TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO
“MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)
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PROBLEMA Nº 11
O GORRO VERMELHO
Autor: Fotocópia
Ouviu-se o apito
que sinalizava o fim da partida.
Bocas abriam-se
proferindo gritos, alguns de apoio outros de escárnio, mantendo o ambiente
infernal. Mãos batiam palmas, umas celebrando a vitória outras de agradecimento
pelo esforço dos derrotados, ainda que pelo meio umas preferissem mexer certos
dedos simbolizando felicidade ou injúria. Vozes roucas, gargantas roxas,
juntavam-se ao som de tambores, cornetas e outros objetos que servissem para
fazer barulho.
Era nesta
envolvente frenética que se procedia aos habituais cumprimentos entre os
intervenientes no final do jogo. Jogadores, treinadores, delegados, árbitros
entre outros, trocavam palavras e gestos, uns mais quentes que outros, em que
os companheiros mais pacientes acalmavam os ânimos. Um dos árbitros chegou a
libertar as mãos enrolando o apito no seu cordel para tirar o cartão vermelho
do bolso, mas acabou por não o mostrar a ninguém tendo a situação sido
regularizada sem a intervenção dos juízes.
Emoções! O que
seria o desporto sem elas?
A desordem
ruidosa ia terminando, ficando pequenos grupos de adeptos que ainda deambulavam
pelas bancadas. A equipa de arbitragem, chateada e cansada deste jogo renhido
difícil de ajuizar, terminara já as suas funções e apressava-se para o seu
balneário. Um deles pegara nas suas coisas com rapidez tal que metera tudo na
sua mochila sem ordem, deixando a mala mal fechada ficando à vista o que
pareciam uns cordéis a baloiçar para fora do fecho. Passaram pelos homens da
limpeza, um muito mais velho do que o outro, que estavam encostados à parede da
entrada que ligava o campo aos balneários.
– Boa noite e
boa sorte, isto ficou em pantanas. – Diziam os árbitros de fugida aos homens da
limpeza enquanto ainda levavam com apupos de dois adeptos da casa que
permaneciam na bancada. Um com uma t-shirt com o número 7 nas
costas, outro com um gorro que continha duas espadas cruzadas em “X” na zona da
testa como símbolo, não respeitavam os avisos dos seguranças.
– Senhores
árbitros… – balbuciou de forma sucinta, em jeito de cumprimento, o velho
puxando ligeiramente a parte da frente do seu gorro para baixo com o polegar e
indicador. Muito vira naquele clube e aguardava impacientemente, com o sua
esfregona encarnada e pano encardido, que todos saíssem do recinto para iniciar
o que fizera inúmeras vezes.
Os Los
Rojos, equipa visitante, tinha vencido. Motivo de grande alegria que faziam
questão de a demonstrar no balneário cedido pelo clube visitado. Cânticos eram
proferidos, – Vamos levar daqui umas lembranças… lembranças daqui vamos
levar… – ao som de palmas que ecoavam pelos corredores dos vestiários,
chegando o som abafado, mas ainda audível ao balneário dos derrotados.
– Oiçam-nos! –
dizia o treinador da equipa visitada dirigindo-se aos seus jogadores – o que
pensam disto? Foram eles que ganharam ou nós que perdemos? Estou a ver que a
alegria dos Rojos vos é indiferente…
Alguns elementos
ainda apresentavam olhos enervados e visão turva, faces rubras do esforço
físico. Outros misturavam essa cor com a vergonha por terem perdido em casa
contra o rival.
– Não foi nada
disto que trabalhámos… o que aconteceu no jogo? – continuava o treinador,
estando ele próprio abalado pelo desenlace da partida.
Entre este
balneário que continha um monólogo e o outro que continuava em festejos,
encontravam-se os dois homens da limpeza que tinham iniciado a sua labuta.
– Tolos, todos
eles, quero lá saber disto, só me dão é trabalho desnecessário… estávamos bem
era no Rouge a virar uns tintos – referindo-se ao bar Maison
Rouge situado não muito longe dali, sempre com clientes azarados,
taciturnos ou ambos.
– Isso é que
era. – concluía o homem da limpeza mais novo. – E aquele idiota do capitão…
– Ainda por cima
não recebemos nada de especial… o que vale é que de vez em quando compenso com
estes cinco dedos, não é verdade minha encarnadinha? – dirigindo-se à sua
esfregona, fazendo no ar um gesto circular com o pulso e dedos em que, à sua
vez, cada falangeta tocava na palma da mão, começando pelo mindinho e
terminando no indicador.
O homem mais
novo ria-se baixinho em concordância quando é interrompido…
– Com licença! –
exclamou o delegado da equipa, quase pontapeando os baldes cheios de água e
detergente.
– Eh lá… –
exclamou o velho num misto de surpresa e comprometimento – onde vai com tanta
pressa? – continuou.
O delegado
deixo-o sem resposta dirigindo-se à porta da sua equipa. Ainda com a respiração
ofegante rodou a maçaneta, abrindo-a. O treinador, virou-se de repente para
trás, num misto de surpresa e repreensão. Não gostava que entrassem assim no
balneário, muito menos quando ele falava com a equipa.
– Peço desculpa,
mas estava a arrumar o material de jogo e deparei-me com a falta de bolas de
jogo, balizas fora do lugar, garrafas estragadas, quadro tático rachado, toucas
desaparecidas… – disse com aflição o delegado. O clube não andava bem de
finanças e após a derrota não era este tipo de notícias que se desejava ouvir
no seu seio.
– Quando… –
respondia o treinador.
– Nós podemos
dar uma ajuda quando sairmos daqui – interrompeu o capitão da equipa num misto
de coragem e oportunismo.
O treinador
olhou para ele… passou rapidamente os olhos pela restante equipa. Percebeu que
o discurso que transmitia à equipa talvez tivesse de o fazer sozinho para
consigo… tinha de se debruçar sobre as verdadeiras razões destes comportamentos
da equipa em jogo, limpar a cabeça. Tudo o que dissesse agora não ajudaria
ninguém. Parou o olhar novamente no capitão, dizendo afirmativamente:
– Equipa, vamos
respirar fundo, paremos por aqui. Vamos ajudar o nosso staff a
encontrar o material. Amanhã dou folga, voltamos na terça-feira em força!
Alguns jogadores
entreolharam-se. Este comportamento não era comum no treinador, embora alguns
não tivessem gostado da intervenção do capitão (andavam fartos das suas
presunções, especialmente o guarda-redes suplente), outros sorriram timidamente
para o capitão em forma de agradecimento. Finalmente estavam libertos daquele
ambiente de cortar a respiração.
Já no cais da
piscina… – Obrigado maltinha – felicitava o delegado a alguns jogadores –
obrigado pelas bolas, vocês agora vão ver o resto ali…, Ò guarda-redes, os
dois, vocês venham cá, preocupem-se com os vossos gorros. – ordenava.
