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quinta-feira, julho 25, 2024
  NOTÍCIAS DO BLOGUE "A PÁGINA DOS ENIGMAS"

Chegou mais uma boa nova!

O Blogue A Página dos Enigmas, do nosso confrade Paulo (Viseu), vai realizar a partir do próximo dia 10 de agosto mais um torneio policiário, desta vez designado TORNEIO RÁPIDO, que se prolongará até final do ano em curso, cujo regulamento abaixo se publica.

Participem!!!!

Torneio Rápido

Regulamento

1. O Torneio Rápido será composto por 5 (cinco) provas, cada uma delas constituída por um problema de rápidas (escolha múltipla).

2. Os problemas serão todos da minha autoria (Paulo).

3. Os concorrentes apenas terão que indicar a alínea que consideram correta, sem necessidade da apresentação de justificação.

4. Quem acertar terá 7 pontos, e quem escolher uma alínea incorreta terá 4 pontos.

5. As propostas de solução de cada concorrente a cada prova devem ser enviadas até ao final do mês em que são publicadas, através do endereço apaginadosenigmas@gmail.com.

6. O concorrente que reunir um maior número de pontos no final das 5 (cinco) provas será o vencedor do torneio.

7. Em caso de empate serão aplicados sucessivamente os seguintes critérios de classificação.

a) O concorrente do qual a solução foi mais vezes recebida mais cedo. 

A entrada na caixa de correio de e-mail de A Página dos Enigmas definirá a ordem de chegada

No caso de, excecionalmente, algum concorrente ter que enviar a solução pelo correio físico, serão consideradas como hora de chegada as 12 horas do dia de receção.

Caso o envio leve a que chegue no mês posterior, serão consideradas para hora de chegada as 12 horas do último dia do prazo.

b) A solução recebida mais cedo no problema nº 1, no nº 2, no nº 3, no nº4 e no nº 5 sucessivamente.

8. Apenas quando forem publicados os resultados do 5º problema, será conhecida a ordem de chegada das soluções de cada problema, e serão feitos os desempates na classificação geral.

9. Em cada problema será sorteado um livro policiário entre todos os concorrentes

10. Ao vencedor do torneio será atribuída uma taça, aos 2º e 3º uma medalha e aos cinco primeiros um diploma de participação.

11. Os casos omissos serão resolvidos pelo orientador de A Página dos Enigmas. 

 
sábado, julho 20, 2024
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 20 de julho de 2024

                          NO PRÓXIMO SÁBADO HÁ SARDINHADA EM SETÚBAL

Aproxima-se o mês de agosto, tempo de férias em que a maioria dos portugueses, incluindo os nossos confrades, tem por hábito fazer uma escapadinha de alguns dias junto à praia ou no campo. Antes da partida, sugerimos a esses, e aos demais, que deem um saltinho até Setúbal, onde o confrade Abrótea, realiza mais uma grandiosa sardinhada, no próximo dia 27. Os interessados devem contactá-lo através do email manuelricardoazevedo@gmail.com ou do telefone 929.367.508. E, regressando ao nosso concurso “Um Caso Policial no Natal, publicamos de seguida a conclusão do nono conto, da autoria do confrade Paulo, cuja primeira parte terminou assim:

“(…)

A sua roupa era vermelha. Um casaco vermelho e umas calças vermelhas, que davam para perceber não ser a sua roupa principal. Era evidente, até pela ligeireza do tecido, pouco eficaz para as baixas temperaturas da época, que outra roupa se alojava por debaixo daquele fato vermelho. Umas botas pretas enfiavam-se sob as pernas das calças, parecendo ser, contrariamente ao restante vestuário exposto, mais adequadas ao clima, como o mostrava o forro branco que transbordava no cano que subia ligeiramente acima do tornozelo, que estava meio tapado pelas calças, só ficando visível no dobrar da perna para cumprimento dos passos que transportavam o homem ao longo da rua.

Na cabeça, um barrete vermelho, orlado de pelos brancos, com a cúpula ligeiramente tombada, onde aparecia uma bola de pelo, também branco, no cocuruto, completava o vestuário. Uma barba postiça, longa, de cor branca, com alguns centímetros de comprimento, escondia um rosto de cinquenta e seis anos.”

“Um Caso Policial no Natal” – NONO CONTO

A MORTE DO PAI NATAL…, de Paulo

II – PARTE (conclusão)

O homem era um Pai Natal, ou melhor, assim se encontrava vestido. Se tal vestuário surgia com frequência por aqueles dias, já o mesmo não se poderia dizer do facto de se andar vestido daquela forma pela rua. O fato era para ser usado no espaço e no tempo para o qual se era contratado. Após o serviço estar cumprido, deveria ser a vestimenta retirada, e surgiria um ser humano de rosto e vestes normais que iria confundir-se com a multidão.

Não era aquele o caso. O indivíduo não tirara o seu fato de trabalho. Deslocava-se para casa vestido daquele modo que o fazia notado entre a massa móvel de pessoas.

A roupa era o principal indício de que algo de estranho se passava, mas não era o único. Não era a admiração de ver um pai natal a caminhar pela rua que deveria causar estranheza, mas deveria ser com o indivíduo que estava sob aquele fato que deveriam surgir as preocupações. Quem fixasse o seu olhar vazio, indiferente e distante deveria ficar inquieto.

O homem passara o dia a deixar-se fotografar junto de crianças e alguns adultos no Centro Comercial onde conseguira aquele trabalho. Conseguira aquele serviço onde ganhava pouco mais do que aquilo de que precisava para se alimentar, mas que terminaria no dia de Natal.

Fora ele o único a querer aquele trabalho. Não se poderia falar de querer, porque ele não quisera, mas nada mais lhe surgira para poder fazer. Não era pai natal porque gostasse, era pai natal porque precisava de sobreviver. Porque precisava de comer.

