpressivos. Não tinham curiosidade, não tinham complacência
nem apreensão. Era apenas um olhar, de uns olhos muito abertos que não o
largavam.
Pareceu-lhe
ouvir o metro a aproximar-se ao fundo do escuro túnel. Aproximou-se da berma do
cais e, quando a frente impante da carruagem se aproximou, diminuindo a velocidade,
saltou para a linha.
Ouviram-se
gritos, muitos gritos, mas a paragem da frente do comboio cerca de sessenta
metros adiante, não deixou dúvidas sobre o desfecho.
O
homem vestido de pai natal já não conseguiu ouvir os gritos, nem os freios do metro
a atuarem violentamente, nem o bulício de quem esperava poder seguir viagem, nem
as palavras da criança com o olhar inexpressivo.
— Mãe,
aquele Pai Natal não era o verdadeiro, pois não?
— Não
filho, não era! — Fez uma pausa. — Porque dizes isso?
—
Porque o Pai Natal não morre!
ECOS DO CONVÍVIO DE MAIO E… NOVA INICIATIVA POLICIÁRIA EM 2025
Foram 11
(onze) os convivas que se reuniram em São Pedro de Sintra, no Almoço-Convívio
Policiário realizado no passado dia 26 de maio, no restaurante Sabores de
Sintra, que tinha como “prato final” a entrega dos prémios conquistados nas
iniciativas promovidas pela nossa secção durante o ano transato: Torneio de
Decifração “Solução à Vista!” e Concurso de Produção “Mãos à Escrita!”. Eles vieram
de Viseu (Paulo e esposa, Ana Cristina), de Santarém esteve (Fátima Correia – Detetive
Jeremias), de Lisboa (Rui Mendes – um dos Búfalos Associados – e Helena Raposo),
de Almada (Luís Rodrigues – O Gráfico –, Telmo Rodrigues e Salvador Santos – Inspetor
Boavida) e de Setúbal (Ricardo Azevedo – Abrótea –, Vítor Carvalho e José
Carlos).
Entre
os presentes, apenas três faziam parte do lote de premiados nas competições em
causa: Detetive Jeremias, que foi distinguida com a Taça O Desafio dos Enigmas
(2ª classificada do concurso de produção) e com a Taça Salvador Santos (3ª
classificada do torneio de decifração), tendo ficado também depositária da
Medalha de 8º classificado conquistada por Inspetor Moscardo (Santarém) na
decifração; Rui Mendes, que ergueu a Taça Joaquim Ferreira Leite (2º
classificado no torneio de decifração); e Paulo, que recebeu das mãos do
orientador da secção a Medalha de 4º classificado do torneio de decifração.
Ficaram, assim, por entregar os restantes troféus, que ficam à nossa guarda enquanto
não chegam às mãos dos seus titulares num dia próximo a determinar.
Durante o convívio, que decorreu sob o signo da amizade, foi realizado mais um sorteio de do Prémio Lupa entre os “detetives” que participam no Torneio Cultores do Policiário, a decorrer no blogue Repórter de Ocasião, que gerou um momento de bom humor, ao premiar… pela terceira vez (!) o Inspetor Ryckyi (o que obrigou a um duplo sorteio, que viria a premiar também o confrade Joel Trigueiro). E houve tempo ainda para abordar diversos assuntos relacionados com a atividade policiária, com sinal mais para uma iniciativa a anunciar proximamente, a ter lugar a partir de janeiro de 2025, nos blogues Local do Crime (localdocrime.blogspot.com), Repórter de Ocasião (reporterdeocasiao.blogspot.com) e A Página dos Enigmas (apaginadosenigmas.blogspot.com), com o acompanhamento em permanência do site Clube de Detectives (clubededetectives.pt), e que assinala os 50 anos do “Mistério…Policiário”, do saudoso Sete de Espadas. Voltaremos em breve a este assunto. Para já, cumpre-nos dar a conhecer o nono original do nosso concurso de contos:
“Um Caso Policial no Natal” – NONO CONTO
A MORTE DO PAI NATAL…, de Paulo
I – PARTE
Os
chuviscos não lhe travavam nem aceleravam o passo. Na rua, onde se cruzava com as outras
pessoas com os seus guarda-chuvas abertos, ele seguia exposto à ligeira intempérie que se
abatera sobre a cidade, ou, pelo menos, sobre aquela parte da urbe. Esses chuviscos
nada tinham de estranho. No dia vinte e três de dezembro, era normal que a chuva
caísse, ou as nuvens pontuassem o céu com a ameaça de alguma bátega. Era inverno.