– Olhe, desculpe
lá, tinha o meu gorro pendurado aqui com os cordéis atados no fato-de-banho e
com isto tudo nem dei conta. Mas está aqui!
– Ok “redes”, o
gorro número 1 já está, vão lá encontrar o outro, por favor. – respondera o
delegado.
Percebendo a
nova azáfama no cais da piscina o velho homem da limpeza e o seu parceiro
pararam com os seus afazeres, retirando-se rapidamente, desta feita para o
balneário dos árbitros que já se tinham ido embora, aproveitando para limpá-lo…
Assim que
terminava um jogo, era costume todos ajudarem a arrumar o campo e o material de
jogo nesta modalidade amadora. No entanto, devido às circunstâncias do ardente
jogo, praticamente todo o material foi deixado espalhado, à mercê…
Já poucos
permaneciam no local de jogo. Praticamente só estava a equipa da casa a colocar
tudo no devido lugar, juntamente com o restante staff e
treinador. Os homens da limpeza já se encontravam noutra parte do recinto e
dois últimos seguranças da empresa Às Sete Espadas faziam uma
última vistoria aos corredores e acessos aos balneários e bancadas. Esta
empresa de segurança tudo fazia para manter a ordem, “Seguro Às Sete
Espadas”, era o lema. Por sinal, estes dois seguranças já tinham enfrentado
problemas com adeptos da própria casa pois o capitão constantemente os
instigava, tendo depois os seguranças de sossegar a cólera dos torcedores.
De repente
ouvem-se passos rápidos e curtos! Dois homens entram no balneário onde estava o
capitão.
– Ei! Oi! O que
é isto?! – pergunta o capitão espantado. Este tinha se escapulido da tarefa de
ajudar de arrumar o cais da piscina e já se encontrava a tomar banho sozinho,
quando foi surpreendido…
– Era mesmo isto
que queríamos, apanhar-te sozinho, enquanto a equipa está ali entretida… esta é
por tudo aquilo que já nos fizeste passar… – berraram os infratores enquanto
davam uma surra ao capitão.
– Olha-me para
este com uma tatuagem da carta 7 de espadas no ombro… – dizia
um.
– Deve ter a
mania, nem que fosse um ás, levava na mesma… – vociferava o outro.
Os ainda
presentes na piscina ouviram a vozearia e acorreram ao balneário encontrando o
capitão sozinho deitado no chão em posição fetal derramando sangue de uma das
têmporas.
Enquanto o
treinador ligava para o 112, o delegado ligava ao médico do clube que tinha
acabado de entrar no seu escarlate Porsche no parque de estacionamento, em
vista a que ele pudesse acudi-los.
– Inconsciente,
mas vivo. – reitera o médico acalmando a restante equipa, continuando com os
cuidados médicos.
– Mas quem terá
feito este horror? – diz um dos jogadores.
Entretanto
chegam ao balneário os dois seguranças.
– Vínhamos para
aqui, mas ao cá chegar vimos dois indivíduos a fugir do balneário… um deles com
uma t-shirt com um sete nas costas. – relata o primeiro
segurança, agarrando o outro adepto endiabrado pelo braço esquerdo.
– E este
“menino” aqui era o outro delinquente. – continuando o segundo segurança
agarrando o braço direito do suposto agressor.
– Larguem-me eu
não fiz nada… – gritava o adepto endiabrado enquanto esperneava.
Os ânimos
exaltavam-se! Os outros jogadores estavam sedentos por agredir o pilantra!
– Acho que eram
estes dois que só vinham aos jogos para cometer delitos, desde roubos e ofensas
a todos: árbitros, treinador e até ao capitão da própria equipa… ainda há pouco
acho que eram estes dois que insultavam os árbitros. – refere o primeiro segurança.
– Admito! Eu e o
meu “sócio” viemos aqui roubar, esperámos até que estivesse menos gente e menos
seguranças…, mas não batemos em ninguém. – grita o torcedor.
– Roubar o quê?
– pergunta o delegado da equipa – penso que não haja aqui nada de grande valor…
– Tudo serve…
grão a grão… – diz em risos o de gorro com um símbolo de espadas em “X” na zona
da testa, esquecendo-se da dor causada pelos seguranças que lhe torciam os
braços.
– Levaram alguma
coisa? – exaltando-se o treinador com todo aquele teatro.
– Só aquele
“capacete” vermelho que alguns de vocês usam, nunca percebi muito bem, só venho
para aqui beber e divertir-me com os meus “manos”, mal sei as regras – soltando
uma gargalhada – … estava no balneário dos árbitros… – sorria – infelizmente
não deu para mais nada, pois ouvimos uma gritaria do outro balneário, parecia
que estavam a matar alguém… e fugimos. Não fossem estes dois “gorilas” terem
surgido tão rapidamente… e terem me apanhado logo e tinha fugido também com o
meu “sócio”.
– Nem mais uma
palavra… estás a mentir! – dizia o segundo segurança enquanto lhe torcia mais o
braço.
– Amigos… –
interrompe o velho homem da limpeza – confirmo a versão desse infeliz. Eu e o
meu colega limpámos o balneário dos árbitros e vimos o gorro vermelho lá, nem
sabemos como foi lá parar…, mas ficou lá, nem lhe tocámos…
– Não acredito
que o deixaram lá, não sabiam que estávamos a arrumar? – responde efusivamente
o delegado.
– Queremos lá
saber! – grita o velho.
Continuando o
homem de limpeza mais novo – Se não fossem estes jogos aos domingos à tarde, já
nos estávamos a divertir há muito… no…
– Rouge? –
interpela um dos jogadores a rir provocando reação semelhante aos colegas de
equipa.
– Calem-se! –
remata o velho.
– Sim… – mudando
de assunto um dos seguranças – nós também vimos lá essa touca com nº 12 quando
fizemos a ronda…, mas não ligámos muito… pedimos desculpa por isso.
– Pois, ainda
pegámos nela e vimos bem a marca e o número para perceber se era da nossa
equipa, mas depois ouvimos passos rápidos no corredor e fomos investigar,
deixando lá a touca – diz o outro segurança.
– Passos rápidos
deviam ser os vossos próprios, quando saíram do balneário onde estava o
capitão… – gargalhava o adepto já ajoelhado forçosamente pelos seguranças.
– Vamos todos
permanecer serenos e aguardar pela polícia. – acalma o treinador, trocando
olhares com o delegado e a restante equipa, questionando-se – porque é
que eles teriam feito isto? – referindo-se ao crime que acabara de
acontecer. O treinador só não compreendia a causa, mas já sabia quem era o par
culpado. Ele, o delegado e os jogadores estavam dispostos a serem testemunhas e
a dizer quem eram os culpados à polícia.
1) Que
modalidade desportiva está subentendida no texto?
2) Quem
é o par culpado que o treinador, delegado e jogadores dirão à polícia?
2.1. Como
chegaram a esta conclusão?