Voltava para casa. Um quarto, uma cozinha e uma casa de banho, numa casa centenária, num velho bairro. A renda era baixa, mas nem mesmo assim ele a conseguia pagar. De nada interessava o valor do pagamento ser reduzido, se não existia dinheiro para o fazer. O despejo aguardava-o no fim do mês, e apenas a rua lhe poderia servir de abrigo.

Não tinha família. Não tinha companheira nem filhos, e os outros parentes, há muito tempo que se tinha afastado deles, ou eles é que teriam afastado, — nunca percebera bem o que sucedera —. Os amigos, se alguma vez os tivera, tinham-se perdido nos degraus da ingreme escadaria que era a sua vida. Restavam-lhe só, e por pouco tempo, o pequeno apartamento que habitava e ele próprio. Era ele, só no mundo, sem mais ninguém: sem os gritos das pessoas que o circundavam durante o dia, os risos das crianças que se deixavam fotografar, umas com medo e outras sem receio, e sem as luzes e o calor do Centro Comercial.

Os seus pés moviam-se sobre a rua, mas os pensamentos na sua cabeça não paravam. Ninguém percebia o que era a solidão se não a sentisse, ninguém sentia a falta de carinho se não o experimentasse, e ninguém entendia o que era a fome se não olhasse um prato que não recebia alimentos. Mas ele sabia o que eram a fome, a solidão, a tristeza, assim como a ausência de uma voz, ou de uma mão, que transportasse amizade. Ele vivia tudo isso, e todas as ideias que produziam ficavam misturadas numa torrente caótica que lhe monopolizava o pensamento.

O homem vestido de Pai Natal entrou na boca que se abria na rua, esquecendo os olhares que alguns transeuntes faziam quando passavam por quem tão estranho vestuário usava naquela hora e naquele local. Desceu os degraus que conduziam ao cais onde o metro chegaria dentro de poucos minutos. Algumas das pessoas que esperavam, de pé, olharam-no, primeiro curiosas, depois lançando um sorriso de condescendência. Não via compreensão nos olhos que o miravam.

Uma criança, talvez de seis ou sete anos, que agarrava uma mão, da sua mãe, também o olhou. De olhos inexpressivos. Não tinham curiosidade, não tinham complacência nem apreensão. Era apenas um olhar, de uns olhos muito abertos que não o largavam.

Pareceu-lhe ouvir o metro a aproximar-se ao fundo do escuro túnel. Aproximou-se da berma do cais e, quando a frente impante da carruagem se aproximou, diminuindo a velocidade, saltou para a linha.

Ouviram-se gritos, muitos gritos, mas a paragem da frente do comboio cerca de sessenta metros adiante, não deixou dúvidas sobre o desfecho.

O homem vestido de pai natal já não conseguiu ouvir os gritos, nem os freios do metro a atuarem violentamente, nem o bulício de quem esperava poder seguir viagem, nem as palavras da criança com o olhar inexpressivo.

— Mãe, aquele Pai Natal não era o verdadeiro, pois não?

— Não filho, não era! — Fez uma pausa. — Porque dizes isso?

— Porque o Pai Natal não morre!

AVALIAÇÃO-PONTUAÇÃO

Os nossos leitores têm a partir de agora 30 (trinta) dias para proceder à avaliação deste terceiro conto a concurso e ao envio da pontuação atribuída, entre 5 a 10 pontos (em função da qualidade e originalidade), através do email salvadorsantos949@gmail.com. Recorda-se que o conto vencedor do concurso será o que conseguir alcançar a média de pontuação mais elevada após a publicação de todos os trabalhos, sendo possível (e muito desejada!) a participação dos autores no “lote de jurados”, estando, porém, impedidos de pontuar os seus originais (escritos em nome próprio ou sob a forma de pseudónimo), de maneira a não “fazerem juízo em causa própria”.

 

 
quinta-feira, julho 11, 2024
  NOTÍCIAS DO BLOGUE “A PÁGINA DOS ENIGMAS”

Fomos hoje agradavelmente surpreendidos com mais uma iniciativa do Blogue do Confrade Paulo, a que não podemos deixar de fazer eco neste espaço. Ora leiam (e participem!):

«Terminado que foi o Torneio Memória, hoje há mais um problema policiário, com cerca de 20 anos, fora de qualquer torneio. 

“O Mistério da Morte do Jacinto”

Autor: Paulo

O Jacinto era um velho conhecido, e quando me telefonou dizendo que precisava de falar urgentemente comigo, acorri à sua casa, onde cheguei cerca de meia hora mais tarde.

A porta foi aberta pela Lucinda, a esposa. Fui introduzido numa sala, onde além de Lucinda, se encontravam o Rodrigo, filho de Lucinda, e a Margarida, uma sobrinha de Jacinto, que ficara órfã muito jovem devido à morte dos pais num acidente de avião, transformando-se numa filha para o meu amigo.

Na sala ouvia-se televisão, em som bastante alto (um qualquer concerto ao vivo num canal musical), pelo que tive alguma dificuldade de referir qual o motivo da minha presença. Quando me consegui fazer explicar, mandaram-me subir ao andar de cima.

Eu era um velho visitante da casa, conhecendo-lhe todos os cantos, pelo que me dirigi ao escritório do meu amigo, onde ele me esperava.

Bati à porta. Bati outra vez, e não tendo obtido resposta resolvi abrir a porta.

O que vi deixou-me estarrecido.

O meu amigo estava recostado numa enorme cadeira, atrás da secretária, com o sangue bem visível, saído de um ferimento na têmpora direita. Corri para junto do Jacinto, mas depressa me apercebi que nada havia a fazer. Peguei-lhe no pulso e verifiquei que estava morto.

Olhei a secretária, com o tampo arrumado. Uma folha branca, uma caneta do lado esquerdo, uma agenda e nada mais. No chão, sob a mão esquerda do meu amigo, que era esquerdino, uma arma, que eu conhecia bem. Era um pequeno revólver para o qual ele possuía licença de uso.

