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domingo, agosto 10, 2025
  NOTÍCIAS DO BLOGUE "A PÁGINA DOS ENIGMAS"

 

Já é conhecida a prova nº 6 do Torneio “Quem É?”.

Ei-la:

Torneio “Quem é?”                                                           

Prova nº 6

Coleção Vampiro

Autor: Paulo

Todas as questões aqui colocadas, se referem a autores publicados nesta coleção.

1 – Este é um autor que surgiu muito pouco na Coleção Vampiro e nunca com a sua personagem mais conhecida. Nasceu, pouco passava da metade do século XIX, filho de pai inglês e de mãe irlandesa, que lhe ensinaria as primeiras letras.

Formou-se em medicina, o que, muito provavelmente, lhe forneceu elementos que utilizou nos seus escritos.

A sua personagem principal tornou-se sinónimo de detetive, tal foi o sucesso que teve logo de início, e que continuou ao longo dos anos, levando a que muitas das suas obras tivessem adaptação cinematográfica e televisiva.

Farto da sua personagem, o criador pretendeu matar a criatura, mas a pressão do público e do editor, fez com que a morte fosse apenas encenada, surgindo o detetive em mais algumas histórias após a sua "ressurreição".

Apesar da dedicação à literatura, continuou a exercer a sua atividade profissional, tendo também participado na Guerra dos Boers. Morreu em 1930.

a) Quem é o autor a que se refere o texto?

b) Quem é a personagem que ele criou e que é referido no texto?

2 – Foi uma das autoras mais publicadas na Coleção Vampiro. Nasceu ainda no século XIX, escreveu contos, romances, poesia e peças de teatro. É considerada a rainha do crime, sendo uma das autoras que mais usa os venenos nas suas obras, situação a que não será alheio o facto de ter trabalhado num hospital e numa farmácia durante a I Guerra Mundial. O seu segundo casamento com um arqueólogo também a levou a localizar algumas das suas obras neste meio, designadamente no médio oriente.

A sua principal personagem, um detetive belga, criou a expressão "células cinzentas" e tem sido adaptado em séries televisivas e no cinema, sendo vários os atores que o interpretaram, sendo David Suchet aquele que deixou uma marca mais indelével.

Esta autora faleceu, já a década de 70 do século XX tinha passado a metade. 

Sublinhe-se ainda uma entrevista feita por Artur Varatojo a esta escritora.

a) Quem é a autora referida no texto?

b) Qual é a personagem que ela criou e utiliza a expressão "células cinzentas"?

3 – Foi um escritor belga, cuja vida decorreu totalmente no século XX.

Apesar da sua nacionalidade, a principal personagem que saiu da sua veia criadora era um polícia francês, cujo primeiro nome era Jules, que nasceu na localidade fictícia de Saint-Fiacre, viveu no Boulevard Richard Lenoir, e que quando começou os seus casos ainda existia pena de morte aplicada pela justiça francesa. O último episódio com esta personagem surge já na década de 70, cerca de 40 anos depois do primeiro. A sua fama foi tanta que existe pelo menos uma estátua, nos Países Baixos, onde surge esta personagem, que resolve os crimes, não com base em ação, mas no conhecimento psicológico dos suspeitos.

Este autor foi extremamente prolífico, usando muitos pseudónimos. Além da sua série principal, com o polícia francês referido, escreveu muitas outras obras. A Coleção Vampiro publicou imensos títulos com a sua personagem mais conhecida, que já anteriormente tinha dado origem a uma coleção com o sue nome.

a) Quem é o escritor?

b) Qual é a personagem que é referida na pergunta?

4 – Nasceu em 1904 em Elmer no Minnesota. Publicou sobre os pseudónimos Stephen Acre, Charles K. Boston e John K. Vedder, mas seria sobre o seu verdadeiro nome que a coleção Vampiro publicaria livros das suas três séries policiárias, assim como outros livros fora dessas séries.