3) Por que
motivo esse par espancou o capitão?
ENDEREÇOS E
PRAZO PARA O ENVIO DE RESPOSTAS:
As respostas
devem ser enviadas impreterivelmente até às 24h00 do dia 30 de novembro de
2025, através dos seguintes meios:
a - Por email, correio
eletrónico de A Página dos Enigmas: apaginadosenigmas@gmail.com;
b – Entregando
em mão ao orientador do Blogue A Página dos Enigmas, Paulo,
onde quer que o encontrem;
c -
Utilizando o Correio Normal (CTT):
Luís Manuel
Felizardo Rodrigues
Praceta
Bartolomeu Constantino, 14, 2.º Esq.
FEIJÓ 2810 – 032
ALMADA.
Nota:
Além dos prémios
em disputa ao longo do torneio, serão sorteados em cada problema os seguintes
prémios:
- 1 Livro de
Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, oferta de Salvador Santos,
juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, oferta de José
Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.
- 1 Conjunto de
12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, oferta de Francisco Salgueiro, para
sortear entre todos os concorrentes não totalistas.
RECORDANDO O PASSADO, PREPARAMOS O FUTURO PRÓXIMO
A caixa do correio eletrónico do orientador da
secção rececionou até ao momento 5 (cinco!) enigmas participantes no concurso
de problemas policiários “Mãos à Escrita! – 2026”, sendo de prever que nos
próximos dias venham a surgir outros originais, apesar do prazo de envio
problemas se estender até final de março de 2026. Mas o importante mesmo é que
os potenciais concorrentes deitem “mãos à escrita” logo que sintam a inspiração
surgir, tendo sempre presente que o produtor deve ter a preocupação de colocar
no texto todos os elementos de que o solucionista precisa para resolver
cabalmente o enigma, colocando-os o mais disfarçadamente possível,
camuflando-os com pistas que se verifica serem falsas e com outros elementos
inócuos, em relação aos quais o solucionista tem de fazer uma cuidadosa
triagem. E esta mesma preocupação deve estar presente na escrita de qualquer
género de enigma, seja ele de “carácter técnico”, de “estilo dedutivo”, de
“eliminatórias”, de “decifração criptográfica” ou de qualquer outro género de
tipologia policiária.
Esta
preocupação, habitualmente muito reclamada pelo nosso saudoso confrade Gustavo
Barosa (Zé Viseu), que reiteradamente dizia que o bom produtor é aquele que não
“mente” ao solucionista, evita fundamentalmente que a “chave” proposta permita
a abertura de portas para soluções diversas, frustrando assim o labor dos que
se debatem com o enigma. Não foi esse o caso da produção que venceu o concurso
“Mãos à Escrita! - 2019”, da autoria de Daniel Falcão, que consideramos como um
bom exemplo dessa preocupação com o trabalho dos solucionistas, recordando-a,
também por isso, nesta edição d´O Desafio dos Enigmas, com o compromisso de
apresentar a respetiva solução de autor, aqui no LOCAL DO CRIME, na edição de 5
de dezembro.
CRIME LEAKS
de Daniel Falcão
enigma vencedor do concurso
“Mãos à Escrita! – 2019”
Gustavo
Santos está sentado, numa solarenga manhã de domingo, na esplanada do
Café-Restaurante Sítio do Costume. Continua a rodar a colher dentro da chávena
defronte de si, enquanto observa com alguma curiosidade a primeira página do
jornal Matutino, pousado sobre a mesa.
Nos
últimos dias, as notícias daquele teor têm surgido a conta-gotas. Dia após dia
iam sendo libertados fragmentos de relatórios criminais. “Crime Leaks”,
assim era apelidada pelos meios noticiosos estas fugas de informação. Mais um
“leak” a juntar-se a vários outros, o que levava muitos a perguntarem sobre
qual seria o próximo, numa época em que tudo vinha a público, mesmo as
informações mais privadas.
Gustavo
Santos abre o jornal e lê atentamente a mais recente fuga de informação que
aparece reproduzida na terceira página. O texto em causa divulga informações,
que deviam ser confidenciais, sobre o homicídio de Manuel José Carvalho,
ocorrido em finais de dezembro de 2018.
Pela
leitura do texto publicado, ficava-se a saber que a vítima fora encontrada no
seu escritório pelo companheiro. Este afirmara que, assim que deparou com o
corpo, imediatamente ligara às autoridades. Os agentes destacados para o local
não tiveram dificuldade em concluir, pelas peças partidas, pelos móveis
deslocados e pelos papéis espalhados pelo chão, que ali ocorrera uma violenta
disputa. Disputa que teria terminado com a vítima a ser fortemente golpeada na
cabeça com o pisa-papéis, encontrado mesmo ao lado do corpo.
Alexandre
Miguel Duarte, assim se chamava o companheiro da vítima, declarara que naquela
noite saíra com uns amigos comuns, mas que o Manuel ficara em casa, pois tinha
agendado receber uns clientes, situação que ocorria com alguma frequência.
Acrescentara ainda que, ao chegar a casa, pouco depois da meia-noite, se
apercebera que o companheiro ainda estaria no escritório, pois a luz estava
acesa. Decidira não interromper e subira para o quarto, situado no primeiro
andar, adormecendo mal se deitara na cama. Seriam umas cinco horas da manhã
quando acordou e reparou que o Manuel ainda não se deitara. O que achou
estranho. Desceu as escadas, bateu à porta do escritório e, como a luz
continuava acesa e não teve qualquer resposta, abriu a porta e entrou. Foi nessa
altura que deparou com o escritório todo desarrumado e com o corpo do
companheiro.
Segundo
o relatório policial, a vítima tinha próximo da sua mão esquerda uma magnífica
espátula para abrir cartas, com cabo em madrepérola e lâmina em tartaruga
natural. Desta vez, a espátula teria servido para marcar o soalho com o que
parecia ser um número: 942. Qual seria o seu significado? Era algo que ainda
estava por esclarecer. Se é que significava alguma coisa.
O
agente responsável chegou a questionar o companheiro da vítima, ainda no local,
sobre quem seria a pessoa ou pessoas com quem Manuel José Carvalho tinha
agendado reunir. Num primeiro instante, o inquirido manifestou desconhecimento.
Logo depois acrescentou que, nos últimos dias, havia alguns assuntos que
ocupavam muito do tempo do companheiro, envolvendo dois clientes: Francisco
João Sá e Isidro Diogo Baganha. Suspeitava que a reunião teria sido marcada com
algum deles, mas não sabia qual.
As
últimas informações disponíveis sobre este caso referiam que o companheiro da
vítima, segundo as suas próprias declarações, saíra de casa pouco depois das
oito horas, tendo chegado ao local do encontro, a cerca de uma dezena de
quilómetros, cerca de meia hora depois, pois era muito cuidadoso na condução.
Gustavo
Santos leu e releu os elementos agora divulgados e começava a ter uma ideia do
que sucedera na noite do crime.