Não
sabia se havia nuvens. Enquanto a Terra, no seu rodar, não empurrara o Sol para
o outro lado do planeta, constatara o aspeto plúmbeo do teto que cobrira toda a
região celeste que os seus olhos avistavam, mas, à medida que a noite avançara,
deixara de poder observar o céu, e agora apenas aquela morrinha que se abatia
sobre si, e sobre todos, era sinal de que teria que haver uma cobertura
nebulosa naquele local.
Mas as
características dessa cobertura não o ocupavam nem lhe mereciam o menor
interesse. Caminhava, colocando um pé atrás do outro, num movimento mecanizado
que efetuava sem premeditação, sobre a rua plena de lojas abertas, com montras
cheias de árvores de natal e outros enfeites, onde se acentuavam as cores vermelhas
e verdes, marcando a época que decorria e o dia que se aproximava. Cada montra
que surgia, parecia mais exuberante que a anterior, na expectativa de fazer um apelo
aos passantes, transformando-os em clientes que pudessem aumentar as receitas daquele
espaço comercial. Era a lei da concorrência na sua força total, mascarando um Natal
que se pretendia que fosse a época da fraternidade e da solidariedade.
Caminhava
sem se aperceber da luminosidade pendurada sobre a sua cabeça. Eram pequenas
luzes de várias cores, enfeitando suportes suspensos com as formas de estrelas,
de folhas de uma árvore que não se percebia qual era, de silhuetas de árvores
de natal, de bolas, de sinos e, por vezes, de umas pequenas entidades que se
propunha que fossem anjos. Eram os enfeites de Natal que decoravam a rua,
colocados pela câmara municipal, que numa travessa perpendicular, onde quase
não existia comércio, já não colocara as luzes decorativas. O importante era
que os clientes das lojas ficassem iluminados. Nas outras ruas não existia
Natal. Se não existiam compradores, o Natal não era relevante. Podia dizer-se
que era o Natal das compras. Era o Natal no seu máximo esplendor.
Estes
pensamentos iam cruzando a mente do homem que caminhava, ou melhor, que
avançava naqueles passos de sentido único, naquele movimento maquinal de quem percorrera
múltiplas vezes aquele mesmo passeio de pedras polidas e molhadas, que poderiam
levar ao fácil escorregamento dos passantes mais descontraídos.
Entre
os dois passeios, na rua de chão negro, iam passando automóveis. Lentamente,
sendo obrigados a parar nas frequentes passadeiras onde os muitos peões atravessavam
a rua, seguiam nos dois sentidos, como se esse movimento fosse importante para
o equilíbrio daquele espaço.
O
homem não tinha um aspeto normal. Talvez, naquele tempo que decorria, se pudesse
considerar mais frequente, mas não era esse pormenor, transportado pelo calendário,
que dava à roupa e ao aspeto do homem a normalidade que parecia transparecer
nos outros transeuntes.
A sua
roupa era vermelha. Um casaco vermelho e umas calças vermelhas, que davam para
perceber não ser a sua roupa principal. Era evidente, até pela ligeireza do tecido,
pouco eficaz para as baixas temperaturas da época, que outra roupa se alojava por
debaixo daquele fato vermelho. Umas botas pretas enfiavam-se sob as pernas das calças,
parecendo ser, contrariamente ao restante vestuário exposto, mais adequadas ao clima,
como o mostrava o forro branco que transbordava no cano que subia ligeiramente acima
do tornozelo, que estava meio tapado pelas calças, só ficando visível no dobrar
da perna para cumprimento dos passos que transportavam o homem ao longo da rua.
Na
cabeça, um barrete vermelho, orlado de pelos brancos, com a cúpula ligeiramente
tombada, onde aparecia uma bola de pelo, também branco, no cocuruto, completava
o vestuário. Uma barba postiça, longa, de cor branca, com alguns centímetros de
comprimento, escondia um rosto de cinquenta e seis anos.
(continua na próxima edição)
Torneio Cultores do Policiário
CLASSIFICAÇÃO
GERAL (APÓS A SEXTA PROVA)
1.ª - Cocas
(Portalegre) = 59,5+11+16+61.
2.º - Photus A.D.
(Belém-Lisboa) = 59+39+85+123.
3.ª - Detective
Jeremias (Santarém) = 59+32+66+106.
4.º - Faria (Évora) = 59+29+06+55.
5.ºs - Búfalos
Associados (Lisboa) = 59+22+55+107.
6.º - Inspetor
Moscardo (Santarém) = 59+13+20+60.
7.ª - Sofia Ribeiro
(Charneca de Caparica) = 59+08+34+41.
8.ª - CN13 (Charneca
de Caparica) = 59+00+11+11.
9.º - Mac Jr.
(Apúlia) = 58,5+31+72+132.
10.º - Inspetor
Boavida (Charneca de Caparica) = 58,5+31+32+99.
11.º - Molécula (Évora) = 58,5+00+04+45.
12.º - Inspector Aranha (Santarém) = 58+27+82+140.