Saí, fechei a porta, meti a chave no bolso e desci para a sala.

– Aconteceu uma tragédia! O Jacinto está morto no escritório. É melhor chamarem a polícia. Rodrigo, vai telefonar! Telefona diretamente para a Judiciária.

Estavam tão estupefactos, todos eles, que o Rodrigo obedeceu sem hesitar, dirigindo-se ao átrio de entrada, onde se encontrava o telefone.

Fiquei sentado, observando as personagens.

Lucinda ficava viúva pela segunda vez, herdando mais uma valiosa fortuna, tal como acontecera quando o primeiro marido morrera de doença fatal.

Margarida, jovem de 23 anos, estudante, que pela segunda vez ficava órfã, junto de duas pessoas de quem eu sabia que não gostava.

Rodrigo, filho do primeiro casamento de Lucinda, 26 anos, a viver dos rendimentos da mãe e do padrasto, regressou. O seu regresso coincidiu com uma avalancha de perguntas e a tentativa de subirem ao andar de cima. Mostrei-lhes a chave que guardara no bolso, justificando a sua não entrada no escritório com a necessidade de preservação do local.

Fui entretanto sabendo que embora já estivessem há muito tempo na sala, todos eles se tinham ausentado daquele aposento, isoladamente, na última meia hora antes de eu chegar.

Quis saber se o Jacinto andava bem-disposto, ou se mostrava ter qualquer problema, mas entretanto a campainha da porta tocou.

Resolvi ir eu abrir, tendo-me surgido à frente o meu amigo Narciso Morais.

– Estás cá? Ainda bem! Espero que não tenhas deixado ninguém entrar no escritório nem mexer no revólver.

Chegamos à sala, onde o apresentei à família do meu extinto amigo.

Depois, enquanto subia as escadas com o Narciso, eu já tinha uma ideia sobre o que poderia ter sucedido ao Jacinto.

Das hipóteses que se seguem leitor deve escolher uma.

A – Foi suicídio

B – Rodrigo matou o padrasto.

C – Lucinda matou o marido.

D – Margarida matou o tio.

Como podem verificar, não é preciso muito esforço para elaborar uma resposta neste problema de escolha múltipla. Basta escolher a opção correta e enviar para apaginadosenigmas@gmail.com até ao dia 10 de agosto. A justificação fica apenas para a solução oficial, que será apresentada quando os resultados forem publicados. Os concorrentes apenas necessitam de apresentar uma letra, A, B, C ou D para responderem.

Será sorteado o livro policiário, A mulher à janela, de A. J. Finn, entre todos os que responderem.

Vamos lá! Todos a enviarem a resposta!»

 
terça-feira, julho 09, 2024
  SARDINHADA EM SETÚBAL

O nosso confrade Abrótea (Ricardo Azevedo) realiza mais uma grandiosa sardinhada, no próximo dia 27 de julho, em Setúbal. Quem nunca marcou presença neste evento não sabe o que tem perdido! Será desta que os faltosos se redimem, dando um saltinho até terras do Sado?!... Eu desta vez não vou faltar! Além das saborosas sardinhas (a pingar no pão), estão prometidas as tradicionais entradas, com direito a camarões e tudo, logo seguidas de uma sopinha de massa à maneira. Os interessados devem contactá-lo através do email manuelricardoazevedo@gmail.com ou do telefone 926334514, para que ele possa calcular as sardinhas necessárias para o repasto e informar do itinerário mais indicado para chegar ao destino, sem percalços nem atrasos. A gente vê-se por lá?...


 
domingo, julho 07, 2024
  NOTÍCIAS DO BLOGUE “A PÁGINA DOS ENIGMAS”

«Finalmente vai ser conhecido o vencedor do Torneio Memória» – é assim que o confrade Paulo, começa a entrada de hoje no seu blogue (apaginadosenigmas.blogspot.com), que prossegue assim:

«O 6º e último problema, A pasta desaparecida, foi publicado na secção Em Fim de livro, que teve orientação de Sete de Espadas.

A secção Em Fim de livro era publicada nas últimas páginas dos livros que mensalmente a Editorial Minerva publicava na Coleção Xis. Foi publicada entre 1953 e 1956, tendo sido finalizada por decisão do editor, após uma polémica que envolveu Sete de Espadas e um dos concorrentes da secção. Era uma secção que ocupava um espaço significativo, com várias páginas, e com publicação regular.

O problema A pasta desaparecida foi publicado em 1954, no número 35 da coleção Xis, e o seu autor foi Miss Atómica, uma policiarista de Ponte de Sôr, localidade onde surgiram, na época, muitos adeptos desta modalidade.

Vamos às classificações e à solução publicada, que foi apresentada pelo Inspector Falcão, um concorrente de Olhão.

Solução

1 — Prendeu Noberto Silveira;

2 — Porque há diversas falsidades no seu depoimento, e assim, vejamos:

a) A noite em que se deu o «desastre» tinha sido infernal, duma escuridão profunda, vento forte... Como se compreende que o carro fizesse uma viagem com tais condições de tempo tom a capota levantada? Primeira mentira!

b) O carro caiu duma altura de 5 metros apesar da escuridão ser profunda e da extrema miopia de Norberto Silveira (a atestá-lo as lentes grossas), este conseguiu «ver perfeitamente» a pasta dentro do carro... Fantástico! — e segunda mentira!

c) O nosso homem deu um salto, sentiu-se voar, rolou aa solo e... milagre dos milagres — ficou com os óculos intactos como se tivesse descido normalmente do carro (que afinal foi o que fez!) — e assim temos a terceira mentira!

d) Como era possível, se de facto o carro levasse a capota erguida, a pasta ficar no carro depois de se despenhar no rio? ­ — quarta mentira!