DESAFIO
AO LEITOR:
E o
leitor também tem alguma teoria? Em caso afirmativo, desenvolva essa teoria,
sustentando-a com os factos disponíveis.
……………….
///// …………………
ECOS
DO TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO
A encerrar
esta edição, recordamos que termina no próximo dia 30 de novembro o prazo para
o envio de propostas de solução para o décimo-primeiro (e penúltimo) problema
do Torneio do Cinquentenário de “Mistério… Policiário”, que mantém na sua
liderança a Detetive Jeremias, logo seguida (com os mesmos pontos) pelo seu conterrâneo
Inspetor Aranha, que têm na peugada um pequeno grupo de concorrentes à espreita
de um deslize dos líderes nas duas últimas etapas.
Já é conhecida a
solução do nono problema e as suas respetivas pontuações, bem como a
classificação geral atual, do I-Torneio Policiário “Português Suave” – Modo
Simplex, organizado pelo blogue Momento do Policiário
(momentodopoliciario.blogspot.com). Ei-las:
I - Torneio
Policiário “Português Suave”
| PROBLEMA N.º 9
BONS VIZINHOS
Solução
Sim, ela estava
a falar verdade ao xerife …
… Maria
Antonieta conseguiu ver a forma do corpo de Henrique, bem como a forma do homem
que se encontrava sobre ele, mas não conseguiu ver mais nada em concreto.
Os seus óculos
estavam bastante embaciados porque ela tinha acabado de entrar numa casa
quente, vinda do imenso frio que se fazia sentir lá fora. A sua respiração
ofegante, bem como a tarte ainda bem quente, criaram ainda mais humidade, tornando
a névoa nas lentes grossas, mais densa.
Acrescente-se
ainda o facto de ela usar óculos de lentes bastante espessas, sinónimo de
miopia o que obviamente condiciona uma clara visão ao longe, motivando a
desfocagem!
Entretanto e por
isto tudo não só não conseguiu ver o atacante de Henrique, como não conseguiu
ver nada com toda clareza até que os seus óculos tornassem a ficar límpidos e
se aproximasse de Henrique, o que demorou, em parte, alguns segundos.
Pontuações
neste 9º problema
10 PONTOS
Arjacasa, Bela, Bernie
Leceiro, Búfalos Associados, Clóvis, Detective Izadora, Detective Jeremias, Detective
Verdinha, Dick Tracy, Didão, EGO, Inspector 27797, Inspetor Boavida, Inspector
Moscardo, Inspectora Sardinha, Inspector Pevides, Inspector do Reino, Jesse
James, Mali, Mandrake Mágico, O Gráfico, O Pegadas, Os Super Heróis do
Policiário, Pedro Monteiro, Pintinha e Vic Key.
08 PONTOS
CA 7, Carlinha, Detective
Suricata, Fátima Pereira, Inspector Cláudio, Marino, Molécula, Paulo, Sandra
Ribeiro, e Zé Alguém.
O5 PONTOS
Agente Silva, Ana
Marques, CN 13, Carlos Caria, Carluxa, Detective Silva, Faria, Inspector Ryckyi,
Joel Trigueiro, Jorrod, Margareth, Rainha Katya, Sofia Ribeiro e ZAB.
Classificação
Geral (após o 9º problema)
88 PONTOS
Arjacasa, Inspetor
Boavida e O Gráfico.
86 PONTOS
Detective
Verdinha.
84 PONTOS
Búfalos
Associados, Clóvis, Detective Jeremias, Mali, O Pegadas e Pintinha.
83 PONTOS
EGO.
81 PONTOS
Inspector
Pevides.
79 PONTOS
Faria e Inspector
Moscardo.
78 PONTOS
Ana Marques, Dick
Tracy e Vic Key,
76 PONTOS.
Jorrod e
Mandrake Mágico.
75 PONTOS
Carlinha e
Paulo.
74 PONTOS
Bela, Margareth,
Pedro Monteiro, Rainha Katya e Sofia Ribeiro.
72 PONTOS
CA 7, Carluxa,
CN 13, Detective Silva, Inspector do Reino, Molécula e ZAB.
71 PONTOS
Carlos Caria, Inspector
Ryckyi e Joel Trigueiro.
70 PONTOS
Detective
Izadora e Inspector Cláudio
69 PONTOS
Inspectora
Sardinha.
67 PONTOS
Zé Alguém.
63 PONTOS
Columbo.
60 PONTOS
Detective
Suricata
57 PONTOS
Fátima Pereira.
50 PONTOS
Marino e Sandra
Ribeiro
48 PONTOS
Inspector 27797.
39 PONTOS
Agente Silva.
33 PONTOS
Detetivesca.
28 PONTOS
Detective
Caracoleta
26 PONTOS
Ribeiro de
Carvalho.
20 PONTOS
Jesse James
18 PONTOS
Detective Lupa
de Pedra
15 PONTOS
Bernie Leceiro
10 PONTOS
Didão, Jorge
Amaral e Os Super Heróis do Policiário.
São já
conhecidos os regulamentos dos torneios que o confrade Paulo se propõe organizar
no próximo ano no seu blogue “A Página dos Enigmas” (apaginadosenigmas.blogspot.com),
com início a 10 de janeiro de 2026. São eles o Torneio de Fórmula 1 Policiária
e o Torneio Paralelo de Homenagem à Geração de 70, que decorrem em paralelo e
se prolongam até ao mês de novembro.
Ei-los:
Torneio de Fórmula 1 Policiária
1. O
Torneio Fórmula 1 Policiária será composto por 10 (dez) provas, cada
uma delas constituída por um problema policiário, que serão publicados nos
meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, setembro,
outubro e novembro.
2. Cada
prova corresponderá a um grande prémio, no qual se homenagearão algumas
localidades onde existem policiaristas.
3. Os
problemas serão todos da minha autoria (Paulo).
4.1. Em
cada problema serão selecionadas as 10 melhores soluções totalistas a que serão
atribuídas as seguintes pontuações: 25, 18, 15, 12, 10, 8, 6, 4, 2,
1.
4.2. Caso
não haja soluções totalistas, são consideradas, sucessivamente, as soluções com
9, 8 e 7 pontos.
5.1 A
solução totalista mais curta será bonificada com 1 ponto, tal como a volta mais
rápida também é bonificada em cada corrida.
5.2.
Caso não haja soluções totalistas são consideradas, sucessivamente, as soluções
com 9, 8 e 7 pontos.
6.1 Serão
ainda bonificados com a pontuação correspondente à corrida sprint: 8, 7, 6, 5,
4, 3, 2, 1 pontos, as soluções totalistas mais rápidas a chegar, sendo
contabilizada a hora de chegada, caso a solução venha digitalizada, ou a
data de chegada, às 9.00 horas, caso venha por outra via.
6.2. Caso
não haja soluções totalistas são consideradas, sucessivamente, as soluções com
9, 8 e 7 pontos.