13.º - Paulo (Viseu) = 58+25+99+140.
14.º - O Pegadas (Braga) = 58+21+08+76.
15.º - Joel Trigueiro (Costa da Caparica) = 58+07+07+29.
16.ª - Mali (Lisboa) = 58+06+100+109.
17.ª - Rainha Katya
(Charneca de Caparica) = 58+03+14+11.
18.ª - Pintinha (Lisboa) = 58+00+74+35.
19.º - Big Ben (Amadora) = 57,5+09+13+29.
20.º - Inspector Ryckyi (Amora) = 57,5+07+22+40.
21.º - Bernie Leceiro (Matosinhos) = 57,5+00+48+75.
22.º - Clóvis (Viseu) = 57,5+00+13+58.
23.º - Inspector Pevides (Oeiras) = 57+11+70+58.
24.º - Arjacasa (Valpaços) = 57+08+10+41.
25.º - Ribeiro de Carvalho (Torres Novas) = 57+04+05+03.
26.º - Inspector Cláudio (Lagos) = 56+00+03+09.
27.ª - Carluxa (Lagos) = 56+00+00+02.
28.º - Visigodo (Setúbal) = 55+01+12+20.
29.º - Jorrod (Burgau) = 55+00+00+00.
30.º - Eduardo Oliveira (Loures) = 53,5+02+01+63.
31.º - Carlos Caria (Lisboa) = 53,5+00+00+08.
32.ª - Ana Marques (Lisboa) = 53+00+00+04.
33.º - Detective Nabo (Aldeia do Nabo) = 53+00+00+03.
34.ª - Margareth (Lagos) = 53+00+00+00.
35.º - Zé Alguém (Lagos) = 52+00+00+00.
36.º - JC Al (Londres) = 51+00+25+14.
37.º - 1.º Sargento (Laranjeiro) = 51+00+00+14.
38.º - Marino (Lisboa) = 48+00+00+00.
39.ª - Inspectora Sardinha (Armação de Pêra) = 47+02+03+42.
40.º - Detective Caracoleta (Charneca Caparica) = 47+00+00+00.
41.ª - Detective Silva (Cova da Piedade) = 46+00+00+00.
42.º - Vic Key (Bombarral) = 29,5+00+26+13.
43.ª - CA7 (Sobreda... City) = 25+00+00+00.
44.º - Virmancaroli (Montijo) = 19+00+08+07.
45.ª - Edomar (Montijo) = 19+00+00+04.
46.º - Jartur (Porto) = 18+00+11+33.
47.ª - Sandra Ribeiro (Almada) = 17+01+00+00.
48.ª - Ana Carla Silva (Almada) = 17+00+00+00.
49.ª - Detective Suricata (Braga) = 16+00+00+00.
50.º - Satanás (Lisboa) = 09+00+00+00.
51.º - Pedro Monteiro (Sobreda) = 07+00+00+01.
PRÉMIO COMBINADO
(APÓS A SEXTA PROVA)
1.º – Photus
A.D. - (10 Pontos) = (2+1+3+4)
2.ª – Detective
Jeremias - (20 Pontos) = (3+2+8+7)
3.º – Mac Jr. - (21 Pontos) = (9+3+6+3)
4.º – Inspector Aranha - (23 Pontos) = (12+6+4+1)
4.º – Paulo - (23 Pontos) = (13+7+2+1)
6.ºs – Búfalos Associados - (28 Pontos) = (5+8+9+6)
7.º – Inspetor Boavida - (33 Pontos) = (10+3+12+8)
8.ª – Mali - (40 Pontos) = (16+18+1+5)
9.ª – Cocas - (41 Pontos) = (1+11+17+12)
10.º – Inspetor Moscardo - (45 Pontos) = (6+10+16+13)
11.ª – Sofia Ribeiro - (51 Pontos) = (7+14+11+19)
12.º – Faria - (53 Pontos) = (4+5+28+16)
13.º – Inspector Pevides - (55 Pontos) = (23+11+7+14)
14.º – O Pegadas - (57 Pontos) = (14+9+25+9)
15.º – Inspector Ryckyi - (72 Pontos) = (20+16+15+21)
16.º – Big Ben - (75 Pontos) = (19+13+19+24)
17.º – Arjacasa - (81 Pontos) = (24+14+24+18)
18.º – Joel Trigueiro - (82 Pontos) = (15+16+27+24)
19.ª – Rainha Katya - (85 Pontos) = (17+20+18+30)
20.º – Eduardo Oliveira - (95 Pontos) = (30+21+33+11)
21.º – Visigodo - (98 Pontos) = (28+23+21+26)
22.ª – Inspectora Sardinha - (109 Pontos) = (39+21+31+18)
23.º – Ribeiro de Carvalho - (110 Pontos) = (25+19+29+37)