Eis, pois, como penso que o caso se passou:

O Silveira tinha já planeado roubar a pasta com o dinheiro, e logo que se lhe deparou a ocasião propícia — paragem do carro por qualquer motivo — agrediu o seu colega na cabeça, Com qualquer objeto pesado (de que previamente se munira), tirou a pasta com o dinheiro, voltou a pôr o carro a trabalhar com o colega desmaiado ao volante, voltou este em direção à ponte e voltou a pé para contar a «sua história».

Critério Classificativo

Esta foi a solução publicada, que, por não ser a da autora, sofrerá algumas modificações no que concerne aos elementos necessários para obtenção da pontuação máxima, dado existir um pormenor que é considerado importante e que não é aí referido de modo muito objetivo.

Assim, como elementos necessários da solução, além das quatro alíneas a) b) c) e d), refira-se uma outra e):  justificação da pancada mortal do lado direito do condutor, tendo em conta que o “pendura” em Portugal viaja desse lado. Não podemos esquecer que o ferimento fatal é referido no texto do problema.

Como critério classificativo ficará então:

Presença - 4 pontos

Indicação de Silveira como ladrão e assassino - 1 pontos

a) + b) + c) +d) + e) - 5 x 1 ponto

A descrição do crime não foi considerada obrigatória, com exceção da referência ao aludido em e).

Refira-se que na época em que o problema foi publicado não se usava cinto de segurança nos automóveis, pelo que não foi considerada relevante a alusão ao cinto de segurança.

Entre as soluções recebidas, quero salientar a de Vic Key que focou os aspetos mais falhados pelos outros concorrentes, e não referiu aqueles que maioritariamente "foram vistos" por muitos outros.

Talvez porque já estava definida a classificação da Originalidade, também não surgiram muitas respostas que pudessem ser enquadradas nesta categoria.

Classificação do problema

10 pontos

Detective Jeremias, Inspetor Boavida, Mac Jr. (3 concorrentes)

9 pontos

Clóvis, Edomar, O Gráfico, Virmancaroli. (4 concorrentes)

8 pontos

Arjacasa, Búfalos Associados, Inspector Moscardo. (3 concorrentes)

7 pontos

Bernie Leceiro, Cris, Inspector Pevides, Mag, Mali, Vic Key. (6 concorrentes)

6 pontos

Abrótea, Pedro Ribeiro. (2 concorrentes)

5 pontos

Detetive Alberto, Detetive Vasofe, Zaida. (3 concorrentes)

Melhores

Detetive Jeremias    5 pontos

Mac Jr.          4 pontos

Inspetor Boavida          3 pontos

Originalidade

O Gráfico    5 pontos

Mac Jr.    4 pontos

Inspetor Pevides     3 pontos

Inspetor Moscardo    2 pontos

Inspetor Boavida     1 ponto

A vencedora do Livro em Sorteio foi CRIS

Com este problema é possível apresentar as classificações finais e os respetivos vencedores.

O vencedor do Torneio Memória é Mac Jr, mostrando que é um dos melhores policiaristas a responder a enigmas na atualidade.

Nas Melhores ganhou, de modo indiscutível, o Mac Jr.

Na Originalidade o 1º lugar pertence a O Gráfico, sem dúvida, o que soluções mais originais enviou, sempre com uma diversidade muito grande.

No Combinado venceu novamente Mac Jr, mostrando que as suas soluções conseguem abarcar os diversos aspetos a considerar nas classificações. 

........................................................

As classificações finais ficaram assim estabelecidas.

Classificação geral

À frente da pontuação está a alínea do artigo 12º do regulamento utilizada no desempate.

1º Mac Jr   59 pontos a)

2º Detective Jeremias 59 pontos a)

3º Inspector Boavida 58

4º O Gráfico (TPBRO) 57

5º Búfalos Associados 56 a)

6º Inspector Moscardo 56 a)

7º Arjacasa (TPBRO) 55 a)

8º Clóvis 55 a)

9º Mali (TPBRO) 54

10º Mag (Ex LS & Mag) 53 a)

11º Bernie Leceiro 53 a)

12º Abrótea 47

13º Detective Nabo (TPBRO) 46

14º Doula 45 d)

15º Detective Vasofe 45 d)

16º Karl Marques 37

17º Rosa Marques 35

18º Tiago Reis 34

19º Poluidora 30 o)

20º Pedro Ribeiro 30 o)

21º Guilherme 28 o)

22º Núbis 28 o)

23º Kali Mero 26 d) o)

24º Cris 26 d) o)

25º Bertita 26 d) o)

26º Háspide 26 d) o)

27º Inspetor Pevides (TPBRO) 25 d)

28º Inspetora Marta 25 d)

29º Detective Lurma 24

30º Vic  Key 23

31º Xá do reino 20 f)

32º Menino Nelito 20 o)

33º Mister H 20 o)

34º Virmancaroli 18 o)

35º Edomar 18 o)

36º Detective Rosa 16

37º Detetive Alberto 15

38º Inspector Ryckyi (TPBRO) 10 a)

39º Cláudia Martinho 10 a)

40º Detective Silva 9

41º Inspectora Sardinha (TPBRO) 8 o)

42º A Bela Mariana 8 o)

43º Detective Caracoleta 8 o)

44º ZAB 8 o)

45ºZaida 5

Melhores

À frente da pontuação está a alínea do artigo 10º do regulamento utilizada no desempate.

1º Mac Jr 20

2º Detective Jeremias 12

3º O Gráfico (TPBRO) 10

4º Mag (Ex LS & Mag) 9

5º Inspetor Boavida 7

6º Arjacasa (TPBRO) 5

7º Búfalos Associados 3 c)

8º Inspector Ryckyi (TPBRO) 3 c)

9º Bernie Leceiro 1 c)

10º Inspetor Moscardo 1 c)

Originalidade

À frente da pontuação está a alínea do artigo 10º do regulamento utilizada no desempate.