A sua principal série envolve uma dupla de detetives. Um deles é o cérebro do grupo e o outro é o responsável pela atividade física necessária à resolução dos casos. Têm a característica de, apesar de em determinados momentos possuírem muito dinheiro, estão quase sempre sem meios de subsistência, tendo que recorrer à venda de livros.

a) Quem é este autor?

b) Quem é esta dupla?

5 – Esta autora, nascida em 1933, surgiu com dois livros publicados nesta coleção, incluindo o segundo de uma das séries da sua criação, que tem como protagonista um inspetor da polícia. Esta série teve 15 livros publicados.

a) Quem é a personagem referida?

b) Qual é o nome desta autora?

As soluções devem ser enviadas até ao dia 31 de agosto para apaginadosenigmas@gmail.com.

 

 
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - aditamento ao problema publicado a 20 de julho de 2025

Em aditamento à edição da secção O Desafio dos Enigmas de 20 de julho de 2025, publica-se a solução de mais um problema do I Grande Torneio organizado pela secção “Mistério…Policiário”, orientada por Sete de Espadas, entre 13 de março de 1975 e 1 de abril de 1986, na Revista Mundo de Aventuras.

Mistério…Policiário, da Revista Mundo de Aventuras em 1975

I Grande Torneio

O CASO DA PISCINA VAZIA.., de Sir Lock

Solução do Autor 

Havia um renque de arbustos entre o carreiro e a piscina para a guardar de olhares indiscretos. O inspector estava junto da cancela e sentia-se comprometido por ter procurado um local onde pudesse evitar a visão daquela cena de sangue e horror. O Abel D'Alpuim saiu cheio de pressa e lamentava não ter passado pela piscina pois «poderia ter evitado o acidente». O Abel D'Alpuim tinha visto o jardineiro encher a piscina na véspera.

É evidente que, da cancela, o renque de arbustos tapava a piscina dos tais olhares indiscretos e, portanto, ninguém poderia verificar se havia água ou não. Como poderia saber o Abel que a água, que enchia a piscina na véspera, se tinha escoado? Afinal ele mesmo afirmou que se tivesse passado pela piscina o acidente se teria evitado.

Logo o Abel é culpado porque vira o jardineiro encher a piscina e saíra para a cidade sem saber se ela continuava cheia ou vazia. Quando voltou (ou esperou que o tio subisse a prancha e se exercitasse para o salto) gritou da cancela e… meteu os pulsos nas algemas.

 

 

 
quinta-feira, agosto 07, 2025
  TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO

 


TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO

“MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)

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PROBLEMA Nº 7

O ASSASSINATO DO VELHO MILIONÁRIO, de Rigor Mortis

SOLUÇÃO DE AUTOR

– Como assim?! – questionou o inspetor. De pé, acendeu o cachimbo enquanto olhava intensamente para a sobrinha, sentada na poltrona.

– Bom… Dos dois, a Susana é a que parece ter motivos para desejar a morte do pai. A rejeição por este da relação que ela tem com o namorado e a ameaça de a deserdar, claro. Uma fortuna como a do pai não será uma coisa a desprezar… Pelo contrário, o Rui parecia estar relativamente de bem com o pai, é verdade. Mas valerá a pena investigar isso mais profundamente, tal como o estado das suas finanças.

– A pistola era do Rui, é um facto – continuou a Júlia. – Claro que teria sido possível à Susana tirá-la do estojo sem que ele desse por isso, por exemplo naquela manhã, quando o irmão estivesse na casa de banho. Mas porque é que a iria esconder a seguir ao crime num sítio onde guardava artigos pessoais seus? Era de supor que seria encontrada numa busca que a Polícia fizesse, e isso iria dirigir suspeitas sobre si própria. Deixá-la em qualquer outro sítio, até mesmo no escritório, seria bem melhor…

– E a ausência de impressões digitais na arma e o facto de em nenhum deles terem sido detetados indícios de pólvora? – perguntou o inspetor.