7. As
propostas de solução de cada prova devem ser enviadas até ao último minuto do
mês da publicação, ou seja, até às 24 horas do último dia do mês em que o
problema é publicado, através do seguinte endereço: apaginadosenigmas@gmail.com.
8. Será
vencedor o concorrente que reunir um maior número de pontos no final das
10 provas que constituem o campeonato de Fórmula 1.
9. Em
caso de empate serão aplicados sucessivamente os seguintes critérios de
classificação.
a) O concorrente
com maior número de classificações máximas nas melhores soluções.
b) O concorrente
com maior número de pontuações máximas, incluindo as bonificações.
c) O concorrente
com mais pontuação na classificação das corridas sprints.
d) O concorrente
mais pontuado na Melhor Volta.
e) Os
concorrentes com mais vezes 18, 15, 12, 10, 8, 6, 4, 2 e 1 pontos,
sucessivamente, na classificação das Melhores Soluções.
f) O concorrente
com mais vezes 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, sucessivamente, nas Corridas
Sprint.
g) O concorrente
que primeiro enviou respostas, sucessivamente, nas provas 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 8, 9, e 10.
10. A
contabilização das palavras é feita sem a parte inicial do texto, onde o autor
da solução indica o problema, o seu pseudónimo ou apresenta cumprimentos, e sem
a parte final, onde normalmente se despede. Ou seja, só mesmo a solução é
contabilizada.
11. Os
casos omissos serão resolvidos pelo orientador de A Página dos Enigmas.
12.
Prémios.
a) Serão
atribuídas taça ao 1º lugar e medalhas aos 2º e 3º lugares.
b) Os
concorrentes até ao 5º lugar receberão um diploma de participação.
Torneio
Paralelo de Homenagem à Geração de 70
1.
O Torneio Paralelo de Homenagem à Geração de 70 decorre em
simultâneo com o Torneio de Fórmula 1 Policiária e será composto
pelas mesmas 10 (dez) provas.
2. Os
problemas serão todos da minha autoria (Paulo).
3. Quem
acertar terá 10 pontos, que se somarão de modo a obter a Classificação
Geral.
4. As
propostas de solução de cada prova devem ser enviadas até ao último minuto do
mês da publicação, ou seja, até às 24 horas do último dia do mês em que o
problema é publicado, através do seguinte endereço: apaginadosenigmas@gmail.com.
5. Em
cada problema serão atribuídas às 5 melhores soluções totalistas 5,
4, 3, 2 e 1 pontos, e esta classificação coincidirá com as melhores soluções
do Torneio de Fórmula 1 Policiária, caso estas correspondam a soluções
totalistas.
6. Em
cada problema serão atribuídas às 5 soluções mais originais 5, 4, 3, 2 e 1
pontos
7. O
concorrente que reunir um maior número de pontos na Classificação Geral no
final das 10 provas será o vencedor do torneio.
8. Em
caso de empate serão aplicados sucessivamente os seguintes critérios de
classificação.
a) O concorrente
com maior número de classificações de 10 pontos.
b) O concorrente
com mais pontuação na classificação Melhores Soluções.
c) Os
concorrentes com mais vezes 5 pontos na classificação Melhores Soluções.
d) Os
concorrentes com mais vezes 4, 3, 2 e 1 pontos sucessivamente, na classificação
Melhores Soluções.
e) O concorrente
com mais pontuação na classificação Mais Originais.
f) O concorrente
com mais vezes 5 pontos na classificação mais originais.
g) O concorrente
com mais vezes 4, 3, 2 e 1 pontos sucessivamente, na classificação mais
originais.
h) O concorrente
com menos palavras no problema 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, e 10, sucessivamente.
9. A
contabilização das palavras é feita sem a parte inicial do texto, onde o autor
da solução indica o problema, o seu pseudónimo ou apresenta cumprimentos, e sem
a parte final, onde normalmente se despede. Ou seja, só mesmo a solução é
contabilizada.
10. Os
casos omissos serão resolvidos pelo orientador de A Página dos Enigmas.
11.
Prémios.
a) Serão
atribuídas taça ao 1º lugar e medalhas aos 2º e 3º lugares.
b) Os
concorrentes até ao 5º lugar receberão um diploma de participação.
c) Na
classificação As Melhores será atribuída uma taça ao 1º classificado e
medalhas aos 2º e 3º.
d) Na Classificação As Mais Originais será atribuída uma taça ao 1º classificado e medalhas aos 2º e 3º.
Já é conhecida a
solução (e as respetivas pontuações) do oitavo teste do “Torneio Quem É?”,
organizado pelo blogue A Página dos Enigmas (apaginadosenigmas.blogspot.com),
assim como a classificação geral atual. Ei-las:
Torneio “Quem
é?”
Prova nº 8
Animais
SOLUÇÃO
1
a) Alessandro
Varaldo
b) A Gata Persa
2
a) Comissário
Salvo Montalbano
b) O Cão de
Barro
3
a) Willard Huntington Wright
b) Philo Vance
4
a) Patrícia
Highsmith
b) O Grito do
Mocho
5
a)
Jean-Christophe Grangé
b) O Voo das
Cegonhas
Pontuações
no 8º Teste
10 pontos
Arjacasa, Bernie
Leceiro, Columbo, Detective Jeremias, Detective Verdinha, Inspector
Moscardo, Inspetor Boavida, Mac Jr., Mali, Mandrake
Mágico, O Pegadas, Pintinha, Rodriguda e Vic
Key. (14 concorrentes.)
9 pontos
Ana Marques,
Carluxa, Clovis, Detective Silva, Didão, Inspector
27797, Inspector Ricky, Inspectora
Sardinha, Jesse James, Joel Trigueiro, Jorrod, Pedro
Monteiro, Rainha Katya e Sofia Ribeiro. (14 concorrentes.)
7 pontos
Carlos Caria,
CN13, Edomar Inspector Cláudio, Margareth, Virmancaroli e Zé Alguém. (7
concorrentes.)
6 pontos
CA7, Detective
Suricata, Fátima Pereira, Marino, Sandra Ribeiro e ZAB. (6 concorrentes.)
Classificação
Geral (após o 8º Teste)
77 pontos
1º Rodriguda
2ª Detective
Jeremias
3º Mandrake
Mágico
4º Inspector
Moscardo
76 pontos
5º Bernie
Leceiro
6ºArjacasa
75 pontos
7ª Detective
Verdinha
8º O
Pegadas
74 pontos
9º Vic Key
10ª Mali
73 pontos
11º Mac Jr.