1º O Gráfico (TPBRO) 28

2º Mac Jr. 18

3º Bernie Leceiro 11

4º Detective Jeremias 10

5º Inspetor Pevides (TPBRO) 7

6º Inspector Boavida 4 b)

7º Inspector Moscardo 4 b)

8º Búfalos Associados 3

9º Karl Marques 2

10º Mali (TPBRO) 1 c)

11º Arjacasa (TPBRO) 1 c)

12º Xá do Reino 1 c)

Combinado

1º Mac Jr 4 pontos

2º Detective Jeremias 8 pontos

3º O Gráfico (TPBRO) 8 pontos

4º Inspetor Boavida 14 pontos

5º Búfalos Associados 20 pontos

6º Inspetor Moscardo 23 pontos

7º Bernie Leceiro 23 pontos

8º Arjacasa (TPBRO) 24 pontos

Total de concorrentes no torneio: 45.

Parabéns a todos os participantes!»

 
sexta-feira, julho 05, 2024
  O DESAFIO DOS ENIGMAS

Caros Amigos,

Não havendo aqui, no LOCAL DO CRIME, qualquer limitação de espaço, como acontece nas páginas do jornal AUDIÊNCIA GRANDE PORTO, publicamos na íntegra o nono conto do Concurso “Um Caso Policial no Natal”:

“Um Caso Policial no Natal” – NONO CONTO

A MORTE DO PAI NATAL…, de Paulo

Os chuviscos não lhe travavam nem aceleravam o passo. Na rua, onde se cruzava com as outras pessoas com os seus guarda-chuvas abertos, ele seguia exposto à ligeira intempérie que se abatera sobre a cidade, ou, pelo menos, sobre aquela parte da urbe. Esses chuviscos nada tinham de estranho. No dia vinte e três de dezembro, era normal que a chuva caísse, ou as nuvens pontuassem o céu com a ameaça de alguma bátega. Era inverno.

Não sabia se havia nuvens. Enquanto a Terra, no seu rodar, não empurrara o Sol para o outro lado do planeta, constatara o aspeto plúmbeo do teto que cobrira toda a região celeste que os seus olhos avistavam, mas, à medida que a noite avançara, deixara de poder observar o céu, e agora apenas aquela morrinha que se abatia sobre si, e sobre todos, era sinal de que teria que haver uma cobertura nebulosa naquele local.

Mas as características dessa cobertura não o ocupavam nem lhe mereciam o menor interesse. Caminhava, colocando um pé atrás do outro, num movimento mecanizado que efetuava sem premeditação, sobre a rua plena de lojas abertas, com montras cheias de árvores de natal e outros enfeites, onde se acentuavam as cores vermelhas e verdes, marcando a época que decorria e o dia que se aproximava. Cada montra que surgia, parecia mais exuberante que a anterior, na expectativa de fazer um apelo aos passantes, transformando-os em clientes que pudessem aumentar as receitas daquele espaço comercial. Era a lei da concorrência na sua força total, mascarando um Natal que se pretendia que fosse a época da fraternidade e da solidariedade.

Caminhava sem se aperceber da luminosidade pendurada sobre a sua cabeça. Eram pequenas luzes de várias cores, enfeitando suportes suspensos com as formas de estrelas, de folhas de uma árvore que não se percebia qual era, de silhuetas de árvores de natal, de bolas, de sinos e, por vezes, de umas pequenas entidades que se propunha que fossem anjos. Eram os enfeites de Natal que decoravam a rua, colocados pela câmara municipal, que numa travessa perpendicular, onde quase não existia comércio, já não colocara as luzes decorativas. O importante era que os clientes das lojas ficassem iluminados. Nas outras ruas não existia Natal. Se não existiam compradores, o Natal não era relevante. Podia dizer-se que era o Natal das compras. Era o Natal no seu máximo esplendor.

Estes pensamentos iam cruzando a mente do homem que caminhava, ou melhor, que avançava naqueles passos de sentido único, naquele movimento maquinal de quem percorrera múltiplas vezes aquele mesmo passeio de pedras polidas e molhadas, que poderiam levar ao fácil escorregamento dos passantes mais descontraídos.

Entre os dois passeios, na rua de chão negro, iam passando automóveis. Lentamente, sendo obrigados a parar nas frequentes passadeiras onde os muitos peões atravessavam a rua, seguiam nos dois sentidos, como se esse movimento fosse importante para o equilíbrio daquele espaço.

O homem não tinha um aspeto normal. Talvez, naquele tempo que decorria, se pudesse considerar mais frequente, mas não era esse pormenor, transportado pelo calendário, que dava à roupa e ao aspeto do homem a normalidade que parecia transparecer nos outros transeuntes.

A sua roupa era vermelha. Um casaco vermelho e umas calças vermelhas, que davam para perceber não ser a sua roupa principal. Era evidente, até pela ligeireza do tecido, pouco eficaz para as baixas temperaturas da época, que outra roupa se alojava por debaixo daquele fato vermelho. Umas botas pretas enfiavam-se sob as pernas das calças, parecendo ser, contrariamente ao restante vestuário exposto, mais adequadas ao clima, como o mostrava o forro branco que transbordava no cano que subia ligeiramente acima do tornozelo, que estava meio tapado pelas calças, só ficando visível no dobrar da perna para cumprimento dos passos que transportavam o homem ao longo da rua.

Na cabeça, um barrete vermelho, orlado de pelos brancos, com a cúpula ligeiramente tombada, onde aparecia uma bola de pelo, também branco, no cocuruto, completava o vestuário. Uma barba postiça, longa, de cor branca, com alguns centímetros de comprimento, escondia um rosto de cinquenta e seis anos.