– A circunstância de a pistola não ter impressões digitais significa que qualquer dos dois a poderá ter usado, limpando-a a seguir. E qualquer deles poderá ter lavado cuidadosamente as mãos e os braços depois do crime. Tiveram tempo para isso…

– Significará a tua conclusão que de alguma forma simpatizas com a Susana, por ela ser mulher e fisicamente frágil?... – ironizou o inspetor. – Olha que já encontrei casos de mulheres minúsculas a cometerem assassínios…

– Não, tio. Mas é precisamente por ela ser muito pequena.

– Como assim?! – repetiu o inspetor.

– Porque, com o metro e sessenta que ela tem, lhe teria sido impossível atingir o pai, sentado à secretária, com um tiro no alto da cabeça.

– Ora, ora! – O inspetor despediu o argumento da sobrinha com um gesto de uma mão, enquanto se agachava e, com a outra, usava o cachimbo com o braço esticado, simulando segurar uma arma à frente da cara, a disparar para o alto da cabeça da Júlia.

– Não, não, tio! Do outro lado da secretária, o tiro teria que ser dado a uns dois metros de distância, não menos que metro e meio. Certamente com o velho ligeiramente dobrado para a frente, pelo espanto de ver uma pistola apontada a ele, mais ou menos como eu estou.

Mantendo-se agachado, o inspetor afastou-se um passo da sobrinha.

– Pois, daí… Mas note que seria impossível que esse disparo pudesse levar a bala a alojar-se no topo da pequena lomba da zona dos rins da cadeira onde estava o morto – continuou Júlia, calmamente, sorrindo com a surpresa estampada na cara do tio – o que aconteceria com certeza se o tiro fosse disparado pelo Rui, com os seus dois metros de altura…

 

PONTUAÇÕES DO PROBLEMA Nº 7

DECIFRAÇÃO

10 pontos

Clóvis, Columbo, Dona Sopas, Haka Crimes, Inspector Detective, Inspector Mucaba, Mali, Molécula, O Pegadas, Rigor Mortis.

9 pontos

Arjacasa, Bernie Leceiro, Búfalos Associados, Detective Jeremias, Ego, Inspector Aranha, Inspector Mokada, Inspector Ryckyi, Inspetor Moscardo, Mancha Negra.

8 pontos

Detetive Lupa de Pedra, Detetive Vasofe, Edomar, Fotocópia, Inspector Pevides, J C Al, Margareth, Mula Velha, Pintinha, Sandra Ribeiro, Visconde das Devesas.

7 pontos 

Ana Marques, Carluxa, Detective Verdinha, Faria, Inspector 27797, Joel Trigueiro, Mandrake Mágico, Rainha Katya.

6 pontos

CA7, Carlos Caria, CN13, Detective Silva, Detective Suricata, Fátima Pereira, Inspector Cláudio, Inspectora Sardinha, Jorrod, Marino, Pedro Monteiro, Sofia Ribeiro, ZAB, Zé Alguém.

5 pontos

Vic Key.

AS MELHORES

Rigor Mortis - 5 pontos

O Pegadas - 4 pontos

Columbo - 3 pontos

Mali - 2 pontos

Dona Sopas - 1 ponto

AS MAIS ORIGINAIS

Dona Sopas - 5 pontos

Mali - 4 pontos

J C Al - 3 pontos

Arjacasa - 2 pontos

Vic Key -1 ponto

PRÉMIOS SORTEADOS:

- 1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, Oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, Oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.

 PREMIADO: Rigor Mortis

- 1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, Oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas.

 PREMIADO: Mancha Negra

CONSULTE TODAS AS CLASSIFICAÇÕES NO SITE CLUBE DE DETECTIVES (clubededetectives.pt)


 
terça-feira, agosto 05, 2025
  O DESAFIO DOS ENIGMAS - edição de 5 de agosto de 2025

                 ARRANCA HOJE O TORNEIO DE AGOSTO – HOMENAGEM A NOVE/VERBATIM

            Como anunciado na anterior edição de O Desafio dos Enigmas, publicamos hoje o primeiro problema do Torneio de Agosto (as melhores, mais criativas e originais soluções), um original inédito de Pedro Paulo Faria (NOVE e VERBATIM), da sua primeira fase de produtor, quando procurava criar uma carteira de enigmas de menor grau de dificuldade que captassem novos praticantes para a vertente de decifração policiária. Serão três os problemas do mesmo autor com que iremos colocar à prova a capacidade dedutiva dos nossos leitores, aliando a essa argúcia um grande espírito criativo e um sentido de originalidade apurado, já que o objetivo é premiar não só as melhores, mas também mais criativas e mais originais soluções dos concorrentes em prova.