71 pontos
12º Clóvis
68 pontos
13º Inspetor
Boavida
63 pontos
14º Columbo
56 pontos
15º Inspector
Ryckyi
54 pontos
16ª Pintinha
46 pontos
17ª Rainha
Katya
45 pontos
18º Abrótea
19ª Ana Marques
42 pontos
20º Virmancaroli
21ª Edomar
38 pontos
22ª Carluxa
36 pontos
23º Inspector
27797
34 pontos
24º Pedro
Monteiro
33 pontos
25ª Detective
Silva
30 pontos
26ª Detectivesca
28 pontos
27º Joel
Trigueiro
25 pontos
28ª Sandra
Ribeiro
29ª Inspectora
Sardinha
23 pontos
30ª Margareth
22 pontos
31º Zé
Alguém
21 pontos
32º Inspector
Cláudio
20 pontos
33ª Detective
Suricata
19 pontos
34º Faria
35º Molécula
18 pontos
36º Jorrod
37ª Sofia
Ribeiro
38º Jesse James
13 pontos
39º Carlos
Caria
40ª CN13
12 pontos
41ª Fátima
Pereira
42ª ZaB
43ª CA7
11 pontos
44º Marino
9 pontos
45º Inspector
do Reino
46º Didão
TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO
“MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)
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PROBLEMA Nº
10
NA TASCA DO
ZEFERINO, de Vic Key
SOLUÇÃO DO AUTOR
Frederico Costa,
enquanto esteve em sua casa à conversa com o que viria a ser o seu
sequestrador, percebeu que estava em perigo e deixou uma mensagem cifrada,
usando as cartas de jogar, cuja temática era de Animais Africanos,
da Zebra (Z), Flamingo (F) e Rinoceronte (Rino) = Zê - Fê - Rino = Zeferino. – 3 pontos.
("Havia
ainda um baralho de cartas de jogar de temática de Animais Africanos, a pisar
as cartas da zebra, do flamingo e do rinoceronte, viradas para cima!)
Zeferino, o dono do estabelecimento em que os
amigos se reuniam, ouvira a conversa do mirífico motor a água. Os temores do
farmacêutico deram-lhe a ideia de raptar o excêntrico inventor e tentar
extrair-lhe o segredo, muito provavelmente para o patentear e enriquecer à
custa da inteligência e esforço alheios. O malandro!!! – 2 pontos.
O Zeferino,
tinha uma notável colecção de carros antigos, um admirador nato, pelo que se
mostraria interessado no projecto do Frederico. – Factor
de Valorização.
PRESENÇA DE
PARTICIPAÇÃO: – 5 pontos.
PONTUAÇÕES
DECIFRAÇÃO
TOTALISTAS
(10 Pontos):
Bernie Leceiro –
Matosinhos
Búfalos
Associados – Lisboa
Columbo –
Bombarral
Detective
Jeremias – Santarém
Detective
Verdinha – Lisboa
EGO – Loures
Faria –
Évora
Fotocópia –
Feijó
Inspector Aranha
– Santarém
Inspector
Detective – ???
Inspector
Moscardo – Santarém
Inspector
Pevides – Oeiras
Jesse
James – Sintra
Mali –
Lisboa
Mandrake Mágico
– Sobreda
Molécula – Évora
Pintinha –
Lisboa
Ribeiro de
Carvalho – Torres Novas
Vic Key –
Bombarral
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Concorrentes.
NÃO
TOTALISTAS (9 Pontos):
JC
Al – Londres
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Concorrente.
NÃO
TOTALISTAS (7 Pontos):
Carluxa –
Lagos
CN13 – Charneca
de Caparica
Detective Silva
– Cova da Piedade
Didão – Sacavém
(ESTREIA)
Dona Sopas –
Porto
Haka Crimes – V.
N. Gaia
Inspector 27797
– Laranjeiro
Inspector Mucaba
– V. N. Gaia
Rainha Katya –
Charneca de Caparica
Sofia Ribeiro –
Charneca Caparica
Zé Alguém –
Lagos
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Concorrentes.
NÃO
TOTALISTAS (5 Pontos):
Ana Marques –
Lisboa
Arjacasa –
Valpaços
CA7 – Sobreda...
City
Carlos Caria –
Lisboa
Clóvis – Viseu
Detective
Suricata – Braga
Detective Vasofe
– ???
Edomar –
Montijo
Fátima
Pereira – Vale de Milhaços
Inspector
Cláudio – Lagos
Inspector Mokada
– Porto
Inspector Ryckyi
– Amora
Inspectora
Sardinha – Armação de Pêra
Joel Trigueiro –
Costa da Caparica
Jorrod –
Burgau
Mancha Negra –
Porto
Margareth –
Lagos
Marino –
Lisboa
Mula Velha – V.
N. Gaia
O Pegadas –
Braga
Pedro Monteiro –
Sobreda
Sandra Ribeiro –
Almada
Visconde das
Devesas – V. N. Gaia
ZAB –
Côja
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Concorrentes.
AS
MELHORES
1.º –
Fotocópia (Feijó) – 5 pontos
2.ª –
Detective Verdinha (Lisboa) – 4 pontos
3.ºs –
Búfalos Associados (Lisboa) – 3 pontos
4.º –
Inspector Moscardo (Santarém) – 2 pontos
5.ª –
Detective Jeremias (Santarém) – 1 ponto
AS MAIS
ORIGINAIS
1.ª -
Mali (Lisboa) – 5 pontos
2.º -
Fotocópia (Feijó) – 4 pontos
3.º - Vic
Key (Bombarral) – 3 pontos
4.ª -
Detective Verdinha (Lisboa) – 2 pontos
5.º - Bernie Leceiro (Matosinhos) – 1 ponto
PRÉMIOS SORTEADOS:
- 1 Livro de
Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, Oferta de Salvador Santos,
juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, Oferta de José
Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.
PREMIADO: Inspector Pevides
- 1 Conjunto de
12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, Oferta de Francisco Salgueiro, para
sortear entre todos os concorrentes não totalistas.
PREMIADO: Clóvis
CONSULTE
TODAS AS CLASSIFICAÇÕES NO SITE CLUBE DE DETECTIVES (clubededetectives.pt)
TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO
“MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)
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PROBLEMA Nº 11
O GORRO VERMELHO
Autor: Fotocópia
Ouviu-se o apito
que sinalizava o fim da partida.
Bocas abriam-se
proferindo gritos, alguns de apoio outros de escárnio, mantendo o ambiente
infernal. Mãos batiam palmas, umas celebrando a vitória outras de agradecimento
pelo esforço dos derrotados, ainda que pelo meio umas preferissem mexer certos
dedos simbolizando felicidade ou injúria. Vozes roucas, gargantas roxas,
juntavam-se ao som de tambores, cornetas e outros objetos que servissem para
fazer barulho.
Era nesta
envolvente frenética que se procedia aos habituais cumprimentos entre os
intervenientes no final do jogo. Jogadores, treinadores, delegados, árbitros
entre outros, trocavam palavras e gestos, uns mais quentes que outros, em que
os companheiros mais pacientes acalmavam os ânimos. Um dos árbitros chegou a
libertar as mãos enrolando o apito no seu cordel para tirar o cartão vermelho
do bolso, mas acabou por não o mostrar a ninguém tendo a situação sido
regularizada sem a intervenção dos juízes.