O homem era um Pai Natal, ou melhor, assim se encontrava vestido. Se tal vestuário surgia com frequência por aqueles dias, já o mesmo não se poderia dizer do facto de se andar vestido daquela forma pela rua. O fato era para ser usado no espaço e no tempo para o qual se era contratado. Após o serviço estar cumprido, deveria ser a vestimenta retirada, e surgiria um ser humano de rosto e vestes normais que iria confundir-se com a multidão.

Não era aquele o caso. O indivíduo não tirara o seu fato de trabalho. Deslocava-se para casa vestido daquele modo que o fazia notado entre a massa móvel de pessoas.

A roupa era o principal indício de que algo de estranho se passava, mas não era o único. Não era a admiração de ver um pai natal a caminhar pela rua que deveria causar estranheza, mas deveria ser com o indivíduo que estava sob aquele fato que deveriam surgir as preocupações. Quem fixasse o seu olhar vazio, indiferente e distante deveria ficar inquieto.

O homem passara o dia a deixar-se fotografar junto de crianças e alguns adultos no Centro Comercial onde conseguira aquele trabalho. Conseguira aquele serviço onde ganhava pouco mais do que aquilo de que precisava para se alimentar, mas que terminaria no dia de Natal.

Fora ele o único a querer aquele trabalho. Não se poderia falar de querer, porque ele não quisera, mas nada mais lhe surgira para poder fazer. Não era pai natal porque gostasse, era pai natal porque precisava de sobreviver. Porque precisava de comer.

Voltava para casa. Um quarto, uma cozinha e uma casa de banho, numa casa centenária, num velho bairro. A renda era baixa, mas nem mesmo assim ele a conseguia pagar. De nada interessava o valor do pagamento ser reduzido, se não existia dinheiro para o fazer. O despejo aguardava-o no fim do mês, e apenas a rua lhe poderia servir de abrigo.

Não tinha família. Não tinha companheira nem filhos, e os outros parentes, há muito tempo que se tinha afastado deles, ou eles é que teriam afastado, — nunca percebera bem o que sucedera —. Os amigos, se alguma vez os tivera, tinham-se perdido nos degraus da ingreme escadaria que era a sua vida. Restavam-lhe só, e por pouco tempo, o pequeno apartamento que habitava e ele próprio. Era ele, só no mundo, sem mais ninguém: sem os gritos das pessoas que o circundavam durante o dia, os risos das crianças que se deixavam fotografar, umas com medo e outras sem receio, e sem as luzes e o calor do Centro Comercial.

Os seus pés moviam-se sobre a rua, mas os pensamentos na sua cabeça não paravam. Ninguém percebia o que era a solidão se não a sentisse, ninguém sentia a falta de carinho se não o experimentasse, e ninguém entendia o que era a fome se não olhasse um prato que não recebia alimentos. Mas ele sabia o que eram a fome, a solidão, a tristeza, assim como a ausência de uma voz, ou de uma mão, que transportasse amizade. Ele vivia tudo isso, e todas as ideias que produziam ficavam misturadas numa torrente caótica que lhe monopolizava o pensamento.

O homem vestido de Pai Natal entrou na boca que se abria na rua, esquecendo os olhares que alguns transeuntes faziam quando passavam por quem tão estranho vestuário usava naquela hora e naquele local. Desceu os degraus que conduziam ao cais onde o metro chegaria dentro de poucos minutos. Algumas das pessoas que esperavam, de pé, olharam-no, primeiro curiosas, depois lançando um sorriso de condescendência. Não via compreensão nos olhos que o miravam.

Uma criança, talvez de seis ou sete anos, que agarrava uma mão, da sua mãe, também o olhou. De olhos inexpressivos. Não tinham curiosidade, não tinham complacência nem apreensão. Era apenas um olhar, de uns olhos muito abertos que não o largavam.

Pareceu-lhe ouvir o metro a aproximar-se ao fundo do escuro túnel. Aproximou-se da berma do cais e, quando a frente impante da carruagem se aproximou, diminuindo a velocidade, saltou para a linha.

Ouviram-se gritos, muitos gritos, mas a paragem da frente do comboio cerca de sessenta metros adiante, não deixou dúvidas sobre o desfecho.

O homem vestido de pai natal já não conseguiu ouvir os gritos, nem os freios do metro a atuarem violentamente, nem o bulício de quem esperava poder seguir viagem, nem as palavras da criança com o olhar inexpressivo.

— Mãe, aquele Pai Natal não era o verdadeiro, pois não?

— Não filho, não era! — Fez uma pausa. — Porque dizes isso?

— Porque o Pai Natal não morre!

 
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 5 de julho de 2024

            ECOS DO CONVÍVIO DE MAIO E… NOVA INICIATIVA POLICIÁRIA EM 2025

Foram 11 (onze) os convivas que se reuniram em São Pedro de Sintra, no Almoço-Convívio Policiário realizado no passado dia 26 de maio, no restaurante Sabores de Sintra, que tinha como “prato final” a entrega dos prémios conquistados nas iniciativas promovidas pela nossa secção durante o ano transato: Torneio de Decifração “Solução à Vista!” e Concurso de Produção “Mãos à Escrita!”. Eles vieram de Viseu (Paulo e esposa, Ana Cristina), de Santarém esteve (Fátima Correia – Detetive Jeremias), de Lisboa (Rui Mendes – um dos Búfalos Associados – e Helena Raposo), de Almada (Luís Rodrigues – O Gráfico –, Telmo Rodrigues e Salvador Santos – Inspetor Boavida) e de Setúbal (Ricardo Azevedo – Abrótea –, Vítor Carvalho e José Carlos).