                Torneio de Agosto (as melhores, mais criativas e mais originais soluções)

         Regulamento

1. O Torneio de Agosto é uma prova aberta a todos os leitores do jornal AUGIÊNCIA GP, não necessitando de inscrição prévia.

2. O torneio será composto por 3 (três) problemas inéditos de NOVE/VERBATIM, a publicar na secção O Desafio dos Enigmas, nas edições de 5, 15 e 25 de agosto.

3. O prazo de envio de propostas de soluções termina no trigésimo dia após a publicação de cada problema (dias 5, 15 e 25 de setembro, respetivamente).

4 As propostas de soluções devem ser enviadas para o mail salvadorsantos949@gmail.com, dentro do prazo previsto no número anterior.

5. Em cada etapa serão selecionadas as cinco melhores, mais criativas e originais propostas de soluções, sendo atribuído a cada uma delas 10, 7, 5, 4 e 3 pontos, respetivamente. Às restantes propostas de solução serão atribuídos 2 pontos.

6. Vence o torneio o concorrente que somar o maior número de pontos no final da terceira etapa.

7. Em caso de igualdade pontual no final da prova, será vencedor, pela seguinte ordem, o concorrente que:

         a)  Tenha obtido mais vezes a pontuação máxima (10 pontos);

         b)  Tenha obtido mais vezes 7 pontos;

         c)  Tenha obtido mais vezes 5 pontos;

         d) Tenha obtido mais vezes 4 pontos;

         e)  Tenha obtido mais vezes 3 pontos.

8.  Serão atribuídos os seguintes prémios: Taças para os três primeiros classificados; Medalhões para o quarto, quinto e sexto classificados; Medalhas para o sétimo, oitavo, nono e décimo classificados.

9. Os casos omissos serão resolvidos pelo orientador da secção O Desafio dos Enigmas.


           Torneio de Agosto (as melhores, mais criativas e mais originais soluções)

Problema nº 1

“Crime na Casa Azul”,

de Nove (2006)

O coronel Ferraz vivia com os seus dois sobrinhos, Carlos e João, numa vivenda chamada “Casa Azul”, da qual fazia parte um vasto terreno que se estendia das traseiras da moradia até uma linha de caminho de ferro que corria a cerca de 100 metros de distância.

Numa bela, mas infeliz manhã de maio, o coronel apareceu morto no seu escritório, uma divisão situada na parte da frente do rés-do-chão da “Casa Azul”. Foi a empregada quem encontrou o corpo, cerca das 9h10, pouco depois de ter entrado ao serviço.

A polícia foi chamada e, pelas 10h20, chegou o Inspector Alves, o agente Dias e o Dr. Martins, médico legista.

Foi tudo examinado com cuidado. O coronel Ferraz havia sido atingido no local onde se encontrava o corpo, com um tiro na nuca, desferido a uma distância entre 0,5m e 1,0m. A morte, segundo a estimativa do Dr. Martins, ocorrera entre as 7h45 e as 8h15. A arma fatal não se encontrava no escritório.

O Inspector Alves chamou a empregada e os dois sobrinhos para um primeiro interrogatório.

A senhora fora ao posto médico daquela povoação, onde estivera, segundo se comprovou, das 7h40 às 8h30.

O sobrinho Carlos declarou o seguinte: “Desci para o meu exercício matinal cerca das oito menos um quarto. O meu primo João estava a tomar o pequeno-almoço com o tio. Quando eu andava lá por baixo, na nossa quinta, perto da linha do comboio, ouvi um barulho, semelhante a um tiro, vindo da vivenda. Estranhei o facto, mas não lhe dei importância. Deviam ser 8h10 porque, no momento em que senti o tiro, estava a passar o primeiro comboio rápido da manhã, que costuma ser muito pontual. Regressei a casa já depois das oito e meia e fui para o duche. Fiquei muito surpreendido ao ouvir os gritos da nossa empregada… tinha eu acabado de me vestir. Depois de ver o que acontecera telefonei de imediato para os senhores”.