Emoções! O que
seria o desporto sem elas?
A desordem
ruidosa ia terminando, ficando pequenos grupos de adeptos que ainda deambulavam
pelas bancadas. A equipa de arbitragem, chateada e cansada deste jogo renhido
difícil de ajuizar, terminara já as suas funções e apressava-se para o seu
balneário. Um deles pegara nas suas coisas com rapidez tal que metera tudo na
sua mochila sem ordem, deixando a mala mal fechada ficando à vista o que
pareciam uns cordéis a baloiçar para fora do fecho. Passaram pelos homens da
limpeza, um muito mais velho do que o outro, que estavam encostados à parede da
entrada que ligava o campo aos balneários.
– Boa noite e
boa sorte, isto ficou em pantanas. – Diziam os árbitros de fugida aos homens da
limpeza enquanto ainda levavam com apupos de dois adeptos da casa que
permaneciam na bancada. Um com uma t-shirt com o número 7 nas
costas, outro com um gorro que continha duas espadas cruzadas em “X” na zona da
testa como símbolo, não respeitavam os avisos dos seguranças.
– Senhores
árbitros… – balbuciou de forma sucinta, em jeito de cumprimento, o velho
puxando ligeiramente a parte da frente do seu gorro para baixo com o polegar e
indicador. Muito vira naquele clube e aguardava impacientemente, com o sua
esfregona encarnada e pano encardido, que todos saíssem do recinto para iniciar
o que fizera inúmeras vezes.
Os Los
Rojos, equipa visitante, tinha vencido. Motivo de grande alegria que faziam
questão de a demonstrar no balneário cedido pelo clube visitado. Cânticos eram
proferidos, – Vamos levar daqui umas lembranças… lembranças daqui vamos
levar… – ao som de palmas que ecoavam pelos corredores dos vestiários,
chegando o som abafado, mas ainda audível ao balneário dos derrotados.
– Oiçam-nos! –
dizia o treinador da equipa visitada dirigindo-se aos seus jogadores – o que
pensam disto? Foram eles que ganharam ou nós que perdemos? Estou a ver que a
alegria dos Rojos vos é indiferente…
Alguns elementos
ainda apresentavam olhos enervados e visão turva, faces rubras do esforço
físico. Outros misturavam essa cor com a vergonha por terem perdido em casa
contra o rival.
– Não foi nada
disto que trabalhámos… o que aconteceu no jogo? – continuava o treinador,
estando ele próprio abalado pelo desenlace da partida.
Entre este
balneário que continha um monólogo e o outro que continuava em festejos,
encontravam-se os dois homens da limpeza que tinham iniciado a sua labuta.
– Tolos, todos
eles, quero lá saber disto, só me dão é trabalho desnecessário… estávamos bem
era no Rouge a virar uns tintos – referindo-se ao bar Maison
Rouge situado não muito longe dali, sempre com clientes azarados,
taciturnos ou ambos.
– Isso é que
era. – concluía o homem da limpeza mais novo. – E aquele idiota do capitão…
– Ainda por cima
não recebemos nada de especial… o que vale é que de vez em quando compenso com
estes cinco dedos, não é verdade minha encarnadinha? – dirigindo-se à sua
esfregona, fazendo no ar um gesto circular com o pulso e dedos em que, à sua
vez, cada falangeta tocava na palma da mão, começando pelo mindinho e
terminando no indicador.
O homem mais
novo ria-se baixinho em concordância quando é interrompido…
– Com licença! –
exclamou o delegado da equipa, quase pontapeando os baldes cheios de água e
detergente.
– Eh lá… –
exclamou o velho num misto de surpresa e comprometimento – onde vai com tanta
pressa? – continuou.
O delegado
deixo-o sem resposta dirigindo-se à porta da sua equipa. Ainda com a respiração
ofegante rodou a maçaneta, abrindo-a. O treinador, virou-se de repente para
trás, num misto de surpresa e repreensão. Não gostava que entrassem assim no
balneário, muito menos quando ele falava com a equipa.
– Peço desculpa,
mas estava a arrumar o material de jogo e deparei-me com a falta de bolas de
jogo, balizas fora do lugar, garrafas estragadas, quadro tático rachado, toucas
desaparecidas… – disse com aflição o delegado. O clube não andava bem de
finanças e após a derrota não era este tipo de notícias que se desejava ouvir
no seu seio.
– Quando… –
respondia o treinador.
– Nós podemos
dar uma ajuda quando sairmos daqui – interrompeu o capitão da equipa num misto
de coragem e oportunismo.
O treinador
olhou para ele… passou rapidamente os olhos pela restante equipa. Percebeu que
o discurso que transmitia à equipa talvez tivesse de o fazer sozinho para
consigo… tinha de se debruçar sobre as verdadeiras razões destes comportamentos
da equipa em jogo, limpar a cabeça. Tudo o que dissesse agora não ajudaria
ninguém. Parou o olhar novamente no capitão, dizendo afirmativamente:
– Equipa, vamos
respirar fundo, paremos por aqui. Vamos ajudar o nosso staff a
encontrar o material. Amanhã dou folga, voltamos na terça-feira em força!
Alguns jogadores
entreolharam-se. Este comportamento não era comum no treinador, embora alguns
não tivessem gostado da intervenção do capitão (andavam fartos das suas
presunções, especialmente o guarda-redes suplente), outros sorriram timidamente
para o capitão em forma de agradecimento. Finalmente estavam libertos daquele
ambiente de cortar a respiração.
Já no cais da
piscina… – Obrigado maltinha – felicitava o delegado a alguns jogadores –
obrigado pelas bolas, vocês agora vão ver o resto ali…, Ò guarda-redes, os
dois, vocês venham cá, preocupem-se com os vossos gorros. – ordenava.
– Olhe, desculpe
lá, tinha o meu gorro pendurado aqui com os cordéis atados no fato-de-banho e
com isto tudo nem dei conta. Mas está aqui!
– Ok “redes”, o
gorro número 1 já está, vão lá encontrar o outro, por favor. – respondera o
delegado.
Percebendo a
nova azáfama no cais da piscina o velho homem da limpeza e o seu parceiro
pararam com os seus afazeres, retirando-se rapidamente, desta feita para o
balneário dos árbitros que já se tinham ido embora, aproveitando para limpá-lo…
Assim que
terminava um jogo, era costume todos ajudarem a arrumar o campo e o material de
jogo nesta modalidade amadora. No entanto, devido às circunstâncias do ardente
jogo, praticamente todo o material foi deixado espalhado, à mercê…
Já poucos
permaneciam no local de jogo. Praticamente só estava a equipa da casa a colocar
tudo no devido lugar, juntamente com o restante staff e
treinador. Os homens da limpeza já se encontravam noutra parte do recinto e
dois últimos seguranças da empresa Às Sete Espadas faziam uma
última vistoria aos corredores e acessos aos balneários e bancadas. Esta
empresa de segurança tudo fazia para manter a ordem, “Seguro Às Sete
Espadas”, era o lema. Por sinal, estes dois seguranças já tinham enfrentado
problemas com adeptos da própria casa pois o capitão constantemente os
instigava, tendo depois os seguranças de sossegar a cólera dos torcedores.