Entre os presentes, apenas três faziam parte do lote de premiados nas competições em causa: Detetive Jeremias, que foi distinguida com a Taça O Desafio dos Enigmas (2ª classificada do concurso de produção) e com a Taça Salvador Santos (3ª classificada do torneio de decifração), tendo ficado também depositária da Medalha de 8º classificado conquistada por Inspetor Moscardo (Santarém) na decifração; Rui Mendes, que ergueu a Taça Joaquim Ferreira Leite (2º classificado no torneio de decifração); e Paulo, que recebeu das mãos do orientador da secção a Medalha de 4º classificado do torneio de decifração. Ficaram, assim, por entregar os restantes troféus, que ficam à nossa guarda enquanto não chegam às mãos dos seus titulares num dia próximo a determinar.

Durante o convívio, que decorreu sob o signo da amizade, foi realizado mais um sorteio de do Prémio Lupa entre os “detetives” que participam no Torneio Cultores do Policiário, a decorrer no blogue Repórter de Ocasião, que gerou um momento de bom humor, ao premiar… pela terceira vez (!) o Inspetor Ryckyi (o que obrigou a um duplo sorteio, que viria a premiar também o confrade Joel Trigueiro). E houve tempo ainda para abordar diversos assuntos relacionados com a atividade policiária, com sinal mais para uma iniciativa a anunciar proximamente, a ter lugar a partir de janeiro de 2025, nos blogues Local do Crime (localdocrime.blogspot.com), Repórter de Ocasião (reporterdeocasiao.blogspot.com) e A Página dos Enigmas (apaginadosenigmas.blogspot.com), com o acompanhamento em permanência do site Clube de Detectives (clubededetectives.pt), e que assinala os 50 anos do “Mistério…Policiário”, do saudoso Sete de Espadas.  Voltaremos em breve a este assunto. Para já, cumpre-nos dar a conhecer o nono original do nosso concurso de contos:

“Um Caso Policial no Natal” – NONO CONTO

A MORTE DO PAI NATAL…, de Paulo

I – PARTE

Os chuviscos não lhe travavam nem aceleravam o passo. Na rua, onde se cruzava com as outras pessoas com os seus guarda-chuvas abertos, ele seguia exposto à ligeira intempérie que se abatera sobre a cidade, ou, pelo menos, sobre aquela parte da urbe. Esses chuviscos nada tinham de estranho. No dia vinte e três de dezembro, era normal que a chuva caísse, ou as nuvens pontuassem o céu com a ameaça de alguma bátega. Era inverno.

Não sabia se havia nuvens. Enquanto a Terra, no seu rodar, não empurrara o Sol para o outro lado do planeta, constatara o aspeto plúmbeo do teto que cobrira toda a região celeste que os seus olhos avistavam, mas, à medida que a noite avançara, deixara de poder observar o céu, e agora apenas aquela morrinha que se abatia sobre si, e sobre todos, era sinal de que teria que haver uma cobertura nebulosa naquele local.

Mas as características dessa cobertura não o ocupavam nem lhe mereciam o menor interesse. Caminhava, colocando um pé atrás do outro, num movimento mecanizado que efetuava sem premeditação, sobre a rua plena de lojas abertas, com montras cheias de árvores de natal e outros enfeites, onde se acentuavam as cores vermelhas e verdes, marcando a época que decorria e o dia que se aproximava. Cada montra que surgia, parecia mais exuberante que a anterior, na expectativa de fazer um apelo aos passantes, transformando-os em clientes que pudessem aumentar as receitas daquele espaço comercial. Era a lei da concorrência na sua força total, mascarando um Natal que se pretendia que fosse a época da fraternidade e da solidariedade.

Caminhava sem se aperceber da luminosidade pendurada sobre a sua cabeça. Eram pequenas luzes de várias cores, enfeitando suportes suspensos com as formas de estrelas, de folhas de uma árvore que não se percebia qual era, de silhuetas de árvores de natal, de bolas, de sinos e, por vezes, de umas pequenas entidades que se propunha que fossem anjos. Eram os enfeites de Natal que decoravam a rua, colocados pela câmara municipal, que numa travessa perpendicular, onde quase não existia comércio, já não colocara as luzes decorativas. O importante era que os clientes das lojas ficassem iluminados. Nas outras ruas não existia Natal. Se não existiam compradores, o Natal não era relevante. Podia dizer-se que era o Natal das compras. Era o Natal no seu máximo esplendor.

Estes pensamentos iam cruzando a mente do homem que caminhava, ou melhor, que avançava naqueles passos de sentido único, naquele movimento maquinal de quem percorrera múltiplas vezes aquele mesmo passeio de pedras polidas e molhadas, que poderiam levar ao fácil escorregamento dos passantes mais descontraídos.

Entre os dois passeios, na rua de chão negro, iam passando automóveis. Lentamente, sendo obrigados a parar nas frequentes passadeiras onde os muitos peões atravessavam a rua, seguiam nos dois sentidos, como se esse movimento fosse importante para o equilíbrio daquele espaço.

O homem não tinha um aspeto normal. Talvez, naquele tempo que decorria, se pudesse considerar mais frequente, mas não era esse pormenor, transportado pelo calendário, que dava à roupa e ao aspeto do homem a normalidade que parecia transparecer nos outros transeuntes.

A sua roupa era vermelha. Um casaco vermelho e umas calças vermelhas, que davam para perceber não ser a sua roupa principal. Era evidente, até pela ligeireza do tecido, pouco eficaz para as baixas temperaturas da época, que outra roupa se alojava por debaixo daquele fato vermelho. Umas botas pretas enfiavam-se sob as pernas das calças, parecendo ser, contrariamente ao restante vestuário exposto, mais adequadas ao clima, como o mostrava o forro branco que transbordava no cano que subia ligeiramente acima do tornozelo, que estava meio tapado pelas calças, só ficando visível no dobrar da perna para cumprimento dos passos que transportavam o homem ao longo da rua.

Na cabeça, um barrete vermelho, orlado de pelos brancos, com a cúpula ligeiramente tombada, onde aparecia uma bola de pelo, também branco, no cocuruto, completava o vestuário. Uma barba postiça, longa, de cor branca, com alguns centímetros de comprimento, escondia um rosto de cinquenta e seis anos.