O sobrinho João disse: “Vi o meu tio ao pequeno-almoço. Ele estava bem disposto e encarregou-me de tratar de uns assuntos na cidade. Saí um ou dois minutos antes das oito. Fui primeiro falar com o empreiteiro com quem ajustámos o arranjo da garagem e depois desloquei-me ao nosso banco. Quando aí me encontrava, perto das nove e meia, telefonou-me o meu primo Carlos a dizer que o tio tinha sido encontrado morto no escritório. Por uns instantes fiquei sem fala. Recompus-me, pedi-lhe pormenores e vim logo para aqui”.

Após ter interrogado os dois sobrinhos o Inspector Alves ficou satisfeito. O caso não parecia complicado.

Foi acidente? Foi suicídio? Se foi assassínio, quem o terá perpetrado? Justifique a sua resposta.

NOTA: As propostas de solução devem ser enviadas para o e-mail do orientador da secção, salvadorsantos949@gmail.com, até ao próximo dia 5 de setembro, impreterivelmente

 
sexta-feira, agosto 01, 2025
  TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO

 

TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO

“MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)

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PROBLEMA Nº 8

A ESTREIA DO INSPECTOR FARIA, de Faria

Era meia-noite, encontrava-me a arrumar uns livros, para me ir deitar, quando soa o malfadado telefone, sempre inoportuno.

Levanto o auscultador, e ouço uma voz muito aflita:

— Venha depressa, inspector, acabo de deparar com o meu tio morto.

Tomo nota da morada da vítima, pensando ao mesmo tempo:

«Que chatice, logo à esta hora da noite é que se lembram dos assassínios». Saio imediatamente de casa, pego no automóvel (que por sinal ainda não está pago...) e abalo na direcção da morada indicada. A noite estava muito ventosa, o que me forçou a levar os vidros do carro todos fechados.

Passados dez minutos, estava na morada, uma sumptuosa mansão pertencente ao milionário sr. Lucas Pancrácio.

Saio do automóvel, toco à campainha, e sou recebido pelo indivíduo do telefonema, sr. A. Pastor, sobrinho da vítima.

Fui de imediato conduzido ao compartimento onde a vítima foi encontrada, localizado no rés-do-chão direito.

Depois de me certificar pelo A. Pastor que nada no compartimento tinha sido mexido, entro no mesmo. Trata-se de uma sala pequena, que além da porta de entrada, apenas tem uma janela grande ao fundo, na direcção da porta.

Ao centro da sala, estava localizada a secretária, e sentado à mesma, com a cabeça tombada sobre o tampo, encontrava-se o milionário.

Junto do corpo, pude notar que a vítima tinha sido estrangulada, certamente com uma linha fina, mas resistente, pois era visível à volta do pescoço, um grande traço fino e profundo.

Dando uma volta pela sala, na busca de indícios, pude notar que a mesma estava cheia de painéis à volta, e é então que reparo que por detrás de um deles, ligeiramente afastado para o lado, se encontrava um cofre de parede, aberto, o que me fez antever que o móbil do crime tinha sido o dinheiro...

A janela estava toda escancarada... Aproximo-me dela, a ver se notava alguma coisa, ao mesmo tempo que dizia para comigo:

«Certamente terá sido por ali que o assassino escapou, depois de cometer o assassínio e sacar a massa...»

Olho através dela, mas com a escuridão da noite, nada se via.

Viro-me novamente para a sala, e dali pude observar mais uma vez a triste figura que a vítima apresentava, olhos arregalados, o que aliado ao vento que entrava na sala e lhe batia em cheio na cara, pondo-lhe os cabelos em alvoroço, o tornavam horroroso.