De repente
ouvem-se passos rápidos e curtos! Dois homens entram no balneário onde estava o
capitão.
– Ei! Oi! O que
é isto?! – pergunta o capitão espantado. Este tinha se escapulido da tarefa de
ajudar de arrumar o cais da piscina e já se encontrava a tomar banho sozinho,
quando foi surpreendido…
– Era mesmo isto
que queríamos, apanhar-te sozinho, enquanto a equipa está ali entretida… esta é
por tudo aquilo que já nos fizeste passar… – berraram os infratores enquanto
davam uma surra ao capitão.
– Olha-me para
este com uma tatuagem da carta 7 de espadas no ombro… – dizia
um.
– Deve ter a
mania, nem que fosse um ás, levava na mesma… – vociferava o outro.
Os ainda
presentes na piscina ouviram a vozearia e acorreram ao balneário encontrando o
capitão sozinho deitado no chão em posição fetal derramando sangue de uma das
têmporas.
Enquanto o treinador ligava para o 112, o delegado ligava ao médico do clube que tinha acabado de entrar no seu escarlate Porsche no parque de estacionamento, em vista a que ele pudesse acudi-los.
–
Inconsciente, mas vivo. – reitera o médico acalmando a restante equipa,
continuando com os cuidados médicos.
– Mas quem terá
feito este horror? – diz um dos jogadores.
Entretanto
chegam ao balneário os dois seguranças.
– Vínhamos para
aqui, mas ao cá chegar vimos dois indivíduos a fugir do balneário… um deles com
uma t-shirt com um sete nas costas. – relata o primeiro
segurança, agarrando o outro adepto endiabrado pelo braço esquerdo.
– E este
“menino” aqui era o outro delinquente. – continuando o segundo segurança
agarrando o braço direito do suposto agressor.
– Larguem-me eu
não fiz nada… – gritava o adepto endiabrado enquanto esperneava.
Os ânimos
exaltavam-se! Os outros jogadores estavam sedentos por agredir o pilantra!
– Acho que eram
estes dois que só vinham aos jogos para cometer delitos, desde roubos e ofensas
a todos: árbitros, treinador e até ao capitão da própria equipa… ainda há pouco
acho que eram estes dois que insultavam os árbitros. – refere o primeiro segurança.
– Admito! Eu e o
meu “sócio” viemos aqui roubar, esperámos até que estivesse menos gente e menos
seguranças…, mas não batemos em ninguém. – grita o torcedor.
– Roubar o quê?
– pergunta o delegado da equipa – penso que não haja aqui nada de grande valor…
– Tudo serve…
grão a grão… – diz em risos o de gorro com um símbolo de espadas em “X” na zona
da testa, esquecendo-se da dor causada pelos seguranças que lhe torciam os
braços.
– Levaram alguma
coisa? – exaltando-se o treinador com todo aquele teatro.
– Só aquele
“capacete” vermelho que alguns de vocês usam, nunca percebi muito bem, só venho
para aqui beber e divertir-me com os meus “manos”, mal sei as regras – soltando
uma gargalhada – … estava no balneário dos árbitros… – sorria – infelizmente
não deu para mais nada, pois ouvimos uma gritaria do outro balneário, parecia
que estavam a matar alguém… e fugimos. Não fossem estes dois “gorilas” terem
surgido tão rapidamente… e terem me apanhado logo e tinha fugido também com o
meu “sócio”.
– Nem mais uma
palavra… estás a mentir! – dizia o segundo segurança enquanto lhe torcia mais o
braço.
– Amigos… –
interrompe o velho homem da limpeza – confirmo a versão desse infeliz. Eu e o
meu colega limpámos o balneário dos árbitros e vimos o gorro vermelho lá, nem
sabemos como foi lá parar…, mas ficou lá, nem lhe tocámos…
– Não acredito
que o deixaram lá, não sabiam que estávamos a arrumar? – responde efusivamente
o delegado.
– Queremos lá
saber! – grita o velho.
Continuando o
homem de limpeza mais novo – Se não fossem estes jogos aos domingos à tarde, já
nos estávamos a divertir há muito… no…
– Rouge? –
interpela um dos jogadores a rir provocando reação semelhante aos colegas de
equipa.
– Calem-se! –
remata o velho.
– Sim… – mudando
de assunto um dos seguranças – nós também vimos lá essa touca com nº 12 quando
fizemos a ronda…, mas não ligámos muito… pedimos desculpa por isso.
– Pois, ainda
pegámos nela e vimos bem a marca e o número para perceber se era da nossa
equipa, mas depois ouvimos passos rápidos no corredor e fomos investigar,
deixando lá a touca – diz o outro segurança.
– Passos rápidos
deviam ser os vossos próprios, quando saíram do balneário onde estava o
capitão… – gargalhava o adepto já ajoelhado forçosamente pelos seguranças.
– Vamos todos permanecer serenos e aguardar pela polícia. – acalma o treinador, trocando olhares com o delegado e a restante equipa, questionando-se – porque é que eles teriam feito isto? – referindo-se ao crime que acabara de acontecer. O treinador só não compreendia a causa, mas já sabia quem era o par culpado. Ele, o delegado e os jogadores estavam dispostos a serem testemunhas e a dizer quem eram os culpados à polícia.
1) Que
modalidade desportiva está subentendida no texto?
2) Quem
é o par culpado que o treinador, delegado e jogadores dirão à polícia?
2.1. Como
chegaram a esta conclusão?
3) Por que motivo esse par espancou o capitão?
ENDEREÇOS E
PRAZO PARA O ENVIO DE RESPOSTAS:
As respostas
devem ser enviadas impreterivelmente até às 24h00 do dia 30 de novembro de
2025, através dos seguintes meios:
a - Por email, correio
eletrónico de A Página dos Enigmas: apaginadosenigmas@gmail.com;
b – Entregando
em mão ao orientador do Blogue A Página dos Enigmas, Paulo,
onde quer que o encontrem;
c -
Utilizando o Correio Normal (CTT):
Luís Manuel
Felizardo Rodrigues
Praceta
Bartolomeu Constantino, 14, 2.º Esq.
FEIJÓ 2810 – 032 ALMADA.
Nota:
Além dos prémios
em disputa ao longo do torneio, serão sorteados em cada problema os seguintes
prémios:
- 1 Livro de
Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, oferta de Salvador Santos,
juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, oferta de José
Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.
- 1 Conjunto de
12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, oferta de Francisco Salgueiro, para
sortear entre todos os concorrentes não totalistas.