(continua na próxima edição)

 

 
quinta-feira, julho 04, 2024
  NOTÍCIAS DO BLOGUE RO

Torneio Cultores do Policiário

CLASSIFICAÇÃO GERAL (APÓS A SEXTA PROVA)

1.ª Cocas (Portalegre) = 59,5+11+16+61.

2.º Photus A.D. (Belém-Lisboa) = 59+39+85+123.

3.ª Detective Jeremias (Santarém) = 59+32+66+106.

4.º Faria (Évora) = 59+29+06+55.

5.ºs Búfalos Associados (Lisboa) = 59+22+55+107.

6.º Inspetor Moscardo (Santarém) = 59+13+20+60.

7.ª Sofia Ribeiro (Charneca de Caparica) = 59+08+34+41.

8.ª CN13 (Charneca de Caparica) = 59+00+11+11.

9.º Mac Jr. (Apúlia) = 58,5+31+72+132.

10.º Inspetor Boavida (Charneca de Caparica) = 58,5+31+32+99.

11.º Molécula (Évora) = 58,5+00+04+45.

12.º Inspector Aranha (Santarém) = 58+27+82+140.

13.º Paulo (Viseu) = 58+25+99+140.

14.º O Pegadas (Braga) = 58+21+08+76.

15.º Joel Trigueiro (Costa da Caparica) = 58+07+07+29.

16.ª Mali (Lisboa) = 58+06+100+109.

17.ª Rainha Katya (Charneca de Caparica) = 58+03+14+11.

18.ª Pintinha (Lisboa) = 58+00+74+35.

19.º Big Ben (Amadora) = 57,5+09+13+29.

20.º Inspector Ryckyi (Amora) = 57,5+07+22+40.

21.º Bernie Leceiro (Matosinhos) = 57,5+00+48+75.

22.º Clóvis (Viseu) = 57,5+00+13+58.

23.º Inspector Pevides (Oeiras) = 57+11+70+58.

24.º Arjacasa (Valpaços) = 57+08+10+41.

25.º Ribeiro de Carvalho (Torres Novas) = 57+04+05+03.

26.º Inspector Cláudio (Lagos) = 56+00+03+09.

27.ª Carluxa (Lagos) = 56+00+00+02.

28.º Visigodo (Setúbal) = 55+01+12+20.

29.º Jorrod (Burgau) = 55+00+00+00.

30.º Eduardo Oliveira (Loures) = 53,5+02+01+63.

31.º Carlos Caria (Lisboa) = 53,5+00+00+08.

32.ª Ana Marques (Lisboa) = 53+00+00+04.

33.º Detective Nabo (Aldeia do Nabo) = 53+00+00+03.

34.ª Margareth (Lagos) = 53+00+00+00.

35.º Zé Alguém (Lagos) = 52+00+00+00.

36.º JC Al (Londres) = 51+00+25+14.

37.º 1.º Sargento (Laranjeiro) = 51+00+00+14.

38.º Marino (Lisboa) = 48+00+00+00.

39.ª Inspectora Sardinha (Armação de Pêra) 47+02+03+42.

40.º Detective Caracoleta (Charneca Caparica) = 47+00+00+00.

41.ª Detective Silva (Cova da Piedade) = 46+00+00+00.

42.º Vic Key (Bombarral) = 29,5+00+26+13.

43.ª CA7 (Sobreda... City) = 25+00+00+00.

44.º Virmancaroli (Montijo) = 19+00+08+07.

45.ª Edomar (Montijo) = 19+00+00+04.

46.º Jartur (Porto) = 18+00+11+33.

47.ª Sandra Ribeiro (Almada) = 17+01+00+00.

48.ª Ana Carla Silva (Almada) = 17+00+00+00.

49.ª Detective Suricata (Braga) = 16+00+00+00.

50.º Satanás (Lisboa) = 09+00+00+00.

51.º Pedro Monteiro (Sobreda) = 07+00+00+01.

PRÉMIO COMBINADO (APÓS A SEXTA PROVA)

1.º – Photus A.D. (10 Pontos) = (2+1+3+4)

2.ª – Detective Jeremias (20 Pontos) = (3+2+8+7)

3.º – Mac Jr. (21 Pontos) = (9+3+6+3)

4.º – Inspector Aranha (23 Pontos) = (12+6+4+1)

4.º – Paulo - (23 Pontos) = (13+7+2+1)

6.ºs – Búfalos Associados (28 Pontos) = (5+8+9+6)

7.º – Inspetor Boavida (33 Pontos) = (10+3+12+8)

8.ª – Mali - (40 Pontos) = (16+18+1+5)

9.ª – Cocas - (41 Pontos) = (1+11+17+12)

10.º – Inspetor Moscardo (45 Pontos) = (6+10+16+13)

11.ª – Sofia Ribeiro (51 Pontos) = (7+14+11+19)

12.º – Faria - (53 Pontos) = (4+5+28+16

13.º – Inspector Pevides (55 Pontos) = (23+11+7+14)

14.º – O Pegadas (57 Pontos) = (14+9+25+9)

15.º – Inspector Ryckyi (72 Pontos) = (20+16+15+21)

16.º – Big Ben (75 Pontos) = (19+13+19+24)

17.º – Arjacasa - (81 Pontos) = (24+14+24+18)

18.º – Joel Trigueiro (82 Pontos) = (15+16+27+24)

19.ª – Rainha Katya (85 Pontos) = (17+20+18+30)

20.º – Eduardo Oliveira (95 Pontos) = (30+21+33+11)

21.º – Visigodo - (98 Pontos) = (28+23+21+26)

22.ª – Inspectora Sardinha (109 Pontos) = (39+21+31+18)

23.º – Ribeiro de Carvalho (110 Pontos) = (25+19+29+37)

 
enigmas e contos policiais

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