Feitas estas observações, viro-me para o A. Pastor e pergunto-lhe:

— Tem alguma ideia de quem tenha sido o assassino?

— Não, francamente, não tenho, inspector. — replicou A. Pastor.

— Além de você, quem mais está em casa? — continuo a perguntar.

— Estão o meu primo Carneiro e a minha prima Lucília, que chegaram hoje, por volta das 20 horas, para passarem aqui as férias.

— Chame-os, preciso de proceder a um interrogatório.

O primeiro a ser interrogado foi Lucília, que disse:

— Estive a ver televisão até 23 horas, mas como o programa estava a ser ruim, recolhi ao meu quarto, deitando-me a ler uma obra muito interessante, intitulada «O Estrangulador de Boston», que aliás já tinha visto em cinema. Cerca das 23 horas e 30 minutos fechei a luz e adormeci profundamente. Não dei por nada.

O segundo a ser interrogado foi Carneiro, que disse:

— Estive também a ver televisão, mas recolhi mais cedo ao meu quarto, cerca das 22 horas e 30 minutos, pois tinha de preparar o meu estojo de pesca, os carretos e as linhas, visto tencionar, logo de madrugada, ir praticar o meu desporto favorito. Adormeci por volta das 23 horas e 15 minutos. Não dei por nada.

A propósito, pergunto:

— Em que parte da casa dorme?

— Durmo no rés-do-chão esquerdo — replicou Carneiro.— Porquê, inspector?

— Por nada. Não tem importância — respondi.

Foi a vez de A. Pastor, que disse:

— Eram 21 horas exactas quando saí de casa, peguei no automóvel e fui ao cinema.

— Tem graça — replico eu —, veja só o meu descuido, sou um amante fervoroso de cinema, moro junto ao edifício do cinema, mas atrasei-me de tal maneira que quando dei por mim, já o filme tinha começado.

Acabei por perder um filme que tinha bastante empenho em ver. Mas deixemos o palavreado, continuemos com o interrogatório.

— Pois como ia dizendo, inspector, fui ao cinema. Eram 23 horas e 30 minutos, precisas, quando o mesmo acabou. Vim logo para casa, onde cheguei à meia-noite exacta. Como sempre faço nas noites em que saio, dirigi-me ao compartimento onde o meu tio costumava estar sempre a trabalhar até altas horas da noite, para lhe perguntar se queria algo de mim, muitas vezes era forçado a estar com ele até quase de madrugada...

Abri a porta da sala, e deparei com o meu tio com a cabeça caída sobre o tampo da secretária, a cara com os olhos todos arregalados, e, pensei logo que ali havia algo que não estava bem... Entrei na sala, aproximei-me do meu tio, e deparei que o mesmo tinha sido assassinado. Telefonei imediatamente para si, inspector, e o resto já o senhor sabe.

—É deveras um caso intrincado — disse eu. — A propósito, costuma estar mais alguém em casa? — pergunto.

— Costuma estar também o mordomo — respondeu A. Pastor, mas hoje é o seu dia de folga, pelo que não esteve em casa durante todo o dia.

Quer que o mande chamar, inspector?

— Não vale a pena, já sei quem foi o assassino...

— Quem foi o assassino? (2 pontos).

— Porquê? Explique convenientemente (8 pontos).

 

***

ENDEREÇOS E PRAZO PARA O ENVIO DAS RESPOSTAS:

As respostas devem ser enviadas impreterivelmente até às 24h00 do dia 31 de agosto de 2025, através dos seguintes meios:

a - Por email, correio eletrónico, de A Página dos Enigmas: apaginadosenigmas@gmail.com;

b - Entregando em mão ao orientador do Blogue A Página dos Enigmas, Paulo, onde quer que o encontrem;

c - Utilizando o Correio Normal (CTT):

Luís Manuel Felizardo Rodrigues

Praceta Bartolomeu Constantino, 14, 2.o Esq.

FEIJÓ 2810 – 032 ALMADA.

Nota:

Além dos prémios em disputa ao longo do torneio, serão sorteados em cada problema os seguintes prémios:

- 1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.

- 1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas.

 
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